The daughter of Alpha escrita por Katherine
Embry encarava a garota dormindo despretensiosamente. Amava Carly sobre tudo em sua vida, e em sua opinião, por mais que a presença dela fosse especial, Sam nunca deveria ter permitido que ela ficasse. Existiam tantos riscos que estava correndo. O dia anterior foi uma apenas uma amostra, ela fugiu, saiu escondida para ir ao encontro de um vampiro que está construindo um exercito para matar os Cullen, e qualquer pessoa que estejam ao lado deles. Isso tudo considerando o pouco tempo em que ela estava ali.
Sam se aproximou do irmão, também encarando a filha que dormia tranquilamente.
— Senti seu cheiro – anunciou em um tom baixo, para que a menina não acordasse – Por que não entrou pela porta da frente?
O alfa fechou a janela, de onde entrava um vento frio.
— Estava em ronda, e decidi ver como ela estava – comentou.
— E por que não usou a porta da frente? – perguntou novamente.
Embry encarou o meio irmão.
— Vocês ainda estavam dormindo.
O mais velho cruzou os braços na altura do peito, com o cenho franzido.
— Não dormiu até agora? – o garoto assentiu – Quer me contar o que está acontecendo?
Eles caminharam para fora do quarto, percebendo então que aquele ponto a conversa se tornaria um tanto quanto mais séria. Emily estava na cozinha, os irmãos sentaram-se a mesa com uma certa expectativa.
— Olá, Embry. Como vai?
— Oi, Emily – cumprimentou a cunhada.
— Desembucha – Sam ordenou, olhando no relógio – Antes que essa casa fique cheia de animais famintos.
— Estive pensando muito, você sabe, estamos correndo um grande risco em ajudar os Cullen com tudo isso. E se nós já corremos riscos prefiro então não mencionar o nome dela nessa conversa – se referiu a Carly – Não acha que seja o melhor momento para reconstruir o tempo em que ficaram um longe do outro.
— Está sugerindo que? – incentivou que ele continuasse.
— Que Carly não deve continuar aqui – despejou as palavras, atraindo a atenção de Emily – Não até que tudo não esteja em seu devido lugar.
Não havia ninguém no mundo – além do Black – que quisesse mais a proteção de Carly do que seu pai. Mas, até que ponto valia o risco? As coisas poderiam fugir do controle. Ela gostava de correr riscos e isso não os ajudava em ponto nenhum. Não sabiam que tipo de relação ela tinha com aquele vampiro e muito menos o que ele estava planejando fazer. Talvez só estivesse usando-a como ponte para chegar nos Cullen de modo mais fácil. Sam sentiu seus ombros caírem com a avalanche de pensamentos que o preencheu de uma hora para a outra, sentiu as mãos de Emily tocarem os seus braços e instantaneamente relaxou.
— Estou te falando tudo isso porque acho que você não seria capaz de pedir para que ela volte. Nunca ficou por tanto tempo com Carly aqui, e eu entendo. Mas estamos expostos a riscos, Sam. Você mais do que eu não quer que algo de ruim aconteça com ela.
A porta foi aberta em um rompante.
— Aconteça com quem? – Paul perguntou, se jogando ao lado de Embry na mesa.
Jacob entrou com Seth logo em seguida. Haviam voltado da ronda.
— Com Carly – Emily respondeu docemente.
A garota apareceu na ponta da escada sorrindo de orelha a orelha. Usava roupas de frio, porém os pés estavam descalços.
— O que tem eu? – perguntou.
— Acho que podemos conversar sobre isso outra hora – Emily sugeriu, voltando para o forno, e tirando um bolo quentinho – Venham comer.
Jacob andou até Carly, também sorrindo e ambos selaram os lábios rapidamente, antes de ela grudar em suas costas.
— O que eu perdi? – Seth perguntou.
— O que nós perdemos – Embry corrigiu comendo um pedaço generoso do bolo – Estão juntos?
- Sim – Jacob respondeu, colocando seu Imprinting no chão, novamente.
— Não dá pra dizer que estamos juntos – Carly o corrigiu.
— Não? – perguntou confuso.
— Nós vamos tentar, não é? – falou.
Embry e Sam se entreolharam.
— Jacob, acha que podemos conversar? – Sam perguntou.
O Black concordou.
— Pai! – Carly o repreendeu.
— Não, está tudo bem – disse o mais novo, beijando o seu rosto antes de sair da casa, juntamente com Embry. Eles ficaram um pouco afastados para que ela não ouvisse – O que houve?
— Acho que essa pergunta deveria ser minha, não? – Sam brincou.
— Nos encontramos ontem – falou – E acho que ela me perdoou. Mas, eu conheço vocês, não parece ser por esse motivo que querem conversar.
Embry suspirou.
— Não sabemos o que está prestes a vir, Jake. E se você realmente ama ela vai concordar que corre perigo tanto quando a Bella – falou – Porque a Bella ainda foge do perigo, Carly vai ao encontro dele.
— Não entendi – disse.
— Talvez fosse melhor que ela voltasse para a casa de seus avós, por enquanto, até que tudo esteja em seu lugar – Sam falou.
— Ou então podemos fazer o que foi feito até agora – Jacob sugeriu – Nós cuidamos disso.
