Texting escrita por Sorvete de Limão


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Hello hello
Mais uma one Jily :3
Inspirada no seguinte plot do fanctions: "uma fic que lily evans encontra o celular de sirius black, e fica conversando com um tal de james potter até entregar o celular para o dono" com apenas algumas alterações.
Espero que gostem. Boa leitura!



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Todo dia quando o despertador me acorda, eu pergunto a mim mesma se eu preciso ter um diploma.

Infelizmente, eu preciso.

Eu preciso, mas eu acho que posso ficar mais uns cinco minutos aqui na cama. Eu não gosto do meu professor mesmo, nem é uma matéria tão importante assim...

— Café tá pronto! Quem quer vem logo, quem não quer não vem.

Ingenuidade minha pensar que poderia ficar cinco minutos quieta e deitada. O que eu estava pensando? Eu divido esse apartamento com mais três garotas.

Me levanto e calço minhas pantufas, passo direto pelo espelho porque não quero ver o estado do meu cabelo. Passei a noite anterior estudando para a terrível prova de Direito Civil - que aconteceria dali a duas semanas - e esqueci-me de prender o cabelo, quando me arrastei da escrivaninha para minha cama. Consequentemente, ele está um ninho hoje.

— Cadê o café? – eu pergunto ouvindo a minha voz sair arrastada.

— Sinto muito, Lily, você demorou demais. – Marlene disse. Peguei a garrafa térmica que se encontrava vazia.

— Como assim?

— Bom, aparentemente alguém se esqueceu de ir ao mercado ontem e só tinha um restinho de pó de café. – Dorcas fala me olhando com os olhos estreitos.

Eu que tinha que ir ao mercado ontem.

— Ah eu esqueci. – me sento nas cadeiras altas em frente à bancada da cozinha e deito minha cabeça na bancada sobre meus braços. – Esse curso tá me matando. Eu acho que eu vou morrer até o fim desse semestre.

— Toma. – Marlene me entrega uma xícara. – Bebe o chá, bebe.

Todas as meninas estão minimamente arrumadas e eu queria saber como elas acordavam tão bem assim. 

— Se alguém quiser carona para o campus, se arruma logo porque eu tenho que ir mais cedo hoje. – Emmeline anuncia e sai da cozinha quando termina de lavar sua xícara.

Nenhuma de nós se conhecia antes da faculdade e nos conhecemos, depois de termos péssimas experiências com colegas de quarto da faculdade, em um bar. Exceto Marlene, eu e ela nos conhecemos no nosso primeiro dia na faculdade depois de eu perguntar a ela onde ficava uma sala e ela disse que não sabia nem em qual lugar do campus ela estava.

Sendo assim, alugamos juntas um apartamento grande e perto do campus - porque nunca daria para só uma pessoa alugar um apartamento tão perto do campus. A não ser claro, com a ajuda dos pais e nenhuma de nós quer isso.

Afinal, o sentido da faculdade é você se tornar independente e fazer o próprio caminho e não dá para fazer isso se você continua sendo sustentado pelos pais.

Terminei de beber meu chá e saí da cozinha. Normalmente, eu iria bem plena tomar meu banho, arrumar meu cabelo, passar um pouco de maquiagem para disfarçar as olheiras que o curso de Direito me proporciona, escolher minha roupa e tudo mais. Porém, se eu quero pegar carona com Emmeline – que é a única de nós que tem um carro – não vou ter tempo.

Só quando estou no elevador junto com as meninas é que eu percebo meu estado. Roupa amarrotada, olheiras escuras e o cabelo todo arrepiado.

As outras meninas estão todas arrumadas, mas quem disse que estudante de Direito é gente né?

Não cheguei atrasada na primeira aula da manhã e isso meu deu tempo de, pelo menos, descansar meus olhos. O quiosque que eu geralmente compro meu café quando saio atrasada de casa – praticamente todo dia – estava fechado e eu só queria morrer e acordar depois.

— Lily? – aparentemente não vai dar hoje porque Sarah quis conversar comigo.

— O que é?

— Você leu aqueles textos que a professora pediu e fez os resumos? Eu tive um pouco de dificuldade no primeiro e...

— O quê? – levanto a minha cabeça rapidamente. – Que textos?

— A atividade que a professora mandou para casa Lily. – ela disse. Seus olhos castanhos demonstrando preocupação. – Você não fez? – eu senti meus olhos ficarem mais e mais arregalados enquanto eu começava a morrer ali mesmo.

Juntei meus materiais.

— Diz para a professora que eu morri! – eu disse para Sarah e saí da sala.

Bem, se eu não fizesse aquela atividade eu ia morrer mesmo e Sarah não precisaria mentir.

Eu fiquei tão focada em estudar para a horrível prova de Direito Civil que esqueci que a outra professora tinha passado atividades para entregar hoje. Corri até a biblioteca batendo com o Vade-mécum em qualquer pessoa que ficasse no meu caminho.

Pois é.

