Entrei na única porta vermelho sangue do corredor, enquanto fechava a porta olhei em volta, tudo estava como sempre, o tapete felpudo vermelho assim como as cobertas, as paredes coloridas e uma cortina feita de discos de vinil balançava com a leve brisa do vento, virei-me em direção a minha cama mais parei abruptamente.

Uma mulher me encarava docemente com seus olhos cor de fogo, seus cabelos vermelhos estavam presos em um rabo de cavalo, usava uma calça jeans e uma regata, ela era linda, era exatamente igual a mim, ela era... Minha mãe.

-Mamãe?!- perguntei com a voz esganiçada

 -----------.------------.------------.------------.----------.-------------.-

-Olá Mi Vida – disse sorridente – Não vai dar um abraço na sua mãe?-

Não pensei duas vezes corri ate ela, sua aura de poder fazia meus olhos lacrimejarem, mais não hesitei em passar os braços por seu pescoço.

-Mamãe!! – gritei, estava tão feliz que não pude me conter. Tudo aconteceu como em câmera lenta, a porta se abriu e o sorriso desapareceu de nossos rostos, Nico, Percy e Jane nos encaravam incrédulos no batente da porta que bateu fortemente na parede ao ser escancarada.

-Lady Héstia?!- perguntou Percy em choque.

-Luce?!?! –

Com o susto soltei minha mãe e cai na cama com um banque surdo amassando as varias fotos antigas que haviam sido jogadas ali por Héstia.

-É exatamente o que vocês estão pensando crianças – minha mãe falou calmamente.

O choque ainda era expressão dominante em suas feições, ninguém falava nada, a tensão era quase palpável. Percy e Jane olhavam de Héstia para mim como se para ver a semelhança, que era bem óbvia.

O mais preocupante era Nico que simplesmente não se movia, nem sequer piscava, sua respiração era imperceptível. Cara será que ele morreu?!?!?

Antes de me levantar para conferir minha teoria ele respirou fundo e saiu do quarto, não olhou para ninguém, só... Foi.

Jane não falou nada somente o acompanhou como um cachorrinho, Percy abaixou a cabeça e a balançou negativamente.

Suspirei e olhei para minha mãe que encarava tristemente a direção em que todos saíram.

-Sua família esta quase destruída com essa noticia. Por isso eu queria que não contasse a ninguém Mi vida, eles não entendem. - sussurrou Héstia melancólica.

-Eu não tenho família, você sabe disso tão bem quanto eu – falei.

-Sim querida, você tem!Eles são sua família, eu sinto isso!Talvez a loira não, mas Percy, Annabeth, Rachel e. Nico. Eles são sua família agora. Eu sou a deusa dos laços familiares, tenho que saber isso. - Seu olhar em mim era penetrante, ela não aceitava um não como resposta, então assenti.

-Por que esta aqui mãe?- estava curiosa, afinal, os deuses não tem permissão de manter contato com seus filhos semideuses.

-Vim para te dar boas noticias – disse sorrindo novamente – Falei com todos os deuses olimpianos e eles concordaram que eu poderia te assumir como filha, demorou muito tempo essa discussão mais eu finalmente consegui!Quando você chagar no acampamento... - interrompi.

-Mãe!Porque realmente você veio aqui?- perguntei vendo a preocupação estampada em seus olhos. Héstia suspirou.

-Sabia que não ia conseguir mentir para você... Vim aqui para contar a verdade a você querida, sobre tudo. - murmurou. Não disse nada, só esperei ela começar.

-Você lembra o dia em que seu pai morreu?- Meus olhos marejaram ao lembrar da cena,meu pai morrendo na minha frente e eu... Não fiz nada.-O querida,não precisa ouvir isso se não quiser.- disse preocupada.

-Não...eu quero-sussurrei debilmente.

