Titanomaquia escrita por Eycharistisi


Capítulo 28
XXVII. Afasta o cabelo do pescoço.


Notas iniciais do capítulo

[Capítulo agendado]



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Caçar um titã era uma empreitada séria e perigosa que exigia muita preparação… e a autorização da Sacerdotisa. Eu não acreditava que uma pessoa cautelosa e desconfiada como Miiko concordasse com um estratagema tão arriscado, mas, para minha surpresa, estava redondamente enganada. A mulher-raposa não só aceitou o nosso plano, como ordenou o regresso imediato de Leiftan, argumentando que precisaríamos de toda a ajuda possível. Eu, particularmente, fiquei muito satisfeita com o anúncio da participação de Leiftan. A viagem que faríamos dar-me-ia tempo mais do que suficiente para lhe extorquir as respostas que tanto queria…

O planeamento da missão seria um processo delicado, ponderado e, portanto, moroso. Teríamos de traçar o melhor percurso para chegar aos ingredientes da poção, escolher os locais para pernoitar, delinear a emboscada ao titã até aos últimos detalhes… e inventar centena e meia de planos de reserva para qualquer tipo de imprevisto. Lee e Karenn já tinham resolvido uma boa parte das questões relativas à viagem enquanto pesquisavam a localização dos ingredientes, mas a informação teria de ser atualizada para responder também às necessidades da caça ao titã. O elfo e a vampira aceitaram prontamente compartilhar o conhecimento que tinham… mas não reagiram nada bem quando perceberam que não estavam autorizados a partir na missão.

— A ideia da missão foi minha! — dizia Karenn.

— Eu planeei o itinerário! — acrescentou Lee.

— Vocês não têm as capacidades necessárias… — Nevra tentou explicar, mas foi interrompido pela irmã:

— A Eduarda também não tem as capacidades necessárias! É só uma meia-humana!

— A Eduarda é a razão de existir desta missão!

— Nós também! — defendeu Lee — A Karenn teve a ideia e eu desenhei o percurso da viagem! Sem nós, a missão também não existiria!

— E se o problema são as nossas capacidades, podemos resolve-lo com treino! — insistiu a vampira — Se fizermos um treino intensivo até…

— Não, Karenn! — cortou o vampiro, parecendo estar a perder a paciência — Chega! Eu não vou levar-te para o meio de uma guerra contra um titã!

— Vou sozinha, então!

— Perdeste a cabeça?!

— Quero que escolhas, irmão — disse Karenn, cruzando os braços diante do peito — Vais levar-me contigo ou deixar-me ir sozinha?

Nevra passou uma mão exasperada pelos espessos cabelos negros antes de esmurrar o tampo da secretária.

— Inferno! — praguejou — Eu deixo-vos ir… mas vou fazer-vos treinar até as unhas vos caírem dos dedos! Entendido?

Karenn e Lee soltaram exclamações de vitória e abraçaram-se um ao outro. Nevra virou-se para mim, com o olho prateado a faiscar.

— Tu também! A camuflagem poderá ser a tua única saída segura do confronto, por isso vais treinar tanto como eles!

Dito e feito, a minha vida virou um inferno. Broun tornou-se mais exigente quanto ao meu desempenho no treino comum, enfiando-me lâminas afiadas nas mãos e forçando-me a lutar contra os outros recrutas. Cheia de hematomas e pequenas feridas, arrastava-me para o refeitório para almoçar antes do treino específico com Nevra e Lithiel.

As primeiras sessões de treino não deram em nada. Nevra pedia-me para fugir dele, ameaçando morder-me quando me encontrasse, mas eu estava demasiado cansada e dorida para realmente sentir medo. O facto de ele nunca levar as suas ameaças avante reduzia ainda mais a sua eficácia… algo que o vampiro não tardou a perceber. Enraivecido e frustrado por me encontrar a bocejar numa poltrona em vez de me esconder, Nevra mandou Lithiel embora e aproximou-se com passadas fortes e pesadas.

— O que pensas que estás a fazer, Eduarda?