A biblioteca tinha acabado de abrir e ainda estava vazia. Porém, decidi não arriscar e peguei uma mesa ao fundo para que ninguém me visse e me delatasse.

Os meus colegas de curso podem ser bem filhos da mãe se isso significa pontos extras em alguma matéria.

Peguei meu notebook e abri o e-mail da turma, a professora tinha mandado os textos para lá.

Eu teria que inventar uma desculpa depois para que a professora aceitasse meu trabalho. Não, eu teria que confirmar a desculpa de Sarah, só espero que ela me ajude.

Pego uma folha em pauta em branco e começo a escrever. Passaria um bom tempo ali e, provavelmente, perderia as próximas duas aulas.

Ai ai, faculdade.

Bem calma – calma demais para uma pessoa tão ferrada como eu nesse exato momento – comecei a escrever meu resumo. Tenho que permanecer atenta porque ninguém poderia me reconhecer aqui.

Eu estava no começo do segundo texto quando ouvi a notificação de algum celular. Levantei a cabeça, atenta e olhei em volta, mas nenhuma das mesas perto de mim estavam ocupadas.

Então, tinha alguém nas estantes, provavelmente se perguntando se aquela garota é Lily Evans, a menina ferrada do curso de Direito que provavelmente vai reprovar em Direito Civil e em Direito Penal, se não entregar esses resumos hoje.

Puxei o capuz do meu moletom e comecei a fechar meu notebook. Eu ia pegar minhas coisas e ir para o outro lado da biblioteca.

Mais uma notificação.

Esse povo tá fazendo um jogo comigo?

Me levantei com raiva, pronta pra brigar com alguém quando mais uma notificação soa e percebo que está vindo da mesa ao lado da minha, que está vazia. Quando me aproximo, vejo que tem um celular em cima da mesa. E é dele que estão vindo todas essas notificações.

Pego o celular.


Prongs

Ei, alguém achou esse celular?
Por gentileza, entregar a Sirius Black. Ele está desesperado.
Garanta seu ingresso ao céu e faça uma boa ação!

Sirius Black foi o namorado da Marlene no começo da faculdade, eles terminaram alguns meses depois. E eu não faço ideia de quem é Prongs.

Tentei responder, mas o celular é protegido por senha.

Tentei 1234 só pra ver se ia e foi.

Então tá.

Oi achei o celular do Sirius na biblioteca
Quando posso devolver?


Valeu!
Então, pra falar a verdade ele não pode pegar
agora, só na semana que vem

Sério?


Tá tendo uma conferência da faculdade em Cambridge e ele teve que ir

Eu posso entregar a você então?


Eu também estou nessa conferência hahaha

Kkkkkk ok e não tem mais ninguém que eu possa entregar?


Não :/

Todos os amigos dele fazem o mesmo curso?


Bem, comunicação é uma área bem grande
Além do mais é aquela conferência anual estudantil e todos
tivemos que vir para sede sabe?

Eu sabia, e eu já cometi o erro de me inscrever para representar os alunos de Direito nela.

O fato é que eu quase morri de tanta palestra e seminário. Enquanto voltava para Surrey eu decidi que nunca mais ia representar mais nada nessa universidade.

Afinal, uma conferência estudantil já é o suficiente para boas cartas de recomendação, certo? Eu esperava que sim, pelo bem da minha saúde mental.

Sei
Ok. Quando vocês chegarem, me procure e eu devolvo


Valeu
Qual é o seu nome mesmo?

Lily Evans e o seu?


Ah Lily oi
É o James Potter aqui

Esse nome não me é estranho, ele deve ser amigo do Sirius ou coisa assim. Acho que se eu ver a foto eu reconheço...

— Lily Evans? – alguém disse bem perto de mim e eu solto um grito e deixo o celular cair.

Me viro para encontrar madame Rowell com seus óculos de meia lua me encarando meio assustada com meu grito repentino.

— Oi, madame Rowell. – eu disse com um sorriso trêmulo de susto, pego o celular e volto a encará-la.

— Devo lembrá-la que não é permitido usar celular aqui?

Madame Rowell ainda pensa que vivemos em 1960 e que celulares e tecnologia só atrapalham o desenvolvimento dos jovens e causam câncer. É uma verdadeira briga entre ela e o reitor para permitir o uso de celular na biblioteca. Porém, madame Rowell tá muito velha e daqui a pouco ela morre então...

— Desculpa madame Rowell. É só porque eu achei esse celular aqui e estava falando com o amigo do dono.

— Bem, senhorita Evans, como você bem sabe, objetos que são encontrados aqui devem ser levados ao Achados e Perdidos. – ela estende a mão.

— Mas é que eu já falei com eles, madame. Prometi que iria devolver.

— Regras são regras, senhorita Evans. – ela frisou. – Por favor, avise ao seu colega que o celular estará aqui.

Eu não sei o que deu em mim, porque normalmente eu falaria algo como “Tudo bem” e mandaria uma mensagem para James Potter:

Madame Rowell me flagrou com o celular então ele tá lá no Achados
e Perdidos agora, foi mal.

