Tatuagem escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Essas notas inicias vão ser um pouco longas e, se você quiser ir direto pra fic, eu não vou te julgar, mas hoje é meu aniversário de 9 anos aqui no Nyah! Fanfiction e é por isso que eu estou postando essa história hoje!
Eu sempre comemorei cada ano nesse site com uma história especial! E sempre achei importante comemorar porque por causa desse site, que não apenas acolheu minhas histórias, mas a mim também, eu saí do lugar mais escuro em que estive na vida! Escrever salvou minha vida! Se tornou minha vida! E eu sou muito grata mesmo!
Cada novo ano, no dia 19 de setembro, mesmo que eu não tenha postado nada (o que, nesse ano, não foi o caso, ainda bem!), eu venho e escrevo algo novo, algo que mostre que eu ainda estou aqui! Graças a escrever, graças as minhas fanfics e ao próprio Nyah Fanfiction, que me trouxe a paz de espírito que eu precisava pra continuar vivendo, que me trouxe leitoras maravilhosas e amigas leias a quem eu agradeci no meu primeiro livro (publicado no ano passado)!
Eu e o Nyah temos uma história, por isso mesmo que eu comemoro todos os anos! Por isso é tão importante pra mim estar aqui hoje! Faz quase 10 anos, Nyah! Muito obrigada por me segurar firme e me fazer encontrar quem eu realmente sou!
Que venham os próximos aniversários!
Sereny Kyle
(Déborah Felipe)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/743180/chapter/1

Will Solace costumava passar a maior parte de seu ano no Acampamento Meio Sangue, desde que tinha descoberto que era um semideus, filho de Apolo, e suas idas pra casa se tornaram ainda menos frequentes desde que começara a namorar Nico di Angelo, com quem queria passar todo tempo que tinha, como o casal jovem e apaixonado que eram. Nico não era exatamente sociável e preferia mil vezes ficar trancado em seu chalé ou treinando com espadas ou na enfermaria com ele do que conversar com os outros campistas.

Mas sua mãe, Naomi Solace, que era uma cantora de country alternativo, o que fazia com que ela passasse tanto tempo em casa quanto ele, estava num período de folga por umas duas semanas antes de entrar em turnê de novo e os dois decidiram passar esse tempo juntos, pra matarem as saudades, antes que novas começassem a brotar neles.

Não que o rapaz não gostasse de ficar em casa, mas no Acampamento ele se sentia útil e ocupado, a par de todos os acontecimentos (todos ainda estavam muito preocupados com Leo, que tinha desaparecido depois da derrota de Gaia e com o desaparecimento de Apolo também, que tinha sido punido por Zeus por toda confusão que Octavian tinha causado aos deuses) e… Droga! Mesmo conversando todas as noites por mensagens de Lis com Nico, ele estava morrendo de saudades do namorado, saudades de apertá-lo em seus braços e enchê-lo de beijos, fazendo com que o pálido filho de Hades ficasse vermelho como se corresse sangue de verdade em suas veias!

Quando as duas semanas se passaram, ele levou sua mãe no aeroporto e os dois se despediram com o abraço mais apertado que conseguiram dar. Will sabia que ali estava a mulher mais linda, forte e gentil que ele amaria em sua vida e, era sim difícil vê-la partir sempre, mas ele sabia que, da mesma forma como a voz dela tinha conseguido conquistar o coração de seu pai divino, aquela voz não devia ficar guardada em quatro paredes; ele precisava dividi-la com o mundo!

O mais rápido que pode, ele se dirigiu ao Acampamento Meio Sangue, se sentindo completamente em casa e jogou suas coisas em sua cama no chalé de Apolo, ansioso. Foi cercado por alguns de seus irmãos que estavam lá e começaram a colocá-lo a par de tudo o que ele “perdera” (Nico lhe contava uma coisa ou outra, mas era engraçado como ele tinha criado o hábito de falar apenas dos dois e de como estava com saudades, mesmo que negasse veemente o uso de palavras como “relacionamento”, “namorado” ou qualquer menção a apelidos carinhosos).

