The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 27
Capítulo 3- Jason


Notas iniciais do capítulo

Mais um novo capitulo para vocês. Esse aqui também é narrado por um personagem que não tinha falado até agora e com isso, todos nossos personagens do "lado do bem" ganharam um POV. Yeeey!!!
Boa leitura!!! XD



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Eu observava a distância, enquanto os cinco heróis deixavam minha sala de estudos para atender o último chamado que soara no Templo. Não tinha ideia de quem invadiu nossa base, ou sequer como a encontraram. O templo estava oculto no topo de uma das colinas, protegido por uma mágica barreira, apesar de ela não tenha sido feita com o intuito de proteger-nos contra ataques, ela nos esconde do mundo exterior. E para Eric, isso importa muito. Segundo ele “a identidade é algo muito importante, pois está revela nossas fraquezas ao inimigo”. Essas foram suas exatas palavras antes de ele decidir dar um upgrade nos uniformes da equipe. Não é que eu não concorde com ele, mas ainda acho que teria sido mais útil colocar uma barreira de proteção na base, ao invés da que temos. Desta forma, esse ataque não estaria acontecendo. Mas assim que eu sugeri a ideia, ele disse que precisaríamos das duas barreiras levantadas ao mesmo tempo, e isso requer muita magia e experiência. Magia e experiência que eu ainda não havia adquirido.

Bom, pelo menos temos uma excelente equipe do lado de fora que com certeza vai expulsar nossos invasores sem delongas. Dirigi-me calmamente até a janela do quarto para ter uma vista melhor.  Minha miopia me impedia de ter a melhor visão da batalha (meu grau deve ter aumentado de novo), mas mesmo com a dificuldade de enxergar, consegui ver Kevin, Leo, Deuce e Sky do lado de fora. Todos com suas roupas e objetos - que eu ainda não acreditava que tinham realmente funcionado. Sentia como se esse fosse um salto nos meus talentos como feiticeiro. Eu me juntei a equipe na mesma época que Sky, era mais jovem e com bem menos experiência, além de estar assumindo a posição de outro feiticeiro que vivia na base antes de mim. Nos primeiros meses, o Templo vivia bagunçado devido a meus experimentos com magia. Já cheguei a transformar o telhado em pássaros e o chão em algodão-doce (nem perguntem o porquê). A questão é, minha magia nem sempre foi a mais confiável e os outros ainda pensam duas vezes antes de me pedir esse tipo de ajuda. Mas sinto que, recentemente, tive uma melhora significativa. Talvez agora eu seja finalmente melhor que o antigo feiticeiro, e os outros comecem a confiar mais em mim.

Mas por que eu estou pensando nessas coisas numa hora dessas? Balancei a cabeça, afastando esses pensamentos. Afinal, todos da equipe são meus amigos, e por mais que eu tenha errado várias vezes, eles ainda acreditam em mim. Como Deuce e Kevin, que me pediram por ajuda há pouco tempo. E Will que se voluntariou para testar meu experimento. Não há por que eu ser tão inseguro. Com o apoio deles, tenho certeza que chegarei a ser tão bom quanto o velho feiticeiro da base. É só uma questão de tempo. E falando em tempo, me pergunto como estará indo a luta do lado de fora. Será que eles já expulsaram os inimigos?

Voltei a encarar a janela, e vi Lucy com as mãos no joelho recuperando o fôlego. Deuce corria para alcançá-la. Mas, Lucy? Eu tenho certeza de que, da última vez que chequei, haviam apenas quatro Guardiões do lado de fora. Além do mais, a Guardiã da água estava com sua roupa azul vestida, e ela não havia vindo ao meu quarto hoje de manhã recolher o objeto. Pelo contrário, Cléo pegou os brincos e disse que os daria a ela. Olhei ao lado de fora mais uma vez… Onde está a Cléo?

Nesse exato momento, uma forte luz iluminou-se ao fundo do quarto. Era uma magia de teleporte, eu reconheceria uma dessas em qualquer lugar. O portal parou de girar, e dele saíram Cléo e outra garota. Cléo estava amarrada por uma corda, e a segunda pessoa mexia os dedos para que esta lhe apertasse ainda mais.

— Você… - as palavras não saiam - Você também e feiticeira? - perguntei espantado, falhando em esconder meu susto.

— Paloma. E essa é a terceira vez que eu me apresento hoje. - A garota respondeu tirando uma mexa de cabelo do ombro - E você deve ser o tal feiticeiro da base?

— Do Leste! - Respondi. - E o nome é Jason.

— Feiticeira do Sul. Prazer te conhecer - ela disse apertando a corda ao redor de Cléo ainda mais.

Ela me encarou com seus enormes olhos azul-céu, como se estivesse pedindo para que eu pensasse em algo rápido. Eu precisava descobrir o que a tal Paloma queria, para que Cléo não tivesse que sofrer as consequências.

— Espera ai. Vamos resolver isso de feiticeiro para feiticeiro. Não precisa envolver ela nisso - eu disse.

— Concordo. Ela e só uma segurança de que você vai fazer o que eu mandara. – A morena falou.

— E isso seria...?

— Retirar a barreira. Eu faria isso por minha conta, mas a magia utilizada só pode ser desfeita por quem a lançou. No caso...... você! - ela fez uma pausa antes de pronunciar a última palavra.

Meu cérebro entrou em colapso absorvendo essa informação. Como eles nos encontraram era simples: ela detectou a magia da barreira e veio até nós. Com um feiticeiro do lado deles isso é possível. E eu sei que a barreira tem esse “defeito”, mas eu nunca achei que isso fosse nos incomodar. Por que “defeito”, vocês perguntam? Por que eu não fui o responsável por cria-la, o antigo Feiticeiro da base foi. Mas ele foi exilado há uns tempos e não pode voltar ao menos que alguém anule o feitiço de banimento.  Adicionado a isso, ela pensa que eu criei a barreira, mas eu realmente não posso desfaze-la. É como ela mesmo disse, apenas quem a criou tem esse poder.              

