The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 1
Will


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, bem-vindos a minha fic. Espero que gostem e aproveitem a história.
Deixem comentários no final para eu saber o que pensam.
E por favor, leiam pelo menos os 6 primeiros capítulos antes de desistirem.

Obrigada, aproveitem
bjss



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— Corre Will, desse jeito eu vou te vencer de novo! - Stacy disse mostrando a língua para mim.

Enquanto corríamos naquela noite, eu pensava em como contaria a ela que o orfanato me mandaria a um lugar para os maiores de idade. Isso lhe partiria o coração. Como poderia eu deixar minha irmã caçula sozinha? Havia sido apenas nós dois, desde sempre. Não sei como ela iria aceitar, tampouco sabia se eu conseguiria me adaptar a uma vida sem suas provocações e irritações. He! Mal sabia eu que naquela noite, muito mais do que uma mudança de orfanato iria acontecer, e que isso iria mudar completamente o rumo da minha vida!

Certo, tudo começou em uma fresca noite de verão. Stacy ganhara de mim novamente na corrida que apostamos desde a colina até o orfanato.

— Ha! - Ela disse vitoriosa recuperando o fôlego - Eu disse que ia ganhar de você!

— Ah é? E o que me diz disso? - Eu disse fazendo cócegas na pequena.

—Ei! – ela se contorcia de tanto rir - Isso não... é jus-t...- ela tentava terminar sua frase, mas não conseguia parar.

 De repente: BLAM! A porta do orfanato se abriu. E de lá saiu uma garota com cabelos negros e ondulados. Seus olhos escuros e sombrios me repreendiam e perfuravam minha alma. Tinha que ser ela, a maior bully agressiva de todo o orfanato. Não ia demorar muito para ela me metralhar com perguntas e pegar meu dinheiro... Mentira, galera! No nosso orfanato nem sequer tem alguém assim. Aquela não era ninguém menos que minha melhor amiga: Natasha (ou Nat para os íntimos). A descrição da aparência dela é assim mesmo. Ela é metade latina, então faltou o detalhe que a pele dela também é um pouco bronzeada. Mas em personalidade ela não é nada do que eu falei até agora. Ela é gentil, engraçada, muuuito sarcástica e adora tirar uma com a minha cara! Ela havia chegado ao orfanato ao mesmo tempo que eu e Stacy. E desde a primeira vez que conversamos já a vi como minha melhor amiga. Ela sabia de tudo sobre mim, inclusive sobre a minha transferência para um orfanato de maiores de 18, o que aconteceria no meu aniversario dali a um mês.

— Vocês dois sempre se atrasam para o horário de recolher - Ela se virou para nós e disse com um tom um pouco repreensivo.

— Bom te ver também, Nat! - Eu disse esbanjando um sorriso.

— Melhor pra mim, que irei para a cama como vitoriosa, bobão! - A caçula disse. Cara, como ela era competitiva!

— Vocês são dois bobos. E ainda dizem que os latinos é que não são bons com horários! Entrem logo antes que a senhora Cavanaugh perceba o atraso de vocês! - Ela disse entrando na imensa mansão. 

Eu e Stacy entramos correndo logo atrás dela. Se existe uma coisa em que ambos concordamos é que não queremos deixar à senhora Cavanaugh zangada. Ela era dona da mansão e a havia transformado em um orfanato quando seu marido faleceu. Era uma senhora bondosa e alegre na maior parte do tempo, mas sua personalidade muda completamente quando se trata de horários!

O orfanato era enorme: consistia de uma imensa cozinha, uma sala de jogos, outra de televisão e uma de leitura. Isso sem contar com os dois andares de cima. No segundo piso se encontravam os quartos femininos e no terceiro, os masculinos. Eu demorei um tempo para me localizar nos imensos corredores e escadarias do local quando tinha acabado de me mudar para lá. Mas acho que depois de 10 anos vivendo aqui você se acostuma!