Entre todas as coisas que ouvia com meia atenção, uma delas saltou aos seus ouvidos como uma flecha certeira de Kayla.

— Você precisa ver a tatuagem que o di Angelo fez, ficou irada! - Will sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— O quê? - ele parou, soltando a camiseta que estava em sua mão, incrédulo.

Todos a sua volta prenderam a respiração e ninguém se atreveu a repetir a informação, vendo-o sair pela porta quase que no mesmo instante, ouvindo alguém dizer quase inaudivelmente ainda lá dentro:

— Eu disse que ele iria surtar!

Claro que ele iria surtar! Ele era médico! Podia ainda não ter sido aceito em nenhuma das universidades de medicina em que se inscrevera, mas ele sempre foi médico! Ele era um filho de Apolo! Mas, enquanto ele pisava duro, controlado por seus sentimentos, ele sabia que não devia estar tão surpreso assim. Nico tinha aquele espírito quase livre de que fazia o que lhe passava pela cabeça, sem se importar com o que os outros iam pensar. Foi assim quando começou a deixar o cabelo crescer (Will não se importou com isso, ele achava que o namorado estava ficando cada vez mais bonito), ou quando decidiu colocar brinco (o que também não o incomodou), mas agora tinha tinta correndo pelas veias dele! Isso era muito sério!

E era ainda mais sério porque Will ainda fazia parte dos “outros” com quem Nico não se importava com a opinião…

Ele não precisava nem que lhe dissessem aonde encontrá-lo, foi ainda caminhando com passos duros na direção da arena de batalhas e ali estava ele, lindo como sempre, de regata preta, ondulando sua espada e falando com um grupo (até que grande pro gosto do filho de Hades) de novatos no Acampamento, ensinando-os como se defender. Will não se importou de interromper a frase dele bem no meio.

— Nico di Angelo! Posso falar com você um instante? - o loiro se aproximou, furioso como uma força da natureza, mas isso pareceu apenas divertir o filho de Hades.

— Oi, Will! Não sabia que você já tinha voltado - Nico disse, sem se abalar, sendo puxado por seu namorado pra longe da arena, onde os novatos ficaram, olhando-os surpresos. - Dispensados - ele teve tempo de falar, antes que ficassem longe demais. - Como você está, meu amor?

— Corta essa, di Angelo! - Will cruzou os braços, o que fez o outro rir, quando os dois pararam perto das primeiras árvores das Florestas do Sul. - Eu já ouvi falar da sua tatuagem!

— Quer ver? - o moreno se aproximou do namorado, sensual, mas não conseguiu desfazer a cara amarrada do outro. Will estava mesmo aborrecido.

— Você sabe muito bem o que eu penso de tatuagens! O que é que deu na sua cabeça? - ele disse, entre o furioso e o magoado.

— Eu já estava pensando nisso por um tempo - Nico puxou a cintura de Will pra perto e dessa vez ele não recusou a aproximação.

— E por que nós não conversamos sobre isso primeiro? - o loiro perguntou, ainda incomodado por não ter sido consultado ou avisado.

— Porque eu sabia exatamente o que você ia dizer e achar, William! Mas era uma coisa que eu realmente queria fazer, entende? - o filho de Hades fez carinho em seu rosto, tentando tranquilizá-lo. Aquela era uma situação completamente nova para os dois, normalmente, era ele que perdia a paciência e ficava briguento daquela maneira.

Will bufou.

— Vamos ver isso de uma vez! - Nico gargalhou, soltando-o levemente e ergueu a barra da camiseta, na parte de trás, revelando uma tatuagem de traços simples.

Era o Caronte, barqueiro de Hades, mas ele atravessava um canal de Veneza numa gôndola ao invés do Mundo Inferior, toda essa parte do desenho era em preto. Em cores de aquarela, um nascer do sol ao fundo e, apenas se alguém olhasse muito de perto e com bastante atenção, conseguia distinguir corações que subiam em espirais como vapor da água.