— Estou a descansar — respondi com um novo bocejo — Não aguento mais estes treinos, deixa-me respirar um bocadinho…

— Não estás a levar o treino a sério nem um bocadinho! — acusou Nevra, irritado — Levanta-te!

— Dói-me as pernas…

Levanta-te!

Soltei um pequeno lamento, mas obedeci. Nevra estava tão perto que tive de inclinar a cabeça para trás para o conseguir encarar e franzi ligeiramente o sobrolho quando me pareceu ver um ténue fio de névoa avermelhada escapar-se por baixo da pala negra. Seria o cansaço a provocar-me alucinações?

— Afasta o cabelo do pescoço.

Uma descarga de adrenalina devolveu-me o ânimo quando o significado das palavras do vampiro me atingiu.

— O quê? — balbuciei, sentindo o coração palpitar.

— Afasta o cabelo do pescoço — repetiu entredentes.

— Para… quê?

— Para te mostrar que não estou a brincar! Afasta o cabelo do pescoço!

— Nem penses! — neguei, recuando atabalhoadamente — Afasta-te de mim!

Nevra seguiu-me com um sorrisinho escarninho.

— Tu não consegues fugir de mim, Eduarda, e será pior se tentares. Eu dei-te uma oportunidade para fugir, disse-te o que ia fazer e como o evitar, mas tu escolheste não me levar a sério! Não tens direito a queixumes! Enfrenta as consequências!

— Não! — guinchei, correndo para a porta. Já estava no exterior quando ouvi Nevra gritar o meu nome, mas não olhei para trás.

O treino comum parecia estar a resultar porque consegui correr sem parar até ao parque da cidade, onde me deixei cair atrás dos arbustos que rodeavam um lago. Sem ar e força nas pernas, espreitei cautelosamente por entre a folhagem para procurar sinais de Nevra. Não o vi, mas encontrei uma rapariga de cabelos azulados e olhos rosa sentada na margem do lago, mirando com desconfiança o arbusto atrás do qual eu estava escondida. Ela provavelmente vira-me chegar e agora perguntava-se o que raio estava eu a fazer…

— Está aí alguém?

Franzi ligeiramente o sobrolho, estranhando a pergunta. Ela não me vira?

A rapariga ergueu-se lentamente e começou a contornar o lago, aproximando-se cautelosamente. Eu permaneci atrás do arbusto, demasiado fadigada para tentar fugir. A rapariga terminou o seu percurso e colocou-se diante de mim, franzindo ligeiramente o sobrolho.

— Quem és tu?

— Eduarda — respondi, ofegante — Sou a humana que veio da Terra…

— Humana? — repetiu a rapariga, admirada — Tu não me pareces humana.

Senti o coração mirrar no meu peito, julgando que tinha algum pedaço de pele iridescente à mostra, mas um rápido olhar ao meu braço direito comprovou que não era o caso.

— Não pareço humana? Porquê? — perguntei, confusa.

A rapariga inclinou a cabeça ligeiramente para o lado.

— Estavas transparente… mas já acabou.

— Transparente?

— Sim, quase como… — hesitou, procurando as palavras certas — …como se fosses feita de vidro.

— Do que é que estás para aí a falar?

— Está a falar de uma invisibilidade mal feita — disse uma voz conhecida.

Eu virei bruscamente a cabeça, encontrando o Mestre da Sombra sentado no ramo de uma árvore próxima.

— Mestre Nevra! — reconheceu a rapariga, dando o que me pareceu ser um saltinho de contentamento — O que faz aqui?

— Vim à procura da minha pequena protegida — disse o vampiro, indicando-me com um gesto do queixo.

O sorriso da rapariga vacilou enquanto me lançava um olhar assombrado.

— Protegida?

— Não sabias? — admirou-se Nevra, saltando da árvore — A Eduarda entrou na Guarda Sombra.

— Eu ouvi rumores, mas… não sabia que era protegida do Mestre Nevra.

— A Karenn não te contou? — perguntou, baixando-se ao meu lado.

— Não, nós não falámos muito estes… — a voz abandonou-a quando o vampiro se ergueu comigo nos braços.

