Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 69
CAPÍTULO69




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742293/chapter/69

CAPÍTULO69

No dia seguinte, Silvia colocou o café na varanda; Florianópolis e
sua família estavam diante de uma mesa farta, de um dia lindo:
— Mãe - perguntou Blumenau -, o que aconteceu com Chapecó ontem?
— Ela sofreu um pequeno acidente, filha; caiu na calçada, teve cólica
mas não aconteceu nada de mais; elas estão chegando aí daqui a pouco!
— Gente - falou Palhoça -, eu vou terminar esse café da manhã
maravilhoso e vou pra piscina; quem se habilita?
Todo mundo concordou com a ideia.
Chapecó e Joinville chegaram minutos depois; e enquanto alguns
estavam fazendo uma verdadeira festa dentro da piscina, outros
conversavam debaixo da sombra das árvores:
— Blumenau - comentou Joinville -, eu vi o papai no elevador quando a
gente estava saindo agora de manhã!
— E como é que ele está, mana?
— Triste!
— Também, não é pra menos! Primeiro ele sai de casa, se separa da mamãe
pra ficar com outra mulher; em seguida ele descobre que essa mulher, que
dizia estar esperando um filho dele nunca esteve grávida coisíssima
nenhuma; e por fim, descobre que ela traiu a confiança dele e roubou a
empresa!
— Eu convidei ele pra aparecer aqui uma hora dessas; você acha que a
mamãe vai se opor?
— Não, claro que não! Eles continuam amigos, isso é o mais importante!
e a manhã seguiu; antes que Silvia servisse o almoço, Blumenau,
Chapecó, Joinville, Jaraguá e Palhoça foram todas para um dos quartos e
lá se arrumaram pra descer pra sala. Conversaram sobre tudo, brincaram
com todas as situações possíveis, riram bastante; e ao voltar para o
quarto onde dormiria com o marido para chamá-lo, Blumenau percebeu que
ele estava estranho, indócil:
— São Bento, vamos descer, meu amor; a Silvia está colocando a mesa!
Ele estava vestindo uma camisa branca; procurou-a com os olhos, seu
olhar era de quem repreende:
— Blumenau, evita ficar pra cima e pra baixo com a sua cunhada, e ainda
por cima de biquíni, quase nua como você estava agora!
— Nós estava-mos todas de biquíni!
— Mas eu não quero a minha mulher nua na frente de uma...
— São Bento, eu vou fingir que você nunca me disse essa barbaridade;
Chapecó jamais daria em cima de mim se é o que te preocupa!
— Até que se prove o contrário, Blumenau!
— Nós estava-mos todas no mesmo quarto, as minhas irmãs estavam lá...
— Mas evita andar descomposta pela casa, amor, principalmente quando ela
estiver aqui!
— Por que é que você está tão preocupado com ela? Por que é que você tem
tanto medo? Você acha que eu seria capaz de te trair? Ou será que você não se garante?
— Blumenau, eu até posso admitir, eu posso aceitar que outro homem te
olhe, te admire; mas outra mulher eu não aceito!
— Vamos descer, São Bento!
— Vamos; e esse assunto morre aqui!
O jovem casal desceu e encontrou todo mundo sentado à mesa; a tarde,
todos iriam de novo para a piscina.
A tarde passou muito rápido, enquanto Florianópolis ficou sentada à
sombra de uma árvore cuidando do filho mais novo, o resto da turma fazia
uma verdadeira farra na piscina:
— Vem, mãe! - insistia Palhoça:
— Hoje não, filha!
— Ah, mãe, está tão bom, entra!
— Amanhã eu entro com vocês, prometo!
Eram umas onze horas da noite quando Palhoça, Jaraguá e São Miguel do
Oeste decidiram ver um filme na sala; Florianópolis foi pro
quarto com o filho, Blumenau e o marido fizeram o mesmo. Chapecó e
Joinville subiram logo depois.
O filme escolhido pelos adolescentes foi Os Meus, Os Seus e Os Nossos;
os três se sentaram na sala, Palhoça ficou toda esparramada no tapete,
São Miguel, no sofá, colocou uma almofada no colo e Jaraguá se deitou
ali.
Quando o filme acabou, Palhoça já estava praticamente dormindo no
tapete; se levantou e subiu a escada meio tropeçando para ir até o
quarto, deixando a irmã sozinha na sala com o namorado.
Na manhã do dia seguinte, Florianópolis teve uma surpresa; São José,
que estava morando sozinho a algumas semanas, apareceu na fazenda. Foi
uma surpresa para todo mundo, menos para Joinville e Blumenau, que
haviam conversado sobre o pai no dia anterior:
— Eu espero que você não se incomode com a minha presença,
Florianópolis:
— Não, claro que não! Essa fazenda é nossa, da nossa família!
Os dois estavam sozinhos, sentados junto à mesa de café da manhã:
— São José, eu não tive a oportunidade de conversar com você; eu quero
te dizer que eu sinto muito pelo que aconteceu!
— Você está falando de Criciúma?
— Sim, eu estou falando dela! Apesar de tudo eu nunca desejei mal a ela
e muito menos a você!
— Eu fui um idiota, Florianópolis, um idiota, um canalha, tudo o que
você possa imaginar! Criciúma desconfiava tanto de mim, tinha tanto medo
de... em fim, foi ela quem traiu a minha confiança!
— Não, São José; você não foi idiota, você não foi canalha, você se
apaixonou por ela! E quando a gente se apaixona, quando a gente se
apaixona a gente perde o juízo, a gente não vê mais nada diante dos
nossos olhos!
— Você se incomoda se eu passar esses próximos dias aqui com os meus
filhos?
— Claro que eu não me incomodo; vou pedir pra Silvia preparar um quarto
pra você, fica o tempo que você quiser! As meninas vão fazer uma
verdadeira festa quando souberem que você vai ficar!
São José só queria recuperar aquilo que perdeu e não mediria
esforços pra isso. Decidiu passar aquela semana ali, ao lado da família;
estava triste, perdido desde sua separação com Criciúma, mas sentia que
a presença de seus filhos lhe faria bem.
— Joinville, posso entrar? - Jaraguá estava na porta do quarto da
irmã, que vestia um vestido lilás:
— Oi, mana, pode entrar sim!
— Pensei que Chapecó estava aqui com você!
— Ela ficou lá em baixo; eu subi pra tomar um banho, está um calor
insuportável!
— É que eu queria conversar com você!
— Você está com cara de menina que fez travessura!
As duas se sentaram na cama de casal do quarto, lado a lado:
— Fala, minha irmã; estou aqui!
Jaraguá não sabia como começar,, e por mais que pensasse, as ideias
estavam fervendo em sua cabeça:
— Que vergonha, meu Deus!
— Posso saber o que foi que a senhorita aprontou, dona Jaraguá?
— Calma, mana; eu vou falar, só me dá um tempo!
Joinville procurou se manter calma, sentia que mais do que nunca,
sua irmã precisava dela:
— É que... mana, eu e São Miguel, a gente... ah, meu Deus, como é que eu
falo isso? A gente...
Com a mão esquerda, Joinville levantou calmamente o rosto da irmã, e
com a outra mão, arrumou uma mexa do cabelo dela:
— Você fez amor, mana?
As palavras sumiram, mas era um fato; a única reação de Jaraguá foi
balançar a cabeça, confirmando o que a irmã perguntou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estado de amor e de sonhos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.