Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 17
Capitulo 17 - Vivendo de ilusões


Notas iniciais do capítulo

olá pessoal. demorei um pouquinho, mas estamos de volta, esperamos que goste do capitulo e pedimos que não deixem de comentar, ainda mais agora que estamos entrando na reta final da história. muitas emoções virão nesses proximos capitulos não perca, e já começamos as emoções no capitulo passado né? se puderem também recomendem e favoritem, deixaria nós bastante felizes e mais empolgados a postar mais rápido.
é isso ai esse é o ultimo capitulo do ano então desejamos um feliz ano novo a todos, e esperamos que tenham tido um bom natal, beijos beijos e até 2018!



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17. Vivendo de ilusões

Eu fiquei muito surpresa quando Peeta me contou que Glimmer foi encontrada morta em um beco, ela estava jogada lá como se não fosse nada, como se não fosse um ser humano sequer, aquilo fez meu estomago revirar, até mesmo imaginei a cena. Quem teria sido tão cruel a ponto de assassiná-la dessa forma?

Peeta também ficou mal com a noticia e eu o entendia, apesar de tudo ela foi esposa dele, um dia ele deve ter sentido algo por ela, talvez ele ainda sinta compaixão, e é terrível saber que esse foi o fim trágico dela.

— Eu não a amava Katniss, mas eu não queria que ela terminasse assim... – Peeta disse, com os olhos marejando, coloquei meu braço em volta dele, encostando minha cabeça em seu ombro.

— Eu sei Peeta, mas a culpa não foi sua! – eu falei, ele me olhou.

— Eu sei que não, mas eu sei que tudo isso aconteceu por causa do vicio dela, ela deveria estar bêbada e algum desgraçado se aproveitou dela, estão fazendo exames, mas parece que ela foi vitima de violência sexual! – Peeta falou para mim, eu suspirei e desviei o olhar para o chão, ouvir aquela palavra me fazia sentir um frio estranho no meu estomago, ouvir aquela palavra me fazia se lembrar de Cato.

Varias vezes eu fiz sexo com ele sem estar com vontade, na verdade até mesmo perdi as contas de quantas vezes isso aconteceu, eu sei o quanto é terrível, ficar com a cabeça virada para o lado apenas torcendo para que tudo aquilo acabasse rápido, lembro de quantas vezes fiquei pensando em outras coisas, fingindo estar em qualquer outro lugar que não fosse ali, as vezes dava certo, as vezes não, mas imagino o quanto para ela deve ter sido pior, já que com ela deve ter sido ainda com um desconhecido, e ainda, ela acabou perdendo a vida após isso.

— Ele a matou como? – perguntei, voltando a olhá-lo.

— Enforcada! – Peeta falou, algumas lágrimas caíram dos olhos dele, e eu o abracei com mais força. – Ela fugiu de casa por minha causa Katniss!

— Não Peeta, não foi sua culpa, foi ela que escolheu essa vida, ela que escolheu viver no vicio... – eu disse, Peeta ficou me olhando, eu rapidamente tirei as lágrimas dos olhos dele.

Uma coisa eu aprendi nesses anos todos, que o vicio realmente é algo terrível, ele não destrói apenas a pessoa viciada, mas também todos que estão a sua volta, Glimmer foi um grande exemplo disso e cato também, Cato além de se destruir queria também me destruir, e por muito tempo conseguiu, destruiu o meu autoestima, destruiu até mesmo a minha vontade de viver, já Glimmer acabou com a vida dela, tum único motivo: o vicio, apenas pelo prazer de viver iludido.

Sim, é incrível como os seres humanos ás vezes dá tudo para viver apenas uma vida de ilusões, viver o prazer da mentira que a bebida os leva, sem se dar conta de quanto isso é perigoso. Pois, sim a ilusão simplesmente é algo passageiro, é como se fosse belos cristais de gelo, que duramtempo suficiente para você amá-las, querê-las, deseja-las e depois some, em sua infinita transparência, deixando apenas a dor, a angustia, o sofrimento de ter que se deparar novamente com a terrível realidade.

E foi simplesmente isso que aconteceu com Glimmer, ela viveu uma vida de ilusões, deixou-se levar por ela, se encantou, se viciou, e permitiu que a ilusão a possuísse, invadisse, destruísse e a matasse.

— Ela estava com um problema... – ele disse, fazendo-me voltar a realidade, ele olhava para seus próprios pés.

— E você tentou ajuda-la, mas você não pode solucionar tudo, ela precisava também querer se ajudada... – eu disse.

