Algumas semanas se passaram. O amor de Sophya e Yanka só aumentava. Brenda estava se reaproximando de roqueira aos poucos. Acima de todo o ocorrido, elas eram amigas, e Brenda estava começando a ver que todo seu rancor era besteira.

Já Rick estava mais na dele. Falava pouco. Nada sorria, mesmo porque não conseguia. Suas amigas sempre tentando animá-lo. Brenda até topou dançar um funk com interpretação, e nada. Rick no Maximo dava um sorrisinho torto, sem graça alguma. Forçado...

Já Hugo parecia ter engatado de vez seu romance com Bia. Que por sua vez estava radiante. Ele ainda tentou contato com Rick e as meninas, mas o que conseguiu foi desprezo, silêncio... E alguns xingamentos por parte de Brenda.

- O que foi Amor? Ta com uma carinha... – Sophya questionava Yanka.

- Ah amor, to preocupada com o Rick... Ele já não é o mesmo depois daquilo com o Hugo.

- E principalmente depois que o Hugo assumiu de vez o namoro dele com aquela putinha da Bia. – Yanka repreende a namorada com o olhar. – Ah amor! Ela é mesmo uma Vaca, até você concorda com isso!

- O que ta pegando? – Brenda entra na conversa. – Ouvi na mesma frase as palavras, Bia, puta e Vaca! Só podem estar falando de merda! – Diz debochada. – Ah esqueceram-se do vadia nojenta! – Sorri irônica.

- Boa Brenda! – Sophya bate na mão de Brenda. Que retribui o gesto.

- Meninas! Não vamos julgar...

- Yanka ninguém ta julgando, só estamos sendo realistas, ela é uma Puta, Vaca e vadia nojenta sim! – Brenda afirma, Sophya concorda.

Yanka revira os olhos. – Ta né, já que sou voto vencido mesmo, eu me calo...

- Own, amor!! Vem cá vai... – Sophya beija a namorada carinhosamente, fazendo-a sorrir. – Ôh menina justa, nunca vi igual! Meu orgulho! – Aperta a namorada que desfaz a cara amarrada e sorri bobamente.

- Só você mesmo pra mudar minha expressão de brava por uma de boba apaixonada.

– Diz derretida.

- É... Eu sei que sou foda! – Se gaba.

- E humilde! – Yanka ironiza.

- Já parou com a melação? Ou vou ter que dar uma voltinha pra vocês se comerem?

- Ai Brenda por favor, opção numero dois! – Sophya diz divertida.

- Tu é muito safada mesmo Sophya! – Brenda diz divertida.– Depois a puta da turma sou eu! – Elas riem. Sophya mostra a língua.

- Yanka segura ae tua namorada, com essa língua ai... Que tipo de garota você pensa que eu sou Sophy? Fazendo esses convites em forma de mensagens subliminares... Sossega a periquita menina! – As três caem na gargalhada.

- Noss... Vocês são muito bestas, velho!

- Também te amamos Yanka! – Sophya e Brenda se entreolham. – Sophya ta pensando no que eu to pensando?

- Sanduíche de Yanka?

- A não!! Vocês vão me apertar!

- Vamos sim Roqueirinha! – Falam em uníssono. Abraçam Yanka muito forte.

- Ai, ai! Já chega né?

- Ai Yanka, vai dizer que tu num gosta? – Brenda pergunta debochada.

- Ôh, Amo ouvir meus ossos quebrarem! – Fala sarcástica.

- Nossa! Que namorada exagerada eu fui arrumar!! – Sophya coloca as duas mãos no rosto de Yanka, aperta e beija.

- Cadê o Rick? – Brenda pergunta.

- Foi no banheiro e até agora ta lá. – Yanka responde preocupada.

Estavam no shopping. Os quatro combinaram de sair pra assistir filme.

- Ele ta demorando muito. – Sophya complementou.

- To preocupada com o Rickzinho... Já passaram três semanas cara... – Brenda fica pensativa.

- Você não é a única Brenda! A pouco estávamos falando sobre isso... Que o Rick não é mais o mesmo desde então! – Sophya fica cabisbaixa.

- Às vezes acho que ele finge estar bem... Pra não preocupar tanto a gente. – Yanka especula. – Queria poder fazer algo, mas ele não quer falar sobre...

No banheiro...

Rick enxugava suas lagrimas. Não estava bem ali, só queria ir pra casa, pro seu quarto que se tornara seu refugio... Sua fortaleza, a qual ele achava que o isolaria do mundo lá fora, onde as meninas insistiam em puxá-lo de volta... Até faltar a escola estava faltando, nas três semanas que se passaram desde então, ele completou uma comparecendo. Isso porque ou Brenda, ou Sophya iam a sua casa levá-lo a força.