— O que pensas que estás a fazer? Põe-me no chão! — protestei, esperneando.

— Tu não prestas para correr — lembrou ele — As tuas pernas estão a tremer como um dafala bebé a tentar levantar-se pela primeira vez, não vais conseguir caminhar até ao quartel nesse estado!

— Deixa-me aqui, então!

— Nem pensar, nós vamos ter uma longa conversa no meu escritório — e atirou-me sobre o ombro, ignorando os meus gritos, socos e pontapés — Desculpa se interrompemos a tua meditação, Alajéa.

— Ah… não faz mal — tranquilizou-o a rapariga, abrindo um pequeno sorriso tenso.

Nevra despediu-se com um sorriso e pequeno aceno e começou a afastar-se, carregando-me como se fosse um saco de batatas. Eu continuei a debater-me, esmurrando e beliscando o fundo das suas costas, mas nada parecia surtir efeito. Chegámos ao centro da cidade e comecei a ouvir risinhos e comentários maldosos dos humanoides com que nos cruzávamos. Senti o sangue acumular-se na minha cabeça, mas era difícil saber se isso se devia ao facto de estar de cabeça para baixo ou à vergonha porque estava a passar.

— Põe-me no chão, tu não podes fazer isto! — guinchei, esmurrando o fundo das suas costas.

— Estás a tentar magoar-me ou massajar-me? — perguntou o vampiro, trocista — Os teus murros parecem carícias!

— Filho da…! — praguejei, debatendo-me com maior veemência. Estava tão zangada que descontei na camisola do vampiro, puxando furiosamente a bainha e desejando ter a força necessária para rasgar o tecido.

— Estás a tentar despir-me agora? Estamos no meio da rua, espera até chegarmos ao meu escritório!

Os transeuntes mais próximos desataram à gargalhada e eu rangi os dentes, cada vez mais enraivecida. As suas insinuações, porém, deram-me uma ótima ideia. Puxei a camisola para cima, revelando a cintura das calças, e enfiei a mão lá dentro. Nevra saltou, surpreendido.

— O que estás a fazer?!

Eu ignorei-o, continuando a minha busca… mas a única coisa que encontrei foi uma nádega quente, tonificada e muito macia.

— Eu disse-te para esperares até chegarmos ao meu escritório! Bolas, Eduarda! Se estás tão ansiosa, porque andas sempre a fugir de mim?!

— Tu não usas roupa interior — constatei num murmúrio.

— Porque haveria de usar? Só atrapalha…

— Que horror! — guinchei, tirando apressadamente a mão e sacudindo-a como se tivesse tocado algo nojento — Água! Preciso de água! Água benta e lixívia! Porque não usas roupa interior como as pessoas normais?! Socorro! Alguém me ajude!

— Porque estás tão interessada na minha roupa interior? — questionou o vampiro, confuso.

— Eu queria puxar as tuas cuecas e espremer as tuas partes baixas para te obrigar a soltar-me!

Nevra parou de andar e eu senti o seu tronco estremecer, como se estivesse a conter uma gargalhada.

— A sério? — perguntou, risonho.

— Era uma ótima estratégia! — defendi-me, ressentida.

Nevra atirou a cabeça para trás e desatou à gargalhada. Senti ainda mais sangue descer para a minha cabeça, fazendo as minhas têmporas latejar.

— Não tem piada — resmunguei.

Nevra ignorou-me, continuando a rir. Não parou até chegarmos ao seu gabinete, onde me largou numa poltrona com um último risinho divertido. Eu cruzei os braços diante do peito, irritada.

— Tu não paras de me surpreender — comentou, sentando-se no seu cadeirão.

— Tu também não paras de me surpreender… pela negativa — resmoneei.

— O que foi que eu fiz?!

— Tu não usas roupa interior! — acusei-o — E eu descobri isso da pior maneira possível!

— Vais dizer que não gostaste do que sentiste? — inquiriu o vampiro, lançando-me um olhar provocador através das pestanas negras.

Pois… sobre isso…

— N-ninguém gosta de apalpar nádegas tão flácidas e descaídas! — atirei.