— Você entendeu errado, eu não fui o criador da barreira, o antigo Feiticeiro foi. Não posso desfaze-la. - Tentei me explicar desesperadamente.

— Você tinha que optar pelo jeito difícil, não é? - ela disse sem acreditar na minha história.

Paloma começou a conjurar em uma língua antiga, no caso definitivamente não era latim. Uma fumaça rosa claro surgiu em suas mãos e ela lançou a magia em mim:

— Uou! - Eu gritei enquanto a magia me envolvia e me fazia ajoelhar no chão. - Argh.

A seguir, ela tocou uma das mãos no ombro de Cléo, por onde parte da corda passava.

— Resumindo - a garota se virou para mim com um sorriso - Você tem 7 minutos para desfazer a barreira antes que a corda completamente se enrole em sua amiga e a sufoque até a morte. Cada minuto que se passa, a corda fica mais apertada...

— Espera ai - eu me levantava com dificuldade, lutando contra sua magia - Você não entende… Eu não posso desfazer a.....

— Bom, você e quem sabe. Nós nos vemos por ai, “feiticeiro!” - Ao pronunciar essas palavras, a Feiticeira se envolveu em uma fumaça de teleporte e desapareceu juntamente com Cléo.

— Nããão! - Gritei, mas já era inútil. As duas sumiram e a magia que me envolvera se foi.

“O que fazer, o que fazer?” ou melhor, havia algo a ser feito? Coloquei as mãos na cabeça e comecei a me desesperar novamente. Esse é bem o tipo de coisa que acontece comigo. A primeira garota que aceita sair comigo acaba enrolada em uma corda e eu tenho 7 minutos para salvá-la. Pior. Bem no dia em que íamos ter nosso segundo encontro. E ainda pior, o único jeito de salvá-la é desfazendo uma barreira que eu não posso quebrar por que não fui o responsável por lançar o feitiço!

A situação não estava boa, definitivamente desesperadora. Eu precisava de um plano rápido. Olhei no meu relógio de pulso: 6 minutos restantes. “Foco, Jason” eu disse a mim mesmo. Não podemos nos desesperar nessas horas, pelo contrário: temos que achar a solução mais plausível para a situação. E no caso essa seria desfazer a barreira ou.... Ir lá em baixo tretar com a Feiticeira. O que, acreditem, não é uma ideia que me agrada. Ela parece mais velha e bem mais experiente do que eu. O único jeito seria ter outro feiticeiro ao meu lado que pudesse ter uma luta justa contra ela. Não. Essa é outra ideia idiota. O único outro feiticeiro que eu conheço havia sido exilado da base e o Templo é protegido com uma magia que o impede de voltar. 5 minutos.

Eu estava começando a ficar sem ideias. O mestre nunca me perdoaria se eu quebrasse a magia de exilamento e o trouxesse de volta para a base. Mas ao mesmo tempo, esse era o único jeito de salvar a Cléo. 4 minutos. O tempo estava correndo pelos meus dedos mais rápido que areia. Não tenho mais minutos a perder, salvar uma vida é definitivamente prioridade.

Com minha mente decidida, corri para minha escrivaninha. Primeira gaveta, livro “encanto em animais”. Abri a capa e lá estava um pedaço de pergaminho velho. O recolhi e abri rapidamente: “Feitiço de Exilio”. Acreditem quando eu digo, vocês estão tão surpresos quanto eu por saber que existe um feitiço para isso! Desenrolei a folha de papel e a abri em minha mesa. O feitiço se encontrava em uma letra apressada e quase ilegível. Mas é assim que a maioria dos livros aqui está escrito, nada com que eu não pudesse lidar. 3 minutos. Arregacei as mangas e comecei a pronunciar as palavras em latim (pode deixar que eu traduzo):

                        “Correntes do isolamento, cajado da perdição

                               Libere o exilado da terrível maldição

                                       Traze-lo neste momento

                                            Ao proibido terreno

                     E que o feiticeiro retorne a quem a prisão lhe abole!”

 

Por um breve momento, um silêncio se instalou no cômodo, mas este foi interrompido por uma súbita luz. Todo o quarto se iluminou, e a forte luz me cegou. Cobri meus olhos e me escondi atrás da mesa, enquanto os quatro ventos formavam um redemoinho em meu quarto de estudos. Os livros nas prateleiras começaram a balançar, e as folhas avulsas em minha mesa saíram voando. O redemoinho se iluminou ao ficar mais forte, brilhando com todas as cores do arco-íris. A luz se intensificou mais uma vez, até que por fim, sumiu. O vento parou, dando lugar ao som de folhas caindo. Respirei profundamente antes de levantar-me devagar. Observei ao outro lado da mesa, onde o redemoinho se encontrava. Este havia sumido para dar lugar a uma figura masculina, que se posicionava de costas para mim.     

— Eu consegui! Consegui mesmo - eu gritei em comemoração - ...Consegui trazer o maior babaca da história de volta a nossas vidas. - terminei com desanimo.

A figura virou a cabeça lentamente para mim, exibindo um enorme sorriso. Enquanto eu checava meu relógio uma última vez, vendo quanto tempo eu tinha para explicar a situação: 2 minutos. E com um último suspiro, me aproximei do garoto, enquanto rezava para que Cléo ainda estivesse viva lá fora.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês na próxima sexta!



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