Nove Meses escrita por SBFernanda


Capítulo 9
Nono mês


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!

Vocês acharam que esse mês não teria mais atualização? Ah, teve sim e é o último capítulo dessa shortfic que eu simplesmente AMEI escrever!

Despedida lá nas notas finais, combinado?

Espero que gostem!



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Nono Mês

No nono mês, a espera acabou

 

Naruto estava decido a acompanhar e participar cada momento do bebê. Estava decidido a assistir ao parto e estar ao lado de Hinata nessa hora.

Toda vez que ela dava um suspiro diferente, já que agora, no último mês, o bebê estava se mexendo bem menos, mas toda vez que o fazia, parecia que doía uma parte da Uzumaki, pois o espaço tinha ficado muito pouco, Naruto olhava e se alarmava, perguntando se estava na hora. Com toda a paciência que tinha, Hinata negava. Tinha conversado diversas vezes com as médicas e todas lhe diziam a mesma coisa: ela saberia a hora, sem dúvidas.

E é claro que seu filho não escolheria um horário fácil.

Quando a hora chegou, às três da manhã, Hinata acordou com uma pontada no ventre. Alarmou-se, mas não teve certeza de imediato. Tinham dito que ela não teria dúvidas, então, talvez, fosse um alarme falso. Mas agora que já tinha acordado, não conseguia ignorar a vontade de ir ao banheiro. Levantou-se silenciosamente, pois Naruto tinha demorado a dormir, como ela, pois o bebê estava estranhamente agitado.

Com sorte, ele não acordou quando ela se afastou em direção ao banheiro. Após fazer suas necessidades, Hinata seguiu para a cozinha, pois, já que tinha acordado, iria beber uma água antes de voltar para cama. Foi enquanto caminhava pelo corredor até lá que aconteceu.

O líquido escorreu por suas pernas. E não tinha como ser xixi, afinal, ela tinha acabado de fazer. Ela saberia a hora, sem dúvidas.

Seu coração acelerou no mesmo instante, porque, apesar do que diziam, ela não sentia uma dor insuportável. Será que estava tudo certo?

Voltou caminhando lentamente para o quarto, parando à porta e chamando Naruto com o máximo de calma que conseguia. Por mais que estivesse nervosa e com medo, Hinata conseguia passar calma em sua voz.

­— Hina? — ele perguntou meio sonolento, passando a mão ao lado que ela ficava na cama. Ao não a sentir, levantou-se em um pulo. ­— O que foi?

— Chegou a hora, Naruto...

— O bebê vai nascer? — ele gritou, se erguendo em um pulo. ­— O que faremos? Hinata, e agora? O que vamos fazer? Caramba, eu não sei, eu não sei! — Ele corria de um lado a outro, trajando apenas a calça comprida que dormia aquela noite. Parecia muito desesperado.

— Como assim o que faremos? Temos que ir pro hospital, Naruto.

— Isso! Isso! Vamos! — Ele a pegou no colo e já caminhava em direção à porta quando Hinata o parou:

— Não, Naruto! Temos que trocar de roupa e pegar as bolsas!

— As bolsas! — Ele voltou rapidamente para o quarto. Nem parecia que Hinata pesava naquele momento. — Você está com dor? Claro que está, né? Vamos pegar as bolsas e ir pro hospital.

— Não estou com dor, Naruto, estou bem e gostaria de trocar de roupa. Gostaria que você também trocasse.

— O que? Mas não dizem que dói?

— Eu não sei... Mas me coloque no chão, por favor. — Hinata não queria demonstrar que estava preocupada, por isso se ocupou em ir trocar a roupa confortável que estava por um vestido e casaco. Foi nesse momento que mais uma pontada veio.

Ela curvou o corpo, soltando um arfar um pouco mais alto. Não esperava por aquilo. Mas bastou o som para que Naruto, ainda com a calça aberta e o casaco vestido em um só braço, estivesse em seu lado, apoiando as mãos em suas costas.

­— Hinata? Caramba, temos que ir! Vamos, vamos!

Ela se ergueu então, respirando fundo. Sorriu, porque tinha sentido a dor, o que significava que tudo estava bem. Terminou de vestir o casaco enquanto Naruto fazia o mesmo. Ele estava inquieto e até que ela o deixasse lhe pegar no colo para a levar assim ao hospital, não sossegou.

