O ano, 2010, para sermos exatas, o mês era julho, ou pelo menos o final dele.
Chegara em fim, o final das férias. – “Ultimo dia de ‘liberdade’!” Era o que pensava Sophya, uma linda estudante de colegial, paulista de 17 anos. Era a garota mais popular da escola em que estudava. Com cabelos loiros acima dos ombros, num corte curto com franjão, olhos azuis quase cinza, pele clara, mas com um bronzeado de dar inveja. Corpo bem desenhado parecia ser esculpido por um dos melhores artistas plásticos que existira. Tudo isso distribuído em seus 1,68 m de altura. Mora com os pais em uma mansão na cidade de São Paulo.

No outro lado da cidade, estava Yanka. Ela era gaucha, mas morava em São Paulo desde os 14 anos de idade. Estava com também 17 anos de idade, tinha cabelos pretos e longos abaixo dos ombros, num corte meio repicado e com franjão, olhos verdes pareciam duas esmeraldas de tão verdes que eram. Branquinha pele bem clara, quase desbotada de tão branca. Bem feita de corpo, era magra, mas tinha curvas bem feitas, e perigosas! Fazia qualquer um babar! Tudo bem distribuído em seus 1,70 m de altura. Morava sozinha com seu pai em um apartamento. Essa não estava nada contente com o recomeço das aulas. Ela havia sido transferida de sua escola, a qual estudava desde que chegou a São Paulo.

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Sophya...

- Mamãe!! Mamãe!! Sophya gritava eufórica.

- Que foi minha filha?

- Mamãe, amanhã começa as aulas! E eu tenho que arrasar no primeiro dia!

- Aham! Mas o que você quer fazer? Pergunta Dona Ângela já sabendo a resposta da filha.

- Que você acha mamãe? Quero ir ao shopping renovar meu closet ué! Vamos?

- Tudo bem filha. Você pode ir ao shopping, mas eu não vou poder te acompanhar!

- Por quê? Pergunta cabisbaixa.

- Porque eu tenho uns trabalhos para terminar. Infelizmente não vou poder te acompanhar... Por que você não liga pro seu amigo Rick? Ou pra Brenda?

Sophya da de ombros. – Tudo bem, vou ligar pra eles... - Sai decepcionada com a mãe.

Era sempre assim, seus pais eram bastante ausentes, mas procuravam amenizar a ausência de suas presenças, comprando presentes, roupas caras, viagens para dentro ou fora do país... Ela tinha bastante liberdade, e era muito mimada, ela tinha tudo que queria e na hora em que queria, e se não conseguisse batia o pé até mudarem de idéia. Mas quando o assunto era a presença dos pais, ela não conseguia obter muito sucesso. Mas nem reclamava, pois ela sabia que eles trabalhavam muito para dar a boa vida que ela tinha...

- Alô?

- Oi Sophya, tudo bem amor? Falava Rick, um de seus melhores amigos.

- Oi Rick! Vamos pro shopping fazer compras? E uma despedida de férias?

- É claro linda! Mas vamos agora?

- Só o tempo de eu me arrumar!

- Tudo bem, daqui à uma hora no shopping então?

- Ta bom! Daqui à uma hora! Vou ligar pra Brenda. Beijo, até daqui a pouco.

- Ok! Beijo tchau. Rick desliga o telefone.

- Alô? Pergunta com voz de sono.

- Oi Brenda, acorda louca! Vamos bater pernas e fazer compras no Shopping? O Rick vai!! Vamos? Pergunta empolgada.

- Calma ai Sophya!! Deixa eu acordar primeiro louca!

- E isso lá é hora de ta dormindo?

- Ah Sophya vai à merda! Fala Brenda sem paciência.

- Ei, ei, calminha ai dona estressada! - Fala divertida. - Ah! Vamos vai! Brenda, você sabe que fazer compras sem você não é a mesma coisa! - Fala com voz meiga e pidona. - E eu não mandei você ficar até altas horas fazendo sei lá o que com o... - Torce a boca pra falar. - Alê...

- Ta bom senhorita chantagem! Eu vou!

- Oba! Você tem pouco menos de uma hora!

- Quê???

- Beijo amiga amor da minha vida! Tchau! Desliga o telefone antes que à amiga surte.