Ela assentiu e continuou:

-Vou contar desde o dia em que nos conhecemos. - respirou fundo, seus olhos estavam desfocados como se estivesse vivendo naquela época de novo. – Era um dia comum para qualquer pessoa, menos para ele, John podia ver através da nevoa, os monstros pareciam saber disso, ele estava sendo atacado, e estava se rendendo, não tinha como se defender, também não tinha família, ele achava que ninguém ia sentir falta dele. Ele estava muito machucado, não ia resistir, era atacado dentro de casa. Quando vi essa cena senti piedade do homem de olhos azuis, ele não merecia morrer assim,por isso o salvei,os monstros sempre o atacavam,ele pensava que eu era seu anjo da guarda,mais eu não podia ficar sempre o salvando,então um dia eu me revelei,apareci quando ele voltava do trabalho.- pausa- lembro-me daquele dia perfeitamente,ele quase teve um AVC quando viu uma mulher estranha sentada no chão mexendo na lareira com um graveto – risos –

‘’Por um momento ele pensou que eu era um monstro que iria atacá-lo,mais logo eu me apresentei,disse que era seu ‘anjo’, não ia ariscar toda a verdade por um homem que tive piedade,falei que estava de saco cheio de protegê-lo –mais risos das duas partes – ele ficou em estado de choque com a minha raiva súbita,não falava nada enquanto eu dava uma bela bronca nele,estava extravasando toda a minha raiva nele,era engraçado ver as caretas que ele fazia com as minhas reclamações – um suspiro apaixonado – ate que ele falou algo que eu nunca imaginava que qualquer homem falaria em uma situação dessas,ele disse que eu fica linda com raiva – um risinho constrangido – e que era muito grato por tudo que eu estava fazendo por ele,podia fazer qualquer coisa que ele não ligava,podia ate bater nele,depois riu.Ele riu!Eu me senti ofendida claro!Pela primeira vez eu agi como uma criança com o ego ferido, bati o pé e virei para a parede.Ele ficou preocupado com essa minha reação e veio me consolar,era lindo ver a preocupação em seu olhos,ele disse :’’Ei!Tudo bem,não precisa ficar com raiva!Eu não vou mais rir!Prometo’’,depois foi a minha vez de gargalhar,um homem de 30 e poucos anos falando como uma criança era muito engraçado,ele ficou emburrado mais não fez nada.Eu virei e disse: ‘’Como estava falando anteriormente,eu estou de saco cheio de proteger o senhor,por isso eu vou te dar uma arma,unicamente feita para monstros,não mata mortais,é bronze celestial por isso não tenha medo de se cortar,vou treiná-lo até achar que pode se virar sozinho” e dei para ele uma faca,você sabe qual é,- disse tirando não sei da onde,uma faca de bronze com o cabo revestido de couro,e estava escrito “Pertence a John Walter” e me entregou sussurrando um ‘pode ficar com ela’-

 Os dias foram passando,nós treinávamos muito,ele realmente se esforçava,dava tudo de si,e sempre tentava me agradar,era esquisito e engraçado.Ate que os dias viraram semanas,meses e nos estávamos nos apaixonando,eu já não era mais necessária,mais eu continuei la com a desculpa que ele precisava de alguém com quem fixar as habilidades por um tempo;EU não queria ir embora,estava tão perdidamente apaixonada e tão entregue,até o dia em que ele disse que sentia o mesmo que eu,que me amava de um jeito inexplicável,e que não queria que eu fosse embora,deixasse ele e me apaixonasse por outro.Nessa época eu já tinha contado sobre os deuses gregos e toda a nossa historia.Ele temia que agora que sabia que eu podia amar,me apaixonasse por outro,e disse que não suportaria isso.Foi tão lindo que eu não me controlei,era como mágica – sussurrou com os olhos brilhando – e eu me entreguei ao amor,a luz da lareira.Foi ... sem palavras – seus olhos endureceram – mais no dia seguinte me obrigaram a voltar ao olimpo,eu finalmente quebrei meu juramento,eles me intimaram a entregar a criança que eu carregava em meu ventre,fiquei surpresa ao saber que estava grávida,mais neguei,não ia entregar assim tão facilmente o fruto do meu primeiro amor,eu já amava essa criança – disse acariciando me rosto.Minha visão embaraçou e tudo ficou escuro,mais uma luzinha quase invisível para mim estava se aproximando e então fui tomada por um clarão:

“-O que faremos? – perguntou minha mãe com a voz embargada- Não quero entregar minha filha assim tão facilmente a eles! –

Levantei-me lentamente,não percebi que estava deitada no chão.A passos lentos me aproximei da mulher de cabelos cor de fogo e sussurrei:

-Mãe?O que esta acontecendo?- Mais ela parecia não estar me vendo,procurei ver com quem ela estava falando e percebi que também não estava mais no meu quarto,estávamos no canto mais escuro de um salão monumental, doze tronos estavam posicionados em um ‘U’ ao contrario,tudo estava vazio e escuro somente iluminado pela luz de uma fogueira.As chamas bruxuleantes iluminavam fortemente cada um dos tronos deixando suas sombras maiores e o ambiente com um ar mais sombrio.O mármore frio sob meus pés estava molhado com um liquido dourado e denso e deixava um rastro ate a parede parando exatamente onde minha mãe e um homem meio grisalho estavam.

