De "Caraminholas" na cabeça, eu entendo bem! escrita por Camylla Almeida


Capítulo 2
2° - Sapato de salto.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Sei que deveria ficar contente por ser escolhida como uma das madrinhas de casamento de Elis, isso significa que minha amiga realmente se importa comigo e quer compartilhar um momento tão especial de sua vida que ficará registrado num belíssimo álbum de fotografias e em video emocionante, contudo, eu literalmente vou descer do salto - ou cair, não sei qual é a melhor colocação aqui.

O fato é que mesmo com minha mãe tentando me doutrinar à ser a síntese da feminilidade, nada do universo feminino parecia ir com a minha fuça. Passei a adolescência usando a conhecida marca de tênis, calça jeans rasgada, camisa de banda e os cabelos cacheados soltos numa bagunça catastrófica, não por rebeldia ou algo do gênero, apenas gostava de me sentir confortável e me orgulhava da minha vasta coleção dos mestres do Rock. Agora, aos vinte e seis anos, minha vestimenta adolescente não se encaixa no trabalho e lá vou eu com roupas sociais para a empresa - ainda me arrependendo amargamente de não ter fugido com o circo quando tive a oportunidade, vamos ocultar aqui o fato do palhaço, num ultraje, dizer que eu não possuía veia ou talento circense. Pois bem, roupas sociais acompanhadas de sapatilhas sóbrias, mas bonitas. Estava indo tudo bem, quase às mil maravilhas... Até Elis resolver se casar e exigir em seu surto histérico de noiva que as madrinhas usassem o mesmo vestido sem alças e saltos médios, finos.


1° Nunca usei nada sem alça, mangas ou sutiã reforçado. Meus seios são grandes e vão honrar o nome do vestido, caindo em frente à todos. Um showzinho que não estou a fim de protagonizar.

2° Vou tropeçar até cair e, com a minha sorte, levar alguém ao chão comigo.

3° Até então não mencionado, mas não menos importante: Precisavam mesmo colocar o Thiago para ser meu par? Por quê raios ainda usam essa coisa brega de madrinha fazendo par com padrinho? Prefiro o folclore que diz sobre a origem das madrinhas para espantar maus espíritos ou evitar raptos.

Será que André, o primeiro namorado de Elis no tempo da escola, estaria bolando um plano maléfico para sequestra-la no dia do casamento? Oh, não... Dré se casou com Thalita e está na Espanha!

Eu ainda não me casei e nem tenho filhos! Devo me preocupar? Tudo bem, não é como se fosse uma corrida... Mas as minhas amigas estão ganhando.

Maldito salto, maldito vestido tomara-que-caia!

Percebe o caos se instalando? Eu vou estragar o grande dia da Elis por falta de jeito. Já sei! Vou ficar descalça, não, não pode. E minha saúde está boa, nem a alergia resolveu atacar e o casamento já é amanhã, por Deus. O que eu vou fazer?

Ah, que falta de educação a minha! Prazer, Bárbara; eu preciso de uma passagem só de ida para o México, vou fugir.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima caraminhola. ♥



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