Passos escrita por Nyna Mota


Capítulo 6
Passo V


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora.
Boa Leitura!



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Nova Iorque, a cidade que não dorme, a cidade que não para.

Do ar era uma imagem de tirar o fôlego. Prédios com fachada luminosa, cada monumento maior que o outro, se eu fosse uma apaixonada por arquitetura, a visão que tive de dentro do avião faria meus olhos se encherem de lágrimas, mas o que me emocionou foi outra coisa, algo completamente diferente mas arrebatador.

A vista de Nova Iorque enquanto o avião se preparava para pousar me fez crer que eu tinha conseguido. Primeiro: eu tinha realizado o sonho, direito na NYU com Rose. Segundo: eu estava viva. 

A sensação de estar viva era maravilhosa, valia a pena viver, lutar, no fim cada pequeno obstáculo me levou aonde eu estava agora, e eu estava grata por aquilo.

Olhei para a poltrona ao lado onde Rosalie estava, tão encantada com a vista luminosa quanto eu. 

A descida foi suave, o frio na barriga era pelo que aquilo significava, um passo mais perto dos nossos futuros, mais perto de novas experiências, novos amores, aventuras, lágrimas, desafios, obstáculos sofrimentos, porque viver era isso, sofrer, amar, sonhar, quebrar a cara, cair e levantar.

Ao pisar no aeroporto foi que a realidade me atingiu com força, eu realmente estava ali. O aeroporto estava apinhado de gente, de todos os tipos, de todos os países, tantas cores, nada da sobriedade que Forks tinha, nada de marrom, verde e escuro.

— Vem Bella, vamos pegar as malas, Edward já deve estar nos esperando.

Rosalie que já conhecia o aeroporto nos guiou pela multidão. Não demorou pra estarmos com duas pesadas malas sendo arrastadas aos tropeços. Era uma verdadeira mudança.

Rose parou por um instante olhando estática pra um ponto a sua frente. Um homem alto, muito alto, moreno, cheio de músculos com uma plaquinha com nossos nomes.

— Mas que diabos! — Rosalie saiu apressada. — Quem é você e cadê o Edward? — A loira perguntou ao monte de músculos arqueando a sobrancelha.

— Olá Rosalie, eu sou Emmet, colega de residência do Edward. Ele estava de plantão e me mandou para buscá- las. — Ele estendeu a mão pra loira que o avaliava, ela suspirou cedendo.

— Obrigada Emmet. Aquele ruivo idiota podia ao menos ter me avisado! 

— Ele tentou mas vocês já estavam no avião. Olá Bella. — Ele me cumprimentou dando um sorriso que tinha covinhas e indicou a direção do estacionamento enquanto puxava a mala da loira, e a mesma me ajudava com a minha.

— Ele é gatinho. — Susurrei baixinho recebendo um tapa em troca.

— Cala a boca Bella.

Foi impossível não rir. O moreno era realmente bonito, muito bonito, Rose também notou aquilo já que não parava de encarar as costas do homem.

Rapidamente chegamos ao carro, ele guardou as malas, e seguimos em direção ao nosso apartamento. 

Emmet era gentil, foi mostrando as coisas em Nova Iorque, sorria, mas era discreto e reservado. 

— Edward já havia me dado o endereço de vocês. — Ele disse enquanto estacionava o carro. Um prédio de 6 andares, pequeno, localizado no Queens. Estava louca pra conhecer nosso apartamento. Nosso Lar.

Não era algo luxuoso, era pago com o dinheiro que recebia pela morte do meu pai e a ajuda dos pais de Rose. Teríamos que nos virar com aquilo. Rose não queria apenas ser bancada pelo pai, mesmo que ele tivesse dinheiro pra isso.

Largamos Emmet com as malas e corremos pro saguão do prédio, como duas garotinhas na manhã de natal.

Vi o sorriso de Emmet ao longe, mas cara aquilo era tão empolgante. Abracei a loira que me olhou com os olhos marejados.

— Mamãe devia estar aqui! Ela não podia perder Nova Iorque. — Deixar Lily em Forks doeu muito. Tanto nela quanto em nós.

A despedida no aeroporto foi algo doloroso que eu não queria repetir tão cedo. Pensar nela era como um imã, meu celular tocou. Coloquei no viva voz por saber que Rosalie queria falar com a mãe tanto quanto eu.

— Suas ingratas! Sequer me ligaram pra avisar que pousaram. Uma mensagem teria sido suficiente! Mas não, agora que estão em Nova Iorque nem se lembram mais de mim! 

A bronca misturado ao drama me fez rir e fungar ao mesmo tempo.

— Ah mamãe queria você aqui! — Rose fungou, Lilian também.

— Eu também queria Rose, mas enfim, conte me tudo!

— Nova Iorque é linda Lily, grande e tem cheiro de cidade grande! — Ela riu. — O Porteiro está nos encarando como se fossemos loucas porque ainda estamos no saguão.

— Então vão lá e se apresentem. Não deixem de me ligar, eu amo vocês!

Ela desligou antes que disséssemos qualquer coisa.

A vida sem Lily ao lado seria estranha e diferente, mas já havia aprendido que tudo tem um lado bom. Aprenderíamos a viver sem ela por perto, ela havia nos ensinado bem.

Após nos apresentarmos ao porteiro como as novas moradoras e pegarmos as chaves, pegamos o elevador para nosso andar.

Emmet conseguiu carregar as duas malas sem reclamar. 

Abrimos a porta e lá estava ele, o ruivo, com um bolo de chocolate, pizza refrigerante e uma faixa: "Bem Vindas à Nova Iorque".

Aquela família adorava uma comemoração. Foi impossível nos segurar. Nos jogamos em cima dele e o abraçamos, ele envolveu as duas em seus braços quentes e acolhedores.

— É muito bom ter vocês por perto! — Ganhei um beijo na testa, assim como Rosalie.

— Ótimo! Eu carrego as malas e ele ganha abraços! Que bonito meninas! — Emmet disse sorrindo olhando pra nós.

— Sai Emmet, elas são só minhas. Uma loira e uma morena, estou podendo. — O ruivo brincou com o amigo. Percebi que ainda me encontrava nos braços dele e sai discretamente.

Era tão fácil ficar perto dele.

— Não se preocupe Emmet você também ganha abraços. — Olhei em choque pra minha amiga que já tinha abraçado o rapaz, que ficou estático por alguns segundos antes de retribuir.

Ali, naquele instante formamos um grupo de amigos, e aquele apartamento de três quartos se tornou nosso point de encontro.

Os meninos sempre que podiam iam pra la, a gente cozinhava, ou comprávamos besteira. Emmet ia sem Edward e vice versa. Várias vezes os meninos dormiam ali, no terceiro quarto do apartamento.

O moreno era um amigo maravilhoso, cuidadoso e atencioso, me tinha como uma irmã mais nova, já com Rosalie as coisas eram mais tensas. Existia uma tensão sobre eles, segundo o filósofo ruivo Edward, eles queriam um ao outro, mas era complicado. Acertei uma almofada na cara dele por essa resposta sem sentido.

Enquanto ainda estávamos de férias exploramos Nova Iorque o máximo que podíamos, Central Park, Estátua da Liberdade, chinatown, compramos coisas necessárias e desnecessárias. Logo o apartamento tinha nossa cara.

Lily era uma saudade constante, sempre falávamos com ela, por ligação, por mensagem, mas nada aplacava a falta física que ela fazia.

Os dias passaram rápido, quando menos esperamos era o primeiro dia de aula, que tinha uma aura totalmente diferente do High School.

