Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 4
Capitulo 4 - Acostumando-se


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amorecos? Como estão todos vocês? Bora para mais um capitulo de "Cristais de Gelo", to aqui super empolgada para saber se vão gostar, bom, quero agradecer a quem comentou no capitulo 3 eu só vou almoçar e já vou responder todos os comentários, fiquei muito feliz em lê-los... Estamos perto dos caps mais emocionantes não percam, esperamos que goste desse e deixem comentários!



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4. Acostumando-se

Eu achei estupidamente que só em me manter longe de Cato eu me sentiria em segurança. Mas aquele desgraçado parecia querer me perseguir até mesmo em meus sonhos.

Por um momento tudo parecia extremamente real, lá estava eu andando pela fazenda, até parar próximo a algumas rosas que encontrei no meio do caminho, arranquei uma, cheirei-a e sorri levemente, senti realmente o perfume daquela rosa, e também eu senti uma sensação de paz, eu parecia á vontade na fazenda, eu parecia feliz. Mas em certo momento Peeta aproximou-se, ele não estava sozinho, havia alguém do lado dele e quando vi de quem se tratava, eu desesperei-me, dei alguns passos para trás, com os olhos arregalados.

— Katniss, o seu marido venho te buscar... – Peeta disse para mim e eu no mesmo momento discordei com a cabeça.

— Não... Não... – eu disse num tom baixo, mas para mim mesmo do que para eles.

— O que foi amor? O teu lugar é lá em casa, comigo... – Cato respondeu friamente.

— EU NÃO QUERO IR COM VOCÊ! EU NÃO QUERO! – eu gritei, mas de nada adiantou, ele se aproximou, me agarrou pela cintura e começou a arrastar-me, tentei me debater, eu gritei, pedi desesperadamente a ajuda de Peeta, mas ele não fez nada, apenas ficou me observando, ser arrastada por aquele monstro para fora da fazenda.

Tudo ficou escuro, parecia que o pesadelo estava chegando ao fim, até que:

— Você nunca vai se livrar de mim Katniss...  – ouvi Cato falar, a sua voz parecia tão real, que senti como se ele estivesse ali mesmo, do meu lado, falando essas palavras no meu ouvido.

Eu acredito que dei um grito, mas quando eu voltei em mim eu já estava sentada na cama, desesperada e ofegante. E então eu ouvi o barulho de abrir de porta.

— Katniss está tudo bem?  - Peeta perguntou, entrando no quarto, ele parecia assustado. Notei que ele estava usando apenas uma bermuda preta e seus cabelos estavam todos bagunçados.

Senti algumas lágrimas escorrerem pelos meus olhos, e notei o quanto minhas mãos estavam tremulas, senti-me estupida em estar chorando na frente de Peeta, mas eu não estava conseguindo me controlar.

— Desculpa se eu te acordei... – eu falei quando a voz voltou, Peeta sentou-se na cama, em frente a mim. – Eu tive um pesadelo!

Ele sorriu de leve para mim e tirou algumas mexas do meu cabelo do meu rosto, o colocando atrás da minha orelha. 

Pisquei algumas vezes enquanto ainda o olhava, havia sido um pequeno gesto, mas senti incomodada com o toque dele e então deslizei o meu corpo para trás.

— Eu tenho pesadelos de vez em quando também, e pelo seu grito deve ter sido terrível, com que você sonhou? – ele perguntou.

— Eu... Eu... Eu não me lembro... – eu menti.

Peeta suspirou e concordou com a cabeça depois levantou-se da cama.

— Quer beber um chá? – ele perguntou para mim.

— Não precisa se incomodar, pode voltar a dormir! – eu disse

—Não é incomodo algum... – ele respondeu.

Peeta acompanhou-me até a cozinha, dava a impressão de que tudo ficava ainda maior sem a presença dos empregados,

Eu ainda estava usando o vestido branco que Peeta me emprestou, eu estava ainda sem roupas e estava decidida a comprar algumas quando amanhecesse.

Peeta preparava o chá, enquanto eu estava sentada no balcão da cozinha, percebi que ás vezes ele olhava para mim discretamente e eu sentia meu rosto esquentar toda vez que nossos olhos se encontravam.

 - Está melhor? – ele perguntou e eu apenas concordei com a cabeça. – Hoje de tarde poderíamos ir á cidade, imagino que você queira comprar algumas coisas, na verdade eu posso comprar para você...

— Eu tenho dinheiro, não precisa se preocupar! – respondi rapidamente.

