Muitas pessoas consideram o momento que recebem a carta de Hogwarts, como um dos mais emocionantes de suas vidas, o segundo é a separação dos pais e adentrar no trem, muitas crianças viajando sozinhas pela primeira vez, a terceira é quando o chapéu seletor define a casa que você irá.

Isso tudo para o pequeno, pais no-maj, Kim Taehyung, foi encantador, um verdadeiro mundo mágico, onde ele passou talvez uns três meses de boca aberta quando via algo flutuar, ou fantasma falarem e ainda prendia respiração e seus olhos brilhavam quando as escadas se mexiam.

Agora, no seu quarto ano, Hogwarts ainda era incrível, mas ele sentia menos da magia do lugar ao ver as quatro grandes mesas que ocupavam o salão principal e que separavam as casas, as flâmulas e o brasão em seu peito que os dividiam.

Sua veste era vermelha e dourada com um bravo leão, a destemida Grifinória.

Vindo de uma família de no-maj, passou o começo de seus anos numa escola “trouxa”, ele não via muita diferença se comparado com Hogwarts, além de claro, tudo ser esteticamente diferente ou encantado, e as matérias... mas as pessoas... bruxos ou não, o caráter não era nenhum avanço, mesmo que pudessem fazer coisas levitarem ou conjurarem feitiços com uma varinha.

Alguns alunos estavam reclamando dos novos companheiros de dormitório ou que estavam longe de seus amigos, Taehyung não se importava em cair com pessoas diferentes a cada ano, embora ele tenha gostado muito de dividir o quarto com Park Jimin, um garoto de sua idade, de pais mestiços.

Como era a cerimônia de seleção, todos se apertaram nos assentos, Jimin acenou e voltou a prestar atenção na diretora Minerva.

Os novatos estavam olhando por cima do ombro um do outro, seus olhos brilhavam ao ver o teto encantado do salão, com as velas flutuando, o chapéu seletor sobre a pequena banqueta. Cada nome sendo chamado, algumas crianças chegaram a tropeçar em suas vestes.

As mesas aplaudiam, abraçavam e gritavam em comemoração a cada aluno novo que vinha para sua mesa. A Grifinória batia os talheres na mesa em alvoroço, a Sonserina assobiava alto, Corvinal aplaudia de pé e a Lufa-Lufa era extremamente calorosa.

Taehyung se viu indo para a cama e pensando naquele momento, voltando no tempo, quando foi sua vez de ser selecionado, das palavras do chapéu. “Hmm, você é único, sabia? Teria sucesso em qualquer lugar, mas talvez a sua característica mais brilhante seja a coragem, então...”.

Ele tirou a gravata e tocou no brasão.

― Grifinória...

Um suspiro escapou de seus lábios, um suspiro que não cominava com a comoção na sala comunal da casa. Ele foi o primeiro a dormir em seu quarto, jogou as cobertas sobre a cabeça e fechou os olhos.

***

Taehyung estava no quarto ano e naquele ano em especial, se sentia melancólico, talvez fosse porque estivesse passando o final de ano no colégio quando a maioria dos alunos voltavam para suas casas.

Os pais de Taehyung tiraram umas férias prolongadas e como o Ministério da Magia cuidava de todos os gastos na educação, seus pais finalmente tinham dinheiro sobrando e agora deveriam estar num cruzeiro pelo Caribe.

Ele estava feliz por eles, de verdade.

O que o incomodava era uma questão estrutural, era algo tão entranhado na fundação de Hogwarts, que ele se perguntava como ninguém havia questionado isso. Como Hermione Granger, nunca lutou por isso.

Bom, ela teve outras coisas para se preocupar, é claro.

Era a cerimônia de abertura, a sala comunal das casas, as quatro mesas do salão. Ele adorava as aulas e as interações, quando ninguém se lembrava de que casa pertencia, onde todos conversavam, mas era só andar pelo colégio e tudo era dividido. Céus, até as festas eram privadas, como se ele já não visse todos os dias as pessoas de sua própria casa.

— Por que nós somos separados por casas? Por que tudo tem que ser definido pela cor da minha gravata?

Jimin, seu companheiro da Grifinória estava passando de forma entediada o livro “Mil Ervas e Fungos Mágicos”, enquanto seu pergaminho estava na metade ainda, ele ergueu o rosto ao questionamento do amigo.