Os alunos eram diferentes, os professores, e tudo indicava que teria que me dedicar ao máximo pra conquistar o que tanto almejava.

Eu amava as matérias, algumas mais difíceis que outras. Tudo ainda era muito introdutório, filosofia e história, mas eu amava estar ali, mesmo com um dos professores infernizando minha vida acadêmica.

Já estávamos no início de Outubro, procurava um emprego de meio período em uma lanchonete quando vi algo que me deixou estática. Edward sentado em uma mesa, rindo com uma loira. 

Ela tocou o ombro dele, ela era intima dele! A raiva que senti era algo fora do normal, eu odiei ela, e odiei ele por deixar que fosse tocado daquele jeito. Não entendi porque sentia aquilo, quando a loira me viu e ficou me encarando virei e sai.

— Ele é apenas seu amigo Bella! Para com isso. — Sai resmungando baixinho após entregar meu currículo, afinal ainda precisava trabalhar. Odiava depender da Lily ou do dinheiro da pensão que eu recebia.

— Bella? — A voz do ruivo me paralisou por dois instantes antes que eu continuasse andando, fingindo que não ouvi. Não podia encarar ele, não depois dos sentimentos estranhos que a cena dele com outra mulher havia me causado.

Ele segurou meu braço, me impedindo de continuar.

— Hey pequena, o que faz por aqui? — Ele tinha a droga de um sorriso torto no rosto, aquele sorriso que vinha me desconcertando nos últimos tempos.

— Vim apenas entregar um currículo, já estou de saída. — Mais uma vez fui impedida de sair pela mão dele que me segurava, olhei naqueles olhos verdes, o que foi um grande erro, eu podia me perder naquela imensidão. — Eu preciso ir Ed. — Lamuriei na última tentativa de ser menos patética.

— Eu te levo. Hoje é sexta, dia de pizza e filme. O Emmet já mandou mensagem dizendo que vai direto do hospital. — O olhar intenso sobre mim, me desafiava a dizer não. 

Eu sequer consegui responder, apenas assenti. Deus eu era patética, e o que vinha sentindo por Edward nesses últimos dois meses de convivência também o eram.

— Tanya te vejo depois. — Ele se despediu da loira que me olhava curiosa. 

Seguimos pra minha casa casa onde seria a maratona de filmes da vez, sexta ou sábado sempre fazíamos algo. Era comum ser no nosso apartamento, mas já teve outras vezes que foi no do Edward ou no do Emmet. 

Chegamos e a loira já preparava a pipoca e o brigadeiro, Edward se dirigiu pro banheiro, ele e Emmet estavam tão mal acostumados que já tomavam banho ali.

Eu fui pedir a pizza enquanto o moreno não chegava.

No meio do filme dos vingadores Emmet e Rosalie começaram a discutir. A loira fã do Capitão America, o moreno fã do Homem de ferro, Edward e eu pausamos o filme enquanto os dois discutiam, era mais divertido ver a briga que o filme.

Trocamos o balde de pipoca algumas vezes, a discussão continuava acalorada, palavras como riquinho mimado e prepotente, bonzinho, falso nacionalista, irritante.

Tudo que eu menos esperei aconteceu, Rosalie beijou Emmet no meio da briga, e ele correspondeu com a mesma intensidade.

Edward e eu congelamos enquanto a cena se desenrolava em nossas frentes.

— Droga Rosalie porque fez isso!? Isso não podia ter acontecido! É um erro — Emmet estava com um olhar agoniado.

— Se não queria era só não corresponder. — Rosalie contra atacou.

— Eu…eu….— O moreno gaguejou mas logo a beijou de novo, tão rápido quanto a beijou a soltou e saiu sem dizer nada .

O ruivo ao meu lado estava de boca aberta, literalmente de boca aberta. Seria cômico, se não fosse trágico. Antes que sequer nos movêssemos Emmet adentrou a sala novamente.

— Chaves, esqueci as chaves. — Pegou as benditas chaves na mesinha e saiu.

—Vai logo atrás dele Edward. — Cutuquei o ruivo que saiu atrás do amigo.

— Rose...— Comecei receosa.

— Não precisa falar nada Bella, eu gosto dele, realmente gosto dele, arrisquei e deu errado. Vou superar. — Apesar do tom triste Rose estava confiante no que dizia. 

Ela amadureceu, não era mais aquela que chorava e se deixava abater, eu senti tanto orgulho dela naquele momento. 

— Vem, vamos terminar o filme, preciso babar no Steven Rogers mais um pouco. — Rimos e terminamos o filme, regado a pipoca e brigadeiro.

Apenas recebi uma mensagem do Edward de que tudo estava bem, e que logo ele passaria ali.

Naquela noite, sonhei com Edward de mãos dadas com a loira da lanchonete.

Os dias se passaram rapidamente, faculdade não estava nos deixando com muito tempo pra vida social, e apesar da minha insistência Emmet não voltou à nos visitar. Edward também havia diminuído nas presenças, o que deixava com um grande vazio em meu peito.

A temperatura naquele fim de outubro estava começando a cair, uns 14° graus, além do frio exterior, por dentro eu estava congelada. 

Fazia exatos 7 anos da morte de Charlie, era uma data que sempre me deixava arrasada, foi naquele dia, há exatos 7 anos que minha vida mudou completamente, que perdi tudo.

Hoje eu conseguia ver que não tinha perdido tudo, que perdi muito, mas também ganhei, todavia naquela data tudo era mais difícil de lidar e compreender.

Papai sempre faria falta, ele era aquela parte de mim que não estava perto, mas que eu sempre amaria. Sempre teria um vazio meu peito, com a falta que ele fazia. Falta dupla com tudo o que ouve com Renée.

Aquela data sempre seria sombria pra mim.

Pela primeira vez no semestre faltei aula, não estava no clima para lidar com ninguém, nem com Rose, muito menos com o professor que me perseguia. Não queria ficar parada,  faxinei cada canto do apartamento, lavei todas as roupas sujas, roupas de cama e de banho, tirei pó dos móveis. No fim estava exausta mas o buraco em meu peito continuava maior a cada instante, como se fugir daquela dor só piorasse, como se fosse me afogar em tanta dor e tanta perda.

Então me deixei levar e cai naquele abismo. O choro era algo assustador, alto, doloroso, com tudo que tinha dentro de mim. Havia algum tempo que não pensava na escuridão daquela forma, mas naquele dia eu pensei. 

A lembrança agridoce de não sentir, aquele doce momento em que a dor da perda e da saudade não se faziam presentes. 

Eu tinha momentos felizes, mas não era hipócrita a ponto de dizer que não pensava em meus pais, todo maldito dia eles me vinham na lembrança.

Após algum tempo o choro cessou, a dor continuava, mas tinha aprendido a me levantar após a queda.

Ficar caída chorando, derrotada não era o desejo de nenhum dos meus pais, mesmo Renée que me abandonou e me magoou não queria aquilo pra mim. Eles sempre quiseram mais.

Renée não merecia, mas tinha meu perdão, ela era minha mãe, sempre seria, e sempre amaria a mulher que cuidou de mim quando pequena. 

Agora eu tinha outra pessoa a quem recorrer.

— Lily…— Chamei após ouvir a resposta do outro lado da linha enquanto fungava.

Ela sempre sabia o que falar, como me acalmar. A voz dela era um bálsamo, um bóia enquanto me afogava em dor e sofrimento.

Bem mais calma, tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e fui cozinhar. Queria comer algo diferente, optei por um estrogonofe de frango.