O estranho estava limpando alguma coisa no rosto da minha mãe,ele usava muitos panos enquanto minha mãe comia cubinhos de ambrosia.Os panos estavam com manchas douradas assim como o liquido no chão,cheguei mais perto e percebi que minha mãe tinha um machucado horrível no rosto e estava sangrando muito Icor,que manchava o lindo vestido branco que ela usava e se concentrava no leve volume em seu útero.O homem que reconheci como sendo um deus também estava com suas roupas de corrida manchadas de Icor, que bufou irritado quando uma musica de celular começou a tocar,ele não atendeu e continuou a cuidar de minha mãe,mais o celular tocava insistentemente no bolso do short e duas vozes falaram em coro:

-Hermes, Hebe (n/a: Deusa da juventude e filha legitima de Zeus e Hera) esta na linha quatro e parece muito impaciente se você ignorá-la Hera vai ficar furiosa. -

-Ponha na caixa postal George, Marta só me avise quando for algum dos olimpianos – disse o deus firmemente. As vozes nada falaram e o celular parou de tocar.

-Não devia deixar de trabalhar só para me amparar. - sussurrou minha mãe com dificuldade e logo depois tossiu mais Icor. “O que fizeram com você mamãe?” pensei.

-Não fale besteiras Héstia!Você esta machucada por causa daqueles idiotas!É e bom tirar folga do meu trabalho – disse risonho mais seu olhar era indignado,como se ela o tivesse ofendido – Você sabe que eu sempre vou ter tempo para cuidar de você aconteça o que acontecer.- falou ternamente,ele a olhava com admiração...PARA TUDO!!!Admiração?!!?!?!?CARACA QUE BABADO!!!

Minha mãe corou e desviou o olhar conseqüentemente sujando o rosto de Icor que estava na toalha.

-Acho que já conversamos sobre isso- sussurrou. Ele somente assentiu seus olhos azuis mostravam a tristeza que ele estava sentindo.

-Você sabe que se não der o bebê Zeus vai fazer de tudo para tira-la de você e depois vai matar a criança – murmurou melancólico.

-Sei...Mais farei tudo que estiver ao meu alcance para salva-la – falou com a voz mais firme que sua voz rouca podia proporcionar.

-Posso ajudá-la – disse Hermes. – Se eu no momento em que ela nascer uma fênix trocar sangue com a criança elas ficaram ligadas pela eternidade,as duas morreram e retornaram das cinzas.Tudo o que acontecer com o bebê afetará Ira,minha fênix mais nova–

-Você faria isso?!- perguntou minha mãe esperançosa. E tão baixo que eu tive que me esforçar para escutar ele respondeu:

-Por você eu faria tudo querida-“

Eles estavam tão próximos que eu podia jurar que ele iam se beijar, mais outro clarão fez a imagem se esvair.

“Pisquei atordoada,estava deitada em uma superfície macia como plumas,o quarto em que eu estava era todo vermelho e branco,tudo era quente.Um estrondo vindo da minha direta chamou minha atenção,olhei para la e vi minha mãe nos braços de Hermes (de novo).Gritos de agonia saiam de sua boca,sua barriga estava enorme e o vestido que ela usava estava sujo de sangue.

-O bebê!Hera o esta matando!!- disse minha mãe entre os gritos. Logo ela foi posta ao meu lado, a única parte que eu conseguia mover no meu corpo era a cabeça, por mais que eu fizesse força não consegui me levantar, era horrível ver minha mãe naquele estado, lagrimas escorriam de seus olhos enquanto o parto acontecia.

Foram horas de agonia e gritos de dor, parecia que nunca ia acabar quando finalmente os gritos cessaram e o um choro agudo encheu o quarto.

