Hermione encarou a bunda bem feita de Draco Malfoy amaldiçoando-o por ser tão lindo. Uma série de resmungos escapou de seus lábios enquanto observava o loiro ressonar como um anjo. Os braços fortes abraçando o travesseiro, o lençol enrolado entre as pernas, exibindo os quadris largos e aquela maldita bunda branca — que era muito bonita.

Por fim, desistiu de admirá-lo ou certamente não voltaria para casa, calçou os sapatos rapidamente e juntou o casaco e a bolsa nos braços.

Um rápido bilhete foi deixado no travesseiro e então ela aparou para A'toca, onde seu marido a esperava. Provavelmente comendo ou roncando como sempre.

Merlin, ela se sentia tão errada!

Mas sempre que ele a ligava pedindo um conselho, tentando conversar e sendo gentil ambos acabavam em um bar trouxa tomando um drinque e logo em seguida em um hotel qualquer enroscados como as duas cobras peçonhentas que eram.

Ela se perguntou quando foi que começou a ser amiga de Draco Malfoy e quando isso evoluiu para a atração tão incontrolável que havia entre eles. Pior ainda, se perguntou quando foi que começou a considerar a separação porque estava apaixonada pela maldita doninha. 

Mas então ela afundava todos os pensamentos e seguia em frente. É só dessa vez, dizia a si mesma.

Ela sempre dizia a si que não tinham absolutamente nada. Ela amava seu marido, certo? Certo, claro. Mas porque então quando os dedos grosseiros de Ronald a tocavam, ela pensava justamente no toque suave e sensual de Draco Malfoy?

Ou quando o ruivo lhe sorria abertamente, ela pensava no sorriso contido e discreto do loiro?

Merlin, ela realmente estava em uma péssima.

Estava prestes a entrar para os terrenos da toca quando o celular trouxa tocou em seu bolso. Um suspiro escapou de seus lábios porque o único que tinha aquele número era justamente a pessoa que acabara de deixar para trás.

— Não comece, Draco. — Resmungou para o aparelho, ocultando-se atrás de uma arvore e escorando-se no tronco.

— Não me faça ir até ai te buscar, Hermione. — A voz dura e fria causou uma onda de choque em seu corpo e ela quis realmente se bater. Como era fraca! — Eu já disse que não vou mais dividi-la com o pobretão.

— Draco, eu já disse que não posso simplesmente sair da minha casa!

Ela ouviu um suspiro e soube que ele estava apertando o nariz enquanto a testa estava enrugada em irritação. Merlin, ela o conhecia tão bem quanto ele a conhecia. Onde eles estavam com a cabeça para se envolverem assim?

— Junte suas coisas, te espero na mansão em meia hora.

— Draco!

— Hermione, largue a merda deste casamento falso agora. Eu estou te esperando.

Eu estou te esperando.

Ela ia definitivamente enlouquecer. Lançou uma rápida olhada para a a casa atrás de si e bufou, aparatando logo em seguida para a biblioteca da mansão Malfoy, encontrou-o exatamente da forma como imaginou.

— Odeio você, Doninha. — Resmungou jogando as coisas sobre a poltrona. — Eu devo estar muito louca.

— Bem, sabe-tudo-Granger, eu não me importo nem um pouco. — Ele sorriu do jeito sensual que fazia suas pernas amolecerem e a puxou para seu colo.

Os lábios cobrindo os dela com desejo e devoção.

Mesmo que ela tentasse seguir em frente, sempre voltava para os braços dele. Porque então não ceder de vez?