Memórias escrita por Jennyfer Sanz


Capítulo 4
De volta à vida


Notas iniciais do capítulo

Agora as coisas vão ficar bem interessantes.
Já votaram no MAMA hoje, pessoal?



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Usando o celular, Jin buscou por postos perto da casa, e só achou Namjoon em sua sexta tentativa. Namjoon estranhou ao notar que era aquela caminhonete. Curioso, tentou olhar pelo vidro do carro, mas não conseguiu ver nada antes que o vidro se abrisse, o suficiente apenas para passar uma mão, segurando um isqueiro. Namjoon pegou e tentou refletir sobre o que aquilo significava, enquanto o vidro se abria totalmente.

— Oh! Jin Hyung!

— Muito tempo sem me ver?

Namjoon simplesmente não sabia o que dizer. Alguns segundos se passaram em silêncio.

— Isso é crueldade. Eu estou trabalhando.

— Crueldade é passar meses longe de você. Vamos para casa.

— Eu não posso, ficou maluco?

— Então eu fico aqui.



Eram cerca de duas horas da manhã quando os gritos de Yumii começaram a ser ouvidos.

— Que droga. Eu sabia que não ia dar tempo! — exclamou Hoseok.

— O que está acontecendo? — perguntou Jimin, despertando lentamente. — Ai, droga. A Sun vai nascer.

Hoseok ficou de pé em um pulo, e foi para o outro quarto.

— Saiam vocês dois. Está na hora.

— Mas não era amanhã? — perguntou Jungkook.

— Parece que a Sun resolveu chegar mais cedo dessa vez. Eu só não sei o que faremos…

— Vamos levá-la a um hospital — sugeriu Michung, chegando. — Não é mais fácil?

— Não foi assim que programamos. Programamos com a minha mãe, o Jin Hyung e a Dahee Ajuma.

— Mas eles não estão aqui. Qual o problema de um hospital?

— Não temos dinheiro pra isso, e queremos nos expor o mínimo possível. Michung, você vai ter que fazer isso.

— Eu? Mas eu nunca fiz isso! Não faço ideia de como fazer!

— Eu sei que você vai conseguir, amor.

— É claro que ela vai conseguir — disse Seohyun surgindo de repente, acompanhada de Dahae.

— Eomeoni! Você veio!

— Claro que sim — disse Dahee. — Há pouco o Scar me avisou que seria agora.

— Filho, vamos precisar de alguma ajuda. A Michung não pode fazer tudo sozinha.

Era o início de um longo trabalho. Depois de atirar uma Oculto Visível em Yumii, Hoseok convocou os meninos para juntar os materiais necessários, e entregou a Michung, que ficou responsável por todo o trabalho braçal. Seohyun e Dahae ofereceram toda a orientação necessária a Yumii.

Momentos de aflição se passaram. Todos estavam muito nervosos.

— Eu não sei se vou conseguir, Ajumma!

— Claro que vai! Vamos tentar mais uma vez, querida, a Sun não pode esperar!

— Vamos lá, Sun, você tem que ajudar a sua eomma! — pediu Michung.

De repente, no meio de uma contração, Yumii aliviou-se de forma bem perceptível.

— O que está acontecendo? — perguntou Dahae.

— É o Jin Oppa — disse Michung, sentindo a situação. — Ele está chegando, e já está curando ela!

No banco carona da Ranger, Jin se concentrava para manter a flor dourada acesa, enquanto Namjoon cuidava do trajeto.

— Agora vai, Unnie — disse Michung. — Vamos lá!

Com a dor amenizada, tudo ficou mais fácil. Logo, Jin estava na sala, levando cura constante à irmã. O alívio foi geral quando o choro de Sunghee foi ouvido. Alguns minutos depois, Dahae apareceu na sala.

— Hoseok, os meninos podem entrar.

— Obrigado, Ajumma. Podem entrar, meninos.

Jin e Jungkook entraram no quarto. Jin correu para perto de Yumii, realizando uma cura definitiva.

— Prontinho, namorada de mentira.

— Muito obrigada, namorado de mentira. Senti sua falta, orabeoni.

— Eu também, Yumi. Oi, filha de mentira.

Michung passou a pequena Sunghee para Yumii.

— Oi, filha de verdade — disse Jungkook.

— Ela ainda não fala, mas vai falar em breve.

— E você foi brilhante, meu Machiatto.

— Tem tanto, Jeon Jungkook.

— Ah, e vocês três… Muito obrigado. De verdade.

— Imagina, Kookie — disse Seohyun. Foi um prazer. Vamos, Michung.