Ele olha mais uma vez para seu patético rosto molhado por lagrimas, e pela água da torneira ainda aberta. Por um momento se perde no meio do seu próprio olhar, o qual julga derrotado... Ele respira fundo. Contrai o maxilar. Estava com raiva de si próprio...

Como ele deixara ser enganado de tal maneira? Como pode ter sido tão idiota a ponto de acreditar que seria possível? Foi tudo uma brincadeira? Uma ilusão de um coração bobo e apaixonado... Porque amar tanto alguém que nunca existiu? Alguém que não foi honesto... Que só brincou com seus sentimentos? Que só o fez sofrer de forma cruel, onde alimentou um sentimento lindo... Porém perigoso! E pior! Esse alguém estava ciente de tudo! Sabia de todos os riscos, de todas as conseqüências, e mesmo assim continuou a jogar!! Como pode ser tão cruel? Como isso dói... Tanto... Seu coração estava apertado... Estava se sentindo o pior dos seres, o mais estúpido, o mais patético, o mais esquisito...

- Olha pra isso... Como eu sou um lixo cara! Como alguém tão perfeito iria se apaixonar por alguém como eu? Como que um dia eu ousei imaginar nós dois juntos, sendo que eu não estou a sua altura! Que eu não mereço nem um pingo de sua atenção! Que merda eu to fazendo aqui? – Ele falava com toda sua ira diante o seu reflexo.

- Eu discordo de tudo o que você disse! – Uma voz bem grave ecoava o local. Rick olha pra trás assustado.

- Pensei que estava sozinho. – Enxuga suas lagrimas.

- E estava... Eu entrei a pouco, você tava tão concentrado se desmoralizando frente ao espelho que nem deu conta de mim. – Sorri simpático. Mas logo fica sério. – Eu escutei todo seu “momento reflexivo” e discordo... Você não é um lixo! O que eu não entendo é como alguém não se apaixonaria por você! Você merece não só atenção, como merece amor e carinho seguido da mesma! O que você esta a fazer aqui? Bom... Está pensando errado, está se rebaixando a alguém que não reconhece o verdadeiro valor de uma lágrima... Alguém no mínimo sem coração... Burro... Não sei quem é esse alguém, mas sei que esse alguém não merece essas lágrimas que por mais que você as enxugue, mais elas irão cair... Porque elas estão vindo de dentro de seu ser... De sua alma que está ferida! E enquanto estiver assim elas vão continuar caindo...

- Elas doem tanto...

O rapaz se aproxima. Toca o rosto de Rick delicadamente. Faz seu contorno, e então enxuga uma lagrima recém caída. – As lagrimas não doem... O que dói são os motivos que as fazem cair... E sabe qual o nosso maior problema? – Rick faz que não, com a cabeça. – Nosso problema, é que quando amamos idealizamos o ser perfeito... Esquecendo que são apenas humanos como nós. Decepção amorosa dói? Dói, e como dói! Eu bem sei disso! Mas posso te afirmar que disso você não morre!

- Eu não deveria estar aqui chorando feito um idiota, na sua frente...

- Não se preocupe com isso... Chorar é normal, além de lindo! – Rick o olha confuso.

– Lindo sim, pois cada lágrima, as quais agora vejo em sua face, são palavras ditas de um sentimento calado... Um sentimento lindo... Um sentimento intenso...

Rick estava perplexo com aquele ser, que estava o embriagando com sua sabedoria. E até estava o ajudando com sua dor, a qual ele esqueceu por alguns instantes.

- No fim vemos que foi só um aprendizado... Infelizmente as maiores lições vêm com a dor... Só assim aprendemos, só assim não esquecemos... Caiu? Pô, levanta então! É que nem quando estamos aprendendo a andar de bicicleta, nas primeiras tentativas caímos nos ralamos todo, mas levantamos e continuamos a tentar! Até aprender a andar sozinho, sem ninguém pra lhe segurar!

- Nem nos conhecemos... Porque está me dizendo essas coisas?

- Se não estiver gostando de minha intromissão, eu paro!

- Não é isso! Só quero entender!

- Você não se lembra de mim?

- Deveria? – Rick vasculha sua memória, mas nada encontra.

- Não... Vimos-nos apenas uma vez. Mas eu não me esqueci de você! Continua com o mesmo olhar triste, hoje ainda mais que da ultima vez. – Rick o encara confuso. – Meu nome é Pablo, trabalho no cinema aqui do shopping. Uma vez você e uma amiga sua compraram ingressos comigo... Se não me falha a memória, foram assistir Salt. – Rick lembra do rapaz.

