Capítulo 27 – In The Armys of an Angel

Nos braços de um anjo

- Jacob? Como está Bella? – Renée perguntava.

- Eles vão ter que iniciar o parto. Ela tem uma hemorragia interna e o sangue não pode entrar em contato com os bebês.

- Minha filhinha. – Ela soltou algumas lágrimas.

As horas iam se passando e um obstetra e dois cirurgiões iniciavam a cesariana que Bella teria que fazer. A anestesia geral havia sido dada e quase que instantaneamente, Bella dormiu. Logo após a assepsia, um bisturi já percorria o espaço em seu ventre e um par de mãos afastava e o primeiro bebê era retirado.

Era um menino, que iria receber o nome de Edward Cullen, afilhado de Rosalie Hale e Emmett McCarty.

A segunda bolsa foi estourada e logo um par de mãos retirou uma menina, Renesmee Carlie Cullen, afilhada de Alice McCarty e Jasper Hale.

Os dois bebês foram colocados nos braços de duas enfermeiras, que imediatamente, os limparam e colocaram na incubadora. O obstetra fez as pesagens e medições das crianças, enquanto o cirurgião geral tentava estancar a hemorragia.

- A pressão está caindo! – A enfermeira chefe exclamou. – O sangue está começando a afinar.

- A hemorragia vai piorar e não vamos conseguir. Precisamos de um coagulante agora! – O cirurgião exclamou.

(...)

Charlie e Carlisle já estavam no hospital cerca de duas horas depois do acidente. Eles estavam esperando Renée e Esme que estavam à caminho. A sala de espera estava lotada e o clima era tenso. Jacob tinha suas mãos apoiadas no joelho e seu rosto manchado por lágrimas secas, quando a voz de Bella ecoou em sua mente, lembrando-o de alguns dias atrás.

Eu... Quero que você seja o tutor legal dos meus filhos, caso aconteça alguma coisa.

Você sabia que algo ia acontecer, não é, Bella? Jacob disse para si mesmo. Você sabia que algo estava para acontecer. Ele teimava mentalmente. Ficava cada vez mais arrasado. Nunca pode ter Bella da forma como quis, mas também, nunca quis prejudicá-la, ao contrário, ficava feliz se ela estava feliz. Esse era o Jacob, sempre a colocava na frente. No dia anterior, havia ficado surpreso com a visita de Bella em seu escritório na Wineworth.

Flashback.

- Sr. Black, uma Isabella está aqui.

- Mande-a entrar, Lauren. – Ele disse.

- Oi Jake! – Bella abraçou-o. – Os papéis chegaram.

- Ah claro. Vou assinar. – Ele falou puxando uma caneta do bolso e assinando numa caligrafia quase legível.

Fim do Flaskback.

Aquele tinha sido o último abraço que ela lhe dera...

- Jacob. – Victoria sentou-se ao lado dele. – Por favor, não fique assim.

- Eu a amava, sabia. – Ele desabafou. – Mas fui amigo o suficiente para cuidar dela e deixá-la com Edward. Alguns anos depois, ele a deixou e agora... Por que acho que ela também vai me deixar?

- Ela me contou que você é o tutor dos filhos dela. – Vic sorriu. – Vão ser crianças lindas.

- Vão mesmo.

- Onde eles vão morar? – Vic perguntou.

- Em Forks, ou com Charlie ou com Carlisle. – Ele sorriu triste.

- Mas você vai cuidar bem deles, não vejo pessoa mais honesta e bondosa que você.

- Obrigada, Vic. Você também é uma boa pessoa. – ele recebeu um abraço singelo e percebeu que nem tudo estava perdido.  – Mas mesmo assim não posso deixar de ficar triste...

- Eu sei, eu também estou. Bella é uma pessoa maravilhosa. – Vic sorriu.

Algumas horas depois, o obstetra saiu da sala de cirurgia e chamou a todos para que fossem até o berçário, onde era possível ver dois bebês numa incubadora. Charlie soltou lágrimas, bem como Carlisle e Esme – que havia chegado quase no fim da tarde, trazendo algumas roupas de Charlie e Carlisle.

- Por que eles estão na incubadora? – Emmett perguntou.

- Porque são prematuros e ainda precisam de cuidados. –O obstetra disse. – Mas será por pouco tempo. Creio que no fim de semana já estarão liberados.

- E quanto a Bella? – Charlie perguntou.

- Ela ainda está na sala de cirurgia...

- Fale, doutor. Fale a verdade. – Charlie pediu.

(...)

Angel – Katherine Jenkins

“Gaste todo o seu tempo esperando por uma segunda chance,

Por uma mudança que resolveria tudo no fim do dia.

Sempre há um motivo para não se sentir bom,

E é difícil, não é?

Talvez esta noite, eu encontrei alguma paz...”

- Edward, você precisa ir buscá-la. – O Arcanjo Gabriel disse ao anjo.

- Preciso? Ela não pode voltar?

- Não. Só alguns podem voltar, agora não é a hora. Vá buscá-la, Edward. – O Arcanjo disse novamente.

(...)

“Nos braços de anjo, voe para longe daqui.

Deste escuro e frio quarto, e da escuridão que você teme.”

Às seis horas da tarde, quando Charlie estava com Renée no quarto do hospital, o cirurgião que cuidara de Bella entrou. Ele nada disse, porque naquela hora, não podia ser dito nada além da verdade, mas nem ela própria foi preciso ser dita. Como se seu peito fosse esmagado por algum martelo, Renée percebeu que o médico entrara ali não para dar uma notícia boa, mas para lhe dizer...

- Sinto muito. Ela não resistiu.

Na sala em que a cirurgia fora feita, só restava o corpo de Bella, coberto pelo lençol branco. Uma pequena luz brilhou e agitou aquele ambiente tenebroso. Edward desceu até a sala e tomou a mão de Bella, que despertara.

“Você está nos braços de um anjo, talvez você encontre algum conforto ali.”

- Edward? Onde estão meus filhos? Minha filhinha e o meu bebê? – ela perguntou desolada, só então, percebeu que estava em pé e que em cima da mesa cirúrgica, jazia seu corpo, agora sem vida.

- Sinto muito, amor. Você não vai poder ficar pessoalmente com eles. Por um pequeno percalço... Sua hora chegou rápido demais. - Ele disse cuidadosamente.

Bella não sorriu e nem chorou, apenas virou-se e andou pelos corredores do hospital, até chegar ao quarto que sua mãe estava. Ao ver a cena, ficou desolada. Como? Ela se perguntava. Então, passou pela porta e pairou em frente aos dois casais. Edward apareceu ao seu lado, sempre com sua expressão serena e gentil. Foi então, que Renée viu a filha.

- Bell? – Ela perguntou chorosa, ao notar que Edward também estava ali.

- Me desculpe, mamãe. – Bella respondeu. – Cuide da Renesmee e do Edward. Eu vou estar sempre por perto. Nós vamos.

- Oh, Bella... – Charlie chorou e não conseguiu dizer mais nada.

- Eu amo vocês. Todos vocês.

Dizendo isso, Bella virou as costas e deu as mãos para Edward, então, os dois flutuaram juntos para um lugar paradisíaco. Lá não havia tristeza, de nenhum tipo. Um clima agradável e familiar pairava. Então, mais distante, Bella viu que não havia só ela ali, havia poucos, eram os poucos que continuavam olhando por aqueles que mais amavam.

“Nos braços de anjo, voe para longe daqui.

Deste escuro e frio quarto, e da escuridão que você teme.

(...)

Você está nos braços de um anjo, talvez você encontre alguma paz.”