O nascer da Lua, da série Peripécias quase Divinas escrita por Ariaza Graim


Capítulo 3
Um lugar estranho com pessoas estranhas....


Notas iniciais do capítulo

Gente esse capítulo ficou grande e tem bastante spoiler kkkkk na verdade é o começo de tudo, aproveitem!



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Em vez de me apresentar àquele novo mundo, nãooooo ela me deixou sozinha pra ir conversar com um tal homem-cavalo. Como eu não queria ficar plantada ali na entrada, fui até uma quadra onde vários campistas treinavam arco e flecha. Me sentei na grama e me pus a observá-los, sabia que era inútil tentar reconhecer alguém então apenas fiquei ruminando pensamentos tentando descobrir mais sobre o lugar onde eu estava. 

Estava tão focada que não percebi um garoto se aproximar de mim, ele era alto, forte mas não bombado, ele tinha cabelos cor de mel e olhos bem azuis.

—Ahn...desculpa interromper mas... -ele parecia nervoso, sorri -você gostaria de tentar? -ele apontou para a arena, olhei os outros garotos, pareciam bem focados e quase sempre acertavam o alvo.

Não iria fazer desfeita, ele era a primeira pessoa nesse lugar que falava comigo e parecia normal, sorri encarando seus olhos azuis, ele me estendeu a mão mas eu mesma levantei, fofo mas nÃo era necessário. Ele me guiou até um alvo e parou se virando para mim e mais uma vez estendendo a mão:

—A propósito, sou Jake, Jake Dresh -disse, apertei sua mão, ficamos um tempo assim analisando um ao outro até que começou a ficar constrangedor. Pude ver que suas bochechas ficaram vermelhas e sorri, ele era uma graça, talvez virasse meu amigo se eu realmente ficasse por aqui.

Ele me entregou o arco e uma flecha, olhei para aquilo em minhas mãos sem saber ao certo o que fazer, Jake deve ter percebido e se posicionou atrás de mim, girou minha cintura de modo que eu ficasse de costas para ele, como eu sou baixinha ele é mais alto do que eu, podia ouvir as batidas aceleradas do seu coração.

—Só pra avisar eu nunca fiz isso -disse um pouco receosa, eu poderia muito bem errar o alvo e acertar um campista, já deu de morte por hoje.

—Tudo bem eu te guio -ele colocou suas mãos sobre as minhas e posicionou o arco, respirou fundo e eu o imitei.

—Concentre-se no caminho da flecha até o alvo, respire fundo... -ele sussurrava em meu ouvido o que deixava as coisas bem mais complicadas se é que dá pra entender -...e solte.

Quando olhei para o alvo e coloquei minhas forças nele aquela sensação antes sentida retornou, podia ouvir, ver sentir tudo a minha volta, um passarinho em seu ninho, campistas ao longe na beira da praia falavam de uma garota muito bonita, o vento soprava em direção ao norte. Como sabia não sei, respirei fundo totalmente concentrada na flecha e onde eu queria que atingisse....e soltei. 

Acertei o alvo em cheio, me virei para Jake e abri um sorriso triunfante ao ver sua cara de espanto.

—Como...como você...como você fez isso? -ele perguntou abrindo um sorriso lindo, tá parei. Ele é só um garoto que acabei de conhecer, nada mais, eu acho.

—Acho que foi sorte -sorte nada, por fora estava com um sorriso, por dentro me vangloriando pela flechada perfeita e ao mesmo tempo confusa por conseguir isso, mais uma coisa para adicionar à lista.

Ele olhou pra mim com surpresa e admiração, tenho certeza que minha bochechas coraram com ele me olhando desse jeito, então fez algo que me surpreendeu de verdade, ele me abraçou, não costumava abraçar meninos porque....sei lá porque são meninos! Apesar da surpresa retribui o abraço, ficamos assim por um tempo até ele me soltar, ficamos novamente nos olhando e então ele pegou meu colar que continha o medalhão em forma de lua.

—É muito bonito, igual a pessoa que o usa -ele abriu um sorriso e deu uma piscadela, ri. 

—Tenho desde que me entendo por gente -ele admirava o colar como se pensasse em um milhão de motivos para ser meu. Ele enfiou a mão dentro da camiseta que usava e puxou um colar de ouro que também tinha um medalhão só quem em forma de sol.

