The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 33
Capítulo 3- Sky


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpa o atraso. As boas noticias são: férias! Viva!
Agora vou voltar a postar os capítulos semanalmente. O próximo sai essa sexta e ai a gente volta a como era antigamente.
Maaas, como estou atrasada, resolvi postar este aqui hoje de uma vez.
Boa leitura!



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Eu e Deuce havíamos saído da base ao redor das 8:30, (nem perguntem que horas eu tive que acordar). Aparentemente, quando se tem 13 pessoas morando sob o mesmo teto e se alimentando três vezes por dia, a comida acaba mais rápido que o normal. Eu jurava que Lucy e Jack tinham ido comprar outro dia mesmo. Mas quando Deuce foi cozinhar ontem à noite, se queixou da falta de ingredientes. Do tipo, não ter carnes, grãos, vegetais ou sequer macarrão para cozinhar. Desta forma, ele decidiu que ia hoje comprar os alimentos que faltavam e pediu minha ajuda. Já que, pelo visto, todos os outros membros da equipe estão ocupados. Kevin tem seu aniversário de namoro, Cléo está super-nervosa com o terceiro encontro com Jason e Lucy está dando apoio emocional, enquanto tenta ignorar Harry. Jack e Will tem treino e Leo anda meio esquisito nos últimos dias. Possivelmente por causa de Cléo, provavelmente não.

Mas, de qualquer forma, eu sobrei. O que não era de todo ruim. Não me importava de passar tempo extra com Deuce - mesmo que fosse comprando. Porém quando ele bateu a minha porta as 7:30 da manhã, minha opinião mudou completamente. Terminamos de nos aprontar e pegamos o carro, onde minha procrastinação começou:

— Sabe que a comida não vai criar pernas e sair correndo, né? – Disse.

— Mas você disse que era para eu te chamar assim que eu acordasse para a gente ir... – O garoto se defendeu.

— E quem acorda às sete da manhã por livre e espontânea vontade? - Devolvi.

— Desculpa por isso. Mas se quer o lado bom, teremos mais horas de sol para aproveitar do que aqueles que acordam as 10. - Ele exibiu um sorriso, ao qual eu respondi balançando a cabeça e ligando o rádio logo a seguir.

— Vou dormir no caminho então - disse apoiando minha cabeça na janela.

Ele riu mais uma vez e seguiu dirigindo. Chegamos no supermercado e eu peguei o carrinho. Deuce ia na frente, com a lista de alimentos que faltava, jogando as caixas dentro do carro. Após o que pareceram décadas, ele disse por fim:

— Faltam leite, queijo e biscoito - ele leu os últimos itens da lista.

— Até que enfim! Eu sinto como se estivéssemos aqui há horas. - Soltei

— Exagerada. Os biscoitos ficam em outra área. Eu busco o leite e o queijo e te encontro no caixa.

Eu assenti e me retirei, enquanto o britânico pegava o carrinho e ia para a área de laticínios. Segui caminhando tranquilamente por entre as prateleiras. Até finalmente chegar na área dos doces - minha favorita. Comecei a pegar uma, duas, cinco caixas... Deuce realmente não deveria ter me deixado a cargo disso. Eu ria comigo mesma enquanto enchia as mãos com mais pacotes e caixas. De repente, Deuce apareceu correndo:

— Temos que ir - ele me puxou pelo braço.

— Deuce? O que aconteceu?

— No caixa. Duas mulheres conversando sobre um ataque no orfanato. As crianças ainda estão lá dentro. E elas falaram sobre um grupo de heróis coloridos que estão no local. - Ele dizia ofegante enquanto corríamos em direção as portas.

—  Então temos que ir rápido e.… - na mesma hora, um alarme alto começou a soar - O que foi dessa vez?

Eu disse olhando para trás e percebi que já tínhamos saído do supermercado. E eu ainda estava com as caixas de biscoito na mão. O alarme na entrada começou a tocar e um segurança apareceu. Ele era bem alto e musculoso, o que seria bem intimidador para qualquer um que não tem poderes mágicos. O homem veio furiosamente na nossa direção:

— Aonde pensam que vão? - Ele perguntou.

— Por favor, são pacotes de biscoito. Eu pago - disse tentando não causar briga.

— Acham que podem burlar as regras da sociedade assim? Vem comigo - Ele disse tentando pegar meu braço.

— Até parece que é uma caixa com ouro. Eu não vou a lugar nenhum - disse revoltada com o tom que ele estava usando.

— Eu não vou pedir de novo... - Ele ameaçou.

Eu já ia responder a altura quando Deuce se posicionou na minha frente e abriu a carteira, exibindo várias notas de $100 e $50. Ele tirou uma das de cinquenta e a entregou ao moço:

— E não se fala mais nisso. Estamos com pressa senhor, desculpe o mal-entendido - e dizendo isso, ele me deu um empurrãozinho nas costas e começou a caminhar até o estacionamento.