— Eu insisto, não precisa gastar o que você tem, eu tenho dinheiro, posso comprar... – Peeta respondeu.

— Você já está fazendo muito por mim permitindo que eu fique aqui na sua fazenda, eu não quero que você fique gastando comigo, sendo que eu não sou nada sua... – respondi.

— Você um dia foi minha amiga! – ele falou, e então olhei para ele com a boca entreaberta, pela primeira vez ele estava falando disso. – E quem sabe poderíamos ser amigos de novo...

Eu desviei o olhar rapidamente para o chão, e senti a aproximação de Peeta, olhei rapidamente para ele e vi que ele estava colocando a caneca de chá no balcão.

— Beba, você vai se sentir melhor, eu gosto de beber chá depois de ter um pesadelo... – ele disse, sentando na cadeira ao meu lado, e apoiou seus dois braços em cima do balcão.

— E quando você tem pesadelos você sonha com o que? – perguntei a ele.

— Eu sou igual você, na maioria das vezes eu não me lembro dos meus pesadelos! – ele respondeu, mas tive a impressão de que ele está mentindo.

Eu apenas fingi que acreditei, concordado com a cabeça, afinal, eu não podia falar nada já que eu estava mentindo para ele também, infelizmente eu me lembrava do pesadelo. Peeta ficou me observando enquanto eu bebia o chá, ele olhava-me com um olhar curioso, parecia pensativo. Ele deve estar fazendo varias teorias em sua mente, pensando no que poderia ter acontecido comigo. Apesar de que, não é tão difícil de adivinhar, eu estou com o olho roxo.

Depois que eu voltei para o quarto, eu tive um pouco de dificuldades para dormir, afinal, eu estava com medo de sonhar novamente. Peeta deixou-me na porta e desejou-me uma boa noite, disse que eu poderia chama-lo caso precisasse, mas é claro, isso não seria algo que eu teria coragem de fazer.

Fiquei um bom tempo deitada, olhando para um ponto fixo na parede, ali não tinha nada, mas a minha cabeça girava e girava. Nunca fui de ter medo de ter pesadelos, mas tenho que admitir que sonhar com Cato é terrível.

Eu acho que demorei quase uma hora para conseguir pegar novamente num sono, e acordei apenas no outro dia escutando barulhos de pássaros e de galos, eu cocei os meus olhos e senti-me aliviada por não ter sonhado novamente com o Cato.

Quando peguei o meu celular, vi que a bateria já tinha descarregado por inteiro, o meu celular estava totalmente apagado, eu teria também que comprar outro carregador.

Fui para o banheiro tomar um banho, eu tinha lavado a outra calcinha no dia anterior e por sorte ela já havia secado, a levei junto com meu sutiã e tomei uma ducha rápida, me ensaboei rapidamente e depois desliguei o chuveiro. Olhei-me no espelho e passei a mão nele por ele estar embaçado. Meu olho estava roxo, mas bem menos do que antes. Hoje eu teria que usar novamente óculos escuros. Afinal, nem mesmo maquiagem eu tinha, se não eu poderia passar para disfarçar.

Eu também estava precisando comprar shampoo e condicionador, desde que fugi da mansão eu não tinha mais lavado o cabelo e isso estava começando a me incomodar, realmente eu iria gastar muito dinheiro, comprando peças de roupa, shampoo, condicionador, um carregador para o celular, escova de dentes, tudo bem que Peeta tinha arrumado uma escova de dentes para mim, mas ainda assim eu estava querendo comprar uma outra.

Talvez eu vá precisar aceitar que ele pague algumas coisas, mas só de pensar nisso eu ficava totalmente incomodada.

Enquanto eu me secava eu me lembrei de que eu esqueci a minha roupa na cama, então eu vesti a calcinha e o sutiã, abri a porta do banheiro e estava caminhando para o quarto, eu já estava próxima da cama quando a porta se abriu, eu arregalei os olhos quando eu deparei-me com Peeta entrando no quarto. Ele me encarou e eu o encarei, senti no mesmo minuto o meu rosto esquentar, e por mais que eu quisesse, eu não conseguia nem mesmo me mexer, ele entreabriu os lábios, deu uma rápida olhada em mim dos pés a cabeça e depois rapidamente desviou o olhar. Notei que ele ficou totalmente envergonhado, assim mesmo como eu.

— Desculpe, eu me esqueço de bater na porta, eu tenho essa péssima mania! – ele disse, virando-se e já ia sair do quarto, quando eu o chamei.

