Acordo em meio a grande quantidades de chamas que se espalham novamente pelo vilarejo, não é preciso mais do que poucos segundos para que se perceba que Gaia e Lore, com pequenas populações ainda cometem os mesmos erros das antigas civilizações.
Não há como avançar desta maneira, embora digam que estamos melhores atualmente, porém uma comparação errônea a partir do momento que quase nos extinguimos durante a terceira guerra mundial, e mesmo assim com o pouco que nos restou conseguimos criar tal caos, a busca pelo poder é inegável para algumas pessoas.
Levanto-me e me preparo para ser mais uma das pessoas nesta luta, mesmo sem concordar com as ações sou favorável a Gaia, e prefiro ajuda-Los a combater Lore, até mesmo por gratidão, afinal sou uma das poucas pessoas contra esse desgastante embate, e por morarmos em poucas pessoas e escassos recursos temos o apoio de Gaia e sua proteção quando precisamos, o que nos faz retribuir favores como trabalhadores da cidade mesmo sem sermos cidadãos de lá.
Por outro lado Lore já apresenta um comportamento mais distante e frio, sempre tentando reprimir Gaia e impedir seu crescimento, com todo seu interesse em avanços intelectuais, desprezam a força física de Gaia para adequar suas habilidades e estudos como arma para produção de forças exteriores, não entendemos bem seu funcionamento mas sabemos vemos seu controle mental sobre o exterior agir de maneira física, tornando-os fortes e habilidosos para garantir suas vantagens.
Com grandes perdas de materiais e fontes energéticas para repor o funcionamento de antigas armas automáticas, e com o avanço da cultura, a modificação genética e aprendizado de capacidades quânticas se tornou essencial para repor o poder das extintas armas.
Pensando nisso ajudo Gaia lutando contra alguns guerreiros de Lore, embora nunca tenha efetivamente matado algum, e nem tenha sofrido danos diretos de algum deles, apenas procuro mante-los afastados, o que não é difícil quando se vive em um pequeno vilarejo entre as duas cidades e é preciso aprender a lutar para sua própria defesa.
Com o arsenal atual ouvimos o tilintar de lâminas umas contra as outras, espadas, lanças e adagas sendo usadas como nas guerras retratadas nos livros que restaram, travo um pequeno embate contra um homem alto e jovem que em momento algum demonstra que irá me ferir efetivamente, durante minutos ficamos nos enfrentando e sinto como tudo não passasse de um passatempo entre amigos.
Tenho vontade de perguntar porque não me fere já que costumam fazer isso com as pessoas de Gaia, mas creio que pelo fato de já estarmos em uma situação mais difícil eles não se deem ao trabalho de achar que precisam nos conter, o que me faz sentir mais frágil ainda.
—Porque não está tentando me ferir como fazem com os outros? - pergunto enquanto continuamos com as espadas um contra o outro e sinto que sua agilidade não supera a minha com esta arma.
— Jamais te feriria Alana, não me deu motivos para isso - ele responde enquanto se vira impedindo que minha espada chegue a causar algum ferimento em seu braço esquerdo, porém pondera e continua - e, de qualquer modo, eu não poderia voltar a Lore se fizesse tal ato.
—Não aceitam lutar contra minorias? - digo ironicamente - Fazem por peso na consciência ou apenas pena?
—Acredite é puramente por amizade - ele responde - Eu não sou um homem que me orgulharia de matar qualquer pessoa, quanto muito a você, mas nesse momento gostaria realmente de poder te conter um pouco mais efetivamente.
—Faça-o, ou ao menos tente, quem sabe consiga - respondo.
Ele apenas respira profundamente e abaixa sua espada com sua cabeça em sinal de negativa, então se afasta andando lentamente para trás, virando-se e seguindo seus companheiros que também já se retiram voltando a Lore. Não entendo sua atitude e nem quando acabamos mas me direciono a Gaia para ver as consequências disto. Lore costuma se retirar sempre após conseguir algo que busca após alguma briga. Diferente de Gaia que atua com propósitos de ataque com única intenção de destruir, ataques dos quais me recuso a estar presente.
Entro em Gaia e ando por suas ruas até estar na casa de Naiad, líder de Gaia, onde devem estar as pessoas que a ajudam nesta liderança, e que posso considerar o mais próximo que tenho de amigos. Sigo diretamente para a sala de reuniões encontrando Marian já averiguando as perdas de hoje.