Always, Chocolate Solves escrita por envy


Capítulo 1
Capítulo Único




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- Artie... É pra entregar isso na coordenação? – Dean perguntou diretamente a mim, enquanto entrava preocupado pela porta da sala de aula.

Era seis e trinta e dois, o portão do colégio havia acabado de abrir a dois minutos atrás e Dean costumava aparecer cinco para as sete. Eu estranhei.

Já fiquei confuso e comprimi as sobrancelhas.

- Quê? Isso... A lista de exercícios? – Apontei para a lista que estava em cima da minha carteira.

- É claro que falo da lista de exercícios. É... Pra entregar lá? – Ele reforçou a pergunta, rindo da minha reação.

Porque ele está rindo de mim, ein? Eu sou irritado mesmo. Eu nem conheço esse cara. Só o nome, apenas o nome, nem sei por que ele inventou de sentar na minha frente hoje. O que deu nele? Tá se drogando, deuses?

Enfim.

- Ahn... A-Acho que é... É sim. – Gaguejei.

- Você entregou? – Ele tentou disfarçar o riso.

- Não.

- Então... – Ele se levantou espontaneamente e me olhou com uma sobrancelha elevada. – Vamos?

- Quê? Aonde? – Eu perguntei, novamente adotando uma expressão confusa.

- Na coordenação. – Ele reforçou, suspirando. – Mas você é lerdo, ein? Deuses. Vamos! – Ele nem esperou eu responder e já foi me puxando pelo braço. – Que lerdo. Você. – Ele riu, me arrastando até a porta.

- Mas, Dean, eu não... Eu nem te conheço direito, deuses. E... E eu não sou lerdo!

Eu tentava manter seus passos.

- Você é sim. – Ele riu. – Ok, ok. Sou estranho pra você, mas você vai descer comigo. Não entregou também daí fazemos uma viagem só. – Ele deu de ombros, enquanto ria.

- Nem te conheço direito, mas sei que você é chato. – Comprimi as sobrancelhas, fingindo estar irritado.

Ele apenas ria.

Descíamos uma das seis escadas (para chegar ao térreo) quando eu pressenti que alguma coisa iria acontecer. Eu ouvi um barulho de algo arrastando ou quebrando.

- Dean... Eu a-acho que... Alguma coisa ruim vai a-aconteceer. – Eu tremi as outras últimas sílabas simplesmente por ter ouvido novamente algo se quebrando.

- E o que seria, por exemplo? – Ele respondeu mais calmo do que eu previa.

Ele não estava acreditando naquela bobagem. Aquele ruivo imbecil.

- Acho que vai acontecer alguma... - Eu gemi quando nem percebi o último degrau e quase caí. Mas Dean conseguiu me segurar. Era impressionante, eu até sei como isso vai acabar. E querem saber como? Ele vai querer me comer, muito bonito. Eu não queria isso pra mim. E continuo não querendo. Eu sou MACHO, entendem?

- Você está bem? – Ele me perguntou, tentando prender o riso.

- Eu sou tão engraçado assim? – Comprimi as sobrancelhas, me levantando.

- Além de lerdo é atrapalhado.

- EU NÃO SOU ATRAPALHADO E...

A luz acabou. DEUSES! E ainda houve um barulho. Eu preciso ou não dizer que eu voei em cima dele?

Silêncio.

- Artie... Você poderia sair de cima de mim? – Ele pediu.

- Hm? Não... Não! Eu estou com medo. – Choraminguei.

- E eu posso saber o motivo? – Ele arqueou as sobrancelhas.

- Eu vou cair de novo. E de novo... E daí eu vou quebrar algum membro.

Eu estava parecendo um bebê virado de frente para ele. E isso era extremamente desconfortante. Mas ou eu continuava assim ou quebrava a perna. Porque se isso vier a acontecer eu iria trazer dor de cabeça para professores e mais de cinqüenta alunos. Isso porque eu não iria poder mexer a perna e isso inclui subir escadas. Teríamos que nos mudar para alguma sala de aula no térreo.

- Moleque frágil. – Ele bufou.

- Quê? – Choraminguei de novo.

- Naaaada. – Ele riu baixinho. – Pode encostar o rosto aí no meu ombro e permanecer assim até eu descer.

Eu juntei as sobrancelhas, irritado.

E eu sabia que ele percebeu meu olhar.

Não respondi nada, apenas bufei e fiz o que ele mandou.

Eu me assustei no momento em que ele começou a passar a mão lentamente pelo meu cabelo.

Aquilo dava sono.

Eu não queria dormir.

Ele iria rir de mim, não iria?

E além do mais... Todo o meu esforço pra permanecer acordado (uma xícara enorme de café) seria em vão. E ter feito a minha querida mamacita acordar de manhã pra preparar o café e ver o seu trabalho desperdiçado seria colocar minha vida em risco.

