Como o Céu escrita por SBFernanda


Capítulo 4
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!

Quero agradecer, de todo o coração, a todas as pessoas que têm lido essa história e deixado seu comentário aqui (vou responder agora os do capítulo passado). Agradeço o apoio e as mensagens que deixam, isso me fez muito feliz.

O final é bem esperado (pelo menos foi o que notei com os comentários), mas eu queria passar uma mensagem com essa história (especialmente porque tem um pouquinho da minha história aqui) e eu espero muito que tenham compreendido qual é e gostado.



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Capítulo Três

 

"Não vou desistir de nós

Mesmo que os céus fiquem furiosos

Estou te dando todo meu amor

Ainda estou melhorando"

 

A vida da família Uzumaki mudou completamente depois daquela discussão que quase pôs fim em tudo que eles haviam construído nos últimos anos. A vida dessa família melhorou após o grande problema. E a própria família estava crescendo.

Hinata estava grávida de seu segundo filho e, segundo seus cálculos, ele havia sido feito exatamente no dia que tudo começara a ser, realmente, diferente. Afinal, fazia meses que Hinata não tomava seu anticoncepcional, pois todas as poucas vezes que ela e Naruto haviam tido relação, ele se protegera. Com o tempo, por serem tão raras, ela acabou parando com o remédio inconscientemente. Mas, naquele dia, tudo acontecera no calor do momento e, casados, nenhum dos dois pensou nesses pequenos detalhes.

Por sorte, ela pensava, pois sua menininha estava sendo a marca do recomeço. É claro que houve muitas vezes em que Naruto teve de deixar ela e Boruto por conta do trabalho, mas essas foram se tornando raras ocasiões, que, pouco a pouco, ela foi conseguindo aceitar e confiar que ele não voltaria a ser como antes.

E ele não voltou mesmo. Por mais que às vezes ficasse tentado em resolver tudo de uma só vez, de não voltar para casa até ter todo o seu trabalho em dia, ele se esforçava e lembrava da mulher maravilhosa que tinha em casa. E foi assim que ele conquistou novamente a confiança de Hinata.

Ela, por outro lado, mostrou a mesma coisa de outra forma. Cada vez que se sentia mal com alguma situação, falava. Hinata o chamava e os dois conversavam pelo tempo que fosse preciso, até que a Uzumaki se sentisse confiante novamente, ou, ao menos, confortável. E, pouco a pouco, Naruto foi confiando também que ela não iria embora caso ele tivesse uma emergência.

Boruto foi o que mais se desenvolveu com aquela mudança. Ele tinha a atenção do pai, como sempre tivera da mãe e ver os dois juntos fez com que ele se libertasse. O menino que sempre aprontou, agora era ainda mais agitado, mas muito menos encrenqueiro na escola. Tudo o que ele precisava era da confiança em seu lar e de algumas chamadas de atenção, que Hinata não evitava, mesmo que seu menino fosse tão novo.

Quando descobriu a gravidez, porém, ela ficou nervosa. Um filho não estava em seus planos. Não estava nos planos de ninguém. Mas, assim como aconteceu com Boruto, ela amou assim que soube. Naquele dia, ela esperou que o filho dormisse para poder conversar com o marido, que, agora, voltara a conhecer melhor as expressões de sua mulher e saber quando algo a afligia.

Ele estava sentado de frente para ela na cama do casal e, ao perceber o vinco em sua testa, pegou-lhe as mãos com a intensão de lhe acalmar e passar confiança. Não tinha ideia do que poderia estar deixando Hinata daquela forma, e se assustou ainda mais ao notar que suas mãos suavam.

— Vou lhe contar de uma vez, pois não sei como dizer isso. — Naruto estava ficando assustado e ao ouvir aquilo, temeu como em muito tempo não acontecia. Eles estavam bem, sabia disso. — Eu estou grávida.

Por vários segundos o Uzumaki não disse uma só palavra. Os olhos se abriram, as pupilas se dilataram e a respiração ficou suspensa. Hinata também prendeu a respiração e esperou, ansiosa e receosa para saber o que ele pensava.