Por um instante, Will se esqueceu de ficar furioso e tocou a pele do namorado com as pontas dos dedos, sobre o desenho. Não era alguma coisa que o “antigo Nico” teria tatuado, com certeza!

— Gostou? - Nico perguntou, mordendo o lábio, tentando esconder um sorriso satisfeito com a reação do namorado.

— Ainda dói? - Will perguntou, ao invés de responder.

— Não mais.

— Você sabe quantas vidas são salvas por pessoas que doam sangue? - o loiro disse, retomando sua falta de paciência com toda aquela história.

— Se eu sei? Eu sou filho de Hades e namoro um filho de Apolo, que é o médico do Acampamento - Nico respondeu, não parecendo mais tão divertido.

— Bom, pois é! Uma pena que você nunca mais vai poder doar sangue por causa dessa ideia que você quis tanto fazer! Tantas vidas que você poderia salvar!

— Eu darei um jeito de salvar a vida das pessoas de outra maneira, doutor Solace! Não se preocupe com isso - Will tornou a bufar, passando seu braços pelo pescoço do namorado e o abraçando pela primeira vez desde que chegara.

Nico segurou-lhe o rosto e uniu os lábios dos dois. Aquilo também amansou a fúria do filho de Apolo, ele nem conseguia examinar o quanto sentira falta dos beijos do namorado.

— Por que você tinha que ficar mais gostoso com ela? - o loiro reclamou, ainda com o rosto perto do outro. - Não podia ser horrenda e pavorosa? Tinha que me excitar desse jeito? - Nico riu e encostou Will contra uma árvore próxima, aprofundando o beijo dos dois. Ele também não conseguia avaliar a saudade que tinha sentido. Muita não expressava nem o começo...

Não tinha mais nenhuma palavra para ser dita por eles, porque os dois agora eram só saudades e seus corpos necessitavam um do outro como se tivessem passado duas semanas inteiras sem beber água ou sem respirar! Suas bocas se colavam sedentas e apaixonadas e… DEUSES! Nico nunca o beijaria daquele jeito na frente dos outros! Era melhor aproveitar todo o possível!

Enquanto o loiro perdia suas mãos nos cabelos castanhos e um pouco longos do outro, fazendo carinho e puxando, arranhando levemente sua nuca, as mãos de Nico seguravam firme em sua cintura, acariciando a pele de suas costas por baixo da blusa, arrepiando-a e excitando todo o seu corpo, já lhe deixando quase sem ar. Como era bom!

Suas línguas se enroscaram ansiosas e os dois conseguiram prolongar um pouco mais seu beijo, respirando minimamente, cheios de saudade. Quando seu ar realmente acabou, Will estava tão relaxado que não conseguia mais estar bravo, agarrado em Nico, ainda sem conseguir deixá-lo se afastar um milímetro. O moreno riu e afundou o rosto na curva de seu pescoço, beijando sua pele, fazendo-o suspirar e gemer baixinho.

— Não devia fazer isso comigo - o loiro reclamou, acariciando a nuca do namorado, que não se afastou de seu pescoço ou parou de beijar sua pele, dedicadamente. - Agora, eu me sinto me pegando com um pirata - Will resmungou, fazendo Nico parar o que fazia para rir.

— Se pegando com um pirata? - ele não conseguia parar de rir. Realmente era uma frase inusitada e engraçada. E um pouco sexy talvez...

— É, essas calças rasgadas nos joelhos, o brinco, o cabelo longo e agora essa tatuagem… - Will ainda estava muito aéreo dos beijos de Nico pra falar normalmente. - Tudo isso faz de você um pirata agora! E eu fico me agarrando com um pirata! - talvez o filho de Apolo não pudesse se ouvir ou ainda não tinha percebido o quão sexy aquela imagem podia ser em suas mentes. Maldita Disney!

