Agatha 15

Passei a noite inteira monitorando meus pensamentos, no dia seguinte, um lindo domingo ensolarado, meus avós não poderiam sair de casa, resolvo ligar para a Dani convidando para ir ao shopping. Meus avós não disseram nada, mas sei bem que os últimos acontecimentos não agradaram em nada o meu avô, principalmente. Resolvi me alimentar antes de sair, na cozinha meu avô temperava a carne de carneiro que eu adoro, fresquinha.

-Que delicia. – Eu disse me sentando na bancada da cozinha vendo ele temperar a carne com ervas frescas.

-Sua preferida querida. – Minha avó entrava na cozinha e abraçou o meu avô por trás.

-Eu sei, vocês estão querendo me agradar. – Eu disse sorrindo para o casal em minha frente.

-Não é isso, mas queremos você alimentada meu anjo. – Meu avô amoroso voltou. Oba!!!– Obrigado. – Ele disse em relação aos meus pensamentos, dessa vez não fiquei chateada por ele poder ler os meus mais íntimos desabafos internos.

-Agatha acho que temos que conversar. – Minha avó disse enquanto eu comia. Concordei com a cabeça para que ela continuasse. – O que realmente aconteceu na noite de sexta?

-Eu fui ver o Seth, ele estava acompanhando e resolvi não atrapalhar. – Respondi prontamente dando outra garfada.

-Você acha que ele tem uma namorada ou coisa assim? – Foi o meu avô quem perguntou, os dois estavam sentados de frente para mim.

-Sinceramente eu não acho nada, não sou eu quem tem que achar. – Segurei firme a dor que começava a se instalar novamente em meio peito.

-Agatha você tem que primeiro conversar com ele, saber o que realmente estava acontecendo. – Meu avô sempre diplomático.

-Meu vovozinho eu não vou me intrometer na vida dele, eu não sou nada dele para fazer qualquer tipo de cobrança. Meu pai determinou cinco anos para eu me envolver num relacionamento, vou respeitar isso, independente de meus pensamentos ou sentimentos. Mas o Seth pertence ao meu passado. – Eu disse seria levantando da mesa, lavei minha louça e guardei tudo certinho, meus avós trocando olhares preocupados os quais eu ignorei.

-Agatha, isso não pode ficar assim, você e o Seth tem uma ligação especial. – Minha avó tentou argumentar.

-Também pensava assim, mas as coisas mudam, com licença que eu tenho que tomar banho. – Minha avó me deu um abraço, o típico abraço materno, aquele que a gente precisa quando está triste.

Tomei meu banho e me arrumei sem ser interrompida pelos meus avós, quando eu estava pronta para sair mais uma vez minha avó veio até mim. Ela se sentou na minha cama enquanto eu colocava os brincos de frente para o espelho.

-O Seth ligou, queria falar com você. – Ela disse pesarosa.

-Não temos nada para conversar. – Respondi secamente, mas sem ser mal educada.

-Ele ligou 36 vezes Agatha, provavelmente tem algo a falar. – Insistiu, virei de frente a ela que me olhava com pena.

-Desculpe vó, eu estou sendo imatura mesmo, sei disso, mas é que não estou pronta para ter essa conversa com ele. – Eu disse me sentando ao lado dela na cama. – Você não imagina a dor que eu senti sabendo que ele me enganava.

-E se for apenas um mal entendido? – Ela colocou o braço em volta o meu ombro me puxando para um abraço.

-De qualquer forma ele mentiu, era ela que falava com ele no outro dia, a mesma voz que eu escutei por telefone. E ele ainda teve a cara de pau de dizer que não tinha ninguém.

-Ele deve ter uma explicação Ag, dê uma chance a ele, pelo menos para se explicar.

-Eu sei que você adora o Seth vovó, mas ele não me deve nenhuma explicação, eu não sou nada dele, nem nunca fui. Não acabou nada entre nós, porque nunca ouve nada entre nós. Ele é um homem há muito tempo, tem todo o direito de estar acompanhado, e não esperando uma garotinha crescer.

-O Jake esperou a sua mãe crescer.- Ela rebateu.

-O papai teve um impriniting com a minha mãe vovó, o Seth teve o dele com a moça que morreu. Eu não sou nada para ele. – Mais uma vez controlei a minha dor, usando toda a minha força.

-Não vou te pressionar Agatha, tudo acontece no seu tempo. – Ela disse me soltando do abraço e saído do meu quarto.

Terminei de me arrumar e fui para o shopping encontrar com a minha amiga, combinamos de esperar na porta de entrada, assim que estacionei meu carro lá estava ela, me esperando ansiosamente.