— Flácidas e descaídas? — repetiu ele, descrente — Acho que precisas de as sentir outra vez…

— N-não, não preciso! Se continuares a dizer disparates, vou-me embora!

— Não, fica — pediu Nevra, tentando conter o seu sorriso divertido — Nós temos de conversar sobre a tua camuflagem.

— Porquê?

— Voltaste a usá-la — informou ele — Foi mais forte, desta vez. A tua presença começou a desvanecer-se quando estavas na minha frente e desapareceu por completo quando chegaste ao corredor. Eu segui-te… mas não te vi. Estavas completamente invisível, Eduarda.

— A… sério? — murmurei, surpreendida.

Nevra confirmou com um aceno de cabeça.

— Infelizmente — disse com um suspiro —, não consegues manter o encantamento por muito tempo. A tua presença começou a ressurgir aos poucos, fraca e ténue, tornando-se gradualmente mais clara à medida que te afastavas do quartel.

— A rapariga que encontrámos no lago…

— Alajéa.

— Ela disse que eu estava transparente… e tu disseste…

— A tua invisibilidade estava a dissolver-se — explicou o vampiro — O teu corpo estava a tornar-se novamente visível e a Alajéa encontrou-te a meio do processo.

— Como é que é possível? — murmurei, baixando o olhar para as minhas próprias mãos — Os humanos… não ficam invisíveis…

— Tu não és só humana, Eduarda. A camuflagem é um reflexo do teu sangue faery.

— Quantas raças faeries conseguem camuflar-se?

Nevra deteve-se, franzindo ligeiramente o sobrolho com uma expressão pensativa. A sua reação inquietou-me e abri a boca para perguntar o que lhe ia na mente, mas uma suave batida na porta distraiu-nos.

— Entre — autorizou Nevra.

A porta abriu-se lentamente e uma cabeça adornada por longos cabelos castanhos espreitou para o interior.

— Adonis? — reconheci, surpreendida — O que fazes aqui?

— Ah — chiou ele, corando — E-Eduarda, eu não… esperava encontrar-te…

— Entra, Adonis — convidou Nevra — O que te trás aqui?

— Ah… Eu… bem… — Adonis hesitou, lançando-me um breve olhar arregalado.

— Adonis — chamou o vampiro num tom brando.

— Diga, Mestre Nevra…

— Entra e fecha a porta — tornou a dizer — Ninguém te vai morder, não precisas de ter medo.

— Eu deixo-o nervoso — expliquei, disfarçando um sorriso matreiro.

Adonis corou ao ponto de quase sangrar pelo nariz, mas seguiu a recomendação de Nevra. Entrou, fechou a porta e avançou até se colocar diante da secretária do Mestre da Sombra, evitando a todo o custo olhar para mim.

— Fala sem medo, Adonis. O que te trouxe aqui?

O centauro pigarreou levemente, bateu nervosamente os cascos e ergueu timidamente os olhos de cores diferentes para o vampiro.

— Eu… e-eu peço desculpa pelo meu atrevimento, Mestre Nevra, mas… eu ouvi uma conversa entre a sua irmã e um elfo da Sombra que me… preocupou — espreitou-me pelo canto do olho antes de prosseguir — Eles falavam nos preparativos para… realizar uma caça ao titã, usando a Eduarda como engodo!

— Sim… e daí?

Adonis fixou Nevra, admirado.

— E-e daí? B-bom, eu… eu julguei que devia avisar o Mestre Nevra, para que possa impedi-los de concretizar tamanha estupidez!

Nevra disfarçou um sorriso.

— És um bom menino, Adonis… Não te preocupes, tudo irá correr bem…

— O que quer o Mestre Nevra dizer com isso? — balbuciou o rapaz, aterrado.

— Sou eu quem estou a orientar a caça ao titã.

O centauro empalideceu visivelmente.

— Mas… não pode fazer isso! A Eduarda…!

— A Eduarda sairá da missão sã e salva — garantiu o vampiro — Não precisas de te preocupar.

— É uma estupidez! — insistiu o centauro, na minha direção — Não podes fazer isso…!

