Conexões escrita por Creeper


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

2019 e cá estamos desenterrando isso daqui, hein? Aos que estão embarcando em uma de minhas histórias pela primeira vez: sejam muito bem-vind@s ♥! Espero que gostem e desejo virar amiga de vocês, então não sejam tímid@s, eu realmente não moido :3!

Boa leitura S2!



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Médiuns são aqueles que possuem a capacidade de se comunicar com espíritos, assim como senti-los e ser cenário de suas manifestações espirituais. A mediunidade em nossa família foi passada de geração em geração, desde minha bisavó até mim e meu irmão. Nos perguntamos se um de nós não teria sido médium se houvéssemos nascido em tempos diferentes, entretanto, o destino decidiu nos unir no útero de nossa mãe.

Desde pequenos, nossa avó nos apresentou ao mundo espiritual, nos instruindo que não precisávamos ter medo de um universo tão intrigante e magnífico. Ainda me lembro das madrugadas em que os espíritos passeavam por nossa casa, todavia, uma em especial nunca abandonou minha mente, essa lembrança volta todas as noites em forma de sonho.

 

“A porta abre-se lentamente, permitindo que uma faixa de luz adentre o quarto e perturbe meus olhos. Tento me esforçar para mantê-los fechados, mas o incomodo me faz abri-los.

Passeio o olhar pela escuridão do ambiente, considerando tudo em seu devido estado, até lembrar-me do motivo pelo qual estava de olhos abertos. Ali, na fresta criada pela porta semiaberta, um vulto se faz presente, seus olhos brancos estão fixos em mim, como se eu fosse a joia mais rara que ele já havia visto.

Um arrepio intenso percorre minha espinha e meu corpo encolhe-se medrosamente sob o cobertor.

Aqueles olhos não pertenciam a mamãe e nem ao papai. Minha garganta fica seca de medo e lágrimas começam a se formar quando a porta range de maneira agonizante. O escuto sussurrar, tentando me alucinar.

 

— Taylor? – uma voz infantil me chama.

 

Minha cabeça recebe um estalo e meus olhos encontram um garoto deitado na cama do outro lado do quarto.

 

— Está ouvindo também? – ele parece imóvel.

— Sim. – sussurro.

— Vem aqui deitar comigo, estou com medo.

— Não, vem aqui você. – falo rispidamente.

— Eu não, vai que ele pega meu pé. – ele rebate.

— Então fica aí, você está mais perto da porta mesmo. – puxo o cobertor até minha cabeça e viro-me de lado.

 

Algo acerta meu torso protegido pela grossa camada de pano, a qual empurro até meus pés. Encaro o gato de pelúcia largado no chão, provavelmente o objeto usado para me acertar.

Meu olhar volta para a porta, completamente vazia: nada de olhos brancos ou vultos.

 

— Luck. – sussurro.

— Hum? – Luck murmura escondido debaixo de seu cobertor.

— Acho que ele foi embora...

 

De repente, a porta se fecha violentamente, produzindo um barulho assustador. Eu e meu irmão gritamos em conjunto, ambos brancos de pavor.

 

— Círculo de sal, círculo de sal! – exclamamos ao mesmo tempo.

 

Pulamos de nossas camas e nos ajoelhamos no centro do quarto, protegidos por um circulo feito com quantidades generosas de sal.  

Sinto meus ouvidos arderem ao escutar algo arranhando o assoalho do lado de fora do quarto. Encaro meu irmão com desespero, seria cômico se não fosse trágico, já que parecia que eu estava olhando para um espelho.

 

— Você tá com medo? – Luck pergunta, sua respiração um tanto falha.

— Eu não e você? – engulo em seco.

— Também não! – ele responde orgulhoso.

 

A maçaneta da porta é girada freneticamente, sem nunca ser aberta de verdade. Eu e Luck nos entreolhamos e damos gritinhos agudos, coisa que atraí nosso pai. Ele nos manda de volta para a cama e acaba com a madrugada de terror.”

 

Então, eu acordo. Estou em meu quarto, o qual é iluminado pelos raios de luz que ultrapassam a janela. Olho ao redor e respiro fundo. A cama do outro lado está vazia e bem arrumada, mas não porque seu dono é alguém extremamente organizado.

Desço as escadas vagarosamente, chego na sala e encontro meu pai sentado em sua poltrona, lendo o jornal e tomando uma xícara de café. Semicerro os olhos para enxergar a data na enorme impressão preta e branca: 9 de outubro de 2022. Noto que a TV está ligada no canal do tempo que indica 26ºC no estado de Entfernter Stern.

Demora até meu pai perceber minha presença, mas quando o faz, me dá um sorriso forçado e diz radiante:

— Bom dia, filho. Dormiu bem?

— Sonhei com aquilo de novo. – sento-me no sofá e encaro inúmeras revistas de fofocas em cima da mesinha de centro.

— Ah, isso? Não tem nada de interessante, você não vai querer ler... – meu pai ri de modo nervoso ao ver que estou segurando uma das revistas.

Ajeito meus óculos e corro os olhos pelas páginas gritantes e piegas daquele monte de papel grampeado. Simplesmente a jogo de volta em cima da mesa e procuro manter a calma, contudo, é definitivamente impossível.

— “O vocalista da boyband ‘Crux’, Luck Ayers, retornará aos palcos em um show no próximo mês”. – com um ar cético, leio o título que está na capa de todas as revistas.

— Filho... – papai começa a recolher todas as revistas e jogá-las em uma pequena lixeira ao lado da mesinha.

Suspiro pesadamente e junto as mãos trêmulas.

— Isso é uma farsa! – um nó se forma em minha garganta.

— Eu sei, Taylor, eu sei. – papai não possuí brilho nenhum em seu olhar. – Mas... Por favor... Você sabe que é preciso.

— Eu concordei em fazer isso uma única vez! – ergo meu tom de voz, mesmo sabendo que não deveria.

— Esse retorno no próximo mês chamou a atenção de um patrocinador, meu filho! E caso ele se interesse, irá oferecer um contrato ao Scarlet! – ele cita o empresário da Crux. – E-Eu... Eu não podia negar uma oportunidade dessas! – olha fundo em meus olhos como se pedisse por piedade.

— Porém, a ideia do retorno era exatamente para avisar que Luck estava se afastando desse ramo! – lágrimas pesadas começam a brotar no canto de meus olhos.

— Taylor... Você entende que precisamos dessa renda! Até que eu restabeleça a minha empresa, você precisa continuar com isso, por favor. – papai se coloca em minha frente. – Faça isso por mim, por sua mãe e... Pelo seu irmão. – sussurra e faz menção de colocar as mãos sobre meus ombros. 

Torço o nariz, semicerro os olhos e grito cheio de amargura:

— Meu irmão está morto!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?! Me contem pelos comentários, vou adorar ler o que escreveram e me sentirei muito mais motivada XD ♥! Não se esqueçam de acompanharem e favoritarem a história para não perderem nenhuma atualização!
Até o próximo capítulo!
Bjjs.
—Creeper.