- Mas que filha de um Mãe essa Sophya! Vou tomar banho, fazer o que né?! Falava sozinha e com raiva da amiga que era mais rápida. E sempre conseguia o que queria.

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Yanka...

- Filha você vai se atrasar! - Falava Fernando pai de Yanka.

- Já to indo Papai!! - Falava vestindo sua blusa de botão preta. - Pronto! Estou pronta. Vamos?

O pai ao ver o estado em que a filha se encontrava não pode evitar a gargalhada. – Filha você se vestiu dentro do armário? Ta toda desajeitada! – Ela tinha pulado um botão fazendo com que a blusa ficasse toda torta. - Vai ajeitar isso vai, se não você vai ser demitida! Do jeito que sua chefe é...

Ela olha para a blusa e vê que seu pai tem razão, devido a pressa ela não abotoou a blusa direito e estava tudo desajeitado. – Ér... Você tem razão papai! Vou ajeitar isso! Um segundo. - Ela volta para o quarto, e com calma ajeita a blusa.

- Ah! Agora sim! Agora você esta parecendo uma vendedora de loja! - Diz em deboche.

- Ah vá pai! Vá viu?! - Ela ri seu pai também.


Ela e o Pai foram para o shopping. Fernando foi deixá-la já que ela estava muito atrasada, e não dava tempo de chamar um taxi ou pegar um ônibus. Lá chegando sua chefe já a aguardava com uma bronca.

- Yanka, que demora! Pensei que você não vinha mais! Já estava colocando um cartaz lá fora dizendo; Precisa-se de vendedora! - Falava irônica.

- Desculpa Andrea! Não vai mais acontecer... - Fala cabisbaixa.

- Eu espero mesmo que não volte a acontecer! - Vira as costas. - E vai logo atender as pessoas! Ah! Tem umas peças pra dobrar... Vai logo começar seu trabalho! Ou você quer que eu o faça?!

- Claro que não Andrea! - Yanka vai guardar sua bolsa e faz o que a chefe pede.

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Logo Sophya, Rick e Brenda chegam ao shopping...

- Hey peruas! Vamos logo lá na K&K?! Eles estão com uma coleção nova! E parece que ta arrasando!! - Diz Rick já empolgado.

- Vamos!! Parece mesmo que ta ARRASANDO essa nova coleção! - Afirmava Sophya.

- Vamos né? Fazer o que já que você me acordou, e eu já to aqui! E se eu disser pra irmos à outra loja sou voto vencido mesmo! - Falava Brenda, ainda sonolenta.

Eles entram na loja...

- Boa tarde! Em que posso ajudar?! - Falava Yanka com um sorriso forçado.

- Boa tarde. Fala Sophya sem muito animo. - Não dava muita atenção para vendedoras.
- Quero dar uma olhada na nova coleção da loja! - Seus olhos brilharam quando ela avistou uma bolsa. Já foi logo separar pra levar. - Essa é minha! Falava Sophya já com a bolsa nas mãos.

- Desculpe senhorita, mas essa bolsa já esta reservada. - Yanka fala com sutileza.

- Quê? Reservado não é vendido! Ela é minha! Vou levar... - Fala decidida.

- Olha, me desculpe, mas eu não posso fazer isso! Essa bolsa já esta reservada, por isso ela esta nessa seção! Por favor senhorita, temos outras bolsas lindas, e que combinam mais com seu estilo. - Yanka tentava convencer Sophya a largar a bolsa.

- Olha aqui! Com quem você acha que esta falando? Você sabe quem eu sou por acaso? Sophya ameaça com o olhar e o tom de voz.

“Uma patricinha mimada!” Dizia Yanka em pensamento. – Não. Me desculpe. – Fala fria.

- Ôh Sophya deixa ela vai. A menina só ta fazendo o trabalho dela! Brenda defende a vendedora.

- Deixa ela nada Brenda! Ela tem que saber com quem fala antes de qualquer coisa!
- Rick defende Sophya.

- Isso mesmo Rick! Olha aqui garota! Você ta falando com Sophya Schmitt! Entendeu?

- E eu com isso? Não é por que você é Sophya sei lá do que eu vou deixar você levar essa bolsa que já esta reservada! É norma da loja. Eu só sigo regras! – Fala com firmeza.

Sophya se aproxima de Yanka e fala ao seu ouvido. – Regras foram feitas para serem quebradas sabia?!