O policial ainda admirava a nota e não questionou nossa saída, ele havia saído no lucro de qualquer jeito. Caminhamos até o carro, Deuce indo na minha frente, quase correndo. Ele tirou a chave e ligou o veículo. Estava prestes a entrar quando eu o parei:

— Você vai conversar comigo ou não? – Perguntei.

— Conversar sobre o que?

— Não sei. Talvez a absurda quantidade de dinheiro que você tem na carteira? – Disse - Me diz que você não roubou isso...

— O que? Nunca - ele respondeu ao entender o porquê de eu estar questionando. O garoto deu um forte suspiro e se virou para mim -  O dinheiro é do meu pai. Ele insere em minha conta mensalmente para as despesas da faculdade.

— Deuce - o interrompi - Você não vai a faculdade...

— Não tecnicamente. - Ele suspirou de novo - Olha, quase ninguém do grupo fala sobre como foram encontrados por Eric. O passado de um Guardião é um assunto que quase ninguém comenta. Mas eu me preocupo mais com meu presente. - Ele disse.

O garoto me encarou uma última vez, eu lhe devolvi um olhar de “prossiga” e ele narrou sua história:

— Eu acabei meus exames da educação secundaria na Inglaterra aos 15 anos e meu pai me mandou para Nova York. O plano era que eu morasse com a minha avó e terminasse os dois últimos anos da escola aqui e entrar para a universidade depois. Eu já tenho 17 e faço aniversario só em Fevereiro, então sou um pouco adiantado. Em setembro desse ano eu começo a estudar na Columbia Business School.

— Vou te pausar ai. Um, você passou nessa universidade? Uau! - Disse surpresa - E dois, por que nunca contou nada disso a ninguém?

— Sei lá. Ninguém se abria sobre seu passado. Parecia algo que todos esqueciam ao entrar na base. Então só segui com o fluxo. Mas continuando, no começo do ano meus poderes começaram a se revelar. Central Park ficou destruído alguns meses por minha culpa....

— Eu me lembro dessa reportagem. Eric saiu da base logo depois disso e voltou com você. - O cortei

— Exatamente. Eu contei a minha avó o que estava acontecendo. Não sei se ela entendeu muito bem, mas pareceu orgulhosa e deixou que eu fosse com Eric. Prometendo inclusive manter tudo em segredo dos meus pais. Depois disso fui para a base e comecei a treinar para ser um Guardião. Mas todas as noites, eu estudava para passar em minhas provas finais - ele prosseguiu.

— Por isso você saiu por alguns dias em Junho. Para fazer as provas? - Disse me lembrando do ocorrido.

Ele balançou a cabeça em afirmação:

— Eu fui bem nas provas e aceito na Universidade que eu queria. Minha família não poderia estar mais feliz… - Ele parou - Eu consegui orgulha-los pela primeira vez. Fazer o que minha irmã nunca pode... - Ele disse pensativo.

— Onde sua irmã entra nisso? - perguntei sem entender

— Ela era mais velha do que eu. Aluna brilhante, tinha sido aceita nessa mesma universidade... Mas se envolveu com o grupo de pessoas erradas e acabou se afastando de nós. Ela mergulhou na droga, álcool e tráfico. E acabou morrendo por isso. Meus pais ficaram chocados. Decidiram que isso não ia se repetir comigo. Meu pai é um empresário muito bem-sucedido, e assim que acabei minhas provas me mandou para os Estado Unidos. Não queria que meu nome ficasse manchado entre meus colegas por causa do erro da minha irmã. Quando recebeu a notícia de que eu tinha passado, eu vi pela primeira vez em muito tempo, alegria em seus olhos....

— E você não quer decepcioná-los. E também não conta sobre seus poderes por que eles surtariam ao saber que sua vida fica por um fio sempre que você luta….

Ele assentiu tristemente. E enxugando as lágrimas disse:

— Mas, nós temos mais problemas para resolver. O orfanato e tudo mais....

— Deuce.... – Eu disse ao ver sua tristeza e lhe dei um forte abraço - Fico feliz que tenha me contado.

Ele retribui o abraço. Afundando a cabeça em meu obro e com suas lágrimas ainda escorrendo. Depois de um tempo, ele afastou-se e abriu um leve sorriso:

— Obrigado por ouvir. Fico feliz de ter contado isso a alguém que não seja Eric. De qualquer forma, eu já conversei com a Universidade. Eles vão me deixar estudar em casa e ir para lá somente nos dias das provas.

— Entendo... O planos perfeito para viver uma vida dupla... - Opinei.

— Algum dia eu vou conseguir falar com eles - ele disse entrando no banco do passageiro.

Eu ocupei o do motorista e comecei a dirigir:

— Bom, no dia que você resolver contar, eu te ajudo. – Disse.