Hinata não se incomodaria de andar, mas ficou feliz em não o fazer quando, no meio do caminho, mais uma dor lhe tomou conta. Então, quando estavam chegando, mais outra, mais forte também. Aquilo aumentava? Estava começando a ficar assustada.

Assim que viram os dois chegando, Naruto parecendo apavorado e Hinata parecendo sentir dor, as enfermeiras correram para pegar uma cadeira de rodas, levando até o Uzumaki, que se recusou a colocá-la ali. Revirando os olhos, a enfermeira baixinha o guiou até o quarto, pedindo que avisassem à médica de plantão que Hinata tinha chegado.

Assim que Naruto colocou Hinata sentada na cama, ela se levantou. Simplesmente não se sentia confortável sentada. Quando o Uzumaki foi dizer para ela voltar para a cama, a enfeira o impediu. Ajudou Hinata a trocar a roupa, colocando a camisola branca do hospital e, constrangido, Naruto virou para o outro lado. A enfermeira riu internamente da reação dele, levando em conta que Hinata estava grávida. Um casal fofo, como todos da vila diziam.

— Não quero me deitar, tem problema? — por fim, Hinata perguntou, já completamente vestida.

— Não. Na verdade, isso é bem normal. Seu corpo está fazendo a dilatação para a passagem do bebê, por isso pode ser desconfortável ficar sentada. Se sentir vontade de andar, pode andar, tudo bem? Estarei logo ao lado preparando tudo para o parto, qualquer coisa basta me chamar, tudo bem?

­— O quê? — Naruto falou alto, se aproximando das duas. Em nenhum momento ele tinha ficado quieto, pois andava de um lado ao outro, suando. — Você vai deixá-la sozinha? Desse jeito?

— Sozinha? Não. A deixarei com o marido e pai da criança. Qualquer coisa, se ela sentir vontade de ir ao banheiro, você me chama.

— Ao banheiro? — foi Hinata quem perguntou.

— Sim, muitas vezes o bebê está nascendo, mas pode parecer que quer só ir ao banheiro.

Constrangida, Hinata apenas confirmou e deixou que a enfermeira saísse. Olhou para Naruto e viu o desespero nos olhos azuis.

— Está com medo? — ela perguntou em voz baixa.

— Não... ­— ele disse, mas não passou confiança. ­­— Sim. Não do parto. Sei que você será ótima, mas... Hinata, agora é tão real! — O olhar de Naruto parecia perdido — Eu não sei o que é ser pai... — confessou em voz baixa, como se admitisse uma vergonha.

— Eu também não sei ser mãe. Mas acho que podemos descobrir juntos. — A simplicidade nas palavras de Hinata fizeram o Uzumaki sorrir de volta para ela.

Mas o momento fofo deles passou segundos depois, pois uma nova dor tomou conta do corpo da Uzumaki, que se curvou sobre a cama e gemeu.

— O que posso fazer? Quer que eu chame a enfermeira?

— Não, não precisa. Já passou. Mas meus quadris doem. — Hinata não costumava reclamar de dores, o que levou Naruto a perceber que aquela dor não era muito comum.

Ele se aproximou e acariciou os quadris dela pelas costas, como se fizesse uma massagem. Pelo toque, percebia que algo estava diferente. Ele conhecia aquele corpo como a palma de sua mão. Não disse nada, mas começou a se assustar. Será que era normal? Será que deveria chamar a enfermeira mesmo sem ela querer?

— Isso é bom, ajuda bastante. Obrigada... ­— Hinata sussurrou e ele relaxou um pouco.

Mas logo Hinata estava abaixando a cabeça e soltando um grunhido abafado. Se assustou novamente. Ele nunca a tinha visto fazer aquilo!

— Vou chamar a enfermeira! — ele anunciou, mas esperou que ela parasse e relaxasse um pouco antes de se afastar.

Poucos segundos depois, sem ao menos ter saído da porta para gritar a mulher, ele voltava para acariciar as costas de Hinata.

— Pode deitar um pouco, Hinata? Preciso verificar a dilatação.