— É, não precisa sair, eu já coloquei a toalha... – eu disse, cobrindo-me com a toalha que estava em minha mão.

Ele virou em minha direção, e então eu notei o quanto ele estava vermelho.

— Novamente me desculpe... – ele disse, e eu sorri, embora o sorriso tenha saído um tanto forçado.

— É, tudo bem, eu não estava nua... – falei, passando a mão no cabelo, tentando disfarçar a vergonha, mas eu havia ficado completamente envergonhada.

— Eu vim aqui para perguntar se você vai durante a manhã na cidade... – ele me perguntou.

— Se não for incomodo eu prefiro... – eu respondi, ele sorriu para mim.

— Não vai ser incomodo nenhum, então eu mesmo vou aproveitar e comprar ração para os cachorros, é que acabou ai se você não fosse agora, eu ia pedir para algum empregado ir comprar... – Peeta coçou a cabeça, e notei que seus olhos novamente desceram até meus pés e novamente subiu até meu rosto, ele parecia ainda desconcertado. – É, eu vou deixar você se vestir e o café já está servido, com licença! – ele disse, embaralhando-se nas palavras e somente quando ele saiu eu consegui respirar normalmente.

Sentei-me na cama e fiquei algum tempo ali, recuperando-me.

Depois de vestida, olhei-me alguns segundos nos espelho, eu não tinha como me arrumar, eu não tinha maquiagem, meu cabelo já estava muito oleoso, eu não estava conseguindo me sentir bonita. Ainda enquanto eu olhava-me no espelho lembrei-me do olhar do Peeta sobre o meu corpo, embora o olhar tenha sido rápido e discreto, havia sido intenso, eu sei que ele me desejou, eu conheço muito bem os olhares dos homens, quantas vezes eu vi homens olhando para mim com desejo, e de forma bem mais ousada que a do Peeta.

Mas havia sido um olhar educado, disfarçado e logo depois ele ficou totalmente desconcertado. Realmente Peeta era um cavalheiro, e embora eu já o conhecesse por muito tempo, pela primeira vez eu me perguntei se ele realmente existia.

+++

Eu evitava olhar para Peeta, eu tenho que confessar que eu sentia-me extremamente sem graça toda vez que nossos olhos se encontravam, ainda eu sentia minhas bochechas esquentarem toda vez que eu me lembrava do momento em que Peeta me viu apenas de roupas intimas, ele também parecia sem graça, o suficiente para evitar puxar assunto.

Estávamos na picape dele, eu estava sentada no banco da frente e Peeta dirigia em direção á cidade, nós iriamos até uma cidade pequena que é próximo da fazenda, por sorte eu não teria que voltar para onde eu vivia antigamente, lá eu só queria distancia.        

Enquanto ele dirigia, ele falou poucas palavras, nada de importante, parecia também desconcertado e tenho que confessar que um clima estranho estava pairando no ar.

Eu observava a paisagem pela janela, de inicio estávamos em uma estrada de terra, e a única coisa que eu via eram arvores, depois começamos andar no asfalto e comecei a ver as primeiras casas. Seguimos até chegarmos a cidade e Peeta estacionou o carro próximo a uma praça, ela era agradável, tinha um lindo chafariz de cavalo, as casas eram simples, mas bastante bonitas, lembrava-me das novelas que retratavam tempos antigos. Parecia que eu estava em outra época.

— Parece que você gostou daqui... – Peeta disse, enquanto passávamos pela praça e eu olhava o chafariz, completamente encantada com aquele lugar. Eu queria tirar os óculos e observar o chafariz de perto, mas eu não tive coragem.

— É muito legal, você vai viver em um lugar encantador Peeta... – eu disse sorrindo para ele.

— Você também! – ele falou, e no mesmo minuto meu coração disparou. O que ele queria dizer com isso? Que eu continuaria vivendo com ele para sempre?

Logo depois eu tirei esse pensamento de minha cabeça, provavelmente eu havia entendido errado, começamos a andar pelas ruas e eu sentia-me até uma idiota de olhar tanto para os lados, Peeta levou-me para a primeira loja, ela era de roupas, escolhi algumas peças e no momento em que fui ao caixa pagar, Peeta impediu-me, entrou na minha frente e tirou notas altas do bolso e já foi entregando para a mulher do caixa.

— Peeta você já está fazendo muito por mim, não precisa pagar as roupas... – eu disse.