- Nossa, que memória hein! – Pablo sorri. Rick devolve o sorriso.

- Vejo um sorriso sincero? – Rick confirma com a cabeça.

- Não sei o que você fez, mas me sinto melhor agora!

- Essa era minha intenção desde o inicio... Fazer com que você fique bem!

- Então conseguiu! Você ta trabalhando hoje?

- Na verdade hoje é minha folga.

- Quer se juntar a mim e minhas amigas?

- É sério?

- Claro! Em três semanas ninguém conseguiu me fazer sorrir de verdade, e quando aparece alguém, você acha que vou fazer o louco e dispensar sua companhia? – Pablo sorri com o comentário.

- Então vou aceitar seu convite. Juntarei-me a vocês!

De volta à praça de alimentação...

- Olha ali a bruninha! – Yanka vê Bruna e a chama para se juntar as demais.

- Oi gente. – Bruna cumprimenta a todos.

- Bruninha! – Yanka abraça a amiga.

- Oi Bruna... – Sophya fica sem graça, não teve contato com Bruna desde que começou a namorar Yanka.

Brenda encara a baixinha. Nunca se falaram. Só se conheciam de vista. E foram poucas as vezes que se viram. Os olhares se encontram, e ambas ficam tímidas. Coram de imediato.

- Oi eu sou...

- Brenda! Eu sei quem você é! – Bruna sorri simpática e estende a mão.

- Acho que nunca nos apresentaram formalmente, né?

- Acho que não! – As duas sorriem sem graça. E não entendiam o porquê de tal reação.

- Ta acho que agora nem preciso fazer a formal, né? Já se conhecem, já estão amiguinhas... Daqui a pouco estão até andando de mãos dadas por ai... E pelo que conheço a Brenda o caminho que ela vai querer levar a Bruninha será pra cama dela!

– Diz Yanka zombateiramente.

- Yanka eu já mandei você ir tomar... banho Hoje? – Brenda pergunta divertida.

- Amor preciso de banho? – Yanka pergunta a sua amada, também entrando na brincadeira.

- Amor acho que não é bem banho que ela quer que você vá tomar... – Todas riem.

- Eu já sabia amor... Brenda...

- Que foi? Não posso me expressar? Até censurei pra ficar bonitinho! – Fez carinha dengosa.

- Brenda você é uma escrota com carinha de anjo! – Sophya afirma divertida.

- Eu sei disso Sophya! Melhor assim... Imagina ser escrota e ter cara de cão! Putz! Ia ser trágico! – Todas caem na gargalhada novamente.

Poucos minutos depois Rick chega com seu mais novo “amigo”. Yanka assim que bate os olhos em Pablo, tem a ligeira impressão de já ter visto aquele rosto. Pablo se lembrou na hora que Yanka era a amiga de Rick que o acompanhava na primeira vez que o viu.

- Rick, até que enfim né bee! – Brenda cobrava o amigo.

- Desculpem meninas, não me senti muito bem, só isso!

- Tudo bem bee, mas vê se avisa que não ta bem da próxima vez, estávamos preocupadas aqui com sua demora! – Rick faz que sim com a cabeça. – E quem é o bofe escândalo que está com você? Você estava mesmo passando mal? – Brenda pergunta maliciosa.

Todas olham Pablo curiosas, Yanka lembra do cara do guichê, e sorri. Sophya e Brenda o encaravam minuciosas. Pablo era um homem bonito, aparentava ter seus 22 anos. Era loiro, seu cabelo era liso e espetado, seus olhos eram cor de mel. Porte atlético, nem muito musculoso, nem muito magro, na medida certa. Devia ter 1,85m de altura aproximadamente. Trajava uma camisa preta sem estampa em com decote em V, e uma calça jeans escura, que destacava suas coxas bem torneadas e grossas. Tinha um sorriso simpático, onde seus dentes brancos e perfeitos ficavam em perfeita harmonia.

- Nossa, ele é lindo! – Sophya comenta baixinho com Yanka.

- É ele é mesmo um gato! Eu já o vi antes.

- Ain amor! Vai dizer que pegou esse ai?

- Não! – Yanka fica sem graça com o comentário da namorada. – Lembra quando viemos assistir Salt? – Sophya balança a cabeça positivamente. – Então, foi esse cara quem vendeu os ingressos pra mim e pro Rick. Lembro que ele deu mô mole pro nosso amigo purpurinado!

- Sério? Quer dizer que essa coca é fanta?

- Fanta Uva! – As duas riem contidas, e logo disfarçam.

- Ai Brenda! O Pablo só me ajudou... Só isso! E é meu mais novo amigo! E vai se juntar a nós.