-É uma menina Héstia!Uma linda menina! – disse Hermes entregando o bebê a minha mãe que chorava só que agora de emoção. Ela riu e disse:

-Ela tem olhos verdes!De onde ela tirou esses olhos?-perguntou divertida pouco antes do bebê ruivo começar a chorar dolorosamente,seus olhinhos estavam muito vermelhos,como se fossem explodir em sangue e a pele translúcida estava ficando arroxeada.

-Eles ainda estão tentando matá-la!Afrodite não irá segurar a irá de Zeus por muito tempo!- falou o deus pegando o bebê que estava com o corpo todo sujo de Icor seco, a cena que vi a seguir foi chocante, ele fez um corte no ‘meu’ braço e em um filhote de fênix ele fez o mesmo, pouco depois ‘eu’ estava com a ave nos braços ela bebia ‘meu’ sangue e eu o dela. CARA ISSO É NOJENTO E ESTRANHO! (Mô Vampire Diaries!!).

A porta foi arrombada quando Hermes tirava a fênix dos bracinhos da bebê que imediatamente começou a chorar mediante ao estrondo, uma luz envolvia a ave e o bebê,imortalidade,era isso!Eu era meio-imortal por ter ingerido o sangue de uma fênix!UAU!

-Entregue o bebê Hermes!!-Disse uma voz de trovão pouco antes de porta.

-Não pai!- falou – não deixarei você tocar nessa criança. –

O homem de olhos azuis elétricos trincou os dentes furioso ate uma linda mulher apareceu ao seu lado implorando:

-Por favor, pai!Não faça isso!A criança é inocente!Poupe-as..-

-Cale-se Afrodite!A promessa foi quebrada, todos precisam ver que não se deve desafiar Zeus!- esbravejou.

A temperatura do quarto fez Héstia se recuperar mais rápido com um suspiro ela se levantou, mesmo cansada ela se pôs entre o irmão e sua filha.

-Você não fará nada irmão!Essa menina tem tanto direito de viver quanto Thalia!!Ou qualquer outro semideus!! – falou ameaçadoramente mais logo caiu no chão desmaiada. Sem nem sequer olhar apara a irmã Zeus disse:

-Tens o prazo de um ano para entregar a criança se não eu a mato e ao seu amado mortal também e viverás a eternidade culpando-se pela morte dos dois – E sumiu em uma fumaça cinza espalhando o cheiro de ozônio por todo o quarto."

"Estava tonta,tudo a minha volta girava,olhei para os lados e vi que estávamos novamente na sala do trono,minha mãe brincava calmamente com uma linda menininha de cabelos ruivos ondulados e olhos verdes,as mãos gorduchinhas apertavam com força os dedos de Héstia e ria alegremente quando a deusa fazia uma careta e falava que ela era forte como Heracles.O lugar estava vazio a não ser por elas, mais em um piscar de olhos todos os treze deuses (sim Hades estava lá) estavam sentados em seus tronos.As duas ficaram caladas,o bebê esticava as mãozinhas ora para Afrodite ora para Hermes como se quisesse que eles chegassem mais perto,mais Héstia segurou-a firme sem deixá-la cair.

-Decidiu Irmã?Vai entregar a criança ou prefere ver todos morrerem?Seu prazo esta acabando... - disse Zeus rindo ironicamente.Senti meu rosto ficar vermelho de raiva,aquele idiota matou o meu pai e ainda ameaçou a minha mãe!!Ele não presta!

Os deuses se mexeram desconfortáveis, Poseidon, Apolo,Afrodite e Hermes fuzilavam o pai/irmão com o olhar,os outros agiam indiferentes ao assunto.

-Não,eu não vou entregar a minha filha NUNCA!Só convoquei o conselho para comunicar que deixarei minha filha com seu pai assim como uma meio-sangue normal,e todos os deuses que estão ao meu favor cuidaram dela como filha então..Zeus eu juro que se você tentar algo contra ela!Ah...Eu juro pelo Styx que arranco isso que você chama de...*&%$#*!(palavras impróprias para menores de 45210 anos).-

-Apoio!- disse Hermes.

-Tô dentro também!- Apolo.

-Apoio- Afrodite e Poseidon também se fizeram presentes.