-Oi Agatha, pensei que não viria mais. – Ela disse me dando um abraço e um beijinho no rosto, forma dela me cumprimentar.

-Desculpe, eu estava saindo quando minha cunhada pediu para conversar comigo, ai me atrasei. – Eu disse já quando andávamos em direção a uma das lojas mais cobiçadas do local.

-Eu simplesmente não acredito que você mora no apartamento em cima do meu irmão. – Ela disse com um brilho nos olhos.

-Pois é, ele te contou que nos encontramos ontem? – Não boba, ela adivinhou...daã.

-É conversamos um pouco, mas o que me deixou feliz foi saber que vou morar junto com ele. Isso não é o máximo, vou ficar perto de você. – Isso sim me alegrou.

-Sério? – Perguntei ainda andando, mas sem esconde a minha felicidade.

-É , tipo ele sempre me convidava a morar lá, o campus não é tão confortável, mas eu não queria ficar morando com um professor sabendo que eu poderia estar mais perto dos meus amigos, mas você vai estar lá. – Nitidamente ela iria mudar por minha causa, isso é bom.

-Que bom, não esqueça de me chamar para ajudar na mudança. – Eu disse enquanto entravamos na loja.

Passamos a tarde inteira fazendo compras e nos divertindo, já perto do anoitecer encontramos o Fred, irmão da Dani, na praça de alimentação.

-Olá meninas. – Ele disse se levantando para nos cumprimentar, percebi que ele tem o mesmo costume da Dani de cumprimentar com um beijinho no rosto. – Já lancharam?

-Ainda não. – Respondeu a Dani enquanto nos sentávamos à mesa.

-O que querem que eu vá buscar? – Ele perguntou todo carinhoso com a irmã, realmente esse não era o meu professor, como podia uma pessoa mudar tanto assim???

-Eu quero um sanduíche, batata e uma coca. E você Agatha? – Não sei como um humano consegue viver desses fast foods da vida, acabei fazendo uma careta sem querer, os dois riram é claro.

-Acho que vou pegar uma salada e um suco de kiwi. – Os dois riram mais ainda, no entanto quem falou foi o Fred.

-Você não está de regime está? – Perguntou ainda com o sorriso nos lábios.

-Acho que não preciso fazer regime. – Respondi num tom mais superior digamos assim.

-Realmente não precisa, você tem o corpo perfeito Agatha. – É claro que não foi do Fred esse comentário.

-Mas salada e suco natural é coisa de quem está de dieta. – Esse é o Fred.

-Não, é coisa de quem cuida da saúde. – Rebati. Fred se levantou e foi buscar o nosso lanche.

-Eu não disse que aquilo tudo na sala era só fachada. – A Dani comentou olhando de forma estranha para mim.

-Realmente, ele é bem diferente aqui fora. – Admiti vendo o belo homem que ele era trazendo a nossa comida, conhecendo ele como eu conhecei ontem eu podia ver que ele era uma pessoa especial. O resto era fachada.

-Salada para a madame, e sanduíche com batata para a madame. – Ele disse nos servindo, imitando um garçom daqueles filmes antigos, rimos com vontade.

-Merci. – Respondi no meu melhor francês. (Obrigada)

-Ne pas de qua. – Respondeu também em francês (não há de que)

-Vouz parles france? – Perguntei mantendo o ritimo da conversa e me segurando para não olhar para a cara de boba da Dani nos vendo falar em outro idioma. (Você fala francês?)

-Oui, et vouz? – Fiz que sim com a cabeça, e aproveitei para inclina-la em direção à Dani que agora tinha cara de poucos amigos. (Sim, e você?)

-Dá para os dois falarem no meu idioma por favor. – Pediu ela brava, logo o irmão levantou da mesa, andando até ela e acariciando os cabelos.

-Desculpe Dani, mas é que não conheço ninguém mais que fala francês por aqui, gostei de usar um pouco do meu. – Ele disse se desculpando com a irmã, uma cena incomum, via-se que os dois se davam muito bem, isso me deixa mais confusa por que não moravam juntos então??? – Que foi? – Perguntou ele olhando para mim.

-Nunca vi uma cena tão linda entre dois irmãos. – Admiti meio envergonhada.

-Você é filha única? – A Dani perguntou, sabe que a gente nunca tinha entrado nesse assunto?

-Infelizmente, bem que meus pais poderia me dar um irmãozinho. – Eu disse já rindo.

-Ter um irmão é uma das melhores coisas do mundo.- Dani disse sem largar do irmão.