Quando ela abriu a boca para dizer algo, para pedir que ele dissesse alguma coisa, viu o sorriso se formando nos lábios de seu marido. Um sorriso que começou discreto e apenas aumentou, até irradiar por seu rosto, iluminando suas feições.

— Seremos pais novamente! — comemorou, puxando-a para seus braços e lhe apertando com carinho. — Não tenho ideia de porque ficou tão nervosa, mas estou muito feliz!

Hinata riu sem graça e o abraçou também. Tivera medo que ele não aceitasse bem a notícia, afinal, eles estavam começando a se acertar novamente, a confiar um no outro mais uma vez. Estavam melhorando, pouco a pouco.

Mais difícil foi contar a Boruto que ele teria um irmão ou irmã. O pequeno ficou confuso de início, olhando para a barriga plana da mãe, sem acreditar em suas palavras. Depois, veio o ciúme. Ele não queria dividir seus pais com mais ninguém. Mas, conforme a barriga crescia e quando sentiu o primeiro movimento ali, sob suas pequenas mãos, ele se apaixonou tanto quanto os pais e esperava ansioso para poder conhecer sua irmã.

 

Hinata estava com sete meses de gestação e tinha escolhido não mais trabalhar. Aquela tinha sido uma decisão difícil, pois realmente gostava do que fazia, mas queria dedicar seu tempo aos filhos, ainda mais agora que teria mais uma. Naruto lhe apoiou na sua escolha, mas ela tinha certeza que mesmo se tivesse escolhido continuar, ele também a apoiaria, como antes. Eles, enfim, voltaram a ser o casal cúmplice que sempre haviam sido.

Ao contrário de quando ela ficou grávida de Boruto, Naruto conseguiu arrumar mais tempo para ficar com ela e com o filho. Na época da primeira gravidez, a empresa ainda não havia crescido muito e o medo de não conseguir sustentar sua família o assolou de tal forma que se afundou no trabalho. Quando Boruto nasceu, Naruto havia conseguido erguer seu patrimônio. Agora, ele podia ajudar Hinata a cuidar do primogênito e tentar amenizar os ciúmes dele.

Estavam os três em casa no final da tarde de sexta-feira, quando o telefone da casa tocou. Naruto correu para atender, carregando o filho em apenas um dos braços e arrancando risadas dele no processo. Hinata o observava e sorria com a cena. E foi assim que ela viu o sorriso do marido desabar e sumir. Os olhos dos dois se encontraram e ela sentiu a notícia ruim chegando.

Naruto soltou o filho, virou-se de costas e anotou algo no bloco que tinham ao lado do telefone para recados. Hinata se inclinou, preparando-se para levantar-se quando ele desligou o aparelho e virou-se com o papel na mão. Até mesmo Boruto sentira a diferença no clima da casa.

— Hina, era Hanabi... — Ele parou, tentando ler os olhos ansiosos da esposa. — Seu pai está internado, ele teve uma parada cardíaca.

 

A família Uzumaki se dirigiu ao hospital da cidade o mais rápido o possível. Eles moravam afastados do centro e por isso a viagem demorou um pouco. Hinata apenas colocara um casaco sobre o vestido longo que usava. Sua barriga já bem acentuada a impedia de usar certos tipos de calça e era com vestidos que ficava em casa.

Boruto perguntara diversas vezes se o seu avô iria morrer e todas as vezes Naruto explicava que não, que ele apenas estava fraco e por isso ficara no hospital. Mas o menino só parou quando o pai mandou que o fizesse, pois estava deixando a mãe triste. E, realmente, a chance de seu pai não sobreviver caso outra parada acontecesse era muito grande. Isso era tudo o que ela conseguia pensar.

Quando chegaram ao hospital, Hinata se surpreendeu em não ver Hanabi. Segundo a enfermeira, a menina havia saído há meia hora, pouco menos do que o tempo de viagem da mais velha. Ela acompanhou a enfermeira até o quarto onde o seu velho e triste pai se encontrava. Os olhos fechados não impediam Hinata de perceber que ele estava acordado.

