Titanomaquia escrita por Eycharistisi


Capítulo 46
Interlúdio




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Ryss e Eldarya estavam inconsoláveis. A perda do cristal verde sacudiu os corações e as convicções de todos os faeries, fazendo-os temer a extinção tanto ou mais do que nos anos em que decorreu a Titanomaquia. O Sacerdote de Ryss confirmou que havia no momento dois titãs à solta, mas circulavam rumores de haver um terceiro. Um titã diferente dos outros. Um titã que parecia um humano, mas não era um. Seria um híbrido de humano e titã? A maioria dos faeries achava a ideia ridícula. Os titãs destruíam, não criavam. Se tivessem chegado à Terra, teriam morto Úrano e Gaia e condenado os humanos à extinção, tal como tinham tentado fazer com eles. Uma minoria, porém, achava que era possível haver híbridos de humano e titã. Úrano e Gaia eram demasiado poderosos para serem mortos, justamente porque produziam muito mais Maana do que os cristais de Eldarya. Os titãs conseguiriam viver em paz com eles, consumindo a Maana que queriam sem precisar esgotá-la. Talvez os titãs estivessem a viver em harmonia com os humanos… uma harmonia que os faeries nunca tinham conseguido alcançar.

A questão do terceiro titã era, no entanto, irrelevante. O mais importante no momento era proteger os cristais que restavam, em Eel, Vaan e Nuum. A Guarda de Ryss não tinha mais nenhuma razão de existir, por isso optou por desmantelar-se e dividir-se pelas três Grandes Cidades que restavam. As candidaturas às Guardas foram novamente abertas e os Sacerdotes rogaram, ou exigiram até, às diferentes tribos e cortes faeries que enviassem todas as pessoas que tinham aptas a lutar. Nem os fenghuang, uma raça essencialmente mística e nem um pouco dada à violência, escaparam à convocação. O cheiro a guerra empestava o ar e todos tinham um papel a cumprir se quisessem garantir a sobrevivência daquele mundo.

Os recrutas de Ryss destacados para proteger o cristal azul assumiram ser esse cheiro que deixava os chefes das Guardas de Eel tão sorumbáticos. Ou talvez fosse a derrota imposta pelo titã? Afinal, era conhecido o facto de eles terem assistido à destruição do cristal verde junto com os chefes das Guardas de Ryss. Tinham feito tudo o que podiam para o proteger, mas já era tarde demais… Estranho era que os seus recrutas estivessem ainda mais sorumbáticos do que eles! Havia um centauro que não parava de chorar, um elfo que não parava de praguejar em surdina e roer as unhas, uma vampira que parecia completamente alheia ao que a rodeava e um lobisomem com ar extremamente preocupado. Só a doppelganger permanecia indiferente. Houve até recrutas que a viram sorrir disfarçadamente e eles juravam que era um sorriso que provocava calafrios.

A viagem até Eel demorou quase um mês e o grupo não foi recebido com a pompa que seria de esperar. A razão da sua vinda preocupava todos os faeries. A Sacerdotisa Miiko era a mais preocupada de todos eles, porque sabia que a luta contra os titãs não era a única guerra iminente. Enquanto fixava os chefes das três Guardas de Eel, ela perguntava-se quanto tempo levaria até uma guerra civil deflagrar entre os faeries…


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Notas finais do capítulo

[Próximo: 25/6/18]



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