Nunca fui a melhor cozinheira do mundo, nem a pessoa mais coordenada, mas queria muito fazer aquilo.

Enquanto cortava o frango, a faca escorregou, acertando minha mão em cheio.

Senti dor e um ardor forte no local do corte, vi o sangue vermelho pingar, o cheiro de ferrugem. O sangue escorrendo prendeu minha atenção de tal forma que esqueci a fobia que tinha desde pequena, apenas senti o mundo girar e tudo escurecer.

A escuridão era uma velha conhecida. Nada de dor, nada de nada, daquela vez não me trouxe a sensação de paz de outrora, me causou pânico. Na escuridão eu estava só. 

Sem Lily, sem Rose, sem Edward e Emmet, sem a faculdade e os sonhos. Apenas o nada.

— Bella acorda! Bella não de novo não! Droga Edward atende essa merda! — Rosalie chorava, gritava e me sacudia.

Abri os olhos devagar vendo a cozinha suja de sangue, meu sangue, e uma Rosalie desesperada tentando falar com o primo.

— Emmet pelo amor de Deus! — A Bella.— Não, não sei quanto tempo. —Tem muito sangue. — Rápido por favor.

— Rose. — Chamei baixinho, minha voz estava fraca. Eu me sentia tonta com o cheiro do sangue ao meu redor.

— O Emmet está vindo. Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui.

— Tudo girando. — Meus olhos iam se fechando quando a loira rosnou.

— Não ouse fechar esses olhos Isabella Swan, não ouse me abandonar! Você vai ser a madrinha do meu casamento com aquele médico idiota e turrão e a madrinha dos meus filhos. Vamos nos formar e vamos pra Ibiza comemorar. Você vai dar netos à minha mãe, e vai fazer uma tatuagem. Então não ouse fechar a droga desses olhos depois de tudo que passamos. Respira pela boca e aguenta firme.

Eu aguentei firme, por ela, por mim, a escuridão era vazia eu não queria voltar pra lá. Eu não queria mais o vazio, eu queria viver, viver tudo que ela disse e mais, eu queria um futuro médico ruivo, queria filhos de olhos verdes, e viagens tranqüilas, queria dormir de conchinha e encontro de casais. Queria estar lá no dia do casamento dela e ela no meu.

— Só precisamos vencer as barreiras criadas pelo Emm, e de um certo ruivo também. — Eu disse tentando evitar pensar no sangue e na escuridão. Ela abriu um sorriso grande quando mencionei o ruivo.

— Ah isso nós daremos um jeito, na festa, semana que vem. Halloween. E sim, você vai. Já encomendei nossas fantasias. Eles vão enlouquecer.

Logo em seguida Emmet chegou impedindo que eu continuasse naquela linha de pensamento.

— Hey Bellinha, como esta se sentindo? — Ele questionou enquanto verificava meus batimentos cardíacos, havia paramédicos com ele.

— Apenas um pouco zonza e enjoada. 

— Nós vamos te levar pro hospital ok? Não se preocupe, estarei com você o tempo todo.

Ele falava comigo como se eu fosse uma criança assustada, então entendi, eles achavam que eu havia tentado me matar. Rosalie e ele, e os paramédicos.

— Eu não tentei me matar! — Sentei de uma vez e gritei. Não foi isso, não dessa vez.

— Shi Bella, precisamos te levar pro hospital, ver esse corte e se bateu a cabeça quando desmaiou. — A voz calma dele só me irritava mais.

— Pro inferno com hospital! Eu não tentei me matar, se quer saber estou ótima, não vou pra lugar nenhum. — Me levantei num rompante fazendo minhas vistas escurecerem.

— Droga Bella! Você precisa…

— Ah ela vai pra esse hospital sim! Nem que eu tenha que amarrar ou dopar ela. Pode colocar ela na maca Emmet. — A loira cortou o futuro médico.

Enquanto ele era calmo, ela era um furacão, mandona e intensa. Naquele momento, ela só era irritante. 

Fui contra minha vontade, não falei com nenhum deles, apenas respondi as perguntas dos paramédicos.

Como prometido Emmet me acompanhou em tudo, estava com uma concusão leve e pontos na mão. 

Após ser medicada e liberada pra ir pra casa, desde que me observassem, Edward apareceu.

Desesperado, nunca vi seus cabelos tão bagunçados, olheiras escuras em baixo dos olhos.

— Graças à Deus você está bem! — Ele me abraçou, me aconchegou em seus braços e não havia nenhum outro lugar no mundo que eu queria estar. — Que susto você me deu pequena, eu estava ocupado, só fiquei sabendo agora, Lily já está à caminho.

— Oh cara, não precisava disso tudo é só um corte e minha droga de fobia a sangue. —Funguei me escondendo no pescoço dele.

Eu não havia esquecido minha recente descoberta, querer estar com o ruivo, casar com ele, era assustador mas era real. Era um sentimento que foi criando raízes sem que eu me desse conta. E ele me via apenas como a amiga da prima, algo totalmente fora do contexto romântico no qual ele se enquadrava pra mim.

— Você não? — Vi ele hesitar, ele não queria perguntar se eu tentei me matar de novo.

— Não tentei me matar Edward, eu prometi que não faria isso mais. — Olhei em seus lindos olhos verdes e senti toda a tensão do seu corpo se desfazer.

— Estou feliz que esteja bem pequena. — Ele deu um beijo na testa me apertando mais em seus braços.

Dessa vez eu não fugi, aproveitei aquele momento nos braços da minha mais nova descoberta paixão.

Olhei pros nossos amigos, que se ignoravam completamente. Mas Emmet não me olhava, encarava a loira que fingia que ele não estava ali, me olhando com um sorriso doce, tinha alívio ali também.

— Vamos pra casa, a paciente de vocês precisa descansar. — Rose saiu andando na frente, Emmet atrás com uma cara desolada, depois Edward e eu, ainda abraçados. A desculpa que me dava era que ele estava amparando uma paciente.

No meu íntimo eu sabia que era mais que isso.

A chegada de Lily no dia seguinte foi conturbada.

— Eu sabia que não devia ter deixado vocês sós! Eu sabia!

Apesar da situação que a fez vir eu agradecia sua presença.

Ela ficou no quarto com Rosalie, já que os meninos se ocuparam do terceiro quarto, segundo eles queriam ficar de olho em mim por uns dias.

Lily  me ajudou a me deitar, sentou ao meu lado e ficou mexendo em meus cabelos.

— Eu não vou voltar pra Forks. Estou me mudando pra cá, pra ficar com vocês, e não, não é pelo incidente de ontem, é pela falta que vocês me fazem. Sem vocês eu não tenho nada lá. — A fala dela me surpreendeu, mas eu queria muito aquilo, nós sempre quisemos.

— Vai ser bom te ter por perto. — Abracei aquela mulher maravilhosa, sabendo que agora a teria ao alcance dos meus braços quando precisasse.

— Bella, o que há entre a Rose e o Emmet? — A pergunta dela me fez rir.

Narrei cada detalhe da relação dos dois, sendo em seguida deixada pra adormecer.

Antes do que eu imaginava chegou o dia da festa de Halloween, eu estava apavorada com a fantasia que Rosalie tinha me arrumado.

Eu iria de mulher maravilha, uma fantasia sexy e justa, uma maquiagem escura realçando meus olhos, me deixou totalmente sensual.

A loira iria de viúva negra, uma roupa de couro totalmente colada à seu corpo, Rose estava gostosa.

