O Garoto dos Olhos Castanhos escrita por Alison


Capítulo 15
Capítulo XV - Jantar em Família.


Notas iniciais do capítulo

Ah! Era pra eu ter postado esse capítulo já faz tempo, mas fiquei sem internet e postar um capítulo pelo celular é a morte pra mim! Mas ela voltou e esta tudo ok! Espero que gostem...



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Acabei passando a manhã e a tarde toda com Lucas. Acabei perdendo o almoço em família que teria, mas não estava arrependido, afinal teria o jantar em família. Ficamos a tarde inteira em baixo do Ipê, na praça que tinha o levado. Foi um momento único pra nós dois, conversamos sobre muita coisa e demos muitas risadas. Nem parecia que tinha acontecido tudo aquilo que aconteceu.

Antes de ir embora, claro, eu pedi desculpas novamente por tudo o que tinha feito a ele. Lucas parecia ter me perdoado totalmente. Estava feliz e radiante, igualzinho quando o conheci na sala de espera da matricula.

Quando cheguei em casa minha mãe me deu uma bela de uma bronca por ter ficado fora de casa todo esse tempo. Eu entendo ela, afinal meu pai não vem sempre quando estou acordado.

— Vamos, Rafael! Me ajude a arrumar essa mesa, seu pai logo vai estar em casa para o jantar.

Dei risada. Minha mãe está completamente desesperada com esse jantar. Ela quer fazer tudo perfeito e de forma que nada de errado, ela mataria qualquer um que ousasse interromper o precioso jantar em família.

— Rafael! – Berrou ela – Me ajuda logo, peste.

Ri novamente, dessa vez bem alto e então ela bufou. Resolvi ajudar ela então para deixar esse jantar o mais perfeito possível.

Peguei uma toalha branca com pequenos detalhes em dourado e estendi na grande mesa da cozinha, se uma mesa pudesse falar ela estaria agradecendo muito por estar usando ela! Normalmente nos apenas comemos na sala e nada de ir pra cozinha usar a mesa.

Minha mãe logo apareceu com três pratos. Ela colocou um na frente de cada cadeira, depois em seguida trouxe os garfos e facas os deixando bem do lado do prato de forma graciosa.

Olhei para o fogão atentamente pra ver o que ela estaria preparando pra hoje. Vi nele uma panela de arroz e outra de feijão. Logo no balcão também vi uma bacia de salada de alface e tomate bem cheias. Em uma assadeira ao lado ela estava colocando os bifes empanados, em cima de cada um tinha fatias de mussarela e por fim ela jogava molho de tomate em cima e levaria ao forno para derrete-las. Nossa, eu amo essa comida da minha mãe com todas as minhas forças.

— Bem que o pai poderia vir mais vezes em casa, pra fazer você fazer essas comidas boas! – ri colocando copos na frente dos pratos.

— Então quer dizer que não faço comida boa quando ele não está?

Ri disso.

Ela também riu depois de alguns momentos. Demorou longos minutos pra tudo estar pronto e colocado na mesa pra esperar a chegada do meu pai. Minha mãe não aguentava de ansiedade.

Olhei pra mesa, ela tinha quatro lugares sendo que apenas três era usado. Fiquei imaginando Lucas ali com a gente. Ele sendo da família ou apenas jantando conosco alguma vez. Isso fez minha barriga estremecer toda de forma que eu soltei até um pequeno suspiro. Mas é, isso é algo que eu gostaria muito que acontecesse algum dia. E se eu o chamasse hoje? Minha mãe deixaria?

— O mãe?

— Que foi, cria?

— Será que eu poderia chamar o Lucas pra jantar aqui hoje? – pensei em uma super desculpa – A mãe dele vai sair hoje e ele tá sem janta.

Minha mãe me olhou enquanto experimentava um pouco da salada e depois de engolir voltou a falar comigo.

— Pode. Seu pai adora a casa cheia.

Caraca! Isso foi fácil. Pensei que iria ter uma grande resistência dela perante o momento. Rapidamente corri pra sala pegar meu celular e liguei pra Lucas. Ele atendeu depois de alguns toques.

— Jantar com sua família? Mas...

— Vai, Lucas. Receba isso como mais um pedido de desculpa meu!

— Tudo bem... Vou me trocar e já estou indo.