— Como cuidamos ontem? – Embry perguntou – A situação fugiu do nosso controle.
— Olha, eu não posso concordar com isso.
— Não esperamos que concorde – o Alfa falou – Já imaginava que essa seria a sua reação.
— E também deveria ser a de vocês. Já perguntaram pra Carly o que ela acha disso? Claro que não, né? – não houve uma resposta – Conheço ela o suficiente pra saber que não quer isso. Ela se arrisca sim, e eu fico tão louco com isso quanto vocês, podem ter certeza. Mas eu aprendi que não dá pra segurá-la. Ela gosta disso, Sam. Quer ajudar e por mais que eu odeia admitir ela sempre consegue. Então, acho que deveriam parar de encarar isso de uma forma ruim!
— Jacob, que tipo de lavagem cerebral minha filha fez em você?
— Você confia em mim, Sam? – o Alfa assentiu contrariado – E você, Embry?
— Claro que confiamos em você.
— Então deixem comigo, não vai acontecer nada – prometeu – Eu garanto.
Suspiraram contraídos.
— Se tiver um fio fora do lugar... – ameaçou Sam.
— Não vai – falou rapidamente, entrando novamente para dentro da casa, com os dois em seu pé. Ele não podia lembrar um dia que esteve tão feliz quanto hoje. Abraçou o corpo da garota por trás – Quer sair?
Ela o olhou com o cenho franzido.
— Onde vamos? – perguntou, mas não esperou que ele respondesse – Já volto.
Correu em direção ao seu quarto para buscar seu telefone celular e calçar sandálias abertas. Estava com um vestido branco, mais justo na parte de cima e após a cintura havia uma saia um pouco armada. Fazia frio lá fora, então buscou um casaco de frio, que cobria até a altura do vestido. Estaria com Jacob, então ele mesmo poderia ser seu aquecedor ambulante.
— Não nos deixe sem noticias de novo – Sam pediu a filha, lançando um olhar para Jacob antes de saírem pela porta.
Não haviam tantas pessoas assim em La Push o que era bom, o casal não tinha que encarar aqueles olhares de julgamento que haviam até mesmo na reserva. Todos sabiam que Jacob Black era um garoto problemático, e que de certa forma a filha de Sam Uley havia melhorado esse lado dele. Como as noticias corriam rápido, certamente sabiam que não estavam mais juntos... até ontem.
— Se importa de passar em casa? – o Black perguntou, enrolando o braço esquerdo na cintura de Carly, que tremeu um pouco ao sentir a ventania.
— Não, tudo bem.
Caminharam lado-a-lado imaginando algum lugar que poderiam ir, não chegando a conclusão alguma.
— No que está pensando? – ela perguntou, parando de andar por um momento, ao ver que chegaram em frente a casa dos Black.
— Que somos um casal – ela arqueou a sobrancelha –, e que até hoje não fizemos nenhum programa idiota de casal.
Carly riu, beijando levemente o pescoço de Jacob.
— Quer fazer um programa idiota de casal?
Jake fez uma careta.
- Não sou eu quem deveria convidar?
— Você realmente não sabe namorar, Jacob – acusou o puxando para a varanda.
— E você sabe? – perguntou.
— Se você quer mesmo saber, eu já namorei uma outra vez – disse dando de ombros. O transformo parou de andar e sua expressão se tornou ainda pior – O que foi?
— Você já namorou antes? – perguntou.
Ela assentiu.
— Um garoto da escola – falou – Durou dois dias.
O moreno riu, deixando a careta de lado.
Pelo visto não havia ninguém em casa, então seguiram para o quarto de Jacob sem cortar o assunto.
— Você realmente cansa rápido – acusou, procurando por uma roupa em seu guarda-roupa.
— Não canso não. Ele era filho de uma amiga da minha mãe e nos conhecíamos desde pequenos, mas não deu certo porque ele queria ir ao baile de outono, e eu não. Ameaçou convidar a garota que eu mais odiava na escola inteirinha, e eu simplesmente desejei a ele bom baile – disse, se jogando em sua cama, olhando o teto. Houve um silencio mutuo – O que foi?
Jacob estava ao seu lado, sem dizer nada. Ela sorriu discretamente antes de beijá-los nos lábios. Não sabia que tipo de programa idiota de casal ele estava pensando em fazer, mas certamente ficar ali seria melhor. O beijo que antes era calmo, tornou-se a se apressar, fazendo com que os dois buscassem o ar entre um selar de lábios e outro. O transformo ouviu o barulho da porta da frente sendo aberta e se separou rapidamente, mesmo que contra a vontade.
— O que foi? – perguntou novamente, chateada pela separação repentina.
Ele apenas fez sinal, indicando que alguém havia chego. Saíram do quarto tão rápido quando entraram, encontrando Billy e Charlie ali, assistindo ao jogo.
— Crianças – Charlie cumprimentou – Como vão?
— Oi – Carly sorriu sem mostrar os dentes. Como Isabella poderia ser filha de alguém tão legal?
— Ah, olá Carly – Billy sorriu – Que bom que estão bem, Jacob estava me dando nos nervos.
— Valeu Pai – agradeceu.
Billy podia jurar, fazia muito, mas muito tempo que não via seu filho daquele jeito.
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