Zeus que não alterou sua expressão sarcástica e não se deixou abalar pelas ameaças disse:

-Agradeço suas palavras de carinho minha Irmã, mas...Não acho que você possa evitar o inevitável!Nem com todos os deuses olimpianos cuidando de sua preciosa cria você vai conseguir me impedir!-

Minha mãe estava possessa, seu rosto estava tão vermelho quanto o meu mais tão logo a fúria veio ela passou,ela disse com uma voz dura como aço:

-Bem irmão,se você quer assim que tal uma troca?Se você matar a minha filha... Thalia não vai ser muito feliz no Tártaro sabe,Hades não esta nem ai para essa discussão e acho que ele gostaria de se vingar pelo que você fez com ... Maria Di Ângelo - sussurrou a ultima-E Hera também não parece ter muita afinidade com sua filha bastarda. -Olhei para Hades que parecia ter acabado de acordar e com uma expressão furiosa concordou com minha mãe.Hera parecia feliz com a idéia de ver a garota Thalia morta.

Sem nada dizer Zeus encarou minha mãe firmemente,ela se manteve calculista e ameaçadora.Depois de muito tempo ele suspirou e assentiu:

-A garota vive,mais enquanto eu mantiver minha palavra Thalia continua viva também - Vista a proposta o olhar de Hera desmoronou.

-Certo - minha mãe disse enquanto balançava suavemente a criança que se mexia inquieta. "

Faixas de luz passavam pelos meus olhos rapidamente e logo eu estava outra vez na sala do trono.

"-Você o matou!Como você pode matá-lo?John não fez nada a você que eu saiba!SEU MONSTRO PORQUE VOCÊ O MATOU?!?!- Revoltada minha mãe chorava enquanto gritava apontando o dedo bem na cara de Zeus.

-Não lhe devo satisfações.- E simplesmente deu meia volta e desapareceu."

Um redemoinho de cores estava a minha volta me deixando confusa,cenas estranhas passavam diante de meus olhos.

Hermes fazendo minha matricula em escolas antigas,Afrodite influênciando os presidentes da Prada e da Channel a abrirem lojas perto da minha casa e arrumando roupas novas no meu guarda roupa,Poseidon e Apolo arrumando documentos falsos no meu antigo quarto e Héstia acariciando meu cabelo enquanto eu dormia.

Chocada pisquei varias vezes e logo voltei ao meu quarto na casa de praia no México e no tempo atual.Minha mãe me olhava envergonhada e perguntou:

-Então... Entendeu alguma coisa?-

-...- Estava sem palavras- Não sei o que dizer,então você protegia meu pai dos ataques de monstros,treinou ele para se defender szinho,me teve,discutiu varias vezes com Zeus por minha causa,Hermes é apaixonado por você e Afrodite,Apolo e Poseidon estão do seu...nosso lado assim como Hermes?E vocês cuidavam das coisas que se resolviam magicamente para mim????- Perguntei incrédula.

-Err... Sim- respondeu em uma voz fininha. Sem mais demora a abracei novamente. Estava tão emocionada!Minha mãe cuidava de mim e me defendia desde antes do meu nascimento!

Lagrimas de emoção escorriam livremente pelo meu rosto, minha mãe me deu um beijo no rosto e disse:

-É Mi Vida, as nossas vidas não foram muito fáceis por um bom tempo, e nem agora – Ela fechou a cara. -A guerra esta se aproximando lentamente, o primeiro ataque eles já fizeram, ainda estão matando meio-sangues no acampamento, são mortes misteriosas, ninguém sabe quem ou o que esta fazendo isso!E assim que nós terminarmos aqui vocês tem que partir imediatamente para o acampamento, recrutar os melhores meios-sangues, pois os deuses em uma recente reunião concordaram que os melhores serão treinados por Ares e o restante ficara protegendo o acampamento caso aja outros ataques, vocês tem que estar preparados, logo que chegarem lá uma pessoa irá buscá-los para o novo ‘quartel’ como Ares falou. -

Assenti levemente,Héstia acariciava meu rosto,uma tremor percorreu minha coluna e um calor confortável me envolveu,olhei para cima e o círculo de fogo,símbolo de minha mãe estava lá.

A bênção de Héstia.

-Porque vocês estão me dando suas benções?-perguntei.

