Contradições do amor escrita por MissAmelie
Bruce estava decidido: Essa era a última tentativa... E também a mais deprimente. Mas se ela não desistisse dele, ele iria desistir de afastá-la e daria uma chance a eles de serem felizes.
Ele a levou a um bar medíocre em Crime Alley, frequentado por bêbados, prostitutas, ladrões e drogados. Se eles não fossem quem fossem – capazes de se defender – ele jamais teria ido a um lugar assim. Por sorte, ele podia protegê-la e ela a si mesma. A única coisa capaz de feri-la seria a atitude estúpida dele e nada mais.
Ele olhou para ela assim que chegaram ao lugar. Diana não parecia magoada ou zangada por ele tê-la levado lá. Ao contrario das outras vezes, ela não estranhou seu comportamento e logo relaxou assim que lembrou que todas as outras vezes em que se questionou sobre as intenções de Bruce, as coisas a surpreenderam positivamente.
Bruce estranhou o fato dela ela não ter falado nada para questioná-lo sobre a escolha do bar ou lançado um olhar confuso sobre ele quando eles chegaram. Ao contrário, ela perguntou rapidamente se era esse o lugar e quando ele disse que sim, ela sorriu, pegou sua mão e tomou a dianteira rumo a entrada.
O lugar era uma pocilga e o próprio Bruce estava arrependido de tê-la levado. Mas agora era muito tarde para arrependimentos.
(...)
Ela parou em frente ao balcão do bar e perguntou em um claro divertimento o que eles iriam beber. O que despertou em Bruce um certo espanto, ao vê-la tão desenvolta em torno do bar.
— Eu não sabia que você bebia, princesa?! – Ele perguntou com uma pitada de sarcasmo, esperando obter uma resposta ingênua, que mostrasse que ela só está tentando parecer à vontade para agradá-lo.
— Não é que eu faça isso frequentemente, Bruce. Foram só algumas vezes – Ela revelou sorrindo, depois de olhar de soslaio para ele, que exibia uma expressão de incredulidade e surpresa quando ela pediu duas doses de tequila ao barman.
— E eu posso saber quando essas poucas vezes aconteceram, princesa? – Ele não conseguiu esconder dela sua necessidade de controle, seu instinto de proteção e sua paranoia quando olhou em seus olhos.
— Bom... uma vez foi no apartamento da Mari (Vixen), quando ela e o John terminaram. Ela deu uma festa e foi muito divertida... Você sabe, ela é modelo e conhece muitos modelos bonitos... Eu me diverti muito. – Ela sabia exatamente a reação que iria provocar com aquele comentário, mas era de certa forma engraçado ver Bruce se contorcer de ciúme.
— Você bebeu numa festa em que você não conhecia ninguém, Diana? Você não entende que alguém poderia ter se aproveitado de você? – O tom de voz de Bruce, apesar de baixo, se mostrava enfurecido.
– Eu estava perfeitamente consciente a festa inteira, Bruce. Eu só queria me divertir um pouco – Ela sorriu maliciosamente para ele – Além do mais, as outras duas vezes foram bem mais interessantes, se você quer saber?!
— Estou esperando, Diana. Vá em frente... Diga! – ele rosnou, sem desviar os olhos dela.
‘Ele me chamou de Diana e não de princesa. Ele deve estar mesmo furioso’, ela pensou divertindo-se.
— Não foi nada demais... Eu só tomei algumas doses de tequila quando fui à boate com algumas amigas. Foi bem mais divertido! – Ela respondeu, escorando os cotovelos no balcão do bar, olhando fixamente pra ele, sem se intimidar.
— E o que você foi fazer numa boate, Diana? Com quem você estava? Você não acha que está se expondo de forma inadequada? – Ele já não conseguia esconder o ciúme.
— Ora essa, Bruce. O que se faz numa boate? Eu queria dançar! – Ela tomou a dose de tequila trazida pelo barman em um único gole – Além disso, Zatanna e Mari estavam comigo. Você não tem com que se preocupar – Ela sorriu e piscou pra ele, provocando-o – Apesar de que...
— O quê, Diana? Apesar do quê? – Ele usou toda força mental que tinha para manter-se sob controle.