— Eu sei... – ele disse, voltando a me olhar. – Mas, eu me sinto péssimo com isso, eu não entendo como alguém pode deixar se destruir com a bebida e com... – ele se calou por alguns segundos, antes de continuar. – Minha mãe disse que parece que ela tinha entrado no vicio das drogas!

— Ai meu Deus, eu sinto muito! – falei, pegando a mão dele, e segurando-a.

— Imagina quando um dia eu ter que contar isso para os meus filhos? – Peeta disse, parecia mesmo preocupado com isso.

— nesse momento eu estarei do seu lado, e vou te ajudar, vai ser um momento difícil, mas sei que as crianças vão compreender e vão superar! – eu falei, apertando a mão dele com força.

— Obrigado! – ele agradeceu, eu sorri para ele, enquanto sentia meus olhos lagrimejarem.        

— Somos uma família agora, e a família serve para apoiar um ao outro! – eu disse, sorrindo para ele, peguei seu rosto com as duas mãos e o beijei, Peeta me correspondeu, abraçando-me com força.

+++

Foi realmente um momento difícil, Peeta se enrolou nas palavras para contar para Alex e Logan que a mãe deles havia morrido, Alex não entendeu muito bem o que havia acontecido, mas Logan sim e caiu no choro, Peeta ficou um tempo abraçado com Logan, enquanto ele chorava em seu colo e molhava a roupa dele com as suas lágrimas, eu senti vontade de chorar enquanto assistia a cena, enquanto permanecia calada e abraçada com Alex.

Fui encontrar a família Mellark novamente no enterro de Glimmer, Finnick estava presente, ele estava junto de Annie e aproveitei para conversar com ele, ficamos um tempo afastados, na companhia um do outro, pois sabíamos que esse era um momento da  família de Glimmer e de Peeta, afinal, nem ele e nem eu tivemos contato com ela, estávamos mais lá como acompanhantes.

 Durante todo enterro evitei contato físico com Peeta, não queria que a família de Glimmer percebesse que ele e eu estávamos juntos, pois seria algo extremamente constrangedor.

— Iai você e a Annie? – perguntei para Finnick, meio curiosa.

— Estamos começando a ficar! – ele disse para mim, eu sorri para ele.

— Que legal Finnick! – eu falei, sorrindo para ele. – Eu também estou começando um relacionamento com o Peeta!

— Ah já estava mesmo na hora, eu achei que eu ia me casar com Annie e vocês ainda estariam nesse lenga-lenga! – ele disse num tom brincalhão.

— Ai seu bobo! – reclamei com ele, depois voltamos a prestar atenção no enterro.

Os meus olhos foram em direção de Peeta que estava perto de sua mãe e de Annie, cada mão de Peeta, ele segurava uma das crianças, enquanto observava o caixão descer e começarem a tampá-lo com a terra, eu vi Alex, jogar uma rosa lá dentro, já Logan, parecia não querer olhar, ele ficava com a cabeça apoiada na camisa do pai, o meu coração se apertou, enquanto eu me perguntava o que estaria passando na cabeça daquelas crianças, eram tão pequenos e já estavam passando por momentos tão difíceis. Espero que agora eles possam começar uma nova fase na vida, melhor, sem preocupações, que possam aproveitar a infância e brincarem, se divertirem, como todas as crianças têm que fazer e como todas as crianças merecem.

No caminho de volta para a fazenda, Alex e Logan dormiram no banco de trás, percebi que Peeta estava com um olhar longe, havia olheiras profundas em volta de seus olhos e seu rosto estava um pouco pálido, segurei na mão dele e permaneci em silencio, enquanto olhava o lado de fora pela janela, eu sabia que naquele momento o melhor a se fazer era ficar assim, em silencio.

+++

Após colocarmos as crianças no quarto, Peeta e eu fomos para o nosso, ele sentou-se na poltrona e eu ajudei ele a tirar os sapatos.

— Você não quer comer alguma coisa? – perguntei para ele.

— Sinceramente eu estou sem fome, mas se você quiser comer meu amor, posso falar para Molly... – ele começou.

— Na verdade eu também não estou com fome! – respondi. Depois me aproximei mais dele e passei a mão em sua testa, notei que estava soada.

— Como você está se sentindo? – perguntei.

— Não muito bem, euy estou preocupado com as crianças... – ele falou para mim.

— Eu sei, mas pense que elas têm você e agora têm eu também, a gente vai cuidar delas e vamos dar o que elas precisam... – eu garanti a ele, ele então sorriu para mim.

— Eu sei meu amor, eu sei que você vai ser uma mãe para eles bem melhor do que a Glimmer foi! – Peeta disse pegando em minha mão. Ele ficou olhando para ela. – Eles adoram você!