— Isso faz meio sentido… Eu realmente passei um tempo num navio com uma tribulação bem estranha - o filho de Hades brincou.

— Deuses! - o loiro abriu os olhos para encará-lo. - O que é que te deixou com tanto bom humor? Foi essa droga de tatuagem ou a expectativa de que eu ia odiá-la?

— Há! Fala sério, você não odiou! - Nico voltou a beijar o pescoço de Will, fazendo com que ele tornasse a fechar os olhos e acariciar sua nuca. - Eu tenho certeza de que você gostou pelo menos da parte que se refere a você!

O filho de Apolo suspirou, surpreso, tentando desanuviar seus pensamentos e afastou Nico um pouco, para poder encará-lo. Ele parecia ansioso e realmente animado. Não podia ser só saudades ou só a expectativa por sua reação.

— Tem um significado? - ele perguntou e Nico assentiu.

— É por isso que eu queria fazer, mesmo sabendo que você ficaria tão bravo que talvez terminasse comigo - Will revirou os olhos. Como se isso fosse realmente acontecer... - Eu não faria alguma coisa que não tivesse um significado. Você me vê fazendo alguma coisa tão impensada? - o loiro negou.

— O que significa então?

— Eu fiquei um tempo pensando em como representar o Mundo Inferior - o moreno disse, pensativo, mordendo seu lábio e fazendo carinho no outro. - Achei que o óbvio seriam caveiras ou o Cerberus e eu não queria nada que fosse óbvio, mas também não queria alguma coisa que, se um mortal visse, fosse suspeito. E eu não deixaria essa parte de fora, eu sou um filho de Hades, é uma coisa que faz parte de mim, que eu não quero negar mais. Então eu decidi pelo Caronte, que, além de representar a passagem para o Mundo Inferior, também completa a gôndola em Veneza, que representa da onde eu vim, minha parte mortal.

Ele sorriu minimamente, satisfeito com aquela explicação e encarando o rapaz em seus braços, ainda prestando atenção nas suas palavras.

— Você é o nascer do sol, é como eu o vejo desde o começo, desde antes dos beijos e dos amassos - Will deu risada, sentindo seu coração se aquecer. - Está fazendo evaporar corações da água tenebrosa por onde eu nadei por tanto tempo sozinho…E só dá pra notá-los olhando muito de perto, eu tomei esse cuidado, porque só você quis me olhar assim tão de perto! Só você quis derrubar minhas barreiras e olhar pra mim!

Will suspirou e escondeu o rosto em suas mãos.

— Eu odeio você por fazer isso comigo, não sabe? - Nico gargalhou, tirando gentilmente as mãos do loiro e prendendo-as nas suas, pra poder ver o rosto dele de novo.

— Eu amo você!

— Pára! - o loiro riu, beijando sua boca. - Pensei que não gostasse de coisas assim - ele disse, de repente, mas era algo que estava em sua cabeça.

— Assim como?

— Você sabe que foi a coisa mais fofinha de bobo apaixonado que já fez ou disse, não sabe, Nico di Angelo?

— Ah, isso… - ele disse, sem jeito, ficando vermelho e dando de ombros. - É, eu sei… Mas só você pode ver e saber o que significa. Eu não fico à vontade com os outros por perto, mas, quando estamos só nós dois, como agora, eu não tenho problemas em ser um pouco… Fofinho e bobo apaixonado! Eu amo você!

Will segurou o rosto dele e logo os dois já estavam novamente se beijando com intensidade, se preocupando pouco com respirar. Era bom!

— Eu também amo você, Nico! Demais! Mesmo com essa sua idiotice sem tamanho - o moreno gargalhou, apertando-o em seu abraço. - Não pense que só porque eu não vou terminar com você por causa disso, você não será devidamente punido!

— Eu senti tanto a sua falta, amor! - Nico admitiu, reaproximando seus lábios aos do namorado levemente,  fazendo-o sorrir.

— Eu também senti!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É meu aniversário, deixa review pra mim de presente, por favor?