- Claro que se todos estiverem de acordo, né Rick. – Pablo disse esperando que as demais o aceitassem no grupo.

- Claro lindo! Por mim você já tava dentro! Se é que me entende! – Brenda diz maliciosa. – Pablo fica sem graça.

- Ai credo Brenda! Já ta “se querendo” pro bofe! Eu hein, não pode ver homem bonito! – Sophya a repreende.

- Ai Sophy! Poder eu posso! Mas fazer o que se já faz um mês que não... Enfim!

– Todos riem, inclusive Pablo e Rick. – Acho que todo mundo entendeu bem até demais! – Diz sem graça.

- Ai Brenda, isso é abstinência? – Rick pergunta divertido.

- Sim Rick, admito! To quase colocando um anúncio no jornal, tipo; “Sou gostosa e faço gostoso, sem cobrar nada! Interessados passar e-mail para Mecomaporfavor@hotmail.com – Mais uma vez todos caem na gargalhada.

- Nossa Brenda! Não sabia que a situação tava tão ruim assim! – Sophya fingia estar com pena. - Amiga me solidarizo com sua causa.

- Seca total amiga! Vai arrumar um foda pra mim? – Brenda pergunta animada.

- Olha, não sei se vai dar... Depois que comecei a namorar perdi meus contatos... Bom só se for um ménage entre eu, você e a Yanka.

- Heeeein?!! – Yanka se assusta.

- Assustou amor? – Sophya ri.

- Ain Sophy! Ia ser tudo! – Brenda entra na brincadeira.

- Oi bem, cês tão boas? Já tomaram remédim hoje? Se tomaram, tava vencido, ou era pílula de farinha! Taqueopario viu, vou te contar! Eu posso com isso? – Revira os olhos.

- Amor é brincadeira! – Sophya abraça a namorada. – Tu acha mesmo que eu ia chamar a Brenda para um ménage? Até a Brenda percebeu que eu tava brincando! Você acha mesmo que eu ia querer te dividir com alguém sua boba?

Yanka resolve brincar para dar o troco. – Hum... – Encara Brenda. – Até que não seria má idéia! Imagina nós três... Nossa até consigo ver a cena. – Yanka faz cara de safada. Sophya dá um tapa no braço da roqueira. – Ai amor! Eu também tava brincando!

– Esfrega o braço. – Doeu!

- Era pra doer mesmo! E é melhor mesmo que seja brincadeira Yanka Martins, e se por acaso você estiver com essa idéia na cabeça de sexo a três, pode ir tirando!

- Ta né... – Yanka entorta a boca e suspira fingindo decepção. Mas logo sorri em seguida, pois Sophya a fuzilava com o olhar.

- Nossa! Vocês estão cada dia mais fofas! Acho lindo esse ciuminho da Sophy! – Rick afirmava contente.

- Lindo? – Yanka contesta. – Isso é por que não e com você!

- Como é Yanka? Ta reclamando demais acha não?

Yanka esfrega a nuca. – Amor nem disse nada! – Da um sorriso onde mostra todos os dentes perfeitos que se destacavam no meio daqueles lábios vermelhos e carnudos.

- Melhor mesmo! Fique quietinha, ok?

- Tudo bem amor, por você eu faço tudo! – Bruna suspira e continua calada.

- Então, e o filme? – Sophya cobra.

- Hoje estréia Harry Potter né? – Rick pergunta.

- É sim! Você acha que porque estamos aqui? Ai bee ta desligado mesmo hein!– Brenda diz empolgada.

- Ah Brenda! Não sou obrigado a saber qual filme está em cartaz! Isso é trabalho pra galera do cinema! – Rick mostra a língua em seguida.

- Own Rick! A fossa ta mesmo grande, porque você não saber o dia da estréia de Harry Potter, onde tem o nosso príncipe, o Daniel Radcliffe... Só estando muito mal mesmo!

– Brenda zoa.

- Ah vamos logo comprar os ingressos vai! – Sophya diz impaciente.

- Olha, vocês podem deixar essa parte comigo, me dêem o dinheiro que eu compro rapidinho, sem ter que enfrentar aquela fila quilométrica! – Todos olham para fila que realmente estava dando voltas no shopping.

Então, Pablo foi comprar os ingressos. Yanka, e os outros foram esperar na praça de alimentação. Uns dez minutos depois Pablo chega com os ingressos. Conversam um pouco até dar a hora de a sessão começar.

Eles entram na sala, que estava bastante fria. Sentam-se. Yanka ao lado de Sophya, onde ao seu lado estava Brenda e Bruna, que seguia Rick e por fim Pablo.