Depois da nossa refeição, que foi marcada pelo companheirismo entre os dois, fomos embora, mesmo morando no mesmo prédio cada um estava com o seu carro. Meus avós me esperavam na sala, e viram que eu estava bem melhor hoje.

-Agatha meu anjo, quando sair pode deixar o celular ligado por favor? – Meu avô pediu.

-Desculpe, eu desliguei ontem e não quis ligar novamente, talvez recebesse alguma ligação indesejada. – Ele assentiu com a cabeça, entendendo perfeitamente o que eu queria dizer. Me joguei no sofá entre os dois.

-Vejo que Seatle está fazendo bem pra você. – Minha avó comentou.

-Tenho uma vida quase normal aqui. Amigos, pessoas que mesmo não sabendo quase nada de mim ainda assim são meus amigos. – Eu disse, falando nada menos que a verdade.

Na segunda depois da aula fizemos a mudança da Dani para o apartamento do Fred, agora ficaríamos ainda mais próximas. Falei com meus pais, me desculpei pelas minhas atitudes e disse também que não estava pronta para falar com o Seth, meu pai, assim como o resto da família, respeitou a minha decisão de quando eu estiver pronta eu volto a Forks para termos a nossa conversa. Por enquanto meus pais viriam me ver nos finais de semana.

Infelizmente pó Fred continuava o mesmo em sala de aula, tirando um sorriso de vez em quando que ele direcionava a mim ou à Dani. Mais uma semana completou e meus pais vieram me ver, a saudade era enorme. Antes de ir embora minha mãe quis conversar comigo, todos estavam fora de casa, a conversa era particular, algo entre mãe e filha.

-Agatha o Seth está sofrendo. E eu nem sei o por que de você partir daquela forma. – Minha mãe estava preocupada, nunca escondi nada dela, e não seria agora que eu começaria.

-Na semana passada eu liguei para o Seth, havia uma moça com ele, eu escutei a voz dela, era uma voz desconhecida. Ele negou que houvesse alguém com ele. Na sexta feira eles estavam juntos na frente da casa dele, escutei a mesma voz, era ela. Ele mentiu para mim, e estava com outra na casa dele.

-Tem certeza do que viu Ag? – Minha mãe estava tão incrédula com a minha afirmação quanto eu, seu eu mesma não tivesse visto nunca acreditaria.

-Absoluta, eu vi, e era a mesma voz que escutei no telefone. No mínimo ele mentiu para mim. – Comecei a chorar, como nunca tinha permitido alguém me ver, mas ela era a minha mãe e se eu poderia contar com alguém nesse mundo seria ela.

-Agatha, meu anjo. Não fique assim. – Ela me abraçou preocupada.

-Eu estou bem mãe. – Eu disse enxugando as lágrimas traiçoeiras que ainda saiam de meus olhos. – Quero que ele seja feliz, independente de quem está do lado dele. Só esperava que ele me dissesse a verdade, sempre.

-Agatha, eu não vou insistir para você conversar com ele, cada um tem o seu próprio tempo. Mas filha não se deixe enganar, eu sei que você o ama. – Ela disse me dando um beijinho no alto da minha cabeça. – Fique com Deus, te amo.

Então ela se foi, para onde eu queria poder ir também, os braços do homem amado, mas não apenas por questão de tempo, sim existia ainda quase cinco anos me separando de estar com alguém, também tinha a distancia, não física, mas emocional. O Seth não me pertencia nem nunca iria me pertencer, eu só poderia me contentar com a felicidade dele que me fazia feliz também..

______________________________________________________

Momento de perguntas e respostas.

AndressaCullen

Fred por que vc é tão rude na sala de aula?
porque pra mim você me parece ser carinhoso.

FRED: Eu não sou rude em sala de aula, apenas exijo respeito e atenção dos meus alunos.

AGATHA: Claro, como se ele fosse um poço de gentileza em sala de aula.

FRED: A pergunta era pra mim Srta Cullen. Como eu ia dizendo, isso não é ser rude, apenas exigente.

AGATHA: Conta outra que essa ai não colou Fred. Ou melhor Sr. Guetten. *rindo da cara dele*

FRED: Quando a pergunta for para você, você responde, agora não se intrometa.

AGATHA: Viram...isso que ele não é rude, grosso e sem paciência, alguém assim não deveria ser professor.

FRED: Pra mim já deu. Pergunta respondida.

***Quem quiser participar é mandar a pergunta direcionada ao seu personagem em forma de comentário, a resposta no fim do proximo capitulo.***