- Não aqui! Afirmava Yanka.

- Ora sua... Sua... Garota, você não entendeu o grau da gravidade! Se você não me vender essa bolsa eu...

- Você o que? Olha aqui você sua patricinha mimada... Yanka é interrompida por sua chefe.

- Yanka! O que esta acontecendo aqui? Andrea não gostou nada de ver Yanka batendo boca com uma cliente.

- Essa garota aqui Andrea, ela acha que pode tudo! Quer por que quer a bolsa que esta reservada! Yanka se explica.

Andrea chama Sophya e os amigos para conversar, fazendo eles se afastarem de Yanka. - Hum... Olha me desculpe senhorita, mas a minha funcionaria tem razão. Essa bolsa já esta reservada desde ontem! E infelizmente só a temos de resto. Lamento...

Sophya não se da por vencida ter aquela bolsa era pessoal, queria esfregar na cara de Yanka que ela podia tudo. – Quanto você quer por ela?? Eu sou Sophya Schmitt, eu tenho dinheiro para comprar essa loja toda se eu quiser!

- Sophya Schmitt? Você é filha do empresário Roberto Schmitt? Andrea perguntava incrédula.

- Exatamente! E meu pai não vai gostar nadinha de saber que a filha dele foi destratada em uma loja! Falava em tom de ameaça.

- Me desculpe senhorita Schmitt! Você pode levar o que você quiser!

- Eu quero a bolsa! Falou apontando em direção a bolsa.

- Tudo bem, depois eu peço mais uma! Afinal aquela não é a ultima bolsa do mundo né? Diz divertida.

- E eu quero que aquela garota ali me atenda, o dia inteiro! - Fala apontando para Yanka que já estava atendendo outra cliente.

- Tudo bem! Tudo o que você quiser... Yanka! - Chama a funcionaria.

- Só um minutinho ta bom? Eu já volto. - Pede licença a pessoa que estava atendendo.

- Oi Andrea. O que foi?

- Você vai atender a senhorita Schmitt e seus amigos!

- O que?! Mas eu já to com uma cliente! E ela ta me esperando! - Yanka não queria mais atender Sophya e seus amigos.

- Não tem problema! Outra pessoa a atende! Agora vá atender a senhorita Schmitt, e a atenda super bem. Caso contrário você será demitida! Entendeu?

- Sim Andrea! – Fala cabisbaixa.

- O que você ta esperando? Vai lá! Andrea empurra Yanka em direção a Sophya.

Sophya se aproxima de Yanka e fala ao seu ouvido. - Eu sempre consigo o que eu quero! E nunca duvide disso! Fala em deboche.

- Me desculpe senhorita! Não vai mais acontecer. – Yanka fazia esforço para não mandar Sophya à merda. Mas se conteve por conta da ameaça de perder o emprego.

- Tudo bem! Eu sei que não irá ocorrer mesmo! E a partir de agora você vai me servir! E olha que eu gosto de abusar hein! – Fala irônica.

Sophya não poupa Yanka, faz à coitada trabalhar muito. Mandava ela pegar peças de roupas de tamanhos que não era o seu, só pra coitada ter que ir andar mais! Assim foi à tarde e o começo da noite das duas, Sophya abusando do estado ameaçado de Yanka que por sua vez atendia a todos os caprichos de Sophya por medo de perder seu emprego.

Depois de usar a abusar de Yanka, Sophya sai da loja com poucas peças de roupas, comparado com o tanto que Yanka buscou pra ela. Foram para a praça de alimentação do shopping...

Rick e Sophya não paravam de rir, Brenda estava séria. - Você viu a cara dela quando a chefe dela disse que ela iria atender a gente, e que tinha que tratar você que nem uma princesa se não ela ia perder o emprego? Impagável!
– Debochava Rick.

- Não éah?! Eu me segurei pra não rir da cara dela, mas não quis humilhar tanto!
– Debochava Sophya.

- Mais do que você humilhou a coitada! Vocês são muitos maus! Bichas más viu!
- Brenda os repreendia.

- Ah Brenda não faz a louca! Foi engraçado! - Afirmava Sophya.

- Queria ver se fosse com vocês! Se você iriam gostar!

- Primeiro, eu nunca que iria ser vendedora de loja porque eu não nasci pra vender e sim para comprar e consumir! Segundo que eu não preciso disso! - Fala em deboche.