Park Jimin era mestiço, filho de mãe bruxa e pai no-maj, eles se meteram em muitas confusões no primeiro ano quando Jimin se gabou por saber andar em Hogwarts, o que os levou a passear à noite na floresta proibida e -50 pontos para Grifinória e uma longa detenção. Ele também foi o único que acreditou quando no segundo ano, eles vieram em carruagens puxadas por testrálios, e Taehyung disse que conseguia vê-los.

— Você está questionando o método de escolha de uma das escolas de bruxaria mais respeitada?

— Bom... Sim.

— Da escolha da sua casa? – Jimin ergueu a sobrancelha fechando o livro com força e soltando toda a poeira na direção deles.

Taehyung olhou para o vermelho e dourado em sua gravata, o brasão estava preso em seu peito. Ele gostava de sua casa, gostava das pessoas, Jimin era seu melhor amigo, mas... nas aulas havia disputa, agora mesmo, eles estavam em recesso e ocupavam a mesa da Grifinória, mesmo quando havia tão poucos estudantes que todos poderiam caber na mesma mesa.

— Jimin, você estudou em colégios de trouxa como eu. Eu só queria que Hogwarts fosse mais progressista.

— Taehyung, isso é uma escola fundada 993 d.C. por Godric Grifinória, Salazar Sonserina--

— Eu sei o nome dos fundadores. – Rapidamente o cortou.

Jimin suspirou.

— Nós não estamos num mundo no-maj. – Ele tentou soando mais amigável.

— É, mas as pessoas ainda são idiotas.

— Não é culpa das casas. – Jimin cruzou os braços.

Taehyung queria gritar que era sim. Eles usavam uniformes que os dividiam, eles sentavam em mesas separadas, eles seguiam para dormitórios diferentes. Eles interagiam nas aulas, é claro, mas obviamente iria existir um favoritismo de estar entre seu próprio grupo, entre pessoas conhecidas.

E com isso, as casas competiam de forma não saudável, pois eram todos pré-adolescentes, até que quando fossem adolescente de fato eles fossem se focar no N.O.M ou no caso deles, justamente por isso estavam estudando, nos exames do quarto ano.

Por que não poderia ser uma única casa? Porque eles todos não usavam o brasão de Hogwarts como emblema?

― Você não está exagerando? – Jimin perguntou dando total atenção ao amigo.

― Não acha que pelo menos um dia nós deveríamos estar isentos desse uniforme?

― Mas não iria mudar, ninguém mais tem a senha de acesso. E você pode sentar onde você quiser durante o almoço.

― Mas todo mundo senta com sua própria casa! – Taehyung puxou os cabelos.

― Não é como nos filmes onde tem várias mesas, e mesmo se tivesse, você acha que iria ser diferente? Os estudiosos, os que jogam quadribol, os que dão as festas, os que são chamados para as festas, os que querem ser chamadas, mas nunca são. Os novatos, você iria dar brecha para muitas coisas ruins.

― Não, seria perfeito! E eu não entendo nada de Quadribol, acho que é um esporte estúpido.

― Blasfêmia! – Jimin tossiu.

— Eu pensei sobre isso, acho que tenho o feitiço perfeito, eu vou usar todas as cores, eu--

— Tae, não!

— Colorus mutatio! – Taehyung sacudiu a varinha ao contrário sem reparar, seu feitiço rebateu nas vestes de um estudante da Corvinal que havia acabado de levantar da mesa ao lado.

— O que você pensa que fez!? - Foi a primeira coisa que Yoongi disparou, um garoto do quinto ano que estava com o cabelo há cinco minutos atrás rosa e agora estava vermelho fogo.

Ele era um Metamorfomago.

E aparentemente ele ainda não era bom em deixar suas emoções afetarem sua aparência, ao menos ao que diz respeito o cabelo. Taehyung ainda se lembrava do escândalo que havia sido quando Yoongi havia se transformado num dragão quando alguém suspostamente havia quebrado sua varinha.

― Olha, até que pra algo não pensado não ficou tão ruim. – Taehyung admirou o resultado de seu feitiço na gravata de Yoongi, o brasão da Corvinal estava sob as listras amarela, prateada, azul e vermelha.

—Yoongi. - O tom do outro aluno que o acompanhava foi de aviso.

— Estupore! - Yoongi disparou o feitiço sem pensar duas vezes.

Taehyung só teve tempo de arregalar os olhos, Jimin se encolheu de onde estava. Ninguém em sã consciência usa um feitiço de ataque nos outros.

― Protego! - Um garoto rebateu o feitiço criando uma barreira.