E ele responderia:


Hahaha sem problemas, obrigado de qualquer jeito :)

Porém, eu não fiz isso. Fingi que mandei a mensagem e depois entreguei para madame Rowell.

— Pronto, agora volte a estudar. – ela saiu dali com o celular de Sirius Black na mão e eu só pensei:

Ah meu Deus, o que eu fiz??

***

As meninas estavam me esperando quando cheguei à lanchonete na qual almoçamos todas as segundas-feiras.

Todas já estavam lá conversando sobre o seu dia.

— Oi.  - eu disse enquanto me sentava ao lado de Emmeline.

— Lily, você pode me explicar porque Sarah Brontë veio toda desesperada atrás de mim, me perguntando onde você estava? – Dorcas pergunta me encarando desconfiada.

— O que ela disse?

— O que você fez?

— Eu não fiz nada! Eu só esqueci de fazer o dever de Direito Penal e pedi para ela me acobertar. O que ela disse?

— Ela disse que falou para a professora que você passou muito mal e teve que voltar para casa. – respirei aliviada. Isso me dá certa margem e eu posso dizer à professora que estava com uma enxaqueca muito forte ou algo assim.

E eu teria que manter minha farsa pelo resto do dia e poderia finalmente dormir.

— É, mas você tá bem. – Marlene disse. – O que você fez?

Eu não sei por que elas sempre acham que eu fiz alguma coisa, pelo amor. Eu sou só uma estudante universitária! Eu não tenho tempo e nem disposição para fazer mais nada nessa minha vida.

— Eu não fiz nada, eu só corri até a biblioteca e... – eu falo me sentindo meio culpada por não ter mandando a mensagem a James Potter agora eu teria que fazer sabe se lá o quê para conseguir recuperar o celular. – Achei um celular que pertence a Sirius Black e aí...

— O quê? – a Marlene grita do nada na lanchonete e as pessoas olham para nossa mesa.

— Espera. Sirius Black? O namorado da Marley? – Emme pergunta olhando para mim como se eu soubesse tudo da vida amorosa da Marlene. Eu só sei algumas coisas. Além do mais esse namoro foi bem no começo da faculdade e eu estava quase morrendo com tanto trabalho. De fato, ainda continuo.

— É, ele mesmo. A gente terminou porque ele não sabe o que significa monogamia e pensou que estávamos em um relacionamento aberto. – Marlene resmungou e se virou para mim. – Onde está o celular?

— Madame Rowell confiscou. – ela bufou.

— Isso é uma pena, eu poderia fazer algumas coisas bem interessantes se tivesse acesso ao celular dele. – Marlene disse me deixando em dúvida se eu peço ou não ajuda.

— A questão é que eu conversei com um amigo dele. Madame Rowell disse para eu avisar que o celular estaria com ela agora, mas eu não avisei. – eu disse a última parte baixinho, encolhendo os ombros. Todas estão viradas para mim agora.

— Lily... – Marlene se pronuncia com um sorriso malicioso. – Por que não avisou?

— Bem, porque eu disse que ia devolver eu mesma o celular. Além do mais, eles só vão voltar semana que vem porque estão naquela conferência em Cambridge. Aí eu vou e deixo o celular com madame Rowell quando eu disse que eu ia cuidar?

— Você é tão prestativa, Lily. – Emme comentou enquanto sorria.

— Sou mesmo e... Por que estão sorrindo assim?

— Você achou esse amigo bonito, gostou do papo ou algo assim e agora quer pegar de volta o celular para que continue conversando com ele, não é? – Dorcas disse. Direto ao ponto, como de praxe.

— Não. – Eu nego imediatamente fazendo cara de ofendida.

— Então porque se importa tanto?

— Eu não me importo! É só que... Só que... Eu prometi, ora!

— Tá bom, Lily.  E agora você quer a nossa ajuda para pegar o celular de volta?

— Se vocês puderem...

— Isso soa ilegal. – Marlene disse depois de um tempo. – Estou dentro.

É sempre bom ter uma amiga disposta a quebrar tão facilmente as regras.

— Eu também vou, sempre quis saber como a biblioteca é à noite. – Emme disse.

— Dorcas? – Eu pergunto olhando para ela.

— Vamos né.

Bom, agora que eu tenho meu esquadrão de invasoras de bibliotecas só temos que esperar anoitecer para pegar o celular de volta.

***

Eu não consegui dormir à tarde e nem me concentrar em fazer as atividades que eu deveria ter feito de tanta ansiedade. Para uma estudante de Direito eu estou ansiosa demais para quebrar as regras, acho que é isso que acontece quando se é viciada em “How To Get Away With Murder”.

Depois de uma tarde inteira de procrastinação, eu terminei as atividades que eu já deveria ter feito e comecei a assistir um filme para ver se eu me distraía um pouco.

Considerando que o filme é sobre um grupo de amigos que, entre outras coisas, invade a escola de madrugada, não adiantou nada.