     ***

Depois de tomar banho, Stacy se dirigiu diretamente para a cama após me desejar boa noite. Resolvi ir me deitar também, afinal, havia sido um longo dia e minha cabeça estava cheia de pensamentos que eu precisava esvaziar. Deixei o quarto de Stacy e enquanto me dirigia silenciosamente ao meu quando Nat apareceu no corredor:

— Own! Saiu da cama para vir me dar boa noite também? - Eu disse, claramente avacalhando-a, já que ela obviamente estava indo retornar um copo d’água para a cozinha.

— Não. Mas agora você ganhou a honra de me fazer companhia até lá embaixo, besta! - Ela disse me dando leves empurrões nas costas em direção as escadarias.

Descemos os degraus provocando um ao outro e quando ela terminou de lavar o copo, se virou para mim e disse:

— Will, você sabe que tem que falar com ela, né?

— Eu? Como sabe se eu já não falei? - Devolvi meio que por impulso. Mas ela apenas respondeu com um olhar desconfiado e levantou uma sobrancelha, como sempre faz quando sabe que eu estou mentindo e quer que eu diga a verdade. Às vezes eu odeio o fato de não conseguir esconder nada dela! – Certo, eu não contei ainda!

—Will! - Ela disse - Quanto mais tarde você disser, menos tempo vai dar a ela de se despedir!

— Eu sei. Eu sei!

— Eu sei que você sabe, cabeção. Mas você nunca faz!

— Sei que você tem razão. E por isso, decidi que vou contar pra ela amanhã!

— É sério mesmo? - Ela disse levantando ainda mais a sobrancelha com uma cara de surpresa que nem ela conseguiria esconder.

— Seríssimo. Chega de ocultar coisas dela!  Afinal, ela vai descobrir mais cedo ou mais tarde...

— Fico feliz de finalmente ouvir uma resposta sensata vindo de você! - Ela disse brincalhona – Promete que amanhã você fala? - Falou me estendendo o mindinho, sempre fechávamos nossas promessas assim.

— Prometido! - Eu disse cerrando a promessa com meu mindinho.

— Muy bien! - Ela exclamou - Agora se me permite, a conselheira aqui precisa ir dormir - ela disse me beijando a bochecha para me desejar boa noite e saindo pela porta da cozinha.

— Até amanhã, Nat!

— Até! - Ela disse subindo as escadas e saindo do meu campo de vista.

Decidi ir ao meu dormitório também. Já estava tarde, e eu teria uma importante missão amanhã: dar a triste notícia a Stacy. Entrei no meu quarto ainda com esse pensamento em mente e apaguei as luzes. O quarto estava escuro e silencioso, o que deixou meus pensamentos ainda mais altos. Tão altos que eu demorei a notar uma sombra que se movia na escuridão.

— Quem está aí? - Eu disse quase gritando, porém ninguém respondeu. Mas eu juro que um vento forte tinha acabado de passar por mim e as janelas e porta estavam fechadas. Ou talvez isso tudo fosse realmente só parte da minha imaginação. Resolvi ignorar e voltar a dormir, mas uma força do nada me acertou e me atirou contra a parede!

Levantei rapidamente e fui o mais depressa que pude em direção ao interruptor. Assim que liguei as luzes eu a vi, uma garota que aparentava ter não mais que 15 anos. Sua pele era pálida como a cera, seus cabelos eram pretos como carvão, e seus olhos, escuros como a noite. Ela estava no canto do meu quarto, próxima a minha cômoda. Ela levantou o olhar e me encarou. Sua simples presença fez minhas pernas paralisarem de medo, principalmente pelo fato dela ter acabado de tirar sua mão direita de uma sombra. O que?

— Quem e você? - Eu consegui finalmente falar depois de alguns minutos paralisado.

—Eu? - Sua voz parecia tímida, como um sussurro. Mas ecoava como um trovão na tempestade - Já fui chamada de vários nomes, mas o mais utilizado atualmente é Thea, a Guardiã das sombras.

— Will, muito prazer! - Eu disse por impulso tentando processar o que ela tinha dito.

— Você não parece uma ameaça, lembra mais um gatinho assustado. Uma pena, eu esperava uma noite divertida! - Ela disse com uma risada medonha - Bom, veremos até onde a luz vai te proteger! - Ela urrou um grito de ataque, e uma mão em posição de soco feita de sombras veio em minha direção e me arremessou longe.