Edward e Emmet se mataram durante à semana pra nos acompanhar nessa festa, era de uma das fraternidades da faculdade, algo com homens lindos, sensuais e muita bebida foi o estimulante para os dois. 

Lily estava amando a casa cheia, adotou Emmet de todo coração.

Rosalie não quis esperar pelos garotos pra ir à festa, chegamos lá desacompanhadas.

Não pude deixar de reparar na quantidade de homens lindos, as fantasias eram diversificadas, umas bem realistas, outras bem idiotas. Minha primeira festa de faculdade, era excitante.

— Os rapazes chegaram, mas quero evita-los por enquanto. 

Assenti seguindo a loira até o bar, ela não costumava beber por minha causa, mas aquele dia foi uma exceção, ela estava tensa. Enquanto a loira tomava uma dose de tequila eu tomei refrigerante.

Ficamos um tempo próximas ao bar, apenas observando.

— Rose, sabe que não pode fugir pra sempre ne? — Ela não tinha o costume de fugir, sempre enfrentava as coisas de frente, o que me fez crer que Emmet era mais importante pra ela do que a mesma sequer percebia ou queria admitir.

— Tem razão. Vamos dançar.

Saímos do canto do bar, nos movendo ao som de uma música eletrônica qualquer. Rosalie continuava tensa, olhando ao redor.

— Rose relaxa. Apenas seja você, se solte, aproveite o momento. — Ela me deu um sorriso confiante, fechou os olhos e se deixou levar ao som da batida de Never Let Me Go.

Olhares masculinos se focaram nela, uma loira exuberante que dançava sensualmente em uma roupa de coura, de olhos fechados como se não houvesse amanhã, totalmente sensual.

Com aquela atenção logo um rapaz se aproximou, negro, alto, olhos cor de meu, ele era gostoso.

Rosalie abriu os olhos com a aproximação em seu espaço pessoal, algumas palavras sussurradas e logo eles estavam dançando juntos.

Senti alguém se aproximando e me virei pronta pra brigar com quem invadisse meu espaço, mas eram apenas Edward e Emmet.

E wow a expressão dos dois não era nada boa. Edward apenas olhava preocupado, já Emmet, irado, mãos em punho, músculos tensos.

— Ei você! — Edward me abraçou. Ele estava um pouco muito bêbado.

— Ei vocês! — Emmet não tirava os olhos do casal que continuava dançando sensualmente.

— Vem Emmet, vamos tomar mais uma dose de vodka!

— Vai você Edward. — Ver aquele homem enorme, nervoso e que não tirava os olhos da minha amiga me fez perceber que os sentimentos dela não eram platônicos como imaginava após a fuga do moreno.

Ao fim de mais uma música o casal se separou e Rosalie se aproximou de nós com a expressão de falsa surpresa.

— Ah vocês estão ai. Vem Bella. — Sem tempo de responder fui arrastada até o bar. Rose bebeu mais um dose de tequila, os rapazes nos seguiram e tomaram vodka. Eles bebendo me deu uma sensação ruim, o fim daquela festa não ia prestar.

— Me dêem as chaves dos carros. Agora. —Pedi vendo que todos estavam bebendo. Rose e eu fomos de taxi, os rapazes eu não sabia.

— Eu não estou bêbado Bella. — Reclamou o ruivo que continuava com os braços nos meus ombros.

— Eu disse agora Edward! — Bufando ele entregou a chave. Olhei pra Emmet.

— Eu vim com o bêbado ai.

Eu voltaria dirigindo. Voltamos pra pista de dança onde tentei me deixar levar mas era impossível com Rosalie e Emmet tão tensos.

O moreno sem nome se aproximou da Rose de novo, vi o momento exato em que Emmet decidiu agir sem poder impedir. O ruivo mesmo bêbado também percebeu e parou ao meu lado, enquanto observávamos o desenrolar da cena.

Emmet havia impedido Rosalie de dançar com o outro cara, o que irritou a loira profundamente, fazendo com que a mesma e Emmet discutissem.

— Você não tem o direito de se meter na minha vida Emmet!

— Eu estou cuidando de você, ele só quer se aproveitar.

— Isso não é da sua conta! Eu queria essa aproximação entendeu! Eu queria!

— Você não vai dançar ou ficar com ele.

As pessoas ao redor começaram a perceber a discussão acalorada.

— Saia com Emmet, eu irei com Rosalie.

Após conseguir dissuadir os dois, saímos de fininho, lá fora eles continuavam a discutir.

— Parem os dois! — Gritei irritada. —Está na cara que se gostam, mas não sei porque diabos não ficam juntos. Você! — Apontei pra Emmet. —Ela se abriu ao te beijar, demonstrou interesse e você fugiu, simplesmente fugiu, então ela tem sim o direito de fazer o que quiser! E você Rosalie, ele não quis, siga em frente sem joguinhos.

Os três me olhavam chocados, até eu estava chocada.

— Desculpa Rose, eu…— Emmet não continuou, se aproximou da loira e a beijou. Deus eles eram loucos.

— Onde está seu carro? — Edward me indicou a direção, pegamos o carro e voltamos pra pegar o casal 20 que não se largava.

Eles foram no banco de trás, enquanto Edward e eu íamos no banco da frente, fingindo não ouvir o barulho da euforia deles.

— Pelo amor de Deus não façam sexo no meu carro!

Tentei me controlar mas não consegui. Comecei a rir e não vi o idiota que parou o carro no meio da pista com o sinal aberto.

Freei de uma vez, mas ainda sim, deu uma leve batida. Edward ficou branco.

— Acho que vou vomitar. — E ele fez exatamente isso.

Desci irritada. Era madrugada e a pessoa simplesmente parou o carro.

— Ficou cego? Não viu que o sinal estava aberto? — Questionei pra mulher que desceu da sua BMW pra ver a batida.

— Sua louca você arranhou meu carro!

— Eu sou a louca? Eu? Você para o carro de madrugada, no meio da pista com o semáforo aberto e eu sou a louca? — Eu estava gritando, Edward ia me matar quando passasse a bebedeira e percebesse que bati seu carro, mesmo eu sendo inocente.

— Minha unha quebrou, eu precisava lixar.

Estava prestes a voar no pescoço daquela louca quando senti Edward envolvendo minha cintura com suas mãos quentes e firmes. Me enconstei em seu peitoral firme, e perdi a linha de raciocínio por um minuto, ou dois.

Droga! Eu já sabia que gostava dele e aquela proximidade fazia todo meu corpo aquecer, e um desejo até então desconhecido se apossar de mim.

Com Mike era curiosidade, não tinha sentimento, não tinha paixão, acho que sequer tinha tesão. Tão diferente do sentimento que se apossava de mim enquanto sentia o corpo do Edward colado ao meu, sua respiração, seu cheiro.

Eu queria que ele me tomasse em seus braços, me beijasse loucamente e me fizesse sua, queria sentir os músculos do seu abdômen se retesarem enquanto eu o beijava e mordia, queria sentir o cheiro dele direto de seu pescoço e deixar uma marca ali, pra dizer que ele era meu.

Algo totalmente primitivo estava tomando conta do meu corpo, um grunhido baixo escapou sem querer dos meus lábios, ouvi Edward soltar a respiração com força e apertar mais minha cintura.

— Edward. — Soltei baixinho, minha voz estava rouca, tensa.

— Pequena… — Ele me olhou, começou a se virar, íamos nos beijar, eu vi isso em seus orbes.

— E então, quem vai pagar o arranhão no meu carro?

