Talvez, em algum dia quem sabe, me perdoarei por todas as besteiras que já fiz por amores rasos. Até lá me lamentarei, dia e noite pelos verdadeiros que deixei escapar por entre meus dedos, que por medo, vi fugindo de minhas vistas sem aviso prévio.

Hoje queria dizer que estou bem comigo mesma e satisfeita com todas as escolhas que fiz, mas infelizmente não estou.

Troquei sentimentos profundos, por simples poças de ilusões: rasas e que com o passar do sol de meio dia se dissolveram como que num piscar de olhos. Troquei quem poderia me dar amor, por aqueles que aparentemente sabiam o verdadeiro significado disso, mas aparentemente hoje sei que não viviam nem metade do que diziam sentir.

Nada me faria mais feliz do que poder ter uma tecla “rebobine”.

Voltar no tempo, concertar alguns erros, aprender a ter paciência de esperar a pessoa certa chegar ao invés de cair na besteira de meter os pés pelas mãos, os sentimentos em quem não merece, e o amor no imprevisível “inerecíproco”. 

Lembro de quando ficávamos horas e horas conversando sobre assuntos aleatórios, ríamos e nos divertíamos. Por breves momentos me esquecia de que por um erro meu nunca poderíamos passar daquilo.

Só queria entender como tudo aquilo ficou para trás...

Sem ter nada tínhamos tudo. Você me fazia sorrir desde o primeiro “Oi” do dia ao “Fica com Deus” que trocávamos por mais de uma vez antes de nos despedirmos definitivamente, sempre foi tão doloroso pôr um fim em nossas conversas.

“Tão perto e ao mesmo tempo tão longe...” é assim que o sinto hoje.

Se você soubesse... Se pudesse dizer que dentre tantos você foi o único que eu nunca cheguei nem perto de esquecer. Nunca o esqueci, nunca me interessei em aprender. Deixá-lo para trás nunca foi uma opção a ser considerada.

Você não sabe como eu me sinto vendo-o beijando outras bocas, se perdendo em outros olhares, se entregando a outros amores e nunca ter dado nem chance para o que disse sentir por você.

Se pudesse encontrar coragem para dizer tudo o que venho guardando por tanto tempo dentro de mim... Se visse em você nem que fosse uma faísca de esperança... Te juro que largaria tudo para me entregar a esse amor que diferentemente dos outros, eu sei, vale a pena. Mas não vejo, simplesmente você não me deixa saber.

As vezes sinto que você me olha como antes, e derepentemente sou levada aos momentos bonitos que passamos juntos. Lamento tanto por não durarem mais do que um intervalo de um sorriso a outro. É surpreendente e engraçado ver que mesmo depois de tanto tempo lembrar de nós dois ainda me faz arrancar sorrisos bobos e suspiros longos.

Me pergunto se lhe dizer que eu te amo, e te mostrar de todas as formas possíveis e impossíveis, imagináveis e inimagináveis, adiantariam alguma coisa... Mas creio que não.

Ao que parece o seu mundo gira, sua vida segue e, tanto o meu mundo, quanto a minha vida continuam presos a você. O que me resta é esperar. Esperar para ver se em qualquer esquina dessas meu coração acelere novamente com outro alguém assim como acelerou com você. Ou, até que o seu “Fica mais um pouco” se converta em “Fica mais por uma vida”, te juro que se fosse assim eu ficaria.