— Obrigado. Fico feliz em ter uma amiga como você... - O inglês exibiu um sorriso.

— Obviamente - eu disse acelerando.

— Claro que você ia falar isso. Não seria você se dissesse outra coisa.

— Naturalmente. Agora, o que será que aconteceu no orfanato? - Disse mudando de assunto.

— Provavelmente Thea e Elize de novo - ele respondeu enquanto eu fazia uma curva - Agora que não podem mais atacar a base.

— Então é melhor ativar as roupas - opinei.

— Way ahead of you! - Deuce disse tocando seu dedo no relógio e liberando uma folha, seu traje surgiu imediatamente.

Eu toquei meu anel na mão esquerda e o incendiei, fazendo com que o meu aparecesse também.

Segui dirigindo pelas ruas, até finalmente virar na entrada do orfanato. Chegando lá, um dos carros da base estava de cabeça para baixo e completamente destruído. Will e Kevin estavam de pé, encarando Paloma, Elize e Thea do outro lado. No chão, uma garotinha se encontrava próxima a Jack, completamente ferida e desmaia. Próximo a Will, outra garota estava, também inconsciente, no chão. Esta já parecia ter nossa idade.

— Pelo visto chegamos na hora. - Ele disse abrindo a porta e saindo.

— Alguém precisa de reforços? - Disse saindo do carro e jogando as chaves para Jack.

— Vocês não tem ideia do quão feliz eu estou em ver vocês! - Kevin nos disse em alivio, com um sorriso no rosto.

— Nem precisa - Deuce disse invocando seus cipós.

Com seus poderes, ele enroscou Paloma e Elize. Mas Thea usou suas habilidades e reapareceu na sombra de Jack. Este se abaixou e Kevin lançou um raio de Luz em Thea, que foi lançada na direção oposta.

— Jack. Você e Will levem as feridas para o hospital. Nós três assumimos daqui - o inglês disse a Jack após ver mais de perto as feridas das duas garotas.

Também notamos a preocupação na cara de Will, o que nos levou a concluir que as duas eram pessoas importantes para ele. O melhor seria que ele fosse junto para se acalmar e garantir que tudo ia ficar bem. O loiro assentiu e pegou a mais nova nos braços. Will carregou a outra e os dois correram para o carro. Jack deu partida no veículo e, em poucos segundos, os dois sumiram do nosso campo de vista.

— Somos três contra três - Kevin disse.

— Mas e as crianças dentro do orfanato? - Deuce perguntou preocupado.

— Elas não estão atrás delas e.... - Kevin disse, mas foi interrompido.

— Vocês sempre nos vencem em número. Mas um dia, estaremos em uma luta um contra um. E essa, será o dia do seu fim, Kevin! - Thea disse se levantando e entrando nas sombras. Ela surgiu ao lado de Elize e Paloma.

— Como ela...? - Deuce ia perguntar, mas preferiu deixar isso para depois.

Thea envolveu as três em sombras e saiu com um sorriso.

— Elas sabem seu nome? - Eu perguntei, bem menos discreta do que Deuce, assim que a poeira abaixou e nossas inimigas desapareceram.

— Pois é... agora sabem - o loiro respondeu.

— Por que saíram assim? - Deuce perguntou.

— As três já apanharam o suficiente, e vocês dois estão novos em folha. Ganharíamos fácil...

— Boa observação – admiti - Deveríamos ir antes que as crianças saiam e a polícia apareça...

— Não podemos deixar evidência para trás - Deuce apontou para o carro.

— Jack vai me matar- eu disse incendiando uma das mãos e lançando uma bola de fogo no carro, que explodiu em seguida. - Sem evidência para a polícia e sem carona pra casa. Já podemos ir?

— Eu vou indo na frente, se não se importam. Preciso pensar sobre algo importante - Kevin disse e começou a correr depois que assentimos

— Espero que ele fique bem... -  Deuce disse ao ver o amigo usar sua super-velocidade e sumir de nossas vistas.

Kevin chegou bem mais rápido, e isso que estava cansado por causa da luta. Eu imagino o quão rápido ele pode ir quando está em sua melhor forma. Eu e Deuce atravessamos o parque e subimos a colina até a base devagar, enquanto eu pensava na história que ele contara. Pensava no passado de cada um dos Guardiões. O de Deuce é mais uma questão de problemas no presente. Mas para a maioria de nós, o passado era o que realmente nos assombrava e nos perturbava até hoje. Eu subia a colina pensando se algum dia, serei capaz de compartilhar o meu...

TRIIIIM.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque de meu celular ao chegarmos próximo ao topo:

— Quem é? - Deuce perguntou.

— Jack - respondi.

— Esperemos que não sejam mais más notícias... - Ele disse esperançoso enquanto eu apertava em “atender chamada” e torcia pelo melhor


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Notas finais do capítulo

Até sexta!



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