— Filha de uma cadela! Você para no meio da rua, de madrugada, e quer que nós paguemos o conserto do seu carro! Você que vai pagar o do nosso, a errada aqui era você! — Eu estava irritada, muito irritada, ela atrapalhou meu momento. Estava pouco me lixando pro carro, mas era meu momento com Edward.

Era a concretização dos meus desejos mais íntimos e secretos que sequer havia revelado pra mim. Eu o queria, eu gostava da companhia dele, e sentia desejo, muito desejo. Um desejo que estava adormecido mas que Edward despertou, como a lava de um vulcão ele queria me consumir, e ser atrapalhada naquele momento de descoberta, bem como quando estávamos tão envolvidos despertou o pior lado de mim, um lado até então desconhecido.

— Olha aqui garotinha, esse carro custa uma fortuna. Foi um presente do meu noivo e olha só o que você fez! Arranhou o meu bebê! Meu noivo é... — Eu não esperei que ela terminasse.

A cada palavra eu ficava mais enfurecida, ela era prepotente, arrogante, fútil. Eu que sempre fui pacífica me vi indo pra cima dela, com um Edward bêbado caído no chão, a loira gritando, Emmet e Rosalie saindo quase nus do carro.

Chamamos atenção dos vizinhos e não percebemos, pois no meio daquela confusão e sem ao menos me dar conta uma viatura parou ao nosso lado.

Não sei quem estava mais chocado, nós ou os policiais ao ver a cena à sua frente: um volvo e uma BMW batidas, um homem caído no chão, uma morena puxando os cabelos de uma loira, e uma casal apenas em suas roupas intimas.

— Vocês dois! Se vistam, agora! — O policial gordinho gritou. — A senhorita solta a moça. E você rapaz, levante.

— Ah seu policial que bom que está aqui, vou ligar pro meu noivo, essa meliante precisa ser presa imediatamente, meu noivo é um....

— Moça eu não me importo com quem é seu noivo, vamos todos pra delegacia.

Eu teria rido da cara de choque dela se eu não estivesse tão chocada quanto.

— Moço, por favor, foi só um mal entendido, não precisa nos levar, vamos todos pra casa, agora. — Eu implorei na vã tentativa de não ir parar na cadeia.

— Deviam ter pensado nisso antes de todo esse alvoroço. Todo mundo pra delegacia já, o delegado é quem vai resolver essa bagunça.

Após fazer o teste do bafômetro eu e a loira pudemos ir dirigindo nossos carros, não caberia todos na viatura e o policial nos poupou mais esse constrangimento.

— Oh Deus minha mãe vai me matar! Eu estou sendo presa, vou perder a bolsa de estudos, vou morar embaixo da ponte! — Rose choramingava, enquanto eu queria matar todos eles, cada um deles. Edward e Emmet foram os espertos que ficaram calados.

Eu nunca mais deixaria aqueles três beberem perto de mim.

Chegamos a delegacia, o delegado nos deixou fazer uma ligação, e eu fui a eleita a ligar pra Lily. Meu coração estava acelerado, eu estava com um puta medo.

Lilian era a melhor mãe do mundo, amorosa, compassiva, mas quando se irritava eu preferia enfrentar mil vezes um legião de vampiros, e nós, bem nos estávamos detidos em uma delegacia sob a acusação de ato obsceno por culpa do casal de coelhos, perturbação de sossego, aquela louca estava alegando que batemos no carro dela e que eu a agredi quando fui tirar satisfação, ou seja, ferrados, Lilian ia nos matar.

Respirei fundo e disquei o número dela. Ela atendeu no terceiro toque com voz de sono.

— Alô.

— Lily...

— Bella? Que horas são? Aconteceu algo? — Era chegada a hora.

— Nós precisamos que você venha nos buscar.

— O carro estragou? Onde vocês estão? — Cara eu não sabia o que falar, mas enrolar só piorava a situação já que o delegado nos encarava de cara fechada.

— Nós estamos um pouco encrencados, estamos no Departamento de Policia do Queens mesmo. — Fiz uma pausa enquanto um silêncio mortal se fazia do outro lado da linha. — Seria bom se trouxesse um advogado. — Disse por fim.

— Eu vou matar vocês! Não precisam esperar pois não vou aparecer ai droga nenhuma. Se meteram nessa confusão agora se virem. Não posso acreditar que os quatro estão presos. — Ela gritava, todos na sala ouviam. O Delegado que até então nos fuzilava, agora estava desconcertado. — Desejo uma bela estadia na prisão!

E assim Lilian Halle desligou deixando nós quatro sem fala e sem defesa. O delegado sem saber o que fazer nos encaminhou pra uma sala menor, enquanto esperava fazer contato com a defensoria pública.

Nos encaminhamos em silêncio, de cabeça baixa, Emmet e Rosalie iam abraçados, Edward ia na minha frente, cambaleando um pouco, ainda bêbado.

Após quarenta longos minutos de espera, enquanto ruminava como nossa noite acabou assim a porta foi aberta, Lily estava lá junto com meu inferno particular.

Durante o primeiro semestre da faculdade tive diversos obstáculos, entre eles a dificuldade de interagir com os outros alunos, a diferença entre o High School e uma Universidade, tentar achar um trabalho, mas nada, nada havia me preparado para ter um professor parente do Tio Lúcifer.

Jhon era um carrasco, professor de história do direito, advogado renomado, mas um filho da puta com os alunos. A fama entre todos os acadêmicos não era nada boa, ele não facilitava a vida de ninguém, aplicava provas dificílimas e sempre tinha um aluno em especial que ele gostava de atormentar, eu tinha sido a sorteada do semestre, sempre me fazendo perguntas, cobrando e sempre me alfinetando. O rei da ironia e alguém que eu odiava.

— Eu não quero saber, não quero entender o que vocês fizeram, só saibam que isso não vai ficar assim. — Uma pausa pra respirar. — Quem vai ser o primeiro a falar?

— Ué, mas você falou que não queria saber. — Edward bêbado era uma droga, achei que já devia ter passado mas o ruivo devia ser fraco pra bebida.

Nosso sermão foi terrível, erámos irresponsáveis, que ela estava decepcionada e furiosa. Jhon apenas me olhava. Eu ainda não entendia onde Lily o achou, mas era preocupação pra mais tarde.

Descobri que a loira burra se chamava Hazzel Jones, noiva de um juiz que não estava nada feliz com aquilo. Por sorte, era um velho conhecido do parente de lúcifer, que conseguiu que não houvesse acusação de agressão.

Após muito diálogo e explicarmos tudo o delegado resolveu não nos indiciar por perturbar o sossego da pobre população do Queens. Só restava uma acusação, e por Deus nessa eu não estava envolvida.

Ato obsceno era a acusação à Emmet e Rosalie que estavam quase fazendo sexo dentro do carro, e saíram do mesmo quase nus. O delegado estava irritado com a perca de tempo e não queria livrar os dois dessa.

Após muita persuasão ele nos liberou. O dia estava amanhecendo, estávamos exaustos. Lilian furiosa.

— Obrigada Jhon, não sei como agradecer por isso. Mande me o valor dos honorários sim?! — Lily estava flertando com o loiro, ela tocava seu braço e piscava docemente, até sua voz estava mais suave.

— Não por isso Lily, pro que precisar é so me ligar, você tem meu número. — Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha da mesma, enquanto nós três estávamos boquiabertos e Edward se apoiava em mim tentando não dormir. — Sabe, a gente podia jantar uma noite dessas.

— Claro, me fale o dia com antecedência. — Lilian sorriu amplamente. — Aguardarei seu contato. — Ela deu um beijo na bochecha dele e se virou pra nós.