Fiquei animado. Corri pro banheiro para tomar banho. Hoje o jantar seria O jantar. Teria meu pai, que nunca para em casa quando estou e teria o Lucas, o meu pequeno lírio dos olhos castanhos. O que estou falando? Estou bobo demais com tudo isso. Mas estou feliz.

O banho todo eu me lavava com muita felicidade, estava com minha touca de ursinhos pra proteger o cabelo de molhar. Depois de me secar comecei a me trocar, coloquei minha roupa mais bonita e passei o perfume mais caro que eu tinha. Sim eu tenho uma coleção de perfumes, sendo que cada um tem um nível de ocasião.

Desci as escadas de madeira bem calmo e sorridente e vi que Lucas já estava sentado no sofá conversando com minha mãe, parei ali sem os dois perceberem e escutei um pouco da conversa dos dois.

— Ah, não faça mais isso, é perigoso.

— Sim, Sra. Donizete! Foi num momento triste que fiz esses cortes, mas eles já foram bem tratados e cuidados, estava usando os curativos até hoje pra não ver as cicatrizes, mas decidi tirar hoje.

Coitado. Por minha culpa ele ficará cheio de cicatrizes em seu braço, algo que nem mesmo o tempo poderá apagar. Desci as escadas agora pisando mais forte só pra eles notarem.

— Oi, Lucas! – sorri pra ele.

— Nossa! – ele disse espantado – Oi, Rafael!

— Bom meninos, vou certificar que a mesa está bem arrumada. – disse ela indo – Seu pai já mandou mensagem que está chegando.

Sentei ao lado de Lucas, ele soltou um sorriso pra mim. Ele estava tão gracioso e delicado.

— Você está muito cheiroso! – Disse Lucas com um olhar espantado.

— Hoje o dia é especial!

— Obrigado por me chamar... Pra participar desse dia especial.

— Fiz isso porque você é especial.

Ele abriu um enorme sorriso depois disso. Escutei o portão abrindo e então corri pra cozinha junto de Lucas, eu e ele sentamos e ficamos esperando enquanto minha mãe foi atender meu pai. Quando ele chegou na cozinha eu só vi uma enorme expressão de felicidade. Aquela mesa cheia de coisas gostosas, um suco de laranja natural que era seu favorito.

— Minha nossa. Hoje eu viro um leitão! – Ele ri e percebe a presença de Lucas – E quem é este rapaz?

Meu pai vai até ele e estica a mão pra Lucas.

— Me chamo Lucas! É um prazer, senhor.

— Seja bem vindo em casa! Amigo do Rafael é meu amigo também. Estou feliz que a casa está cheia hoje, temos até um convidado.

Meu pai se sentou em seu lugar. Ele estava realmente muito animado e feliz com a ocasião. Às vezes penso que ele fica tão sozinho no trabalho dele que quando recebe tudo isso ele fica até sem jeito de reagir.

— Bom, podem se servir. – Disse minha mãe super orgulhosa de ter feito tudo aquilo.

Cada um pegou o tanto que queria, e então minha mãe fitou o olhar de modo discreto pra meu pai que cortava seu bife e dará a primeira mordida, depois de breves mastigadas ele soltou um som de satisfação...

— Esse jantar está impecável.

Afirmou meu pai enquanto enchia seu copo com suco de laranja natural. Depois educadamente encheu o copo de minha mãe.

— Fazia tanto tempo que não comia um jantar tão bom assim! Lá na empresa os jantar são tão...

— Artificiais? – completou Lucas.

— Exato! Gostei desse rapaz!

Lucas corou na hora. Ele ficou vermelho igual ao molho de tomate, minha mãe percebeu e deu uma risada, abafada pela sua mão.

Olhei pra aquela cena. Parecia uma grande família, com Lucas incluso, sabe? Fiquei sorrindo igual um bobo enquanto comia. Toda hora olhava pra Lucas e soltava um sorriso carinhoso pra ele. Sinto no meu peito que estou compensando todo o mal que fiz pra ele.

Meu pai depois de comer metade do que tinha colocado soltou um “Hm” pra mim, isso significava que ele iria perguntar alguma coisa pra mim, alguma coisa mais deliciada.

— E sua namorada? Larissa?

Nesse momento eu gelei um pouco, tinha esquecido de falar pra eles tudo o que tinha acontecido. Talvez minha mãe tenha percebido aquele dia, mas eu não tinha confirmado nada pra ela e muito menos pro meu pai. Olhei pra Lucas e vi que ele estava desviando o olhar pra comida.