— Bom, o plano é: a gente entra na biblioteca e pega o celular. – diz a Marlene, quando todas chegaram e nos reunimos na sala, como se aquilo fosse um plano.

— E as câmeras? – pergunta Dorcas.

— Na biblioteca não tem câmeras porque madame Rowell acha que elas causam câncer por causa da radiação, então é só as câmeras dos corredores. – eu falo me lembrando de uma vez que madame Rowell disse para mim e outros três alunos que íamos morrer antes dos 40 se continuássemos rodeados de câmeras o tempo todo e ela não queria ter sangue nas mãos e, por isso, não tinha nenhuma câmera na biblioteca.

— E eu já sei como a gente passa por elas sem nos verem. – Emmeline diz e retira um molho de chaves da bolsa.

— O que é isso? – eu pergunto preocupada por estar levando minhas amigas para o mau caminho.

— Eu estava conversando com o zelador hoje e me lembrei de que não poderíamos invadir a biblioteca sem a câmera nos pegar. – ela deu de ombros. – Tenho mão leve.

— Isso é ótimo! – Marlene disse. – Depois é só uma de nós ir até lá e apagar o registro das câmeras.

— E você acha que não vão achar estranho as câmeras não tiverem gravado nada hoje à noite? – Dorcas perguntou.

— Só vão checar as gravações da câmera se tiverem motivo para isso. E como madame Rowell tá velha, ela nem vai se lembrar de que pegou algum celular.

Eu estava meio incerta quanto a isso porque uma vez esqueci-me de devolver um livro à biblioteca. Achei que ninguém ia se lembrar desse livro e fiquei com vergonha de voltar lá depois de 8 meses. Um dia, porém madame Rowell apareceu do meu lado e perguntou: “E o livro sobre a história do parlamentarismo inglês Lily? Não vai devolver, não?” eu quase morri de vergonha, mas devolvi o livro.

— Então tá. – eu estava meio cautelosa quanto a tudo isso. Não posso acreditar que estou fazendo tudo isso por um celular de um garoto que eu nem conheço direito.

Eu nem sei por que as meninas estavam me ajudando nessa empreitada – exceto por Marlene que queria vingança.

— Gente, vocês têm certeza que querem mesmo fazer isso? Quer dizer, se formos pegas podemos ser expulsas.

— Lily, relaxa. Ninguém vai ver a gente. Vamos entrar e sair sem sermos vistas. – Emmeline garantiu.

Ninguém sabia direito o que usar para invadirmos um prédio, mas concordamos que é quase obrigatório o uso de roupas pretas. Emmeline queria usar touca e um pano no rosto para preservamos nossa identidade.

— Todo mundo vai pensar que somos bandidas. – Dorcas disse impedindo a Emme de cortar um xale.

— Dorcas ninguém vai pensar que somos bandidas porque ninguém vai nos ver.

— Se andarmos assim vamos chamar atenção. – eu disse pegando a tesoura dela.

— Tá então... Só a touca, por favor? – eu deixei a menina ser feliz e usar a touca preta dela.

Quando chegamos ao estacionamento da faculdade, porém, vimos que tinha mais um carro ali.

— O segurança noturno! Agora estamos ferradas. Vamos para casa? – Dorcas disse se virando para nós com um sorriso.

— Relaxa Dorcas. Só precisamos ter um pouco mais de cuidado.

Eu estava um pouco preocupada com a Emmeline, ela estava mais animada do que todo mundo ali e não tinha nenhum motivo para aquilo.

Se a Emme virasse uma criminosa no futuro, eu sempre me lembraria desse dia em que ela começou a dar sinais da sua vida bandida.

— Vamos logo. – Marlene abriu a porta do carro e entramos na faculdade.

— Nossa. Esse lugar é tão diferente à noite. – Emme comenta.

— Eu vou tentar não pensar em todas as cenas de filme de terror que acontecem nas escolas à noite. – Dorcas comenta e enlaça seu braço no meu.

— Dorcas, para de ser tão pessimista. Só segue o baile. – Marlene disse e depois para no meio do corredor. – Pra que lado é a biblioteca mesmo?

— Em frente, Marley. - recomeçamos a andar. – Aquilo ali é uma luz?

— O segurança. – Emme nos empurra para um corredor ao lado e começamos a correr, silenciosamente. (Tentando porque cada passo parecia que ecoava no corredor inteiro, mas segue o baile né).

— A gente vai morrer! A gente vai morrer! – Dorcas começou a falar sem parar e eu pensei que ela ia começar a chorar ali mesmo.

— Silêncio, Dorcas. – Emmeline disse e tampou a boca dela. – Vamos pela outra entrada da biblioteca.

Nessa altura, eu só queria saber o que tinha dado em mim para invadir a minha universidade desse jeito. Tudo. Por. Causa. De. Um. Celular.

Francamente. O celular nem é meu! Eu nem conheço o dono direito!

Mas enfim continuei, porque eu já estava lá né.

Finalmente entramos na biblioteca e Dorcas voltou a respirar normalmente. Ela se sentou numa das escrivaninhas e ficou lá.