Seohyun e Michung saíram do quarto, enquanto Yoongi entrou timidamente.

— Vem cá, Oppa — disse Yumii. — Vem conhecer a sua esposa recém-nascida.

Do lado de fora, Taehyung conversava com a mãe alegremente.

— Vocês duas — disse Hoseok. — Aigoo, que orgulho. Vocês foram sensacionais.

— Nós precisamos ir agora — disse Dahae.

— Tudo bem — disse Seohyun. — Eu te amo, filho. Vou estar esperando vocês dois do outro lado.

— Eu também te amo, mãe. Obrigada por ter vindo.

Seohyun e Dahae se foram.

— Ai, minha pequena — disse Hoseok, abraçando Michung. — Você é maravilhosa.



Alguns dias depois, Michung entrou em seu quarto. Hoseok estava se preparando para dormir.

— Cadê o Jimin Oppa?

— Eu acho que ele foi para o posto com o Namjoon.

Michung se aproximou de Hoseok, por trás, o abraçou e mordeu seu pescoço. Hoseok se afastou instintivamente, muito assustado.

— Aigoo, Mi, isso não parece certo!

— Por quê?

— Por que você tem treze anos!

— Esse papo de novo? Eu posso ter treze anos, mas sei muito bem o que quero. Eu sou uma mulher casada há mais de dez anos. E estou com saudades do meu marido.

— Ainda não me parece certo…

— Então me transforme. Eu quero ter dezenove de novo.

— E o que você vai vestir?

— Eu trouxe roupas de dezenove para isso. A Yonseo me ajudou.

— Eu não sei se deveríamos, você viu a Yumii, aqui pode ser que você fique grávida…

— E qual é o problema disso? Nós vamos partir em breve. Você não gosta da ideia de termos nosso próprio filho, no Segundo, igual a Yumii Unnie teve?

— Na verdade, eu adoraria. É, você está certa, bae.

Hoseok demorou alguns minutos para desenvolver a pílula, e ficou encantado ao ver sua menina com dezenove anos novamente.

— Ah, Michung...

 

Agora, com a pequena Sunghee, a casa estava uma loucura. Sunghee sempre acordava chorando, e era uma tortura para todos na casa, independente do horário que trabalhassem. A dificuldade de dia era a falta de Jimin, o único que conseguia se comunicar com a pequena e saber o que ela realmente precisava, e à noite era bem chato quando Jin estava trabalhando no posto e não podia curar alguma dor que a sobrinha estivesse sentindo.

Com o passar dos dias, as coisas iam ficando mais fáceis. Sunghee aprendeu a se comunicar com a mãe através de gestos e começou a tentar falar.

 

O tempo parecia passar cada vez mais rápido.

 

O restaurante já estava para fechar. Taehyung terminava seu trabalho de lavar a louça. Hoseok estava organizando as cadeiras quando percebeu que havia uma moça ruiva sentada em uma das cadeiras. Hoseok se aproximou.

— Com licença, me desculpe, mas já vamos fech…

A voz de Hoseok sumiu quando ele viu o rosto da moça.

— Até que enfim você apareceu — sussurrou ele, enquanto se sentava. — Me conte alguma coisa, por favor. Como estão as coisas por lá?

— Pra começar — disse Eva —, pare de passar vergonha conversando com as paredes, e me deixe falar. É o seguinte, Hoseok. Abraxas sabe de tudo o que está acontecendo. Ele sabe da força de vocês, e sabe que vocês podem destruí-lo. Eles entraram em um acordo. Querem aliança com vocês.

— Sério?

— Sim. A Coreia do Sul está em decadência, devido ao ciclo infinito dos mundos. Eles não sabem como reverter isso, e nem vocês. Mas vocês podem tentar descobrir juntos. Essa é a proposta de Abraxas. E por enquanto, é só. — disse Eva, se levantando para ir embora. — Mas se eu fosse você, não demoraria muito tempo pensando. Você sabe como ele é.

Hoseok pensou por alguns segundos enquanto Eva ia embora.



Jimin estava sentado em sua cama, apreensivo. Nas mãos, segurava o exemplar de Demian de Namjoon, que Michung andara lendo. Os barulhos de vômito haviam parado há alguns segundos, e ele esperava com certa ansiedade a abertura da porta. Assim que viu a pequena, levantou e se aproximou dela.

— Licencinha.

Jimin delicadamente colocou a mão na barriga dela. O sentimento o fez rir de felicidade.

— É. Você conseguiu. Meus parabéns.

— O quê… É sério, Oppa?