O filme começa. Rick estava com as mãos frias, e isso o estava incomodando. Pablo esquenta as mãos de Rick, as colocando entres as suas enormes e macias mãos, e as esfrega. Rick cora, mas não desaprova o gesto. Achou fofo e sorriu contente.

Yanka deu sua jaqueta a Sophya, que estava tremendo de frio. Ela estava com uma blusa de manga longa por baixo que era de tecido grosso, então sua jaqueta não fez falta. Brenda e Bruna estavam bem agasalhadas, mas por vezes suas mãos se encontraram, e ambas ficaram sem graça.

Ao terminar o filme, Brenda e Sophya estavam bastante eufóricas. Eram fanáticas pela historia, sem falar que elas eram gamadas no ator principal. Assim como Rick, já Bruna, Yanka e Pablo só assistiram pra fazer companhia mesmo. E mesmo que se sugerissem outro filme, Brenda e Sophya não concordariam.

- Ain, como o Harry tava lindo! – Exclamou Brenda.

- Verdade amiga, ele tava muito gato! – Sophya complementava. Rick não quis opinar, nem prestou muita atenção no filme.

Yanka fica um pouco enciumada vendo Sophya babando pelo Daniel Radcliffe. E decide fazer Sophya sentir o mesmo. – Ah, mas a Hermione tava uma coisa, que nuss... Como aquela garota cresceu! – Sophya fecha a cara.

- Ah é? Gamou na Hermione amor? – Pergunta irônica.

- Pelo menos não to salivando ao falar dela! – Yanka devolve no mesmo tom.

Sophya percebe que Yanka falou aquilo só porque estava com ciúmes. – Isso seria ciúmes do Dani? (que intima!)

Yanka contrai o maxilar, semicerra os olhos e desvia o olhar. – Ah Sophya ta vendo que a Yanka ta se roendo de ciúmes! – Brenda afirma.

- Por quê? – Sophya não entende.

- Como porque Sophya? Do mesmo jeito que você ficou com ciúmes quando ela falou da Hermione! – Rick se intromete.

- Ah, mas é diferente Rick! Ela nem gosta de Harry Potter! Nunca assistiu antes!

- Diferente porque você assiste e eu não? Eu não entendi sua lógica Sophya! – Yanka se aborrece. - Só você tem direito de não gostar de ver sua namorada babar, literalmente, por outra pessoa?

- Ah, mas o Dani é meu amor platônico!

- Quê? – Yanka diz incrédula. - Bom saber que ele é o seu amor!– Yanka diz exaltada. Ela aplaude as palavras da namorada ironicamente. – Ok, babe por alguém que provavelmente você nunca vai ver que eu babo por alguém real, e que não vai ter nada de platônico!

- Como assim alguém real Yanka? Você ta escondendo algo de mim?

Yanka revira os olhos. - Que saber vou pra casa que é o melhor! Tchau!

- Yanka Martins volte aqui agora! – Yanka continua a caminhar com suas mãos no bolso, retira a mão direta e a ergue acenando de costas.

Sophya já estava indo atrás de sua namorada quando Bruna a puxa pelo braço.

- Me solta Bruna!

- Não Sophya! A Yanka ta nervosa, deixa ela sozinha um pouco! É o melhor a se fazer agora... – Bruna disse docemente.

- Bruna ela vai pegar outra garota!

- Ai bee, claro que não! Ela disse aquilo porque tava nervosa. – Rick tenta tranquilizar a amiga.

- E se não foi isso Bee? E se realmente ela estiver pegando alguém? Eu mato as duas!

- Sophya deixa de ser idiota! Você acha mesmo que se a Yanka tivesse pegando alguém ela ia sair por ai anunciando? Seria muita burrice! – Brenda defende Yanka.

- Então se ela não ta pegando vai pegar! – Sophya estava nervosa e com medo.

- Sophya... – Bruna segura às duas mãos de Sophya. – Olha nos meus olhos... – Sophya obedece. – A Yanka nunca faria algo do tipo, por dois motivos! 1º isso não faz parte da índole dela, e 2º e não menos importante, ela te ama! – Sophya sorri ao ouvir Bruna falar aquilo, e fica mais tranquila. Pablo só observava calado.

- Eu devo ligar? – Pergunta mais calma.

- Ainda não, deixa ela te ligar. Eu conheço muito bem a Yanka, agora ela só quer esquecer o ocorrido! – Bruna afirma. Sophya segue o conselho de Bruna. Brenda fica admirada com a imposição da baixinha.