Eu e Marlene fomos até ao “Achados e Perdidos” que, na verdade, é só uma caixa de papelão escrito Achados e Perdidos. Emme ficou na entrada para nos avisar se o segurança decidisse passar por aqui.

Peguei o celular que estava na caixa junto com cadernos, livros e canetas.

James tinha mandando mais algumas mensagens.


Prongs

Hey então você estuda o quê aí?
Ooi
Lily?
Desculpa se eu estiver incomodando, mas
essa conferência é muito chata
Quer dizer não que eu ache ruim conversar
com você a ponto de só conversar se eu estiver
sem nada pra fazer
....
Enfim

Marlene começou a rir quando terminou de ler.

— Quem é esse?

— James Potter, conhece?

— Ah, meu Deus. Sério? Ele tem um super crush por você. Deve ser por isso que ele está tão atrapalhado.

— Crush? Eu nunca nem falei com ele. Aliás, como você sabe disso tudo?

— Bom, ele é o melhor amigo do Sirius e às vezes a gente conversava e tal. Em um desses dias ele me contou que é super a fim de você desde a primeira vez que te viu. Foi por isso que eu sempre te chamava pra sair com a gente, mas você sempre estava ocupada estudando. – ela disse estudando como se fosse um crime.

— Nossa. E quando foi a primeira vez que ele me viu?

— Quando a gente se conheceu, eu ainda namorava com o Sirius, você não lembra?

— Não.

— Credo, Lily. Sua memória é péssima.

Eu estava em choque, nesses três anos eu nunca imaginei que alguém tinha um crush por mim.

— Vamos ver as fotos de Sirius Black. – ela disse sorrindo de um jeito um pouco assustador. – Se ele tiver nudes, eu vou vazar.

— Vamos ver isso em casa quando estivermos seguras. – saímos da biblioteca e esperamos Emmeline apagar o registro das câmeras do lado de fora. Eu não sabia como ela ia fazer para sair sem ser pega. De fato, só nos demos conta disso enquanto esperávamos por Emmeline.

— Ela está demorando demais. – disse Dorcas, retorcendo as mãos. – Será que ela foi pega?

— Gente, relaxa. A Emme é uma mentirosa nata, se ela fosse pega, ela ia dar um jeito de se safar.

Quando Emmeline saiu da universidade, ela estava rindo e correu até o carro.

— O que aconteceu? – eu perguntei.

— O segurança me viu e eu disse que estava na biblioteca tentando estudar. Inventei uma história falando que as minhas colegas de quarto eram péssimas e por isso eu não conseguia estudar. Ele disse que sentia muito, mas eu não podia invadir a escola.

— E aí? – Dorcas perguntou.

— Nada, eu chorei um pouco e ele disse que eu poderia voltar se eu quisesse e ele não ia contar pra ninguém. – ela riu mais um pouco e depois ficou séria. – Menti para um idoso, será que eu vou para o Lugar Ruim? – isso que dá ficar assistindo “The Good Place” demais.

— Segue o baile, Emme, só segue o baile. – Marlene disse e depois disso fomos para casa.

Quando chegamos em casa, Dorcas estava muito nervosa e ela precisou de um chá de camomila para se acalmar.

— Nunca mais vamos invadir nada! – Ela disse enquanto bebia o chá.

— Bom, eu não prometo nada. – Emmeline disse e continuou tentando acalmá-la.

Eu não impedi Marlene de vazar as fotos de Sirius.

1) Porque eu acho que ela merece a vingança dela.

2) Porque quando eu tentei dizer algo, ela me olhou de uma forma que fez todos os meus argumentos sumirem.

3) Porque não acho que ele ia se importar, de fato, do jeito que Marlene o descreve, ele provavelmente vai adorar essa atenção toda. Garotos...

De qualquer forma, no final ela e a Dorcas entraram em uma discussão sobre ética e moral e Marlene não vazou as fotos.

Então, isso me deu espaço para passar o resto da noite conversando com James Potter e, apesar de saber que ele gosta de mim, tentei me manter neutra como se não soubesse de tudo isso.

E dormir só as duas da madrugada foi mais um erro na série de erros que tem sido a minha vida, porque acordei atrasada, de novo.

Aliás, não sei por que ainda me surpreendo. Acordar atrasada faz parte da minha rotina.

A sala de Direito Penal estava começando a encher quando cheguei lá. É a classe dos veteranos que tem aula agora e, nessa altura do curso, eles já vêm de terno e tailleur e falam palavras como “hodiernamente”, “por obséquio”, “taciturno” e tal.

— Desculpa senhora Cass. Eu tive uma enxaqueca terrível e súbita ontem, não conseguia nem sair do quarto, toda claridade me afetava. – menti mesmo na cara dura.

— Está tudo bem, senhorita Evans. Você é uma boa aluna e eu sei que você já tinha a atividade pronta. Você é uma aluna exemplar.

Meu. Deus. Do. Céu.