Fiquei olhando-o enquanto ele olhava para os dois colares, um de prata com uma lua e um de ouro com um sol, sua mente parecia trabalhar a mil, a minha também estava assim, ele aproximou os dois pingentes, estávamos próximos, sentia uma espécie de conexão como a que senti quando fui envolvida por seu abraço quente. Esse momento não durou pois minha queridíssima amiga resolveu aparecer.

—Desculpa atrapalhar mas eu acho que você tem algumas dúvidas né Luna? -ela dizia isso com um sorriso travesso que eu queria esmagar, erro dela achar que tava tendo um clima, mal cheguei, não vou me jogar em nenhuma piscina antes que eu saiba sua exata profundidade se dá pra entender.

Nos afastamos ambos constrangidos, a olhei brava esperando explicações.

—Bom Luna vamos começar as apresentações, esse é Jake Dresh filho de Apolo -disse apontando para Jake que parecia envergonhado.

—Pera, o quê? Como assim filho de Apolo? Tipo o deus grego do sol?

—Não tipo amore o próprio. Fala sério que nesse tempo todo aqui vocês não se apresentaram? Pelos deuses. -disse impaciente.

Bufei.

—Sou Luna Moonlight, acabei de chegar e não faço a mínima ideia do que eu sou e onde estou -disse estendendo a mão que ele apertou.

—Prazer Luna, e você está no acampamento Meio-sangue o único lugar seguro para pessoas como nós.

A explicação não ajudou em nada e só fez surgirem mais dúvidas.

—Pessoas como nós....

—Semideuses Luna. -disse Ellie.

Me virei para Ellie esperando a explicação da pegadinha mas ela parecia estar falando sério. Apesar do TDAH eu até que prestava atenção em algumas coisas aulas de história. As coisas começavam a se encaixar, minha mente trabalhava rapidamente e tudo se conectava, a mulher-cobra que me atacou, o nome do acampamento, todos aqueles sentidos apurados que eu não fazia ideia de que tinha, a única coisa que ainda persistia era....por que eu? A ideia de ser semideusa parecia tão impossível quanto eu tirar nota boa em matemática, eu tinha sangue divino! Quanto mais ia pensando em tudo o que envolvia fui ficando tonta, meu estômago embrulhou, não sentia dor mas sentia raiva, sério que em 18 anos ninguém pensou em me contar? Deixam para jogar a bomba de uma vez só.....que ódio!

Não conhecia nada do lugar mas o pouco que vi me ajudou, não conseguia respirar, não podia ficar ali nem mais um minuto, era coisa de mais para absorver em um dia só, não estava pronta para isso. Corri para o único lugar que eu sabia que me acalmaria, a água. Ouvi Jake gritar meu nome mas não parei, fui para um canto afastado da praia e me joguei no mar. A água sempre me ajudou a organizar as ideias.

Pensava em Ellie e Jake e o fato dos dois serem semideuses, eu era uma semideusa, já não estava com tanta pena daquele monstro que matei hoje cedo, afinal ele queria me matar, o sentimento foi mútuo. Pensava em todas aquelas aulas sobre a Grécia e sua cultura, eu fazia parte dela! Era tão inacreditável! Tudo o que aprendi voltava a minha mente com um novo sentido. Quem seria meu pai ou mãe olimpiano? Eu precisava descobrir e não seria inerte embaixo da água que obteria respostas.

Não sei quanto tempo se passou, mas quando saí da água a lua já estava no céu linda como sempre. Não me molhei, fiquei tanto tempo de baixo da água mas não precisei subir para respirar. Isso era realmente estranho, talvez fosse normal para semideuses, Poseidon me deu uma forçinha, ou pior, ele era meu pai! Descobriria, tudo, toda a minha história, enfrentaria o que viesse. Afinal, sou Luna Moonlight e ninguém pode me deter. Agarrei meu pingente em forma de proteção, olhei uma última vez para a lua e o mar, e comecei a andar de volta para a arena, precisava achar Ellie e exigiria respostas.

Continua............................................................................................................................................ 


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Notas finais do capítulo

Bom, o capítulo de hoje foi esse, espero revelar mais coisas sobre a Luna no próximo capítulo. Não esqueçam de comentar e recomendar a história se estiverem gostando. XOXO



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