********************************** 

Yanka estava sozinha na parada de ônibus, quando percebe alguém se aproximar. Era uma mulher bonita e interessante, fazia o tipo modelo. Era magra, mas tinha o corpo cheio de curvas, sua camiseta branca e colada mostrava um pouco sua barriga onde dava pra ver um piercing em seu umbigo, uma jaqueta aberta por cima, de cor preta, e uma calça jeans que valorizava suas pernas e seu bumbum, e pra completar botas de cano alto e salto fino. Seus cabelos pretos e soltos, onde o vento dava um efeito de comercial de shampo. Estava de óculos Ray-ban, estilo aviador. Seu perfume rodeava o local, deixando Yanka ainda mais encantada com aquela mulher misteriosa. A mulher falava ao celular, mas sempre dava uma olhada em Yanka. Talvez por perceber que a roqueira estava encantada com sua beleza, talvez por também estar encantada com a beleza da roqueirinha. Yanka nem vê quando seu ônibus passa. Só percebe quando o mesmo já segue caminho, e fica irritada por que o próximo iria demorar. Restava-lhe pegar outro ônibus que iria para o terminal, ela odiava passar por terminais.

A mulher ri da vocalista ao ver a cara de brava da mesma quando o ônibus passa e ela por estar distraída não percebe.

- Era o seu ônibus?

- Era... – Yanka tem a ligeira impressão de conhecer aquela mulher de algum lugar.

– Nos conhecemos? – A mulher demora a responder, parecia pensar. – Pelo que me lembre, não!

- Ah! – A Mulher encara Yanka como se lhe cobrasse com o olhar um porque da pergunta. – Pensei que te conhecia de algum lugar... Só não me lembro de onde!

- Todo mundo já teve essa impressão ao ver um estranho... Dejavú? Vidas passadas?

– A mulher diz divertida.

Yanka ri. – Quem sabe...

O próximo ônibus com destino ao terminal, chega, as duas entram no mesmo ônibus, sentam uma do lado da outra, e vão conversando a viagem inteira.

******************************

Sophya e Brenda vão embora juntas, e dão carona para Bruna. Pablo oferece carona a Rick. Suas casas eram em sentidos opostos, mesmo assim Pablo fez questão de ir deixar o “amigo” em sua casa.

Pablo coloca um cd de MPB, colocou na faixa 15, a musica era Avesso, Jorge Vercilo.

Ele cantava a musica, como se estivesse cantando para Rick.

“Nós já temos encontro marcado, eu só não sei quando

Se daqui a dois dias, se daqui a mil anos

Com dois canos pra mim apontados, ousaria te olhar... Ousaria te ver...

Num insuspeitável bar pra decência não nos ver

Perigoso é te amar, doloroso querer

Somos homens pra saber o que é melhor pra nós

O desejo a nos punir só porque somos iguais

A idade mede aqui, mesmo que me arranquem o sexo, minha honra meu prazer... Te amar eu ousaria...

E você o que fará se esse orgulho nos perder?

No clarão do luar, espero

Cá nos braços do mar, me entrego

Quanto tempo levar, quero saber se você

É tão forte que nem lá no fundo irá desejar...

O que eu sinto meu Deus é tão forte, até pode matar

O teu pai já me jurou de morte, por eu te desviar

Se os boatos criarem raízes, ousarias me olhar? Ousarias me ver?

Dois meninos num vagão e o mistério do prazer

Perigoso é me amar, obscuro querer...

Somos grandes pra entender, mas pequenos pra opinar...

Se eles vão nos receber, é mais fácil condenar

Ou noivados pra fingir, mesmo que chegue um momento que eu não esteja mais aqui

E meus ossos virem adubo...

Você pode me encontrar no avesso de uma dor...

No clarão do luar, espero

Cá nos braços do mar, me entrego

Quanto tempo levar, quero saber se você

É tão forte que nem lá no fundo irá desejar...”

Ao terminar a musica Pablo encara Rick, que gosta da letra.

- Gostei muito dessa musica!

- Você não conhecia?

- Não, pra ser sincero não! Mas vou tratar de comprar o cd!

- Não precisa esse que ta tocando é seu! Bom, ele não é somente Jorge Vercilo, mas é um Mp3 de MPB, e tem outros ótimos cantores e cantoras, tenho certeza que você vai adorar!

- Obrigado Pablo! Você ta sendo um anjo hoje! Ta me fazendo muito bem...