Sorri para ela e saí da sala.

Não sei se ela descobriu que eu menti ou se ela só estava sendo legal, mas saí de lá atrasada para a próxima aula.

Passei na biblioteca depois.

Por que?

Porque eu sou perigosa e rio da cara do perigo. Lily perigosa. Eu mesma.

Eu estou brincando com a sorte, eu estou rindo na cara do universo e botando tudo a perder.

A melhor estratégia, na verdade, é nunca mais aparecer na biblioteca e não dar motivos para madame Rowell desconfiar de mim.

E mesmo sabendo de tudo isso, eu fui lá para a biblioteca.

Eu não sabia se ria ou chorava.

— Senhorita Evans! – Ouço a voz de madame Rowell assim que entro na biblioteca.

Ferrou. Morri.

— Oi madame Rowell. – Ela me encara com ar reprovador e eu soube.

— Quando você vai devolver o livro? – Ah meu Deus. Ah meu Deus. Tentei disfarçar minha cara de aliviada.

— Qual livro?

— O livro sobre a história do parlamento inglês.

— Madame Rowell eu já devolvi esse livro.

— Mesmo?

— Mesmo. – Ela estreitou os olhos e começou a mexer nos cadernos.

Os cadernos nos quais ela anota todos os empréstimos e devoluções da biblioteca, já que ela não gosta e nem usa nada relacionado a tecnologia. Computador, então, fora de questão.

— Ah é mesmo. Você devolveu há cinco meses. Que estranho... Geralmente, minha memória não falha. – Eu não disse nada e fiquei ali parada.

Eu estava rindo na cara do perigo e tenho que ir embora agora. Virei-me e dei dois passos em direção à saída da biblioteca, quando ouço um arfar.

— Sumiu! O celular sumiu!

Parabéns, Lily. Parabéns. Quer saber? Palmas pra você.

Se eu nunca tivesse dado as caras por aqui, madame Rowell não ia lá conferir nada e ela nunca teria descoberto que tem um celular faltando.

Ou se tivesse descoberto, eu não estaria por ali e não precisaria mentir para uma idosa.

Mas eu segui o baile né.

— Qual celular?

— Aquele celular que eu peguei com você ontem.

— Oh, meu Deus. – Eu estava de cara com a minha atuação. Nunca pensei que poderia ser tão cínica. – Madame Rowell, a senhora não pegou nenhum celular comigo.

Ok. Eu passei dos limites, porém eu precisava fazer isso porque senão ela faria uma caça ao celular. E eu estou com esse celular! Eu não quero ser presa!

Eu não estava nem acreditando, mas agora que comecei não vou parar.

— Como não, senhorita Evans? Eu me lembro perfeitamente que peguei um celular de algum colega seu ontem de manhã.

— Não, não, madame Rowell. Nada de celular, o meu estava desligado e foi o único celular que eu vi nessa biblioteca.

— Tem certeza?

— Absoluta, madame Rowell.

Eu não acredito que menti para uma senhora dessa maneira.

Depois de assegurar a pobre senhora eu saí da biblioteca me sentindo péssima.

Só espero que eu não vá para o Inferno por causa disso.

***


Prongs

Online

Você não vai acreditar no que eu precisei fazer
Tô rindo de nervoso


KKKKKKKKKK
O que você fez?

Menti para madame Rowell falando que ela nunca
pegou nenhum celular comigo pra ela parar de procurar
o celular


KKKKKKKKKKKKKKK

Estou me sentindo péssima


Tô rindo mas é com respeito

Kkkkkkkkkkk ai ai


Eu estou realmente admirado com o seu compromisso
com esse celular

Eu sou uma pessoa prestativa
Por isso que fiz Direito


Sabe
Vamos voltar quinta

Ah
Legal


Quer sair comigo??

Ah
Sério?


Sério...

Claro


Sério?

Sim, eu conheço um café muito bom perto do campus
A gente marca lá

 


Ok
O Sirius tá aqui do lado perguntando como tá
o celular dele

Ah sim tá ótimo
Eu levo quando a gente for se encontrar


Do jeito que ele é agoniado
vai passar na sua casa assim que chegar

Pode passar kkkk
Você pode vir se quiser também


Claro

Ok

***

Na quinta, as meninas tinham saído e eu fiquei para esperar os dois garotos. Eu estava ansiosa por finalmente ver James de perto – sabendo que ele gosta de mim – porque me lembro vagamente de ter visto ele com Sirius ou andando pelo campus e tal.

A campainha toca e eu me levanto do sofá, limpo minhas mãos molhadas de suor na calça – ansiosa nesse ponto – e começo a andar para abrir a porta.

A campainha não para de tocar durante a curta caminhada até a porta.

— Padfoot, para com isso!

Seja lá quem é Padfoot, ele só para quando eu abro a porta e percebo que Padfoot é Sirius.