Sua feição era de pura cólera.

— Andem!

Lily tinha ido de carona com Jhon, o que colocou nós cinco dentro de um carro apertado, de onde não podíamos fugir. E oh Lilian sabia brigar como ninguém. Chegamos no apartamento e ela enfim deu sua sentença. Rosalie e eu estávamos de castigo, nada de festas pelo resto do ano letivo. Erámos maiores de idade mas respeitaríamos aquela decisão de forma totalmente pacífica, sabíamos que Lily tinha razão em estar enfurecida.

— Vocês dois. Fora daqui! — Ela apontou pra Edward e eu. Ao que parece Emmet e Rose iriam sofrer um pouco mais.

Dei um sorriso amarelo pra Rose e sai com Edward de fininho. Entrei no quarto com ele, a bebida o tinha deixado extremamente sonolento e não queria que ele caísse no corredor e dormisse por ali mesmo, ou era essa a desculpa que eu dava pro meu subconsciente.

Ajudei o ruivo a tirar a blusa, vendo seu torso desnudo pela primeira vez. Logo ele cambaleou e se jogou na cama. O cobri com um lençol que estava dobrado  ali perto, e o observei de olhos fechados respirando suavemente. Me virei pra sair mas estaquei no lugar ao ouvir meu nome. Olhei pra trás e encontrei Edward de olhos abertos.

— Pequena, não vá. — Ele estendeu a mão que eu prontamente segurei. — Antes me dê um beijo de boa noite.

A mesma sensação de quando estávamos no meio da rua me assolou. Edward tinha um poder sobre mim que ele desconhecia. Me aproximei fitando aqueles olhos lindos, ele com cara de sono esparramado naquela cama. Lentamente me abaixei e dei um beijo em sua testa. Ele apertou minha mão um pouco mais forte.

— Assim não pequena, é assim! — E então seus lábios tomaram posse dos meus. Era um beijo urgente, cheio de uma saudade reprimida. Por um instante achei que ele me puxaria pra cama, mas ele me soltou. Deu um sorriso preguiçoso. — Isso sim é um beijo de boa noite.

E então ele adormeceu. O observei mais uns instantes e sai do quarto, me deparando com o casal de coelhos na porta com sorrisos matreiros. Abaixei a cabeça envergonhada e corri pro meu quarto.

O dia seguinte foi totalmente estranho, eu não conseguia olhar pro Edward que estava com uma cara péssima devido a ressaca e não se lembrava de quase nada da noite anterior.

Eu estava enfurecida e ao mesmo tempo aliviada. Como ele ousava me beijar e simplesmente esquecer!? Eu era tão insignificante assim?! Mas ainda sim o que aconteceria se ele lembrasse do beijo, como ficaria nossa relação. Me preocupava também com o que Lily poderia pensar.

Os dias se passaram monótonos. Emmet e Rosalie engataram em um namoro onde passavam todo o tempo livre juntos, o que me deixou um pouco pra escanteio. 

Lily estava em um novo emprego em uma butique especializada em noivas, chegava exausta, e se refugiava no quarto pra falar com o Jhon, mais novo amor e meu inferno particular. John continuava me infernizando na faculdade e fora dela quando me encontrava, sempre com piadinhas e ironias e claro, jamais me deixando esquecer a fatídica noite que foi me tirar da cadeia.

Edward Masen continuava uma incógnita. Eu fugia dele sempre que podia, meus sentimentos após o beijo ficaram mais fortes e não sabia como agir. Com esses sentimentos vinha o maldito ciúme que agora eu identificava tão bem.

Toda vez que Edward estava perto Tanya ligava ou mandava mensagem. Meu estômago se revirava de raiva.

As coisas não andavam fáceis, a ausência dos meus amigos e de Lily, inclusive os sentimentos por Edward estava me deixando uma bagunça.

Não aguentando mais aquela situação desabafei com quem tão bem me entendia, Rosalie e Lilian, eu havia aprendido a lição sobre guardar tudo pra mim.

— Bella não fomos nós que nos afastamos, você que se fechou. — Lily dizia olhando diretamente pra mim, com doçura em sua voz. — A cada vez que nos aproximamos você se fecha.

Eu me surpreendi com aquela concepção. Fui reanalisar meus atos e os dela.

— Sim Bella, sempre que nos aproximávamos você se afastava, desde a festa não quis fazer nada conosco, Emmet tem reclamado e Edward anda cabisbaixo.

— Eu... — Eu não sabia o que dizer. Me lembro de algumas vezes elas me chamarem pra ficar com eles, mas era so cortesia.

— Eu falei com um psicólogo Bella. — Lilian me olhava. — Ela disse que é normal. Que devido a tudo que viveu você tem medo de nos afastarmos por estamos com um novo alguém. Ela pediu pra te darmos um tempo pra processar tudo, pra se acostumar. Mas pra mantermos vigilância e você por perto.

Eu suspirei alto enquanto algumas lágrimas escorriam livres.

— Você é da família Bella, faz parte de tudo e nunca vamos te deixar. — Rose me abraçou. — Pode até ser que mudemos, casemos e cada um siga sua vida, mas isso jamais vai se perder, é verdadeiro e é recíproco.

— Eu amo vocês. Me desculpem, eu...

— Não precisa falar nada. A gente entende.

— Será que a gente ganha abraço também? — Olhei pra trás e vi os garotos olhando da porta. Droga! Eu sentia falta deles.

— Não precisa nem pedir! — Eles se aproximaram e me abraçaram forte.

— Não nos afaste mais maninha!

— Eu senti sua falta pequena!

Eles eram minha família. Minha louca família, aquela que me escolheu pra cuidar e amar.

— Bella, será que a gente pode conversar, eu quero te contar umas coisas. — Emmet pediu me fitando sério.

Tinha uma sombra no olhar do Emmet, algo triste, algo que fazia meu peito doer.

Saímos e andamos em silêncio por um tempo. O clima estava ameno, mas tinha uma tensão no ar.

— Eu te entendo. — Ele disse sem me olhar, olhando pro horizonte, pra um amontoado de prédios qualquer. — Se fechar, não deixar ninguém se aproximar, eu sei como é.

Emmet se virou pra mim, seus olhos negros estavam marejados.

— O que vou te contar Bella já contei pra Rose. E vou te contar isso porque te amo como a irmã que nunca tive, e que não quero que cometa o mesmo erro que eu; e porque quero que me entenda e algumas das minhas atitudes.

Sentamos em um banco numa praça qualquer. Eu respeitei o silêncio dele. Eu sabia o quão difícil era contar essas coisas. Depois do susto em que fui parar no hospital Emmet soube que tentei me matar. Ele nunca me julgou, apenas me abraçou e disse que estava ali por mim. Eu era capaz de fazer o mesmo por ele.

— Você precisa saber que são duas histórias distintas mas que me têm em comum, e as duas me machucaram muito. — Uma pausa pra respirar. — Eu já tinha uns 10 anos quando minha mãe morreu, fez um aborto que teve sequelas e morreu, eu soube que ela estava grávida sem ela perceber. Eu sonhava com um irmãozinho pra jogar bola comigo, ou uma menininha pra eu cuidar. E então, do nada, eu fiquei só.

Deus aquilo era cruel! Ele era tão jovem.