- Não agradeça! Só quero te ver feliz... Te fazer feliz! – Pablo encosta o carro na rua de Rick um pouco antes de sua casa.  Ele segura Rick pela mão, e o encara. – Olha, eu não sei quem é a pessoa que te fez sofrer, mas garanto que é o maior idiota, o qual não quero ter o desprazer de conhecer! – Rick ri do jeito que Pablo falou de Hugo, no fundo concordou com cada palavra. – Queria eu poder ter a chance que essa pessoa teve... Queria eu poder te fazer feliz todos os dias! Queria eu ter uma chance de ser feliz ao seu lado... Rick, eu não sei bem o que estou para fazer... Na verdade sei, mas to confuso, porque eu nunca me apaixonei tão rápido por alguém... Mas aconteceu... E não é de hoje, me apaixonei por você desde aquele dia o qual nem nos falamos! Mas seus olhos me encantaram... Apaixonei-me por um olhar, o qual eu desejei retornar a ver dia pós dia. Todo dia acordava esperançoso em te ver, e ia dormir decepcionado por não te encontrar... E hoje finalmente meus pedidos foram atendidos... Finalmente reencontrei teu olhar... – Rick escutava tudo encantado, não sabia o que falar. Pablo era um homem encantador, sabia como ninguém usar as palavras a seu favor. – Rick, sei que pode parecer rápido demais, mas tenho certeza do que sinto por você... Quero muito uma chance de te fazer o homem mais feliz do mundo, te respeitando... Te amando...

– Pablo sorri. – Enfim, quero estar ao seu lado hoje, amanhã, depois... Pra sempre... Até onde der! Fica comigo? – Agora Pablo estava aflito esperando a resposta de Rick, que por sua vez ficou atônito com tais palavras, e tal pedido inesperado.

Rick pensa bem antes da resposta. E logo Hugo vem a sua mente. Ele pensa no amor que sente pelo rapaz do teatro, pensa nos planos que um dia pensou realizar ao lado do seu grande amor... Pensou no quanto era idiota por pensar que um dia esses mesmos planos sairiam do “plano das idéias”... Pensou no quanto sofreu por Hugo nas ultimas semanas, no quanto precisou de um entendimento maior... Mas não teve... Nem quis recorrer suas amigas por medo de transparecer sua dor. Pensou no porque não aceitar o pedido sincero de Pablo... Pensou no porque estava demorando tanto pra beijar aquela boca perfeita.

- Você terá sua chance! – Ele sorri docemente para Pablo, que se emociona.

- Ta falando sério?

- Acho que nunca falei tão sério! Eu quero muito ficar com você! Mesmo porque, você parece ter vindo para me tirar da escuridão que um amor não correspondido me jogou a fundo, a qual eu não consegui sair por contra própria, pois cada vez que tentava, me afundava ainda mais... Eu também acho que foi tudo muito rápido, porque tecnicamente essa é a segunda vez que nos vemos, e já estamos quase namorando...

- Correção! Estamos NAMORANDO! Você aceitou meu pedido esqueceu?

Rick ri. – Não seu bobo! Claro que não esqueci eu só...

- Já sei... Só não selamos nosso compromisso como qualquer casal faria! – Rick o olha confuso.

Pablo o puxa para si, e o beija. Rick sorri, e se entrega ao delicioso beijo de Pablo, que tinha uma pegada forte. Separam-se com selinhos. Pablo sorri carinhoso, Rick devolve o sorriso.

- Acho melhor te deixar em casa.

- Acho que já está tarde pra você voltar dirigindo sozinho!

- Já preocupado?

- Sim! Não posso me preocupar com MEU NAMORADO?

- Olha... Claro que pode meu amor! – Rick se derrete ao ouvir Pablo o chamar de meu amor.

- Porque você não dorme na minha casa hoje?

- Hum... Já fazendo proposta indecente? – Pablo diz malicioso.

- Porque não? Somos namorados... Nos queremos... Não vejo problema nenhum!

- E seus pais?

- Viajando!

Pablo sorri. – Então você ta sozinho em casa? – Rick confirma com sinal positivo.

– Bom saber! – Pablo ri safado.

- Então, vai entrar? – Rick morde o lábio provocante.

- Acho que não vou recusar! Nem seria louco!

Eles saem do carro. Entram na casa, Rick o conduz até seu quarto.

Acende a luz.

- Aqui é o meu refugio!

- Bom, agora será nosso ninho de amor! – Pablo diz docemente.

Abraça Rick por trás. O envolve com seus musculosos braços, acariciando sua barriga. Enquanto beija-lhe a nuca, fazendo Rick se arrepiar. Morde a orelha do mais novo e sussurra.

- Gosta disso?

Continua a morder a orelha do outro. Rick passava suas mãos pelos braços de Pablo, queria sentir seu namorado. Ele vira-se de frente, onde o beija. Seu beijo ardia em desejo. Rick estava totalmente atraído por aquele homem.