-Para você se proteger querida,esse pentagrama te protegerá de grande parte das coisas,os que te enfrentarem sentirão medo da aura que ele emana e você terá certa influência sobre os elementos,nada monumental como você faz com o fogo ou o Percy com a água.- explicou.-Acho que seus amigos estão impacientes lá em baixo,vamos?- perguntou.

-Claro-

Descemos as escadas calmamente,minha mãe olhava tudo com os olhos vagos como se revivesse cada momento que tinha passado ali.Chegando na sala de estar a enorme televisão estava ligada no noticiário da tarde,Jane estava sentada em uma poltrona branca que tinha na sala e Percy estava esparramado no sofá olhando para a TV mais sem realmente prestar a atenção,Nico estava do lado de fora,pelas frestas das persianas eu via sua silhueta.

Quando descemos eles nos olharam.

  -Acho que já posso ir,não há nada mais que falar,minha filha irá passar a vocês as informações que lhe dei,adeus heróis – despediu-se e desapareceu em chamas,não sem me dar um tchauzinho com a mão,eu ri.

Olhei para eles novamente,nada falaram só me encaravam curiosamente por isso contei só o essencial,que minha mãe é Héstia e que eu sabia disso desde que meu pai morreu,não contei a historia inteira pois era muito pessoal,também falei do que nós teríamos que fazer e Percy perguntou se podíamos descansar um pouco antes de partir,disse que sim e falei para eles pegarem qualquer quarto da casa menos o que tinha porta vermelha,que era o meu.

Nico não se pronunciou,continuava na varanda encostado no batente de madeira que separava o chão de madeira da areia da praia.Aproximei-me e antes que minha mão tocasse seu ombro ele perguntou friamente:

-O que quer Luce?-

-Porque você esta assim?-pausa- eu fiz alguma coisa?- confusa olhei em volta procurando em vão o motivo de sua frieza.

-Porque não me contou?-

-Contei o que?- perguntei agora mais confusa que nunca.

-Porque não me contou?!- repetiu a pergunta me olhando nos olhos – Que sua mãe é Héstia?Não confia em mim?Não sou digno da sua confiança?Eu perguntei para você varias vezes Luce!!!Várias vezes eu perguntei se você realmente não sabia que era a sua mãe e você mentiu pra mim!!!!- Esbravejou.Fiquei irritada e triste por ele achar isso de mim,bufei e disse:

-Claro que eu confio em você!Mas eu não podia contar!!Minha mãe não deixou eu contar!Imagina eu acabo de chegar no acampamento e anunciar para todos que eu sou filha de Héstia!O ERRO de Héstia!Porque é isso que eu sou,um ERRO!UMA DROGA DE PESSOA QUE NÃO DEVERIA NEM EXISTIR!Zeus matou mau pai por minha causa!Um homem que não fez nada a não ser amar uma mulher desconhecida!-parei antes que eu começasse a chorar,mais não me contive e continuei –E porque você esta assim?Todo irritadinho?A vida é minha eu faço dela o que eu quiser!Se eu não quisesse te contar já teria dito a muito tempo ‘Desculpe mais eu NÃO QUERO ta contar!”idiota!Porque você esta assim eim?Você não é NADA meu!- Gritei.

Por um momento parecia que Nico ia explodir de raiva ali,sua mãos tremiam e ele tencionava os músculos nervosamente.

-Tá com raivinha de que?- perguntei- Você não tem direito de me dizer o que fazer!VOCÊ não é NADA meu caraca!- repeti.

 Ele trincava os dentes mais me respondeu.

-É disso que eu tenho raiva!- disse apontando para mim –Tenho raiva de você!Por suas reações estranhas!Raiva de você falando que nós não temos nada!Como assim não temos nada!?- Ele virava o corpo em minha direção movimentando os braços freneticamente e olhava diretamente nos meus olhos com toda sua raiva contida – Tenho raiva de tudo o que vem de você!Do seu jeito arrogante e mandão,do seu autoritarismo,das emoções confusas que eu sinto em relação a você!Você me deixa sem ar,eu fico envergonhado como o garoto de 10 anos que um dia eu fui!Eu não consigo olhar para mais nenhuma garota sem procurar alguma coisa!E sempre que eu olho para você eu encontro.Mais tem algo que supera tudo,eu tenho raiva por gostar de você – ele falou a palavra como se fosse um palavrão – Gosto do jeito que você fala meu nome,do seu sotaque mexicano,seu jeito de andar me provoca!Argh!Gosto da cor do seu cabelo e do cheiro que ele tem!Gosto de perder o fôlego quando te beijo,eu gosto de odiar você e tenho raiva de te odiar!Agora você entende?Porque EU não!- terminou socando uma pilastra de madeira.