Ela confirmou e com a ajuda de Naruto, se deitou. Quando ele viu onde a enfermeira tocaria, se desesperou. Como? O que era aquilo?

— Por onde acha que o bebê irá sair? — a mulher perguntou, adivinhando os pensamentos dele apenas por suas ações.

— O quê?

— E pelo visto, será a qualquer instante. Vou pedir para apressarem a médica e trazer o equipamento. Seu bebê está chegando, Hinata! — saudou a enfermeira, com um sorriso carinhoso e ignorando o loiro que todos na vila já sabiam ser escandaloso e exagerado.

Ela saiu e Naruto abaixou-se ao lado da esposa.

— Por que não me disse que era... assim?

— Você ia se desesperar atoa — Hinata falava mais baixo que o normal e Naruto notou que ela estava suada. — Não há como evitar isso.

— Uau... — foi tudo o que ele conseguia pensar ao imaginar que o bebê sairia dali. Será que voltaria ao normal? Esperava que sim.

Não demorou para que a médica chegasse, cumprimentando o casal e já terminando de colocar as luvas. Ela se abaixou, verificou a dilatação e olhou para a porta no momento exato em que a enfermeira que os atendia antes entrava carregando um carrinho com panos e outros utensílios que Naruto não tinha ideia do que eram.

Quando olhou para Naruto, porém, sorriu. O homem estava branco feito papel. Aquilo era mais comum do que as pessoas imaginavam, mas era engraçado ver o “herói de Konoha” daquela forma por conta de um parto.

— Pode esperar lá fora, papai. — Demorou para ele notar que a aquilo era pra ele.

— O que? Não, eu disse que ficaria com ela.

— Hinata está em boas mãos, e seu filho também. Assim que nascer, o chamaremos. Mas não temos como fazer um parto e te socorrer em um desmaio. Por favor, espere lá fora e avise aos familiares e amigos que o bebê está nascendo, sim?

É claro que Naruto não sairia. Ele dissera que ficaria, e era isso que faria. Mas logo que sentiu a mão de Hinata pegando a sua e a olhou, não foram preciso palavras para que ele entendesse que o melhor, segundo ela, é que ele fizesse o que a médica pedia. Por mais que quisesse o marido consigo, não queria o traumatizar com algo que ele, definitivamente, não estava pronto.

Do lado de fora, ele deu duas voltas completas no corredor antes de ir até a recepção. Pediu que alguém avisasse aos Hyuugas que o bebê estava nascendo e, logo em seguida, a Konohamaru e Shikamaru. Eles passariam a notícia adiante. Queria contar para Sakura e Sasuke, mas só quando a próxima carta chegasse através do pássaro. Revirou os olhos. O que faria até que seu filho nascesse?

Seu filho!

Seus olhos se encheram de lágrimas. Ele seria pai.

Fechou os olhos, pensando nos próprios pais, que conhecera tão mais velho e de uma forma tão inusitada, mas que eram seu orgulho. Sorriu ao pensar neles.

— Eu vou ser pai, mãe. Eu vou ser pai, pai! Por favor, me ajudem de onde estiverem.

Ele sabia que precisaria de ajuda. Tudo o que desejava era um dia ser orgulho de seu filho, como seus pais eram os seus.

E foi com esse pensamento que o choro o atingiu.

Ele abriu os olhos e virou a cabeça na direção da porta. Não demorou para que a enfermeira aparecesse ali, sorrindo, feliz.

Naruto não sentiu as pernas, mas andou até lá. Entrou no quarto e olhou para Hinata, mas ela não estava mais sozinha.

Suada, com os longos cabelos colados no rosto, os olhos lacrimejando e um sorriso maravilhoso nos lábios. Hinata estava deitada com um pacotinho nos braços enquanto a médica e a enfermeira terminavam de limpar tudo.

E ele se aproximou sem perceber que o fazia. Olhava para aquela imagem que parecia tão irreal, mas também muito maravilhosa. Ele chorava sem perceber.

Quando viu o rostinho daquele pacotinho, não precisou que ninguém lhe dissesse que era um menino. Era o seu menino.

Hinata o olhou, transbordando aquela alegria que sentia, daquela forma única que fazia com que Naruto se sentisse arrebatado. Mesmo que não soubesse se seria um bom pai, ele faria tudo quantas vezes ela desejasse só para ver aquela alegria em seu olhar.

