Lino Jordan precisou de alguns meses para criar coragem e aparecer na Toca. Não se sente pronto para encarar George, não quando sabe que verá Fred refletido em seus olhos. Vai mesmo assim; já passou tempo demais longe do melhor amigo.

É recebido por um abraço de urso pela senhora Weasley e um aperto de mãos entusiástico de Arthur. A falsa felicidade deles o deixa desconfortável; precisa de muita força de vontade para ir ao quarto dos gêmeos. Não, corrige-se, ao quarto de George.

Subir as escadas é como ser mandado a outro universo; um mundo sombrio de tom plúmbeo e ar gelado. Bate na porta e entra devagar. Tudo está diferente. Uma cama, uma escrivaninha, um guarda-roupas, nenhum espelho. George, sentado na janela, olha para fora.

De súbito, percebe que não faz a menor ideia de quem é esta pessoa à sua frente. Lino nunca conseguiu diferenciar os gêmeos um do outro; nos raros momentos em que estava a sós com um deles, chamava-o de Weasley. Não sabe se era mais amigo de George ou mais amigo de Fred, porque os dois vinham como uma unidade. Nunca nem tentara separá-los.

As palavras morrem na garganta. Quem é George, afinal?