Crônicas de Forks II - a Mestiça escrita por Débora Falcão


Capítulo 15
Reviravolta




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"Ah, não, por Deus!" Eu me levantei, sem pensar muito, e dei um soco em Robert. Ele não esperava e, atordoado como estava, desmaiou de novo. Não poderíamos nos arriscar a um usuário do espírito como ele, poderoso, e famindo por sangue, estar ali, na saleta, acordado. Edward olhou para ele e eu olhei em seus olhos... e vi... inveja? Ele percebeu o deslise e olhou para mim, deixando escorregar sobre seu rosto uma máscara impassível.

Como Edward ia querer sentir inveja daquele monstro?

"Dormir." disse Edward. "Ele é um vampiro, e ele pode dormir."

A declaração simples partiu meu coração. Os vampiros de Stephenie Meyer não dormiam nunca. Sempre alertas, sempre acordados, vinte e quatro horas por dia, por uma eternidade. Isso deveria ser sufocante, eu pensei. Um aceno contido foi a resposta de Edward ao meu comentário mental.

Voltei minha atenção para a sala na hora que Edward rapidamente se levantou e ficou na minha frente, entre eu e Victor. Ele se levantara para tentar me atacar, por causa do soco que dei em seu irmão. A minha conversa mental foi tão rápida que nem havia notado Victor. Ele foi rápido, mas Edward foi mais rápido ainda. E eu estava protegida. Ainda bem!

"Levaremos primeiro os psi-hounds." decidi por fim. "Caso algo aconteça, não queremos ficar sozinhas com eles aqui. Vocês nos protegerão enquanto isso. Edward, Jasper, vocês vão conosco. Os demais ficarão aqui para proteger nossa retaguarda e vigiar os psi-hounds e os vampiros."

Todos aquiesceram, e nós nos preparamos para essa parte. Edward, Emmett, Jasper, Seth, Jake e Carlisle trouxeram os lobos para a saleta. A livraria estava vazia agora, a esta hora da noite. E então, começamos as transferências. Edward e Jasper, cada um, tomaram um psi-hound nos braços, e eu e Miss Poppins nos abraçamos a eles, mantendo os lobos entre nós. O guarda-chuva foi girado e nos encontramos numa vegetação, um bosque talvez. Deixamos o lobo lá e saímos.

"O próximo."

E assim foi. Fizemos algumas viagens, mas finalmente, conseguimos deixar o último dos lobos lá. E já fiquei imensamente aliviada. Eu nem tinha percebido o quão tensa eu estava por ter aqueles lobos ali.

"Ok. Próximo passo, os irmãos Dashkov."

Resolvemos levar Victor primeiro, pois ele tinha um poder sobre o irmão, e, se o mesmo resolvesse acordar, era melhor mantê-los separados.

Victor deu um sorrisinho malicioso quando foi me abraçar, mas ficou tudo bem quando Edward segurou seu punho. Bem, acho que ele ficaria com hematomas.

Quando voltamos, me preparei para pegar Robert. Ele respirava pacificamente, olhos fechados. Menos mal. Quem o pegaria seria Edward. Olhei para ele, ele estava franzindo as sobrancelhas, depois suavizou o rosto.

"Espere, Lisa." disse Mary Poppins. Ela foi até um dos armários e o abriu. Tirou de lá uma tesoura. Edward estava perfeitamente imóvel. Alice, com o rosto em branco, abriu a boca para dizer algo, mas em seguida, ficou imóvel, assim como Edward. Captei algo estranho no ar.

Foi quando Mary Poppins se virou, a tesoura aberta e, segurando-a, apontou uma das pontas para seu pescoço. Seu rosto era uma folha de papel em branco, seus olhos focalizando o nada. Então, a voz de Robert encheu a sala.

"Façam o que eu disser, ou ela morre."

Ele estava compelindo Mary Poppins a se matar. Pior: ele estava compelindo Edward para não dizer nada do que vira em sua mente quando fingia dormir, e compelindo Alice para ficar em silêncio quando viu a decisão ser tomada, tanto por ele quanto por Mary Poppins.

Aquilo poderia lhe custar a insanidade mental, mas Robert estava disposto a arriscar.

"O que você quer?" perguntei já sabendo a resposta. Emmett queria avançar para agarrá-lo.

"Não faça isso, querido." disse Mary Poppins numa voz monótona. Ela apertou ainda mais a tesoura contra seu pescoço.

"Dê-me seu camafeu." disse Robert. Eu prontamente obedeci. "Agora, de-me o de Mary Poppins." Eu retirei, com certo custo, o camafeu do pescoço de Mary Poppins. Mesmo estando a centímetros de seu rosto, os olhos dela não pareciam me ver.

Robert se sentou. "Renesmee." Ela prontamente chegou perto dele, também sofrendo da compulsão. Ele agora tinha os dois camafeus, e Renesmee. O guarda-chuva estava no chão, aberto, esperando para ser usado. Antes que eu reagisse, ele o pegou, e, abraçado a Renesmee, girou, desaparecendo à nossa frente, o guarda-chuva caindo suavemente no chão.

Imediatamente, Mary Poppins acordou como de um transe, se assustando com a arma que estava usando contra si mesma. Alice também despertou, e Edward.

E todos ficamos atordoados.


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