-Também te odeio- sussurrei – odeio seu ar de superioridade,odeio seu jeito emo de ser, detesto saber que você um dia foi tão afetado com a morte de alguém quanto eu,mais sinceramente eu acho que a sua irmã foi egoísta – pausa – odeio você por se deixar levar tão facilmente aos prazeres do corpo,você pode ser revoltado o quanto quiser mais precisa mesmo descontar em meninas inocentes do acampamento?!Eu sinto nojo disso!Nojo do que você foi,não do que é agora.Sei que não mudou muita coisa,afinal,você ainda se deixa levar pela Jane,mais não consigo não te “perdoar”,porque ... eu estou me apaixonando por você – falei confusa,era verdade,finalmente me sentia uma adolescente normal,com duvidas e suspirando pelos cantos (não que isso aconteça!Eu acho) – Sua atitude me faz suspirar,gosto quando me toca,é frio perto da minha pele quente,mais é como se uma corrente elétrica passasse pelo meu corpo.Quando estou perto de você sinto como se você soubesse de tudo que um dia escondi,como se pudesse contar tudo para você,e...eu quero isso,queria me livrar desse peso,mais não posso.-

-Porque não?!- me interrompeu.

-Eu mencionei que também odeio suas perguntas? –pausa – Gosto do jeito que você fala com seus amigos,é como se eles fossem sua família;ele são sua família!E é bom estar em um lugar assim,sendo filha da deusa dos laços familiares.- respirei fundo – Gosto de olhar nos seus olhos;também perco o fôlego quando te beijo,gosto de ter os seus braços em volta de mim – virei o rosto envergonhada.- Ficar com você parece uma noite de verão,quente e reconfortante depois de um grande dia.Considero você como o meu melhor amigo, não sei se é certo ser algo mais!Só que...só de olhar em seus olhos já me faz esquecer de tudo!Eu não posso viver assim! – murmurei.Ele não falou nada,suspirei e caminhei em direção a porta.Me repreendi por ter falado tudo aquilo,ele deve ter se assustado e nunca mais vai voltar a falar comigo.

Quando botei a mão na maçaneta uma mão segurou meu braço me virando bruscamente e fui presa entre a parede de vidro e os braços de Nico.

-Desculpe, mais eu não sou perfeito.E nem você – sussurrou perto do meu ouvido.Estremeci.

-Não te culpo por isso – irônizei e tentei abrir a porta novamente, mais fui impedida por ele.

-É verdade?- perguntou invadindo demais o meu espaço.

-É verdade que você só sabe fazer meias perguntas? – perguntei irritada por estar sem defesas.

-Que você esta... Apaixonada por mim – falou maroto. Corei e respondi timidamente:

- Apaixonando!Isso ainda pode mudar, pois esta na metade do caminho!-

-Então espero que não mude – falou e antes que eu pudesse retrucar suas mãos foram para minha cintura me aproximando de seu corpo gelado, não estava raciocinado e ficou pior quando ele começou a me beijar,com a mão direita ele segurou meu pescoço impedindo uma possível fuga.Como se tivessem vida própria meus braços envolveram seu pescoço, seus lábios eram frios de encontro aos meus,me sentia em chamas,pela primeira vez era como seu eu conseguisse sentir o calor fabril do fogo.Suspirei quando seus dedos encostaram na pele da minha cintura e foram subindo por minhas costas.Senti o velho e bom formigamento em minhas mãos,abri um pouco os olhos e vi que Nico arregalou os dele,sua camisa estava chamuscada no lugar onde minhas mãos estavam,ele me encarou desafiadoramente e tudo ficou escuro,só sentia seus braços me apoiando,não sentia nem o chão sob meus pés,não via absolutamente nada.Minha respiração ficou acelerada e automaticamente meus braços entraram em combustão tentando em vão iluminar alguma coisa,escutei um ‘outch’ em algum lugar a minha frente mais nada mudou.Irritada falei:

-Será que o crianção pode por favor parar o que deuses você esta fazendo ou vou ter que te queimar de propósito dessa vez?!-

Alguns segundos depois estava na varanda da minha casa de novo com Nico a minha frente sorrindo maldosamente.