- Dean... – Sussurrei com a voz um pouco embargada.

Eu não gostei de fazer isso.

- Eu não quero mais entregar essa folha. – Gemi de desgosto.

- Ué, por que não?

- Porque está sendo muito complicado e eu não gosto dessa posição. – Respondi como se estivesse mais do que na cara.

- Você não está me atrapalhando. Você é muito leve. – Ele respondeu, calmo.

Suspirei.

- Mas eu...

- Está com medo do quê? – Ele riu. – Do escuro, é?

- NÃO! Eu não tenho medo do escuro, tááá. Eu tenho medo de alguma... Alguma... Barata aparecer e eu não conseguir distingui-la pelo fato de estar escuro.

Ele riu e então eu bufei. Após ele normalizar a voz, disse:

- É. Você tem medo do escuro.

- JÁ DISSE QUE NÃO TENHO! – Choraminguei.

- Estamos chegando. – Ele cantarolou.

- ESTAMOS? – Perguntei esperançoso. – E daí eu posso descer? – Eu quase sorri nesse momento.

- Estamos e... Não. Mesmo que você tenha restringido essa ideia, ainda acho que lá embaixo estará igual aqui. – Ele riu.

Mas que merda.

Bufei.

- Chegamos! – Ele sorriu. – Quer descer?

Virei meu rosto para ele.

- Por favor. – Eu sorri irônico.

Ele me soltou.

Entregamos a bendita folha e a coordenadora brigou com a gente por estarmos descendo escadas no escuro. Explicou que o problema da luz iria continuar assim até o final da segunda aula, mas logo acenderiam as luzes de emergência nas salas. APENAS nas salas. E os corredores, ein? Como EU fico?

- Quer subir de novo? – Ele perguntou meio preocupado.

- Quê? – Fiquei confuso.

- Quer que eu lhe carregue novamente? – Ele riu. Provavelmente o motivo era minha lerdeza.

Eu não sabia o que responder. Aliás... Saber eu sabia muito bem, mas, à essa altura já teria gente andando pelos corredores e... E... Seríamos vistos.

- Não. Eu acho que consigo enxergar. – Menti.

- Você tem certeza? – Ele arqueou uma sobrancelha.

- É sério. – Bufei.

- Então, pelo menos segure minha mão. – Ele estendeu-a para mim e eu peguei.

Eu agradeci aos céus por ele não poder ver meu rosto agora, porque eu provavelmente estaria vermelho agora.

Eu não estava conseguindo enxergar e ele andava muito rápido. Quase tropecei duas vezes.

- DEAN! Eu vou cair de novo! – Choraminguei após bater meu pé novamente em um degrau.

- O que eu preciso fazer pra você calar a boca? – Ele grunhiu.

- GALAK! – Chiei.

- Quê? – Dean perguntou confuso.

- Chocolate Galak, eu calo, prometo.

- Então eu compro pra você, peste. Agora cale a boca.

- Certo. Certo. - Choraminguei.

 No segundo andar eu cheguei mais perto dele.

- Dean. Tem um cara que... Está... Nos olhando. – Choraminguei.

- E daí?

- E daí que a culpa não é minha. A culpa é disso aqui. – Levantei nossas duas mãos juntas e mostrei a ele sugestivamente.

Ele riu.

- Faz sentido.

- Mas...

- Você quer saber o que fazer?

Eu não respondi, apenas uma monossílaba parecida com “Uhum” ou “Hum”.

- Finge que não liga pra ele. – Deu de ombros, despreocupado.

- E você liga?

- Não.

- Não? – Meu coração bateu mais rápido. Deuses, o que ele quis dizer com isso? Não que eu ligasse de ele apenas dizer que não liga. Isso podia significar que ele não ligava de verdade, né?

- É. Por que eu gosto de ficar ao seu lado. – Ele deve ter sorrido nesse momento.

Eu não respondi de imediato. Não consegui juntar as palavras.

- O que? – Juntei as sobrancelhas.

- Encurtando: Eu gosto de você, Artie. – Ele parou de andar e virou pra mim e com a luz que já reluzia de outras salas eu pude perceber que ele sorria.

- Espera... Você não pode fazer isso. – Eu comecei a me desesperar.

- Porque não? – Ele se aproximou novamente.

Poucas pessoas passavam pela gente e mesmo assim ele continuava parado e olhando pra mim. Eu... Não queria passar por isso num local público.

- Preciso de privacidade. – Bufei.

- Na sociedade de hoje ninguém tem privacidade, Artie, vai ter de se acostumar com isso. – Ele riu. – E eu também não me importo. Também acho que você não quer taaanto assim o seu Galak.

QUÊ? Isso sim era golpe baixo. Eu não ligo pra integridade se a vida de um chocolate Galak está em risco. NÃO LIGO! Eu quero meu chocolate e...

