Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 1
Capítulo 1




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Querido Leitor! Seja bem vindo à Estado de Amor e de Sonhos. Essa história era um sonho para mim, um sonho que se realizou. Aqui, procuro mostrar as diversas questões que giram em torno da família e da sociedade através das cidades da minha Santa e Bela Catarina.

Aqui, cada cidade terá o seu papel, o seu personagem; e o fato de uma cidade ser uma personagem do mal, por exemplo, não significa que eu tenha algo contra o lugar ou contra o seu povo. É só uma história, fruto da minha fértil imaginação.

Boa leitura a todos.... e um grande beijo.

 

CAPÍTULO1

    A televisão do quarto de casal ligada em um volume agradável e o resto do apartamento
em total silêncio; São José só se recolhia quando conseguia que o clima
de sua casa estivesse assim. Depois de passar por todos os quartos e ver
que suas quatro meninas estavam bem, cada uma em seu devido lugar, ele
agora podia se preparar pra deitar; passou pela cozinha, pegou um copo
com água e foi até o quarto.
    - Todo mundo na cama? - a pergunta veio daquela que dedicou os
últimos vinte anos para manter sua casa em ordem e sua família,
Florianópolis; estava deitada no lado direito da cama de casal, usando
uma camisola azul claro. Estava com quarenta anos e ainda era bela;
antes de fazer um sim com a cabeça, São José a observou por um instante,
agora sentado na cama; depois de vinte anos, ainda não se cansava de
olhar para ela:
— Eu acho que a verdadeira felicidade de pai e mãe é essa - disse ele -,
quando a gente passa por todos os quartos e vê que todos os filhos estão
em casa!
— E por falar em filhos, a diretora da escola me chamou!
— De novo? - alarmou-se ele enquanto se deitava ao lado da mulher:
— De novo! Quando a diretora me ligou ela não quis me adiantar nada!
Ele se deitou; olhou a televisão por um instante e virou-se para sua
mulher; ela por sua vez, virou-se na cama e achegou-se a ele; depois de
vinte anos, ainda amava se sentir protegida, era como se o tempo não
tivesse passado.
Com sua mulher deitada sobre seu braço direito, São José pousou a mão
esquerda, que estava livre, na parte de trás da cabeça dela; deixando
que os longos cabelos lhe cobrissem a mão. E pegaram no nosso, olhando
um para o outro.
    - Você anda muito nervosa, maninha! - reclamava Joinville com a irmã,
Blumenau, naquela manhã de segunda feira:
— E você precisa arrumar um namorado, pra me deixar em paz - revidou a
irmã mais velha enquanto se maquiava em frente a o espelho de seu
quarto para ir pra faculdade.
O assunto namorado incomodava Joinville, e nem ela mesma conseguia
explicar o motivo; sentia que alguma coisa não estava bem com ela mesma,
com seus sentimentos e não era de hoje, mas não conseguia definir nada.
Sempre foi uma menina normal; dormiu em casas de amigas, marcou
encontros com colegas de classe no shopping, no cinema, fez tudo o que
uma garota faz. Mas sabe aquele garoto popular que todas as garotas da
escola dão a vida por ele? Não fazia a cabeça dela; nunca se interessou
por nenhum rapaz. Era meiga, não foram poucas as cantadas e os convites
que recebeu dos rapazes, era linda; mas nunca ninguém lhe fez a cabeça:
— Mana! - agora era Jaraguá, que entrou no quarto de Joinville
sorridente, estava sempre feliz:
— Oi! - ela respondeu sorrindo de volta para ela:
— Só vim te dar bom dia; estou indo pra escola!
Para Jaraguá, aquela era realmente sua melhor amiga, sua irmã; tinham
apenas três anos de diferença, uma cumplicidade invejável. Joinville,
que lia alguma coisa no celular, deixou-o no criado mudo e virou-se para
despedir-se da irmã; a abraçou e ficou por um tempo com ela entre os
braços:
— Boa aula - sussurrou -, posso ir te encontrar na escola na hora da
saída?
— Claro que pode!
— Então te espero no portão da escola!
— Jaraguá - Blumenau interrompeu o papo das irmãs ao entrar no quarto -,
eu não posso me atrasar!
Blumenal deixaria as irmãs mais novas na escola naquela manhã, antes de chegar na
universidade:
— Tchau, mana! - a menina deu um salto do abraço da irmã:
— Tchau - finalizou Joinville -, vai com Deus!
    Palhoça surgiu no corredor de uniforme e mochila; era sempre a
última a sair da cama, acordar sedo nunca foi sua praia. Era a única da
família que tinha cabelos cacheados; tinha sempre um olhar alegre, não
levava absolutamente nada a sério.
Foi até a cozinha e encontrou sua mãe sentada junto à bancada com o
celular na mão; tapou-lhe os olhos, beijou-lhe o rosto e caiu na risada:
— Boa aula, senhorita! - esclamou Florianópolis virando-se para vê-la:
— Obrigada, mãe!
— E eu quero saber o que foi que a senhora aprontou dessa vez!
— Eu?
— Você; a diretora me chamou de novo lá na escola!
— Me ferrei de qualquer jeito! - sentenciou a menina enquanto corria em
direção à blumenau, parada junto à porta da cozinha, com a bolsa e a
chave do carro.
    E assim começavam os dias para essa família; São José saía por volta
das sete e trinta da manhã para ir pro trabalho, as meninas por volta de
sete e quarenta, a aula começava as oito horas. E Florianópolis passava
o dia todo em casa, cuidando para que nada faltasse para suas meninas e
seu marido; era uma mãe e esposa exemplar.
    Naquela semana, Joinville finalmente entrou para o time dos
universitários, iniciando assim o curso de arquitetura. Desde pequena, a
menina dava sinais de que seguiria esse tipo de carreira; gostava de
desenhar, de mudar a decoração do quarto, de observar cada detalhe dos
locais por onde passava; seria arquiteta. Sua irmã mais velha cursava
direito; foram poucas as vezes em que Blumenau foi vista emocionada por
qualquer motivo que fosse; fazia parte do time dos práticos, era
diferente das irmãs, da mãe e principalmente do pai.
    Passaram-se duas semanas; e naquela noite, Joinville entrou na
biblioteca da universidade para pegar um livro; estava carregando uma
pasta e outros dois livros. Mas ela jamais poderia supor que seu destino
mudaria dentro de poucos minutos, sem aviso, ali mesmo.


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