— Apesar de que eu quase não conseguia me mexer... Haviam muitos rapazes ao meu redor. Eles estavam muito perto, tudo parecia tão apertado! – Ela lançou seu olhar mais inocente sobre ele, completamente segura de que isso o faria subir pelas paredes.
Diana estava aprendendo a jogar o jogo da sedução graças as suas amigas da Liga. Ela estava determinada a laçar o morcego e não o deixaria fugir de seus encantos uma vez que ele fosse capturado.
— E você dançou a noite toda rodeada por um monte de homens que você nem conhecia, Diana? – Fúria já não era suficiente para definir o nível de ciúme de Bruce. Ele queria surrar qualquer um que se aproximasse dela.
— Claro que não, Bruce – Ela disse, sorridente e ele suspirou levemente aliviado – No fim da noite, eu já conhecia todos eles... – Ela passou por debaixo de seu braço, que estavam limitando seu espaço, fugindo em direção à uma antiga vitrola que ficava no final do bar, dando-lhe um sorriso maroto por cima do ombro que o fez desmanchar brevemente a carranca enciumada.
Ela escolheu uma música e fez sinal para ele, chamando-o para dançar. Quando a música começou, ele a tinha envolvido em seus braços com possessividade, disposto a mantê-la consigo por toda vida.
E quando a música começou, Bruce esqueceu o ciúme e se viu embriagado de paixão, olhando em seus olhos.
Ele nem percebeu que estava cantando para ela, se apropriando das palavras da canção para expressar o que ele sentia.
♫
‘Maybe I didn't treat you/ Quite as good as I should have
(Talvez eu não tenha te tratado/ Tão bem quanto eu deveria)
Maybe I didn't love you/ Quite as often as I could have’
(Talvez eu não tenha te amado/ Com tanta frequência quanto poderia)
Little things I should have said and done/ I just never took the time
(Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito/ Eu simplesmente nunca tive tempo)
You were always on my mind
You were always on my mind’
(Você sempre esteve em minha mente!)
♫
Bruce estava cantando para ela tudo aquilo que ele precisava dizer através da voz aveludada de Elvis Presley. A mulher que ele tinha o privilégio de ter em seus braços era a mais maravilhosa criatura que ele já conhecera em toda sua vida. Ela era uma Maravilha de mulher; uma Maravilha de amiga; uma Maravilha de heroína.
♫
‘Maybe I didn't hold you/ All those lonely, lonely times
(Talvez eu não tenha te abraçado/ Em todos aqueles solitários momentos)
And I guess I never told you/ I'm so happy that you're mine
(E eu acho que nunca te disse/ Estou tão feliz por você ser minha)
If I made you feel second best/ Girl, I'm so sorry I was blind
(Se eu fiz você se sentir em 2º lugar/ Garota, sinto muito, eu estava cego)
You were always on my mind/
You were always on my mind’
(Você sempre esteve em minha mente)
♫
Nesse momento, tudo que ele conseguia pensar era em como ele a queria permanentemente em sua vida. Já não importavam suas justificativas estúpidas de que uma relação afetiva entre eles acabaria em desastre. Ele não queria tirá-la de sua vida. Ele não podia deixá-la ir embora.
Talvez ele estivesse sendo egoísta ao pensar em como ela o faria feliz. E se ele não conseguisse dar a ela a felicidade que ela merecia? Agora era tarde demais... Ele não poderia mais viver sem Diana.
♫
‘Tell me, tell me that your sweet love hasn't died
(Diga-me, diga-me que seu doce amor não morreu)
Give me, give me one more chance to keep you satisfied, satisfied
(Me dê, me dê mais uma chance de satisfazê-la)
Little things I should have said and done
(Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito)
I just never took the time
(Eu simplesmente nunca tive tempo)
You were always on my mind’
(Você sempre esteve em minha mente)
♫
— Princesa... – Quando a música acabou, ele a chamou suavemente, esperando ver seus olhos – Vamos pra casa?!
Diana encontrou algo inesperado no olhar de Bruce. Eles exibiam um brilho que ele nunca vira antes. Era como se Bruce estivesse dizendo-lhe através dos olhos que as portas de seu coração haviam finalmente se aberto para que ela entrasse. Ele estava permitindo que ela o amasse. Ele estava pronto para retribuir o seu amor.
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Always On My Mind!!!.- Elvis Presley
https://youtu.be/_zU2C3f9rso