Se abaixou, dando um beijo na testa molhada de Hinata e então, finalmente, levou seus olhos azuis para o menino nos braços de sua mulher. Os fios loiros e rebeldes estavam lá, como os seus, mas o rosto era no mesmo formato do de Hinata. Ele se parecia com ela!

Levou então as mãos até as bochechas pequenas. Haviam duas marquinhas ali, como as suas.

— Kurama... ­— sussurrou, percebendo que a raposa dentro de si tinha causado alguma influência em seu filho.

— Gosto dessas marquinhas — comentou Hinata, sorrindo com carinho e esticando a mão para tocar o rosto dele.

Ele não disse nada. Havia tanta sinceridade naquelas palavras e naqueles olhos. Como ele discordaria? Olhou novamente para o menino nos braços da esposa. Ele parecia inquieto, virando o rosto para vários lados.

— Ele quer ser alimentado — explicou a enfermeira, erguendo um pouco a cama, para que Hinata ficasse sentada sem fazer esforço. — Vamos tentar antes de o vestir? Só para que ele se acalme um pouco.

— Sim, claro — Hinata concordou. A enfermeira a ajudou a aconchegar nos braços. Como toda mãe de primeira viagem, ela parecia um pouco insegura em que movimentos podia fazer. Mas Naruto não conseguia evitar olhar, nem mesmo quando ela abriu a parte da frente de sua camisola, levando o filho ao seio para o alimentar.

Tudo parecia lindo e etéreo para ele. Só que o encanto acabou quando ela fez uma careta de dor.

— Calma, papai, é normal que a primeira amamentação seja dolorida. Com o tempo melhora. — Novamente, ao ser chamado de papai, Naruto ficou paralisado e encantado. Olhou a cena, querendo uma foto daquele momento. Por que não tinha arrumado uma câmera para isso? Mas duvidava se esquecer algum dia.

— Os olhos dele... — comentou Hinata, maravilhada. Naruto se aproximou, esperando ver os olhos pérolas dos Hyuuga, mas lá estavam... Azuis. — Ele se parece tanto com você!

— Ele tem o seu rosto... — comentou Naruto, acariciando as costas de Hinata. Nenhum dos dois notou que a enfermeira tinha se retirado silenciosamente.

— Ele é lindo! — suspirou Hinata.

— Ele é — concordou Naruto. — Eu estive pensando...

Hinata o olhou, curiosa. Não tinham discutido nenhum nome ainda.

— Queria homenagear uma pessoa que foi importante para nós dois. Sem ele, nem eu, você ou mesmo nosso filho estaria aqui...

— Neji... — Hinata sussurrou. Também tinha pensado naquilo nos últimos dias de sua gravidez. Só podia ser um sinal.

— O que acha de Boruto?

— Boruto? — Hinata repetiu a pergunta, olhando para o filho nos braços, que tinha os olhos fechados e parecia tão tranquilo. — Gosto de Boruto.

Naruto sorriu e tocou o filho pela primeira vez, passando a mão pela cabeça dele.

— Seja bem-vindo, Boruto Uzumaki. Saiba que é e sempre será muito amado!


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, esse parto foi total e completamente inspirado no parto da minha afilhada, coisas que vi acontecerem e que a minha comadre me contou também. Não se assustem, futuras mamães, apesar da dor que todas sabemos que existe de forma horrível, minha comadre garante que é algo não traumatizante!

Segundo, o desespero do Naruto de sair correndo e esquecer tudo foi inspirado na reação do meu pai quando a minha irmã mais nova nasceu. Mesmo ele não sendo pai de primeira viagem, acho que os 15 anos de diferença fez com que ele esquecesse como era esse momento (e que do momento que a bolsa estoura até o parto pode demorar um pouquinho kk).

E, finalmente, quando comecei a escrever "Nove Meses" não imaginei que ela fosse se tornar o que se tornou. E, por isso, eu agradeço demais a todos vocês que me acompanharam, deixaram sua força seja favoritando ou comentando, foi realmente muito importante pra mim. Obrigada por todo o carinho!

Um grande abraço e fiquem de olho, pois Himawari pode aparecer pelo meu perfil em algum momento.... ♥



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