— Ah, graças a Deus! – Ele me encara com os olhos arregalados. – Cadê? – Eu entrego o celular a ele. Que dependência, por Deus. Sirius encaixa o celular no pescoço e inclina a cabeça, como se ninasse o seu celular. James e eu trocamos um olhar assustado. – Espera. – Ele abre os olhos. – Você é Lily Evans, certo? – ele não esperou eu confirmar. – Ainda mora com a Marlene?

— Sim. – Ele estreita os olhos.

— Ela fez alguma coisa?

— Tentou, mas preferiu não fazer nada. – Ele respira aliviado.

— Obrigado, ruiva. – E foi embora.

Eu fiquei um pouco atordoada com aquilo tudo, eu fiz tanto por aquele celular e no final foi tão simples.

— Lily? – olhei para James que me encarava ansioso. – Vamos?

Concordei com a cabeça e peguei meu casaco.

Eu não consigo acreditar que eu invadi uma universidade, menti para uma senhora e iniciei minhas amigas na vida do crime por causa de um celular.

Francamente.

O que eu estava pensando?

Não resisti e comecei a rir enquanto eu e James esperamos o elevador.

— O que foi? – ele disse com o cenho franzido.

— Nada. – eu tentei respirar, mas não conseguia parar de rir. O elevador chegou e eu entrei.

Agora eu não estava mesmo conseguindo respirar e tive que parar para respirar fundo.

— Nada. – eu repeti. – É só que eu realmente fiz muitas coisas para recuperar esse celular. Espero que tenha valido a pena.

— Bom, - ele deu de ombros. – o Sirius vai ficar agradecido pelo resto da vida e você fez uma boa ação.

— É, mas invadi uma universidade, menti para madame Rowell e graças a toda essa empreitada, eu posso ter iniciado a Emme na ilegalidade. – ri de novo. – E eu estou rindo disso tudo o que é pior. Desculpa universo. – falei baixinho a última parte.

Emme tinha me convencido a assistir “The Good Place” e agora eu estou com medo de morrer e ser torturada para sempre no “The Bad Place”. Culpada só pelo que fiz nesse semestre, eu não quero nem pensar no que já fiz ou no que ainda vou fazer.

— Mas então você faz Comunicação Organizacional? – eu pergunto a ele quando saímos do prédio.

— Sim. É um curso relativamente novo e meio que mistura Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas.

— E o que você achou da conferência?

— Honestamente? Eu nunca mais quero fazer isso. – nós rimos.

— Bom, eu também já cometi esse erro. Eu não aguentava mais todos aqueles seminários.

— Eu nem queria ir, mas o Remus sim. Ele vai todo ano e adora. Remus é um amigo meu, a propósito.

— Tem gente que tem coragem.

Eu estava levemente nervosa porque eu sabia que ele poderia ver aquilo de outra maneira, mas ele não sabe que eu sei. Então, não há nenhum problema. Nós vamos nos conhecer melhor e quem sabe o que pode acontecer?

Eu não tinha ideia do que ia acontecer, mas não envolvia beijos e nem nada disso. Não envolvia também ser pegos por Marlene e Emme, em cima de um sofá com poucas roupas.

Quando James saiu, eu nem sabia onde enfiar minha cara e, por isso, quando Emme e Marlene começaram a rir, eu só entrei no meu quarto e fiquei lá. Morta de vergonha sem saber como encarar minhas amigas.

Mas segue o baile né.

— Amiga, relaxa. – Marlene disse no outro dia, que foi quando eu consegui sair do quarto. – Já estava na hora de você conhecer alguém legal. Eu nunca te disse isso, mas seu ex-namorado era muito chato.

Emme e Dorcas concordaram.

— O que? Eu pensava que vocês gostavam dele. – eu namorei um rapaz ano passado. Ficamos juntos por três meses até percebermos que não funcionaríamos como casal.

— É. A gente não queria dizer que seu namorado era chato né? – Emme comenta enquanto arruma a bolsa. – Mas se durasse mais tempo, a gente ia falar.

— Sim, nós nunca deixaríamos você namorar com alguém tão chato. Ainda bem que foi rápido. – Dorcas disse.

— Mas o que ele fazia que vocês não gostavam? – eu perguntei ainda meio incomodada com aquilo. As meninas nunca falaram nada e sempre que eu perguntava elas diziam “Ele é ok” e eu achava que isso era o suficiente para alguém que eu só namorei três meses.

— Para começar ele é nerd e não do tipo nerd legal, mas do tipo que fala “Não são bonecos, são imagens de ação!” sei lá qual é o nome daqueles bonecos. – Marlene frisa a palavra ‘bonecos’. – E toda vez que anunciavam a produção cinematográfica de algum filme ele dizia “Ah eu já li o livro e já sei o que acontece” ou “Ah eu já li os quadrinhos e sei que não é assim” e eu ficava tipo “Nossa. Parabéns, você lê”. – eu comecei a rir.

— Realmente, ele tinha mesmo isso.

— Eu precisava falar para Marlene se acalmar toda vez que ele dizia algo assim. Se pudesse matar apenas com o olhar, seu ex já estava morto. – Dorcas disse sorrindo.