— Esqueci de lhe contar. Mas a gente terminou. Não deu certo.

Meu pai tomou um gole do suco profundo e me olhou depois de colocar o copo sobre a mesa.

— Tá certo. Tem que aproveitar a vida, não se prenda a alguém agora tão cedo. Sei que você é cheio das meninas, pega todas, filhão.

Nesse momento percebi que Lucas ficou sem graça. Eu também fiquei bastante e isso me veio na cabeça como ele iria reagir se soubesse a verdade. Claro que eu não iria contar agora, não estou pronto pra soltar isso de dentro de mim. Prefiro que fique apenas entre mim e entre o Lucas...

— To de boa, pai.

Meu pai sorriu pra mim de forma carinhosa e continuou a comer.

— Tenho uma notícia especial pra nós. Meninos? Quando é as férias de vocês?

— Provavelmente dia 12 de dezembro. Mas vamos até o final do mês. Tanto na Etec quando no médio.

Meu pai sorriu e tirou do bolso seu celular e olhou alguma coisa nele.

— Estive conversando com meu patrão e chegamos num acordo pra compensar os dias que fico até tarde no emprego.

— Um acordo? Como assim?

— Ele me ofereceu uma semana de folga, de minha escolha. E com isso pensei em levar a gente pra praia, não seria ótimo?

Abri um sorriso. Eu não gosto muito de praia mas isso seria perfeito, pros dois.

— Seria ótimo! – disse minha mãe animada.

— Você também está convidado, Lucas! Parece bem próximo do meu filho.

— Mas...

— Sem mas! Vamos todos os quatros, então! Assim eu e sua mãe podemos passear juntos como uma lua de mel nova e vocês dois aproveitando a praia e as novinhas.

— A pai! Isso será muito bom, pegue a primeira semana de dezembro.

— É por isso que perguntei quando acabaria suas aulas. Pra não ficar ruim com seus estudos.

Todos estavam sorrindo de modo extremo. Aquela notícia animou mais ainda todos que estavam ali, ir pra praia e com Lucas? Isso seria magnífico!

Depois de um bom tempo todos tinham terminado. Meu pai foi pra sala assistir algum programa na televisão e minha mãe estava dando uma arrumada na cozinha, Lucas estava ajudando ela e eu apenas observando.

— Viu só? Você precisa seguir o exemplo do seu amigo! – Disse minha mãe me julgando.

— O Rafael é um monte mesmo...

— Lucas! Você tem que ficar do meu lado. Vem preciso te mostrar uma coisa.

— Vá querido, pode deixar que eu termino aqui.

Sorri pra minha mãe e comecei a subir as escadas junto com Lucas, meu pai observou nós dois subindo, esse gosta de espiar. Parei no meio do corredor entre os quartos e olhei pra Lucas.

— Que foi? Tem alguma coisa em mim? – disse ele assustado.

Eu sorri pra ele e me aproximei, o coloquei contra a parede e coloquei minha mão em seu rosto. Lucas retribuiu o sorriso animado demais e tentou me beijar. Eu afastei de leve e ele fez uma carinha de emburrado.

— Você é um bobo! – Sorri pra ele.

O beijei, senti a mão dele indo pra dentro da minha blusa, aquilo me deixava muito animado com a situação e me deixava super excitado. Diferente de Larissa que tinha quase que fazer milagre pra conseguir fazer meu amigo de baixo subir. Lucas so piscava e eu já estava nas alturas.

Puxei ele pra meu quarto, fui beijando ele o caminho todo, com um impulso eu peguei ele pelas pernas e ele prendeu elas em minha cintura. Aguentei bastante mas quando já não aguentava mais o segurar o coloquei na minha penteadeira que era cheia de bonecos de super heróis, acabei derrubando todos eles quando coloquei Lucas em cima. Fez um grande barulho.

— Eita! O que aconteceu? – gritou meu pai.

— Nada pai, relaxa!

Olhei pra Lucas novamente, ele sorriu maliciosamente pra mim e passou a mão em meu cabelo e apertou o puxando de leve.

— Eu domino.

Sorri pra ele. Ele me domina completamente.


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Notas finais do capítulo

Não aconteceu nada, pai .... *aquela carinha*