― Expelliarmus! – Outro garoto, um da Lufa-lufa sacudiu a varinha, se metendo na confusão e tirando as varinhas de Taehyung, do outro garoto da grifinória e de Yoongi.

Taehyung e Yoongi olharam para os dois intrusos, um da Grifinória e outro da Lufa-Lufa.

― O que você pensa que está fazendo terceiro ano? – Yoongi iria possivelmente mata-lo. Seu rosto estava da mesma cor que seu cabelo.

Jungkook, Taehyung tentou se lembrar.

Ou ele iria virar um dragão, ou coisa pior, mas Taehyung não tinha medo.

― Evitando uma briga... – Jungkook finalmente pareceu consciente do que fez e da atenção que trouxe para si.

— Chega! - O garoto da Lufa-lufa gritou chamando atenção de todos, a varinha estava encostada em seu pescoço, sobre a região das cordas vocais e fez sua voz se propagar, como a diretora costumava fazer nas apresentações.

Jung Hoseok era do quarto ano.

— Você tentou me estuporar? – Taehyung perguntou em choque.

Yoongi parecia tão surpreso quanto ele, seu cabelo estava um lilás quase branco. Metamorfomagos podem mudar sua aparência à vontade, Yoongi estava sujeito as suas emoções já que ele ainda não tinha total controle.

— Foi um acidente. – Jin disse colocando a mão sobre o ombro do amigo. Ele também era da Corvinal e do quinto ano.

— Um acidente que teria o mandado para a enfermaria. – Jungkook se meteu cruzando os braços.

— Ei, ninguém pediu a sua opinião. – Yoongi disparou, o cabelo virando roxo escuro.

— Isso foi meio assustador... – Jimin comentou atrás de Taehyung.

— Grifinória precisa se defender. – Jungkook estava na frente dos dois membros de sua casa, os protegendo, mesmo ele sendo do terceiro ano.

Seokjin cruzou os braços e colocou Yoongi para trás.

— Ok, chega. – Hoseok se meteu entre eles. – Eu não sei o que diabos aconteceu aqui, mas usar um feitiço de ataque foi errado. Você usou bem um protego para alguém do terceiro ano. Acho que um pedido de desculpas é bem-vindo.

Yoongi girou os olhos e continuou olhando em outra direção. Seu cabelo estava cinza e isso parecia ser sua cor normal.

— Yoongs, ele tem razão, você perdeu a cabeça... de novo.

Jungkook cruzou os braços, uma expressão arrogante em seu rosto. Hoseok franziu o cenho na direção do Grifinório.

— O que aconteceu aqui? – Uma sétima pessoa entrou no lugar. Sua veste era da Sonserina e ele tinha o cabelo castanho. Quarto ano e monitor, Kim Namjoon.

Todos acabaram vendo que os feitiços disparos deixaram rastros nas paredes e no chão, isso resultaria numa detenção sem fim, além de provavelmente menos -100 pontos para Grifinória e Corvinal.

— Um acidente, mas eles estão pedindo desculpas. – Seokjin disse dando uma cotovelada em Yoongi que ainda parecia contrariado, mas seu rosto tinha um leve rubor de quem estava constrangido.

Taehyung comprimiu os lábios. Ele não queria fazer ninguém se sentir desconfortável, ele não era amigo de nenhum deles, mas ele não era idiota ou surdo ao que as pessoas diziam pelas costas, Yoongi era excluído, ser um Metamorfomago sem controle não era exatamente amigável, muito menos quando se transforma num Dragão.

— Desculpas não vão esconder o que aconteceu aqui. – Ele tirou a varinha da veste e limpou os vestígios.

Quando dos setes se viraram para sair do espaço, eles encontraram com ninguém menos do que Neville Longbottom de braços cruzados e um sorriso de lado no rosto.

***

Eles estavam na parte de devolução da biblioteca, haviam pilhas e mais pilhas de livros empoeirados e alguns espalhados pelas mesas, eles deveriam guardar tudo no lugar, sem varinhas, já que todas haviam sido confiscadas.

— Por que eu acabei nisso? – Jimin choramingou carregando três dicionários.

— E eu? Eu nem conheço vocês. – Namjoon passou reto pelo Grifinório e foi subindo uma das escadas que levava até a última prateleira.

Yoongi estava sentado num sofá perto da janela. Taehyung sentou ao lado dele.

— Não foi de propósito. – Ele confessou olhando em outra direção, para o pátio vazio da escola.

— Eu entendo.