— Anos se passaram. Eu estava no High School, namorava a capitã das líderes de torcida, eu era capitão do time de futebol americano. Eu realmente gostava dela, planejava casar e ter filhos. Meses antes da formatura ela engravidou por um descuido nosso. Eu fiquei tão feliz Bella! Eu queria ser o melhor pai do mundo. — Ele parou uns instantes. Não vinha coisa boa, estava na cara. — Antes que eu sequer me desse conta ela abortou. Ela matou nosso bebê.

Lágrimas escorriam pelo rosto dele, e pelo meu. A dor dele era minha dor.

— Ela destruiu tudo que eu tinha planejado Bella. Ela sequer falou comigo à respeito. — Ele estava de punhos cerrados. — Eu teria cuidado do meu filho sozinho, ela sabia o quanto o tema aborto era doloroso pra mim mas não se importou, não me deu chance.

Sem me importar com o que pensariam abracei aquele homem enorme que tinha uma enorme ferida em sua alma. Primeiro a mãe e o irmão, depois a namorada e o filho.

— Eu me fechei. Pensei que todos que estivessem por perto de alguma forma me magoariam, me deixariam, me trairiam. E fiquei assim, sem amigos, sem deixar que se aproximassem por um longo tempo, até Edward aparecer. — Um pequeno sorriso surgiu. — Aquele idiota se tornou meu companheiro nos plantões e um amigo fora deles, um grande cara ele, e então Rose apareceu e quebrou tudo, meus muros, minhas inibições. — Ele tinha um sorriso doce enquanto falava da loira. — Ela nem tentou me conquistar, sem esforço ela me tinha nas mãos e aquilo me assustou muito, e eu fugi mais uma vez. — Ele coçou a cabeça constrangido. — Rose não é como as outras, fugir não era opção, e eu me rendi aos encantos dela. Ficar longe dela era horrível. Na verdade percebi que estar só era horrível, que era preferível sofrer depois, mas viver aquilo.

Eu tinha um sorriso enorme no rosto ao ver ele falar assim. Era lindo.

— E tem você! — Ele falou me pegando de surpresa.

— Eu?!

— Sim Bella você. Uma pessoa que sofreu tanto, mas que continua de pé. Alguém que entende minha dor, entende sobre fugir, sobre sofrer, sobre perder pessoas. Te observando vi você enfrentar tudo de frente e se tornar mais forte a cada dia. Você mesmo após tudo continuou amando, soube perdoar, que não se deixa abater, criou raízes.

Eu não era tudo aquilo. Eu era covarde.

— Quando te vi se fechando Bella, me vi em você, então não faça isso sim. Continue enfrentando de frente, como sempre fez, não perca coisas ou tempo pelo medo do que vai ou não acontecer. Nós estaremos sempre aqui, e a vida é muito curta pra ser vivida com medo do amanhã. Voe Bella.

Tudo que Emmet me disse muito me surpreendeu. Sua história, sua opinião sobre mim. Ele me disse pra voar...eu já estava voando. Cada passo era mais um no meu voo pela vida.

Eu tinha alçado voo, alguns tropeços, algumas turbulências mas eu estava ali, viva, vivendo, aprendendo. Cada dia era uma coisa nova, agregando pessoas e aprendizado. Amando e odiando. Caindo, levantando. Eu fazia parte de algo maior.

Eu sabia que o caminho dali pra frente não ficaria mais fácil, sabia que iria tropeçar ainda, sabia que iria cair, mas sabia que teriam pessoas a quem recorrer pra levantar. Eu nunca mais estaria só.

A conversa com Emmet mudou algo em mim, eu estava mais leve, mais convicta do meu papel, de onde estava e de quem tinha por perto.

Só tinha um assunto inacabado o qual eu precisava resolver. E que se só sobrassem caquinhos de mim, que Rosalie e Lilian cuidassem deles com carinho.

Acordei determinada, mesmo com a chuva torrencial que caia segui para o apartamento do Edward, o porteiro já me conhecia e me deixou subir. Bati na porta e Tanya abriu.

Ela estava com a roupa amassada. Cara de sono e de cansada, como se não tivesse dormido à noite inteira.

— Hey, Bella não é? — Ela me cumprimentou animada em meio à um bocejo.

— Avise ao Edward que eu passei por aqui. — Sem mais delongas me virei e sai.

Já havia lido sobre ciúme, mas o que senti naquele instante era algo totalmente fora do comum. Uma raiva, uma inveja, mais poderoso até do que o que senti quando os vi a primeira vez juntos na cafeteria. Hoje era a constatação do fato de que estavam juntos.

Desci as escadas com pressa.

— Você não vai chorar Bella. Engole esse choro! — Eu me obrigava a manter a compostura.

— Bella! — Edward gritou meu nome.

Não parei. Acelerei o passo, eu não queria confrontar ele agora. Não estava pronta.

Sai no hall do prédio me deparando com a chuva forte, não me importei em esperar o táxi como na vinda. Saí correndo na chuva, ficando ensopada no mesmo instante.

— Para! — Edward puxou meu braço me fazendo olhar pra ele. — Ficou louca?

— Fiquei! — Gritei exasperada. — Você me enlouquece Edward Masen! Mexeu com minha cabeça, com meu coração, com minha líbido e não se importa!

Assim como a chuva meus sentimentos eram uma torrencial de loucura. Pra piorar Edward tinha um sorriso no rosto.

— Você é um idiota Edward! Você está brincando com minha mente! — A chuva caia e eu gritava em meio aos trovões. — Você me beija e não lembra! É todo carinhoso comigo, confundindo minha mente e do nada esta com outra.

Ele deu um passo pra mais perto.

— Para! Não se aproxima! Você não me quer por perto, então para!

— Sua menina boba! — Um sorriso tomava seus lábios.

Edward enlaçou minha cintura e me beijou. Explorou cada canto da minha boca, mordeu meu lábio inferior e me apertou em seus braços quentes, me fazendo perceber que eu estava com frio.

— Eu quero você! Quero só você Bella! Tenho estado louco por você há tempo demais!

Ele me pegou em seus braços enquanto eu cruzava minhas pernas em suas cintura, era como se eu não pesasse nada. Senti que ele me pressionou em um poste, e continuou explorando minha boca com urgência. Parou um instante fitando meus olhos com fervor.

— Você me quer? — Questionei debilmente. — Mas e a Tanya?

— Tanya é uma grande amiga que estava interessada em você aquele dia na cafeteria, uma amiga que passou à noite comigo estudando pra uma prova que teremos essa semana.

Eu sorri e ele me beijou, com mais intensidade se é que aquilo era possível. Eu queria me fundir ao homem que me beijava com loucura e devoção. Ele recomeçou a andar, seguindo em direção ao hall do prédio, não que eu me importasse, tudo que eu queria era continuar nos braços dele.

Em meio a risos e beijos fui prensada mais uma vez contra algo, não me atentando ao que.

Edward atacou meu pescoço, com beijos e mordidas. A chuva ainda caia mas estava quente, muito quente.  Senti a ereção de Edward me pressionando.

— Preciso de você Bella!

Sem tempo pra responder minha boca foi tomada com urgência. Enfiei minhas mãos nos cabelos dele que se encontravam ensopados e os puxei. Eu também o queria. Ele tocou minha barriga por baixo da blusa, fazendo meus músculos retesarem ao seu toque e um gemido escapar dos meus lábios.

Senti um sorriso invadir os lábios daquele homem que estava me enlouquecendo, uma mordida de leve em meus lábios e sua mão subindo mais até alcançar meu seio direito.

Eu só tinha feito sexo uma vez. Edward não era um garoto inexperiente e afoito, era um homem, e sabia bem o que estava fazendo.

