O Garoto do Violino Branco escrita por Thata-chan


Capítulo 1
The violin


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem muito dessa história, em breve colocarei uma capa, então até o/



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Era uma tarde belíssima, em uma cidade tradicional. Belos bondes, belas moças, belos rapazes, belos vestidos.

     Todos os dias, buscava alimentos para o meu lar. Eu não tinha uma vida pobre, mas não nasci em um berço de ouro.

   No meu caminho havia uma mansão, não era grande, mas não era pequena. Sombria, cercada de rosas, e uma trilha de gramíneas pela parede. Havia portões bem trabalhados, mas não eram tão altos, eram superiores à altura de um adulto normal. Tudo ali me parecia muito antigo. Algumas “lanças” do portão estavam enferrujadas. Álias, aquilo não me importava no momento.

Eu sou uma dama, de cabelos lisos e ruivos, com um vestido rosa, com rendas e detalhes em branco. Eu tinha uma sapatilha característica da época, combinava com o vestido, que não era lá muito “pomposo”.

 Diante daquela maravilhosa e ao mesmo tempo sombria mansão, surgia uma melodia, um tanto linda, vinda de um instrumento interessante, incomum, que não parava. Ele vinha de dentro da mansão. Era uma melodia eterna, o portador do tal instrumento, deveria ser um anjo, pois dia e noite, ele estava lá tocando.

 Não sei se era uma ilusão de minha mente, ou não.

Mas não podia ser real, não tinha como um senhor ou senhora tocar o dia inteiro alí.

E eu continuava, passando por aquele lugar, esperando que aquela bela melodia tocasse. E tocava, cada dia mais bela e culta.

Um dia me atrevi em entrar. Me direcionei aos cadeados, mas não estavam trancados. Aparentava apenas.

Havia muitas flores, a maioria rosas, que estavam mal cuidadas, ou que nunca haviam sido cuidadas.

Fui em direção à porta, que estava destrancada também. A sala principal não havia nada, somente alguns móveis empoeirados, cobertos por um pano branco, e algumas velas apagadas. Havia alguns objetos no chão cobertos pelo pano branco também, mas não sei dizer o que era, ou se era algo.

Subi as escadas, em direção à música, que segundo por segundo aumentava, cada vez me cativando mais.

Havia algumas teias nas paredes, mas nada incomum. Ainda.

Quando terminei as escadas, estava em uma sala enorme, no mesmo estado da sala térrea, mas havia uma cadeira. Uma cadeira “real” toda caprichada no estofado e nos detalhes, onde estava sentado um garoto que tocava seu violino. Andei alguns passos e fiquei diante dele.

 Seus cabelos eram rebeldes, possuía olhos azuis, e vestia um terno preto, perfeito, limpo, novo. Ao contrário de tudo que estava aqui. Seu violino era branco e delicado.

Eu lhe perguntei:

 -O que faz, meu senhor?

-Eu toco. –Ele parou com a melodia.

  -E por que tocas?

 -Para minha amada.

-E quem é sua amada? –A curiosidade me tomou naquele momento.

-Eu não sei, minha senhora. –Seu olhar não demonstrava emoção. -Sou como uma flor que atrai os passáros, sem saber quem é. –Ele explicou.

-E não vives? –Essa parte me parecia estranha.

-O violino é minha vida, enquanto ele estiver branco, eu estarei bem.

Quando foi que me toquei de sua pele albina, parecia marfim, olhando-lhe à distância.

-Mas, minha amada deve ser pura, de alma e de corpo, e ser gentil. –Ele me explicou.

-E se não for? –Eu lhe perguntei.

-Digamos que o destino é justo e negavelmente certo. –Ele supôs.

Ele começou a tocar, e meus ouvidos alcançaram o paraíso, aquela melodia era celestial. Tudo alí se tornou belo e não mais sombrio. Senti que minha vida não tinha mais razão. Podia ficar a vida inteira admirando o garoto e seu violino -do qual não sabia o nome.

 -Minha bela amada, se for realmente pura, pertencerá a mim. –Seu olhar se tornou simpático, mas hesitou em sorrir.

-Meu a..a..mado.. –Eu não estava em sã consciência.

-Minha amada...será que me pertences mesmo?

-A..a...mado.. –Meus olhos e minha boca estavam paralisados.

 As mãos albinas e frias como gelo, tocaram e afagaram meu rosto.

  Percebi que minhas forças estavam acabando, e ele começou a tocar seu violino, não de forma bela, mas sim dramática.

 Não conseguia mais falar, ou pensar direito.

-Minha amada...se fosses minha... –Ele cantarolava.

De repente seu violino que estava um pouco sujo, começou a se limpar sozinho, e o garoto, estava mais revigorante, mais vivo.

 O cativante garoto violinista continuou a tocar seu instrumento, agora refinado, melhorado, como se fosse novo. Eu fui perdendo minha visão e fui caíndo lentamente.

-Minha amada que chegará... –Ele continuou a cantar.

Meus sentidos, o que era aquilo? Onde estava? O que aconteceu?

-Se realmente fosses minha, meu violino não iria gostar.-Ele sussurrou.

Senti que pétalas de rosas cobriam meu corpo, caído, ainda consciente, um pouco.

-Minha amada, é só minha, não de meu violino. O violino cativa as belas, mas elas não são minhas amadas. –Ele sussurava continuando.

-O violino é belo, culto e especial, ele tem amadas, mais não soube usá-las. –Ele olha para alguns “objetos” cobertos pelo pano branco.

-S..ão.. as.. amad..amadas... dele? -Eu lhe perguntei.

-Sim. Eu sou como você, minha bela senhora, caí em tentações e estou com o violino, solitário, sem uma bela amada.-Ele deu uma pausa.- Eu sou vítima desse violino.

Como? Como? Como um instrumento tão belo, e tão cativante fosse ruim?

 -Ele nos faz tentações, e nos cativa. Ele é o belo rapaz que toda moça deseja, e não eu.

-Me..u.. senhor..?

Eu desmaiei e só ouvi uma última frase.

-O violino é belo, cativante, e culto, mas não é a essência do verdadeiro homem que está lhe tocando. Minha senhora, me perdoe. Esse violino não sabe amar.

 


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Notas finais do capítulo

Corriji alguns míseros erros, valeu profº de português o/