- Faço das suas as minhas palavras bee! - Rick concordava com a amiga.

- E eu ainda perco meu tempo tentando conscientizar vocês dois! - Falava Brenda decepcionada.

- Brenda nós te amamos assim chatinha como você é! - Afirma Sophya. Os dois abraçam a amiga.

Enquanto Sophya e seus amigos zoavam Yanka, ela teve que ficar na loja um pouco depois de seu expediente para arrumar a bagunça que ela fez por conta das exigências de Sophya e Rick.

- Ai que raiva dessa Sophya... Schmitt... Por causa dela e do amiguinho dela eu vou ter que me atrasar pro ensaio com a banda. Que ódio! – Falava enquanto arrumava a bagunça. – E depois ainda vou ter que agüentar a mulher que reservou a bolsa no meu pé! Que saco! Tomara que eu nunca mais veja essa patricinha na minha frente se não eu piro e dou uns cascudos nela!

- Vamos logo Yanka, já vamos fechar! - Andrea apressava a estudante. – Ah quer saber eu não vou esperar! Hoje você fecha a loja!

Depois de mais meia hora, Yanka termina de arrumar, ela estava sozinha Andrea não quis esperar que ela terminasse.

- Ufa! – Ela enxuga o suor no rosto. – Demorei, mas terminei! Tomara que a galera entenda! Essa Andrea me coloca nessa situação e depois pula fora! – Yanka respira fundo. Estava visivelmente cansada. - É melhor eu ligar pra galera...

- Alô? Yanka?

- Sou eu sim Dan! Desculpa eu me atrasei aqui no trampo! Mas já to saindo! Me da uns 20 minutos que eu to chegando!

- Ai, ai... Não sei se mato você ou sua chefe insuportável que não te deixa em paz!

- Mata ela porque eu já to praticamente morta, só falta enterrar! - Fala divertida.

- Pois deixa de conversa e vem logo, vem de taxi pra não demorar muito, já estamos uma hora atrasados! Dan bronqueia.

- Tudo bem pai! Já to indo! Tchau ate daqui a pouco.

- Tchau beijo.

Yanka desliga o celular termina de fichar a loja, e vai para o ponto de taxi. Ela apanha o primeiro que aparece. O motorista era meio pancada da cabeça.

- Pra onde moça? - Perguntava um senhor que aparentava uns 100 anos de idade.

- Duas quadras depois da escola FLAMA, lá no Lotuz, sabe onde fica?

- Claro que sei moça! – Ele se vira pra ficar de frente com Yanka. – Sei onde fica tudo nessa cidade! - Da uma piscadela pra moça.

- Ótimo! Então vai depressa que eu to atrasada! Pisa fundo!

O velhinho levou ao pé da letra o pisa fundo de Yanka, acelerou tanto o carro que Yanka quase vomita no banco de trás.

- Calma aê senhor, não precisa ser na velocidade de um raio não! Eu quero chegar rápido, mas também quero chegar viva! – Assim que Yanka termina de falar o velhinho estaciona, ela tava com tanto medo que tinha fechado os olhos, e nem percebeu que já tinha chegado.

- Pronto moça! Chegamos!

- Já? – Ela abre os olhos e vê a entrada da Lotuz.

- 30 reais!

- Quê?! “ Mas que FDP” Pensava. – Tudo bem! Ela retira o dinheiro da bolsa.

- Precisando me liga. – Ele retira da carteira um cartão que tinha o contato dele.
– “Senhor relâmpago!” Ta explicado! – quando olha pra trás o velhinho já não estava mais lá. Ela ri sozinha.

- Aê! Até que enfim a senhorita resolveu dar o ar de sua graça! - Fala Dan em deboche.

- Não enche Dan! Da um abraço no guitarrista.

- Oi senhorita meu trabalho é um porre, minha chefe é um saco! – Fala Davy indo cumprimentar a vocalista.

- E não se esqueça da patricinha FDP que fudeu com a minha tarde! - Fala cerrando os dentes quando se lembrar de Sophya. - Depois explico! Vamos logo começar esse ensaio, quero esquecer meu dia de hoje! - Fala pegando sua guitarra e começando a tocar Amanhecer No Teu Olhar, Restart. A banda a acompanha.