O puxei com violência pra mais perto balançando o carro no qual ele havia me encostado, fazendo o alarme disparar.

Começamos a rir e nos afastamos um pouco.

— Vem, vamos subir. — Ele entrelaçou nossas mãos me deixando no extremo da felicidade.

Dentro do elevador os beijos continuaram um pouco mais recatados. O oposto do que ocorreu ao entrarmos no apartamento que agora se encontrava sem a presença da loira.

Assim que a porta se fechou Edward me colocou contra a mesma.

— Bella se não quiser...

— Eu quero!

Nas pontas dos pés lhe dei um selinho. Edward suspirou aliviado aumentando a intensidade do beijo, explorando minha boca com delicadeza e precisão.

As blusas que eu usava foram tiradas, e o homem na minha frente olhava meus seios com adoração. Tocou ambos com delicadeza.

— Mais bonitos do que imaginei.

Sem esperar permissão desabotoou meu sutiã, se aproximando devagar, esperando uma negativa que não viria.

Edward beijava e lambia um enquanto massageava o outro, ainda me mantendo contra a porta. Meus suspiros ficando cada vez mais altos.

Suas mãos desceram pra calça jeans ensopada as retirando com minha ajuda, por um instante fiquei tímida. Timidez que logo foi esquecida quando ele voltou a me beijar e espalmou as mãos na minha bunda.

O beijo intenso, a roupa molhada, as mãos quentes e fricção do jeans em meu sexo já estava me enlouquecendo.

Infiltrei minha mão nas costas do ruivo e arranhei, recebendo como resposta um grunhido.

— Você tem roupas demais Edward.

Com um sorriso sacana o ruivo se afastou de mim, tirando cada peça bem devagar, me deixando impaciente pra estar mais perto de novo, mas eu tinha que admitir, Edward era gostoso. Apenas de box preta ele se aproximou de novo me beijando.

Pele contra pele, apenas um mínimo pedaço de roupa nos separando. Edward esfregava descaradamente sua ereção em mim. Eu o mordia e arranhava aonde alcançava.

Não aguentava mais esperar, segurei o membro do Edward por dentro da box. Era quente, grande, e eu não sabia o que fazer. Ele notou minha insegurança.

— Assim pequena.

Com sua mão por cima da minha ele começou um vai e vem, gemendo com o progresso, logo abandonou minha mão retirando as roupas que ainda restavam e procurando minha boceta.

Era algo totalmente quente. Eu o masturbava enquanto ele acariciava meu sexo lentamente, brincando, conhecendo, explorando. Quando chegou em meu clitóris eu gemi alto, tensa com toda aquela exploração.

— Devagar pequena.

Meus pescoço e seios foram atacados enquanto ele brincava com meu clitóris, infiltrando um dedo e depois outro. Eu já soluçava em busca de alívio, não conseguindo me concentrar no que fazia, apenas apreciando o prazer que ele me dava. Um vai e vem lento e delicioso. Sua língua se juntou aos dedos.

— Por favor! — Eu implorei.

— Tão apertada Bella. Você não tem ideia do quanto está gostoso aqui, sentir você quentinha e apertada nos meus dedos. — Eu gemi, mexendo meus quadris loucamente de encontro ao rosto dele. — Seu gosto, ah esse gosto me enlouquece. É como mel, tão doce.

E então veio, forte e mordaz. Meu primeiro orgasmo. Eu gritei e fiquei uns instantes fora de órbita. Meu corpo todo zumbia.

Fui voltando ainda sentindo Edward com os dedos em mim e um sorriso sacana no rosto.

— Deus! Isso foi incrível.

Com uma gargalhada alta o ruivo me respondeu.

— Você ainda não viu nada pequena.

Edward tirou os dedos da minha boceta, recebendo um lamento em resposta. Ele alcançou o criado mudo ao lado da cama de onde tirou uma camisinha. Olhei com curiosidade ele se masturbar enquanto me olhava e colocava o preservativo. Ele deitou e continuou de olhos fechados. Eu estava fascinada, era a cena mais erótica que eu já havia visto na vida.

Edward abriu o olhos e me estendeu a mão. Me colocou sentada em cima dele e esperou que eu tomasse uma atitude. Segurei seu pau e guiei pra minha entrada. Fui me abaixando lentamente, me acostumando com seu tamanho enquanto ele apertava minha cintura com força. Eu me senti a mulher mais gostosa do mundo ao observar a expressão torturada dele.

— Tão apertada Bella! — Ele falou enquanto gemia. — Não vou durar muito assim.

Comecei a me mover, ainda testando, ele ajudou a me apoiar, meus suspiros foram ficando mais altos a medida que o prazer ia me tomando novamente, quando menos esperei já estava cavalgando em seu membro.

Os gemidos dele misturados ao meu, o suor dele misturado ao meu. Um sorriso de completa satisfação veio aos meus lábios.

Edward rosnou e tocou meu clitóris. Eu também não duraria muito. Ele nos  virou na cama, o peso dele sobre meu corpo, seu membro me estocando com força. O prazer veio de novo, mais forte e poderoso que a primeira vez. Eu mordi o ombro dele, tentando abafar o grito tamanho prazer eu senti.

Ele veio em seguida, gemendo meu nome como um mantra. Edward caiu em cima de mim. Acariciei seus cabelos enquanto ele recuperava o fôlego. Instantes depois ele saiu de dentro de mim com um resmungo.

Com um sorriso e um selinho ele se dirigiu ao banheiro se desfazendo do preservativo, lavando as mãos e voltando pra cama.

— Ainda não acredito que está aqui comigo! — Ele disse enquanto se deitava, me abraçando e nos cobrindo.

— Amanhã você vai se lembrar ne? — Eu questionei. Não suportaria aquilo de novo.

— Eu nunca me esqueci.

Enquanto o mundo desabava lá fora eu dormia nos braços do homem por quem estava apaixonada.

A vida não era perfeita, mas naquele instante estava tão perfeita quanto poderia ser.


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Notas finais do capítulo

Olá! bom voltar aqui!
Primeiro venho me desculpar pela demora. Foi bem complicado o último mês e não vou me delongar nisso.
Peço desculpas pelos erros de português que venham a encontrar.
Venho dizer que esse é o último capítulo. É com pesar que me despeço de Passos. Essa história foi importante na minha vida de uma forma que ninguém vai ser capaz de compreender, talvez apenas a Lola e Chloe que são pessoas que estão em contato comigo sempre, mas o que quero dizer é que Passos é muito especial pra mim, e foi difícil escrever o Passo V, muito difícil.
Espero de coração que tenha ficado a altura.
Teremos o epílogo ainda, com mais um pouquinho da histórias dessas pessoas lindas.
Preciso lembrar que a história é bem focada na Bella mesmo, bem pouco neles como casal, e sinto muito se não era o que esperava.
Eu usei da licença poética pra muita coisa, a parte da psicóloga, e a questão da prisão deles principalmente. Esses crimes existem mas normalmente o procedimento não é esse.
Qualquer coisa estou à postos por MP e pelos comentários.
Eu amei estar com vocês, amei cada comentário, amei tudo.
Me despeço melhor em breve, no epílogo.
Mais uma vez venho agradecer a Chloe e a Lola que me apoiaram muito nessa empreitada.
Ah, mais uma coisa. Já tenho um novo projeto em mente, se quiserem acompanhar fiquem de olho no meu perfil.
Beijinhos
Feliz Natal atrasado, um Feliz Ano Novo! Que 2018 seja um ano maravilhoso, cheio de realizações e coisas boas.
Até breve!



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