— Eu já disse, eu tenho dinheiro e quero te ajudar... – ele insistiu enquanto pegava o troco com a mulher, e guardava em seu bolso, eu pensei ainda em protestar, mas acabei desistindo.

Depois de comprar as roupas, eu comprei um carregador, passei também em uma farmácia e comprei uma escova de dentes, shampoo, condicionador e algumas maquiagens, tudo Peeta insistiu em pagar, e ainda me ajudou com as sacolas, afinal, eu tive que comprar bastante peças de roupas, eu só tinha as que eu estava vestida quando fugi da mansão, então precisei comprar camisola, roupas intimas e roupas para usar no dia a dia.

Peeta ajudou a guardar tudo no carro, e depois ainda passamos numa casa de ração, para que ele comprasse ração para os cachorros e quando entramos na picape para voltar para fazenda, eu o olhei com um leve sorriso nos lábios, ele estava sendo muito legal comigo, isso eu não podia negar, tanto, que eu estava me sentindo bem menos desconfortável na presença dele.

— Obrigada! – eu agradeci e dessa vez saiu bem mais fácil do que na primeira vez que eu o agradeci.

Ele me olhou com um sorriso no rosto.

— Obrigado por deixar eu te ajudar...  – ele disse daquele jeito amável dele de sempre. Antes isso me irritava, agora eu já estava aceitando o seu jeito amável bem melhor.

Ele acelerou o carro e voltamos em direção á fazenda, assim que descemos da picape, os funcionários vieram ajudar ele a tirar as sacolas, ele pediu para que as levasse para o meu quarto, e logo que ele se virou os dois cachorros de Peeta vieram correndo na direção dele, pularam nele e ele logo riu, enquanto acariciava cada um deles.

Fiquei o observando com um leve no sorriso do rosto. Eu não gostava de cachorros, mas tenho que admitir que era agradável ver o carinho que ele tinha pelos bichos.

— Você se dá bem com os animais! – eu disse, e então um dos cachorros dele olhou para mim e logo venho na minha direção. – Hei, calminha, calminha, vai, senta, senta! – eu dizia, mas ele não me obedecia, colocou as suas duas patas em minha cintura e começou a latir e ficou me olhando com a língua dele para fora.

— Bexter sai dai, você vai sujar todo o vestido dela! – ele disse, puxando-o pela coleira e o tirando de cima de mim. E não é que ficou mesmo a marca das duas patas dele no vestido branco.

— Ainda bem que eu comprei roupas novas! – eu disse, olhei para Peeta e vi que ele sorria, enquanto ainda segurava o cachorro.

— Me desculpe, esse Bexter é bem danado... – ele disse, e logo o cachorro começou a lamber o seu rosto, eu fiquei o olhando com as sobrancelhas franzidas. E logo fui para o quarto para trocar de roupa.

E enquanto eu entrava na casa, eu sentia que Peeta estava ainda me olhando e estava sorrindo para mim.

+++

Lá estava eu, deitada na cama, olhando para o teto do quarto. Já havia colocado o celular para carregar, eu já havia jantado. Peeta já tinha me dado boa noite e eu estava na minha terceira noite na casa dele. Tudo estava silencioso, com exceção dos barulhos dos grilos.

Foi quando escutei outro som e não era de nenhum animal, sentei rapidamente na cama, e continuei prestando atenção. Era uma musica, sim alguém estava tocando piano e ainda tocava muito bem.

Lembrei-me de que cheguei a ver um piano na sala de estar do Peeta, eu não tinha prestado atenção nele, também passei por ali rapidamente, mas naquele momento era impossível não de me lembrar do piano, ou algum funcionário estava tocando ou era Peeta mesmo, que é o mais provavel.

Levantei-me da cama e comecei a caminhar em direção a porta, fiquei meio receosa em ir até lá, e quase desisti, fiquei algum tempo parada, com a mão na maçaneta, apenas escutando a musica, estava tão baixinho, não dava para ouvir muito bem dali, eu queria ouvir melhor.

Girei a maçaneta e sai do quarto, passei pelo corredor e cada passo que eu dava em direção á escadaria, eu conseguia escutar melhor a musica, comecei a descer as escadas, e então eu passei pela sala de jantar, parando bem na entrada da sala de estar, cruzei os braços e fiquei ali apenas o olhando. Um sorriso de leve surgiu em meus lábios, eu não consegui segurá-lo, era lindo ver Peeta tocando piano.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Parece que Katniss está ficando mais a vontade na casa de Peeta, iai o que acharam? Deixem reviews!!!