A porta do meu quarto se quebrou e eu fui arremessado para o outro lado do corredor. Levantei rapidamente e sai correndo e gritando por ajuda, mas a probabilidade de me ouvirem era baixa, já que uma tempestade havia começado a cair do lado de fora.

 A princípio eu achava que a garota era só uma alucinação. Mas ela me arremessou contra a parede duas vezes em menos de 10 minutos e agora vinha correndo atrás de mim com uma determinação incrível. Putz! Como era rápida! Mesmo com a escuridão da noite me impedindo de enxergar muito bem, eu conhecia aquele orfanato como a palma da minha mão então não foi difícil me locomover pelo imenso casarão. Atravessei o orfanato e desci as escadas em direção à área dos dormitórios femininos. “Por favor, que a Nat me escute! Por favor, que a Nat me escute! ” Era tudo o que eu conseguia pensar. Mas, mesmo que escute, o que ela faria contra alguém que controlava as sombras? Meu coração batia cada vez mais rápido, e minhas pernas não descansavam nem um segundo. Assim como meu pulmão, que eu continuava a usar para gritar por pedidos de socorro que não estavam sendo atendidos.

— Parece que eu me enganei. Matar você não vai ser tão rápido e tedioso como eu pensei - a garota continuava a correr atrás de mim. Matar? O que raios eu tinha feito para merecer isso? Eu nem sequer conhecia aquela menina.

— Socorro! Alguém! - Eu gritava a plenos pulmões sem cessar. Alguém precisava vir me ajudar! Qualquer um!

— Iá! - Ela perdeu a paciência comigo, e lançou uma sombra que agarrou meu pé e me fez cair de cara no chão.

— Ouch. - Eu disse me virando pronto para correr novamente. Mas já era tarde, a garota estava com a mão apontada para o meu peito, provavelmente preparando uma carga de sombras para me matar ou algo do tipo.

De todas as vezes que eu pensei em como iria morrer, nunca imaginei que seria assim: sozinho, mesmo no lugar onde eu mais me sentia seguro. E morto por uma dona esquisita lança-sombras! Bom, acho que existem jeitos piores de partir.... Eu fechei meus olhos, me preparando para o pior quando escutei uma voz vinda de trás da mulher das sombras:

—Will? O que tá acontecendo? - Essa não. Stacy! Eu gritei o mais alto que podia:

— Stacy! Sai daqui. Corre! - Mas a garota sombria se virou para minha irmã, que assim que viu o rosto dela deixou seu bicho de pelúcia cair no chão e fez uma cara de espanto (e sim, minha irmã dorme com um ursinho de pelúcia até hoje. Fazer o que?).

— Hum. Então a garota é importante pra você? - Ela disse apontando a mão para minha Irmã.

— Não! - Eu gritei, mas já era tarde demais. Outra mão de sombra jogou minha Irmã pela janela de vidro. – Stacy! - eu gritei com lágrimas nos olhos.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH- eu ouvi minha irmã gritar enquanto era arremessada pela janela.

NÃO. Ela não. Quem é essa mulher, e o que ela quer? Primeiro me persegue querendo me matar e logo tira a última pessoa da minha família que me restava.

— E agora você! - Ela se virou para mim mais uma vez e se preparou para desferir seu ataque final.

Meu coração não sabia se batia com raiva, medo ou tristeza. Mas engoli todos esses sentimentos e olhei fixamente em seus olhos. Se for assim que minha vida ia acabar então que assim seja.

 - Até mais, “Will”— ela disse gozando de meu nome. Ela ia lançar seu ataque final quando:

— Hey! Por que não pega alguém do seu tamanho? - Uma voz masculina ecoou do fundo do corredor. Eu não podia acreditar, seria ele quem iria me salvar? Mas espera, e se fosse outra pessoa querendo me matar também? Eu torcia pela melhor das opções, enquanto escutava passos pesados vindo correndo em nossa direção.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo!
Deixem os comentários abaixo e me digam o que opinam!

(Agradeço a minha beta por acentuar tudo da língua portuguesa por mim, já que meu computador não me permite tais feitos. Eu: De nada)

:)



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