Pablo puxa o cabelo de Rick com um pouco de força, o fazendo inclinar sua cabeça para trás, onde o possibilitou beijar o pescoço de Rick, se demorou um pouco no “gogó”, parecia ser um dos pontos fracos de Rick. Pablo queria desvendar todos. Ele morde, beija, lambe... Rick estava bem eufórico, e muito excitado. Dava pra ver o volume em sua calça. Pablo percebe e sorri safado. Encosta sua perna no sexo de seu amado, o estimulando.

Rick desce com sua mão a procura do sexo de seu companheiro. O encontra facilmente. Afrouxa o cinto de Pablo, e enfia sua mão por dentro da calça. Então começa a estimulá-lo. Agora era a vez de Rick sussurrar.

- Gosta disso? – Rick diz safado.

- Adoro... – Pablo responde com dificuldade na fala.

Rick tira sua mão de dentro da calça de Pablo, e se prontifica a retirar a mesma. Logo ela estava ao chão, revelando lindas e bem torneadas pernas, e uma cueca Box preta. Rick morde o lábio com vontade.

Pablo resolve fazer o mesmo, retira a calça de Rick, revelando pernas finas, porém lindas e delicadas. Ele sorri, era do jeito que ele imaginava. Mas ele queria mais, logo retira a blusa de Rick. Mostrando seu delicado corpo. E retira a sua própria camisa, ensaiando um strip-tease para Rick. Que adora. Logo para com a brincadeira e volta ao trabalho.

Os dois estavam empatados em matéria de roupas. Eles se abraçam, um explorava o corpo do outro, percorrendo com suas curiosas mãos. Queriam se sentir... Pablo cola ainda mais seus corpos, puxando Rick para si, e aperta a bunda do mesmo, que solta um gemido baixo. Ele realmente tinha uma pegada forte.

Rick mordia o peito de Pablo, deixando marquinhas. Passa sua língua nos mamilos de seu companheiro, o estimulando, e o empurrava gentilmente em direção a sua cama.

Pablo esbarra na cama, mas não se deita, ou senta, continua em pé. Rick continua na região do peitoral bem definido do mais velho. E vai descendo para a barriga “tanquinho”, onde morde cada centímetro explorado. Arranha levemente o peito de Pablo. Enquanto sua boca descia cada vez mais, até encontrar uma cueca no caminho (da perdição, ou do prazer, como preferirem!). Ele se ajoelha, olha para cima indo de encontro ao olhar safado de Pablo, que o encorajava a seguir a diante. Rick sorri com a aprovação de seu namorado, e continua o que estava prestes a fazer. Mais uma vez, coloca sua mão por dentro da cueca de Pablo, onde encontra seu sexo, com a outra mão ele abaixa a cueca do mais velho, até a altura do joelho. Com a mão já no sexo de seu parceiro, ele estimula devagar, passeando levemente seus dedos da outra mão, mais uma vez encara Pablo com o olhar mais malicioso que encontrou. Depois volta ao sexo do outro, passa sua língua ao redor, Pablo geme em resposta. Logo enfia o sexo do mais velho em sua boca, o chupa com vontade.

Pablo geme, fecha os olhos e curte o momento. Rick sabia muito bem o que estava fazendo. Mas Pablo não queria gozar ali, na boca de seu amado, ele queria ir mais longe. Ele puxa Rick com força, fazendo-o se levantar. O vira de costas e abaixa a cueca de seu amado até a altura do joelho, faz Rick ficar de quatro, e o penetra com vontade. Rick solta um grito um pouco alto, que é abafado pelo travesseiro de sua cama. Pablo o penetrava devagar, queria que Rick curtisse o momento, enquanto isso massageava as costas do parceiro. Rick estava amando tudo aquilo, Pablo estava dando-lhe tal prazer que ele jamais imaginaria sentir. Estava se sentindo o homem mais importante do mundo, o mais amado... Os dois já estavam perto de seu ápice. Pablo acelera os movimentos, Rick geme com mais intensidade. Eles gozam ao mesmo tempo.

Pablo abraça seu namorado, e o beija ternamente. Rick retribui o gesto. Eles deitam na cama, e ficam abraçados. Rick encosta sua cabeça no peito do mais velho...

- Se isso for um sonho, te juro que não quero mais acordar! – Rick diz emocionado, e apaixonado.

- Se for mesmo um sonho, também não vou querer saber de viver no mundo real! Prefiro ficar aqui, no NOSSO mundo, te fazendo feliz, e sendo feliz ao teu lado!

- Você sempre tem as palavras certas nas horas certas?

- Não sei... Só falo o que sinto... E eu sinto que te amo! – Rick se derrete ao ouvir tais palavras, e beija seu homem.