Sozinha, ela se aproximou e se sentou na cadeira ao lado da cama. Não o tocou, pois sabia que ele não gostava desse tipo de contato desde que a mãe fora embora. Mas o olhava com carinho e tristeza.

— O seu cheiro é inconfundível, Hinata. — A voz saiu baixa e meio rouca, mas havia um carinho fora do comum em cada palavra. — Não deveria sair tarde de sua casa com uma criança pequena e com outra a caminho, ainda mais por conta de um velho rabugento.

— Você é meu pai, eu sairia até no meio da neve para saber como está.

— Fico feliz por isso. Por saber que mesmo com todas as decepções que lhe causei, ainda está aqui por mim. Você sempre foi especial... como a sua avó.

— Você me dizia isso quando eu era pequena. — O sorriso nostálgico tomou conta dos lábios da Uzumaki.

— Quando chegamos tão próximo da morte, conseguimos ver os nossos erros e nos arrependermos deles. E eu tenho muitos, especialmente com você... — Os dois se fitaram por alguns segundos em silêncio. — Mas o que eu não posso recuperar é o tempo que perdi. O tempo que eu poderia ter tido ao seu lado e, por estar afundado na mina dor, não pude perceber isso antes.

— Papai, não...

— Sim. Sua irmã ainda carrega essa mágoa com ela. Ela se parece muito comigo e mais ainda com sua mãe. Mas espero que um dia ela me perdoe, Hinata. Assim como você, que mesmo com toda a dor da rejeição de sua mãe e da minha ausência, ainda está aqui.

— Apesar de tudo, você sempre esteve lá. Nunca desistiu da gente.

— Isso não me faz melhor do que ninguém, mas se conta para me aceitar em sua vida novamente, eu fico feliz. Não vou morrer agora, eu decidi. Vou lutar para ao menos os meus netos terem um pouco do que não pude dar a vocês.

— Eu e eles vamos ficar felizes com isso, papai.

— E você... Parece mais feliz do que da última vez que nos vimos. — A última vez havia sido pouco antes da discussão que quase levara o seu casamento para o fim. — Pelo visto, o rapaz foi inteligente e lutou por vocês...

— Estamos aprendendo o que é ser um casal novamente. Mas sim, estou mais feliz em não ter desistido.

— Nunca deixe o medo lhe paralisar como fez comigo, Hinata. — Hiashi estendeu a mão para a filha, que, com lágrimas nos olhos, pegou e apertou com carinho e cuidado. — Não desista nunca da sua família e, mais importante, nunca pense que um casamento não tem solução. Se os dois lados quiserem fazer dar certo, vai dar certo. Eu tenho muito orgulho da sua força e do que construiu.

Hinata não conseguiu dizer nada. Seu pai nem mesmo sabia toda a história, mas, apesar dos anos distante, a conhecia bem. Deixou a lágrima escorrer e lhe beijou a mão com carinho.

— Quer ver o Bolt? Ele está bem maior do que da última vez.

— Acho que isso vai me fazer muito melhor, sem dúvidas.

Hinata se levantou e chamou o marido e o filho. Boruto foi até a cadeira que ela tinha sentado antes e começou a conversar com o avô, enquanto ela e Naruto, abraçados, observavam a cena.

Foi preciso que seu pai quase morresse para ele ver o que estava perdendo, para ele perceber o que já tinha perdido e decidir, enfim, viver novamente. Da mesma forma como foi preciso para Naruto e Hinata quase perderem um ao outro para verem o que precisavam fazer juntos.

Hinata aprendeu, enquanto observava sua família se reconstruindo, que, como o céu, um relacionamento não era feito de momentos unicamente bons. Alguns dias haveria nuvens, não haveria estrelas... Outros dias haveriam chuvas e tempestades também. Mas o que contava era que sempre saberiam que o sol apareceria e que as estrelas, em algum momento, brilhariam, como o amor... que nunca se apagaria, se eles não desistissem.


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Notas finais do capítulo

Para os que não conhecem a música: https://www.youtube.com/watch?v=taXrjdR7bhE

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