— Não, você não entende. – Ele parecia frustrado consigo mesmo, mas seu cabelo não se alterou, continuava um cinza brilhante. Taehyung queria tocar. – As palavras escapam antes que eu pense muito a respeito, assim como qualquer coisa que eu possa virar.

— Você já transformou seus pés em cauda e nadou por aí?

Yoongi o encarou como se ele tivesse duas cabeças, mas Taehyung era apenas genuíno, sua expressão era curiosa e bondosa. Seokjin passou por eles com um sorriso no rosto, enquanto ia ajudar Jimin.

— Não...

— Então você pode se transformar em qualquer coisa e nunca virou uma sereia? Parece um desperdício de habilidade.

Yoongi riu pela primeira vez.

— Você é um Grifinório estranho.

— Kim Taehyung. – Se apresentou apertando a mão dele.

— Min Yoongi, mas você já sabe disso.

— Acho ótimo que vocês estejam se dando bem, mas nós estamos em detenção. – Jungkook comentou largando a manta e afrouxando a gravata, já estava suando de tanto andar e carregar coisas.

Todas as mantas ficaram largadas numa mesa. Taehyung e Jimin trocaram um sorriso discreto.

— E menos setenta pontos para as casas... – Hoseok comentou de cabeça baixa.

— É, para cada um, sorte que só tem você dá Lufa Lufa aqui. – Jungkook rebateu. – Nossa casa perdeu 210 pontos.

— A partida de Quadribol vai ser animada. – Namjoon rebateu com um sorriso.

— Yah, você sabe que a Grifinória está na frente dos jogos. – Jungkook defendeu, mas ele tinha um grande sorriso no rosto.

— Ei, nós estamos muito bem esse ano. – Hoseok comentou de braços cruzados.

— Eu não entendo esse jogo. – Taehyung comentou de braços cruzados e fazendo com que todos olhassem em sua direção. – É só pegar um pomo idiota e jogar bolas em aros.

Jungkook, Namjoon e Hoseok estavam de boca aberta. Seokjin bateu com a mão na própria testa e Yoongi estava rindo baixinho num canto.

— Você está falando mal de Quadribol para um apanhador e dois artilheiros. – Jimin explicou apontando respectivamente para Jungkook, Namjoon e Hoseok.

E os três pareciam furiosos. Taehyung deu um sorriso torto.

— Bom, já que estamos aqui, vamos educar essa pobre alma. – Seokjin disse sentando numa poltrona. Yoongi entregou um exemplar de “Quadril através dos séculos” e Jimin não ficou nem um pouco com pena do amigo enquanto ele foi colocado sentado num banco bem mais desconfortável.

***

A porta da sala se abriu e Yoongi apareceu, ele usava uma bandana e só para variar, não estava usando uniforme, mas ao mesmo tempo, era logo após o Natal, ninguém usava uniforme.

— Disseram que tinha um Grifinório querendo entrar na sala comunal errada, eu deveria ter imaginado que seria você.

— Eu posso estudar aí? – Taehyung perguntou espiando pelo ombro de Yoongi.

— Como é?

— Eu quero estudar na sua sala comunal.

— Não vai te fazer mais inteligente. – Yoongi respondeu, mas deu passagem para o garoto que entrou espiando em todas as direções.

Era uma grande sala circular, com janelas em arco, e o teto parecia que era como olhar para um céu cheio de estrelas e constelações.

— Uau. – Taehyung parou no meio da sala e esticou a mão como se pudesse capturar uma das estrelas.

Yoongi olhou para cima como se esperasse ver algo novo, mas depois de cinco anos, aquilo não o impressionava nem um pouco.

— É bonito, eu acho. – Disse dando de ombros.

— É lindo.

— Então, o que você quer saber? – Ele parecia um pouco desconfortável. Alguns alunos desceram para a sala comunal e passaram por eles olhando de esguelha e falando baixinho, sequer os cumprimentaram.

— Quadribol? Eu queria saber um pouco mais sobre Quadribol.

— Quer que eu chame o Jin? Ele leu aquele livro no dia da detenção.

— Não, eu queria sua ajuda mesmo. – Disse o segurando antes que ele virasse as costas.

— Por quê? – Rebateu num tom um pouco mais agressivo, mas seus olhos estavam hesitantes.

— Por que não? Nós ficamos de detenção, eu achei que fossemos amigos.

Yoongi queria explicar que não é assim que se faz amigos, mas não era como se ele tivesse muita experiência no assunto.