Então eu teria de... Conversar sobre... Os sentimentos dele?

- Certo... Dean... Fala. – Bufei contrariado.

- Eu gosto de você, Artie. – Ele encolheu de ombros. Eu o olhei com preocupação. – Eu repetiria isso mais umas cem vezes. – Ele sorriu.

MAS DEUSES! Porque ele fala isso com tanta naturalidade? É como se ele já tivesse passado pela fase um (aceitação), a fase dois (se acostumar) e agora é a fase três (falar normalmente como se você achasse que todos sabem sobre seus sentimentos)! Isso não pode estar acontecendo!

- Gostar... De que tipo de ‘gostar’?

- Do tipo de querer você ao meu lado e sentir uma grande vontade de... De... – Ele fez um gesto com a mão meio que procurando uma resposta.

- Certo... Não precisa terminar. – Eu corei, começando a entender. – Isso é complicado.

- Por quê? Sabe... Demorei uns quatro dias pra ter certeza que eu gosto de você de verdade. Eu espero quatro dias, uma semana, dois meses. – Ele deu de ombros, rindo.

- Eu não quero fazer você esperar. – Falei de uma maneira manhosa, abaixando o rosto.

- Não? – Seu sorriso era malicioso.

Revirei os olhos, como se já soubesse que essa seria sua exata reação.

- N-Não. – Arrisquei.

- Então... – Senti suas mãos tocarem minha cintura, fazendo com que eu me aproximasse dele. -... Foi você que pediu. Talvez isso ajude-o a pensar.

Eu não respondi, não tinha o que responder!

Seu rosto se aproximou mais, até que nossas respirações se misturassem e eu conseguisse sentir a dele batendo carinhosamente no meu rosto. Eu sabia que o meu rosto já estava ruborizado e aquilo era inconveniente para mim aceitar. Se fosse tão ruim assim eu teria o feito parar, certo?

Será que eu estou sentindo... Alguma coisa por Dean?

Ele tocou meus lábios com os dele, tentando não fazer nenhum movimento, mas eu falhei com aquilo só por que eu queria sentir a sua língua. Aquilo era ruim, eu tinha de aceitar a minha sexualidade depois dessa. Mas quando eu senti a sua língua tocando a minha foi inevitável pensar em outra coisa. Ele parecia não querer me forçar a nada, mas eu não queria parar, só quando o ar fizesse necessário.

O que não demorou a acontecer.

- Artie. Eu não pensei que fosse tão bom assim. – Seu sorriso era malicioso.

- Se eu sou bom nisso... Imagine em outras coisas. – Meu sorriso seguiu o dele.

EU NÃO ACREDITO QUE EU DISSE ISSO!

Ele se sentiu surpreso com isso.

- Se isso o faz falar, quero muito saber como é.

- Certo. CHEGA! Eu não sou bom nisso, eu não sou pervertido. – Choraminguei falsamente. – Por favor, eu não quero fazer isso de novo. – Gemi.

Ele começou a rir de mim.

- Mas você me beijou. Eu sei que gostou, porque não me bateu. – Ele sorriu. – Isso quer dizer que... Você gostou.

Eu corei mais ainda.

- Tá. Tá. Eu só quero o meu chocolate depois. – Eu fiz bico, mas logo mudei para uma expressão pervertida. - Eu consigo ficar mais tempo calado também, com outras coisas dentro e...

- Sei. Artie. Sei muito bem que você não quer só o seu chocolate. – Ele sorriu pervertido.

- Quem sabe...

Ele me beijou de novo.

- Hoje você vai para a minha casa e essa será a sua primeira experiência de muitas outras apenas comigo. – Sussurrou no meu ouvido.

- Isso não foi legal. - Choraminguei baixinho.

- O que? Sermos um casal? – Ele riu, olhando para mim.

- Isso também. – O olhei com desdém.

Ele não falou por um tempo, apenas manteve a expressão risonha e fofa.

Fofa? Sim! Dean é fofo.

Com isso, nos dignamos a voltarmos para nossa sala, já que haviam muitos curiosos que não paravam de nos olhar surpresos com alguma coisa. Como se isso fosse totalmente anormal! Hoje em dia é mais normal ver homens se beijando do que futebol na televisão.

E o que aconteceu depois? Ele usou o meu precioso Galak para fazer cenas pervertidas! MEU CHOCOLATE FOI USADO PRA FINS DE INTERESSE DELE!

Mesmo eu tendo gostado da ideia.

Ok, eu nem disse isso.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ninguém gostou, vamos, podem admitir, estou sem criatividade faz um tempão e saiu essa porcaria que estão vendo. ç__ç *com raiva* ;O;
Mas, enfim, mandem reviews pra eu saber o que fazer. *w*