Nós tínhamos um trato de nunca falarmos o nome dos nossos ex’s porque geralmente isso significava azar e o dito cujo renascia das cinzas para atazanar nossas vidas – e sim, isso aconteceu vezes suficientes para firmarmos um trato.

— Cinco minutos para sairmos garotas! – Emme diz e se senta no sofá encarando o relógio. Isso é uma deixa para nós nos apressarmos se quisermos carona para o campus.

***

Praticamente todo curso universitário tem uma série que o representa. Para nós, alunos de Direito, é How To Get Away With Murder ou Suits. Para os alunos de Medicina Grey’s Anatomy ou House. Para os alunos de Publicidade, Mad Men. E por aí vai...

Porém, para alunos de Relações Internacionais não tem nada, segundo Emme.

— Sério, não tem nenhuma série sobre diplomatas. No mínimo, algum filme norte-americano sobre uma galera que vai pra algum país no Oriente Médio e o país do nada entra em uma guerra civil ou algo assim.

— Tá, mas existem só alguns diplomatas. O que mais fazem as pessoas que são formadas em Relações Internacionais?

— Dão aula? – ela perguntou em tom de pergunta como se eu soubesse muito sobre o curso dela.

— Então, tem muitas séries sobre professores. – ela revirou os olhos e terminou de comer seu iogurte.

— Me fala uma. – fiquei um tempo em silêncio.

— Não consigo pensar em nada agora, mas eu vou fazer uma lista depois. Não, vou fazer agora porque senão vou esquecer. – peguei meu celular e comecei a escrever no Google: “Séries sobre professores”.

— Não tem, Lily. Não tem. Meu curso é chato. Tão chato que ninguém quer fazer uma série sobre ele.

Me avisaram que isso poderia acontecer em algum período da faculdade. Sempre pensei que a Marlene ia ser a primeira a dar a louca, trancar a faculdade e fazer um mochilão pela Europa.

— Espera, espera. Isso aqui é uma crise universitária?

— Não sei. – Emme disse depois de um tempo e deitou sob os braços na mesa do refeitório. – Será que é?

— Menina, você não pode desanimar agora. Só falta mais o quê? Dois anos?  Um?

— Um ano. – ela resmunga.

— Então! Você só está se sentindo assim porque a faculdade está terminando e você está assustada por, finalmente, entrar no mercado de trabalho. Aliás, você está assustada porque os estágios começam esse ano, certo?

— Certo.

— E o que você procurou até agora? – depois disso Emmeline se levantou e começou a falar e a falar sobre o curso dela e sobre as propostas de estágio que ela havia recebido.

Ela estava me contando sobre os prós e os contras de trabalhar na área privada quando é interrompida por um pigarreio baixo.

Eu desvio meu olhar do dela para encontrar James parado ali, parecendo tímido e com uma mão no cabelo. Acho que ele faz isso quando está nervoso, mas eu sorri quando vi isso porque achei charmoso.

Sim, chegamos nesse ponto. Acho que nossa perspectiva sobre as pessoas muda quando vocês fazem algo tão íntimo quanto trocar saliva. E também dormir apenas as 3 da madrugada porque não conseguem parar de conversar.

— Lily, oi. Posso falar com você? – Emmeline estava sorrindo maliciosamente olhando de mim para ele e apenas concordou com a cabeça quando me virei para ela, perguntando silenciosamente, se estava tudo bem.

— Claro. – eu virei para trás e Emme continuava me encarando com aquele sorriso malicioso estranho dela e sem querer ri um pouco. Mas logo parei quando vi que James estava realmente nervoso.

— Então... Me desculpa por ontem... As suas amigas... – James tinha se desculpado algumas vezes ontem durante a nossa conversa e eu tinha falado que estava tudo bem todas as vezes.

— Tá tudo bem. – eu disse para ele e sorri. – Porém, nosso encontro terminou de forma muito abrupta e agora temos que marcar outro. Amanhã, na minha casa, às 15 horas? – ele ficou me encarando um tempo, mas depois sorriu.

— Claro. – eu aumentei meu sorriso (e eu acho que eu já estava sorrindo muito, mas ok) e dei um beijo na bochecha dele.

Quando voltei para a mesa que eu estava com Emmeline antes, ela só sorriu para mim e voltou a falar sobre os prós e os contras de se trabalhar na área privada. Porém, dessa vez eu só conseguia pensar em amanhã.

E pensar que tudo isso aconteceu por causa de uma notificação em um celular desconhecido.


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Notas finais do capítulo

*---*
Foi intencional mesmo esse final meio em aberto (eu sou uma grande adepta deles, sad but true) porque o resto é história né não
Acho que a expressão que eu mais usei aqui foi "segue o baile", mas segue o baile né não ai ai
É a segunda fic que a Lily faz Direito, eu sei, mas sei lá eu tô nessa vibe ultimamente.
Me deixem saber o que acharaaaam da fic, da aesthetic enfim
Até o próximo :3
Bj, bj,
Sorvete de Limão.



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