— Ok. – Deu de ombros indo para uma pequena mesa próxima de uma janela.

— Eu também queria te dar disso. – E empurrou uma caixinha fina e comprida antes de colocar um livro sobre a mesa. – Me desculpe por ter estragado a sua gravata.

Dentro da caixa havia uma gravata nova e brilhante da Corvinal, em azul e dourado.

— O que você estava tentando fazer?

Taehyung se remexeu na cadeira.

— Eu sou de família trouxa, ok? – Seu rosto estava corado enquanto falava. – Eu vou para colégios desde pequeno, nos colégios de trouxas não existem divisões de casas, não ficamos indo para classes diferentes por matérias, nós estudamos na mesma sala com as mesmas pessoas, todos usam os mesmos uniformes, acho que eu senti saudade dessa época.

— Parece estranho. – Yoongi comentou apoiando o rosto na mão.

— É divertido, não tem tanta competição. Eu queria que Hogwarts fosse assim, sabe?

— Você está na época do ano certa, então. Final de ano ninguém usa uniforme.

— É, mas não é a mesma coisa.

— Olha, Hogwarts é uma instituição antiga e foi fundada por quatro pessoas, seria um pouco desrespeitoso com essas famílias, além disso, você está olhando para o lado errado, não é uma competição, os alunos fazem disso uma competição, mas não significa que é ruim.

— Como assim?

— Se todos usassem o mesmo uniforme e tivessem o mesmo dormitório, seria tanta gente igual, que você teria o mesmo grupo de amigos, você não olharia duas vezes para ninguém no corredor ou nas aulas. Nós não teríamos tido aquela confusão e nos colocado em detenção. Eu não teria conhecido Taehyung de pais no-maj.

Taehyung apertou os lábios num sorriso.

— E sabe, eu só entendo de teorias, acho que você precisa de um pouco de prática em quadribol, eu não sou nenhum exemplo, porque não posso participar das seleções.

— Por que não?

— Metamorfomago com problemas de auto controle. – Apontou para o cabelo.

— Isso é bullying.

— Eu não faço a menor ideia do que isso significa.

— Achei que você fosse o inteligente.

Yoongi chutou os pés da cadeira de Taehyung o derrubando no chão.

— Yah!

— Vamos nessa. – Disse se levantando.

— Vamos onde? – Perguntou ainda estirado no chão.

— Chamar Jin que sabe todas as regras de cabeça, chamar o apanhador e os artilheiros.

— Ah, eu vou trazer o Jimin também.

— Nos vemos no campo.

***
— Só tem um problema. – Namjoon comentou ao colocar a caixa bom as bolas no chão.

— Sete pessoas formam um time, como vamos jogar contra? – Jungkook perguntou apoiado na própria vassoura.

— Bom, eu nunca joguei, Yoongs também, Taehyung tem que tomar cuidado ou vai cair da vassoura. – Jin ignorou o “hey” por parte do garoto. – E você Jimin?

— Eu nunca tentei fazer um teste, mas acho que eu jogo razoavelmente?

— Então, Jimin fica no gol, eu vou para o outro gol. – Jin continuou dando as posições. – Hoseok e Namjoon são os artilheiros, então vão para os times apostos, Jungkook e Taehyung podem ser os apanhadores e Yoongi...

— Eu posso jogar nos dois times.

— Vamos dividir o tempo, você começa em um time e depois joga pelo outro. – Namjoon apontou para os dois lados. – Acha que pode mudar o cabelo?

Yoongi sorriu e seu cabelo ficou azulado.

Todas as regras não estavam valendo exatamente, mas nenhum deles se importo, Jimin se provou um bom goleiro e Jin estava mais rindo do que defendendo de fato, Hoseok e Namjoon tinham que fazer a proteção e atacar, mas ocasionalmente Taehyung passava por eles sem se importar e Jungkook quase caiu da vassoura de tanto rir, Yoongi confundiu a cor do cabelo e fez um gol contra.

Foi o pior jogo de Quadribol da história, mas foi único.

No final eles ganharam outra detenção por terem usado o equipamento sem autorização, mas Taehyung desconfiava que o vice-diretor Longbottom estava fazendo de propósito para que eles passassem mais tempo juntos.

Taehyung não precisou fazer uma revolução em Hogwarts. E além de Jimin, ele ganhou outros amigos de outras casas. No refeitório, eles apenas pegavam a comida e fugiam para o pátio e comiam juntos.

O quinto ano de Taehyung foi o melhor ano de todos em Hogwarts.