-O que foi Luce?Tem medo do escuro?- pergunto maroto.

-Você esta brincando com fogo,literalmente,então não faça mais isso.- sussurrei ameaçadoramente.Estaquei quando percebi que sua camisa agora estava em farrapos,percebendo para onde eu olhava deu de ombros.

-Não foi nada de mais,a não ser pelas prováveis marcas das suas mãos nas minhas costas- disse enquanto arracanva os restos da camisa.Prendi a respiração “Cara é impressão minha ou só existe meio-sangue gato nesse mundo?!Babei!” pensei.Desviei os olhos.

-Deixa que eu cuido disso – falei apontando para as marcas avermelhadas em seus ombros e nas costas.Peguei o quite de emergência na cozinha e busquei a pomada para queimaduras.Com as mãos tremendo passei lentamente nos lugares onde estava queimado,dava para ver nitidamente a marca dos meus braços e dos meus dedos,me senti culpada por te-lo machucado assim mais quando me inclinei para me desculpar ele somente suspirou.Ih eu eim,garoto estranho.

Quando terminei de passar ele já estava dormindo sentado no chão, revirei os olhos e falei bem alto perto do seu ouvido:

-Folgado você não é?!!!?!- Ele abri os olhos assustado, mas quando me viu rindo se acalmou e respondeu sonolento:

-Mais tava tããão bom...!- balancei a cabeça e me encostei-me a uma pilastra fechando os olhos e aproveitando o som das ondas do mar.

-Como fica agora? – perguntei ainda de olhos fechados.

-Como fica o que? – Ainda com a voz sonolenta ele se aproximou.

-...Nós...- sussurrei abrindo os olhos. – Você disse que tem raiva de mim por negar que nós não somos nada, então... Diga-me você... O que nós somos? –

Por longos e intermináveis minutos o silêncio reinou, já estava ficando impaciente, uma tristeza inimaginável me atingiu, se nem ele sabia não tem o mínimo direito de cobrar nada de mim!!

Suspirei e pisquei varias vezes para impedir que dos meus olhos agora marejados caísse alguma lagrima. ’Não posso chorar’ pensei, ’ não na frente dele!Não sou uma fraca!’.

Levantei e fui para a praia, assim que meus pés tocaram a areia suspirei sentindo a textura dela, fazia tanto tempo que havia estado ali, e agora que voltei à situação não melhorou nem um pouco. Caminhando a beira do mar minha meus pensamentos vagaram.Sendo uma garota tenho mais controle dos meus sentimentos do que ele,mais mesmo assim!Posso estar ... sei lá!Me apaixonando mais isso não quer dizer que eu posso cobrar tanto dele e nem ele de mim.Por mais magoada que eu esteja não vou levar isso para frente,minha mãe não gostaria de saber que eu guardo rancor de alguém,vou fingir que nada aconteceu e voltar para casa.Dei meia volta me sobressaltei quando um vulto preto apareceu,com meu coração acelerado respirei fundo ao reconhecer a pessoa.

-O que foi agora Nico? – perguntei.

-Luce!Desculpa é que eu... tipo...sabe,é que... – ele respirava rapidamente e estava suando.

-Nico se acalma e fala devagar!Parece ate que viu um fantasma! – ri da minha piadinha sem graça.

-Luce...você quer...-ele franziu o cenho - ... namorar comigo?...Ah não cara muito tenso serio!Muito gay isso!Putz não acredito que eu...-

-Sim – respondi.

-Falei ... espera,o que?! – perguntou incrédulo.

-Eu disse que sim seu lerdo – falei bagunçando mais seus cabelos,ri da cara surpresa que ele fez,ainda não estava acreditando.Não medindo minha felicidade puxei-o pela camisa e o beijei ardentemente.Se recuperando do choque ele correspondeu da mesma intensidade.

Bem,pelo menos um coisa estava certa na minha vida agora... eu acho.