— Claro! Por que eu brincaria com uma coisa dessas?

Michung estava chorando de felicidade, e surpreendeu Jimin com um abraço.

— Obrigada, Oppa. Muito obrigada!

— Mas eu… Não fiz nada…

— Ah, você ajudou que eu sei.

— GENTE!

Eles ouviram a voz de Hoseok.

— Não conta pra ele agora. Faz uma surpresa bem legal.

— Arrumem suas coisas, é hora de ir embora!

— O quê? — perguntou Jin, enquanto Jimin e Michung iam para a sala. Hoseok havia chegado com Taehyung. — Mas agora, logo na hora do dorama?

— Em Casa vocês assistem o dorama, hyung!

— As meninas estão dormindo…

— Então acorde elas, bae. Precisamos partir imediatamente. Taetae, já ligou pro Kookie?

— Mas pra quê essa pressa agora, gente? — perguntou Namjoon.

— Não adianta reclamar, Namjoon. Sabíamos que seria de uma hora para a outra.

— Tem razão, bae. Vamos começar logo.

O Juízo deveria deixar o mundo como se não tivesse existido. Juntaram todos os registros físicos, como fotos e documentos, e colocaram dentro de uma caixa. Retiraram, de lugares especiais, roupas reservadas para o momento. Ninguém queria projeções astrais desarrumadas.

 

Yoongi saiu do aquário acompanhado de Jungkook, que havia ido para lá assim que soube. Logo avistaram a caminhonete. Todos estavam na parte de trás. Apenas Jin, Yumii e Sunghee estavam dentro do veículo.

Durante o percurso, Hoseok comentou sobre o encontro com Eva e a proposta de Abraxas, deixando alguns desconfiados e outros animados para a nova fase.

Jin os deixou em algum lugar no meio das montanhas. De lá, os sete começaram uma caminhada.

— Ainda não consegui falar com ela — disse Taehyung.

— A loja está cheia agora — disse Jimin. — Grave um vídeo.

Taehyung seguiu a dica.

— Oi, Yonseo. Não mostre esse vídeo pra ninguém, só para aquelas pessoas que manjam. Bom, tô gravando esse vídeo pra dizer que… Bem, estamos indo. Não é, pessoal?

— É sim — disse Michung. — recebemos um convite. Depois a gente conta, Noona. Manda um beijão para o Sehun Oppa.

— Ok, pessoal. Quem vai dizer o que vamos fazer?

— Nesse momento — disse Jungkook — Estamos indo para um pequeno vale, onde vamos fazer nosso holocausto. É bem simples, até. Vamos tomar umas pílulas azuis e o Yoongi Hyung vai queimar todo mundo.

— Kookie! Não fala assim! — pediu Namjoon.

— Calma, hyung. A Yonseo manja.

— Bem — disse Taetae —, e o Jin Hyung, a Yumi e a Sunghee vão simular um acidente. Fica de olho aí.

— Já tá bom, Taetae, senão não dá tempo de mandar — disse Yoongi.

— Certo… Bom, é isso, irmã. Eu te amo muito, não esqueça, até porque eu não vou sumir. Quer dizer, se tudo der certo. Nos deseje sorte. Annyeong!

 

— Já tamo chegano, satchô?

— Falta só mais um pouco, princesinha.

Nesse tempo, Sunghee havia desenvolvido um pouco de fala, e por conhecer as palavras, falava pelos cotovelos de uma forma engraçada.

— Pu quê você num só xoga o cao na motainha?

— Porque a gente tem que morrer, criatura. A gente precisa se afogar, num lugar bem fundo. Já tomou o remédio?

— Eu num sei si cosigo engoli a pilula do obi opá.

— Mas é astral, filha. Só coloca na boca, acho que funciona. Toma — Yumi entregou a pílula para a filha.

— Aqui, oppa, sua vez.

Jin engoliu a pílula.

— Gomawo. Já tomaram, né? Acho que em alguns instantes poderemos pular.

— Ye, satchô!

— Sim.

— Ótimo. Vamos lá. Sa… Ih… Ir...

O carro despencou na ladeira. Deu várias cambalhotas antes de cair no rio.

Depois do turbilhão, Yumi tentou tirar Sunghee da cadeirinha, enquanto Jin abria a porta e tentava trocar de lado.

Com dificuldade, os três se uniram no meio da água e Jin segurou as duas, de forma a tentar salvá-las. Os três apenas aguardaram.


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Notas finais do capítulo

Como vocês podem perceber, o tempo voa nessa história. Por isso ela é curtinha.



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