— O titã já está atrás de mim, Adonis — revelei — Não fará qualquer diferença.

— O quê…?

— Ele virá à minha procura, faça eu o que fizer. Sendo assim, prefiro que ele me encontre num momento planeado e consciente do que apanhar-me sozinha e desprotegida — murmurei, reproduzindo as palavras de Nevra.

— Eduarda…

— Não tentes demover-me, Adonis. Foi-me muito difícil aceitar o plano, mas sou forçada a reconhecer que… é a melhor opção no momento.

Adonis sacudiu lentamente a cabeça, tentando reorganizar os seus pensamentos. Eu e Nevra permanecemos em silêncio, aguardando a sua reação.

— Compreendo — murmurou por fim — Eu compreendo o que estás a fazer, mas… não consigo aceitar… Como pretendem caçar um titã com um grupo tão pequeno?

— Prefiro qualidade a quantidade — gracejou Nevra.

— A Karenn? — admirou-se Adonis — O elfo?!

— Eles não são os únicos elementos do grupo. Eu, Leiftan, Valkyon, Lithiel…

— Eu! — bradou uma voz irada enquanto a porta se abria de rompante. Ezarel marchou para o interior, apontando um dedo acusador a Nevra — Como te atreves a organizar uma viagem para recolher ingredientes raros e caçar titãs sem mim?! Estás a gozar comigo?! Eu devia ter sido o primeiro a ingressar o grupo! O que sabes tu e a tua corja de parolos sobre alquimia?! Tu precisas de mim para extrair e conservar aqueles ingredientes, são plantas e minerais delicados que as tuas criancinhas jamais conseguirão manusear! — Ezarel agarrou Nevra pelo colarinho da camisa, erguendo-o do cadeirão e puxando-o para si — Estás a gozar comigo?!

— Calma, calma — pediu Nevra, dando palmadinhas tranquilizadoras nas mãos de Ezarel — Tens razão, tens razão, eu preciso de ti, peço desculpa por ter demorado tanto tempo a falar contigo. Estive ocupado a treinar a Eduarda…

Ezarel fez um pequeno trejeito desagradado.

— Bem, presumo que treinar uma humana seja uma tarefa esgotante e frustrante de tão infrutífera — reconheceu — Eu vou perdoar-te… mas se desconfio que estás a mentir…!

— Não estou, juro! — exclamou Nevra, erguendo as mãos em sinal de paz.

— Eu também quero participar na missão — anunciou Adonis de súbito.

Os dois chefes de Guarda viraram as cabeças na direção do centauro.

— Isso está fora de questão — negou Nevra — Não tens qualquer tipo de treino e nem sequer fazes parte das Guardas!

— Porque todos temem a minha habilidade — acrescentou o jovem — Vocês colocaram-me a trabalhar na biblioteca até conseguir dominá-la, mas nunca me deram uma oportunidade para provar que já o faço! Deixe-me ir, Mestre Nevra… por favor! A minha habilidade poderá até revelar-se útil caso… alguma desgraça aconteça.

— A tua habilidade poderá também ser a mentora da desgraça! — acusou Ezarel — É demasiado arriscado…

— Eu consigo controlar este poder — afiançou Adonis — Dê-me uma oportunidade para o provar, é tudo o que peço…

— Não é mal pensado — ponderou Nevra — Se usarmos a habilidade dele contra o titã…

— Endoideceste? — perguntou Ezarel, descrente.

— Qual é o problema?

— Ele pode liquidar-nos a todos!

— Não sejas pessimista. O Adonis diz que consegue controlar a sua habilidade e eu acho que uma luta contra o titã seria uma ótima forma de provar isso! Se ele conseguir direcionar o seu poder apenas para o titã…

— Não morremos da doença, morremos da cura — resmungou Ezarel, revirando os olhos.

— Então… posso ir? — perguntou Adonis, ansioso.

— Sim — confirmou Nevra, sorrindo — Acho que mereces uma oportunidade de mostrar o teu valor. E se fizermos bem as coisas… tu e a Eduarda poderão derrotar o titã sozinhos!


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Notas finais do capítulo

[Próximo: 25/2/18]



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