— Eu também os adoro! – eu disse, dando um beijo na cabeça dele. - Bom, agora vamos ter que distrai-los, para eles não ficarem pensando nisso, principalmente Logan, porque Alex ainda é novo e acho que ele ainda não se deu conta direito do que realmente aconteceu...

— É verdade, amanhã cuidaremos disso!

— Eu acho que é melhor você ficar uns dias sem trabalhar na livraria... – Peeta disse, soltando um suspiro.

— Eu prefiro também ficar em casa! – eu falei.

— Você se importaria se eu contratasse uma ajudante para Tara? – ele me perguntou.

— Claro que não, eu também ficaria com muita dó dela, de ter que novamente lidar com a livraria sozinha... – eu disse, ele sorriu para mim e então beijou minha mão.

— Obrigado meu amor, eu te amo! – ele disse e então me puxou, para que eu pudesse sentar no colo dele, encostei minha cabeça em seu ombro e senti então o cheiro maravilhoso de seu perfume.

— Eu também te amo! – declarei.

Naquela noite Peeta dormiu abraçado comigo, o seu rosto estava encostado em meus ombros, e seus braços em volta de minha cintura, ele me abraçava forte, e eu conseguia escutar o barulho forte de sua respiração, eu não conseguia dormir, então fiquei ainda um bom tempo sem se mexer para não acordá-lo, ele estava tão aflito, pelo menos nessa noite ele não estava tendo pesadelos, o que me deixava um pouco mais sossegada.

Eu sorria para ele, enquanto acariciava seus cabelos lisos, notei o quanto ele estava suado, assim como a sua testa, tirei o edredom de cima de nós, para que Peeta pudesse se refrescar um pouco, ele se remexeu, soltou-se de mim e virou para o outro lado.

Soltei um suspiro e sentei na cama, aproveitei que ele havia virado para me levantar, fui até o banheiro, usei e depois sai do quarto, lembrei-me de uma noite de insônia que tive e Peeta me ofereceu chá, decidi então ir até a cozinha para preparar uma xicara de chá para mim.

Assim que entrei na cozinha, vi que não estava sozinha, Molly estava fechando um armário da cozinha, assim que ela me viu, franziu as sobrancelhas, eu também estranhei ela ainda estar na cozinha, afinal, já deve ser de madrugada.

— Está sem sono? – ela perguntou para mim, seguindo em direção do balcão da cozinha, ela abriu a garrafa de café, pegou uma xicara no balcão, e encheu de café nela, começou a beber enquanto me olhava.

— Sim, e parece que eu não sou a única, não é? – perguntei, sorrindo para ela.

Ela sorriu para mim também.

— É, foram muitas emoções hoje, foi um dia difícil! – ela falou.

— E beber café não vai piorar? Ai que você não vai conseguir dormir, não é? – perguntei, aproximando-me dela.

— Para mim tanto faz, bebendo café ou não, eu sei que hoje eu não vou conseguir dormir mesmo... – ela disse para mim, soltei então um suspiro. – você quer café?

— Na verdade eu vim preparar um chá! – eu disse.

— Não, deixa que eu preparo, sente-se senhora! – ela disse.

— Não precisa se incomodar, eu...

— Que isso senhora, não é incomodo algum, sente-se! – ela insistiu, interrompendo-me e então eu suspirei e acabei sentando, coloquei os meus braços em volta do balcão e fiquei observando Molly, enquanto ela mexia no armário e pegava uma pequena caixa de chá.

E enquanto ela preparava, eu a olhava fixamente.

— Como Peeta está? – ela me perguntou.

— Ele dormiu, ainda bem, ele precisa descansar! – respondi.

Ela me olhou rapidamente, e sorriu levemente.

— Eu concordo com você, ele parecia bastante abalado! – ela disse, pegando uma caneca no armário, e colocando agua nela.

— Ele se culpa pelo que aconteceu, mas eu já disse a ele que ele não tem culpa, ele não tinha como salvar a Glimmer, ela que decidiu isso para vida dela, não tinha como ele impedir... – eu falei, Molly olhou-me rapidamente, sorriu forçadamente para mim.

— Eu sempre digo isso a ele, ele sempre teve essa mania de querer se culpar por tudo que a Glimmer fazia, mas o que ele tinha que entender é que Glimmer estava quebrada por dentro, e não tinha como ele concertar... – ela falou, depois soltou um longo suspiro. – ele fez o que podia por ela, na verdade ele fez mais do que deveria...

— É verdade, não tinha como ele ajuda-la, se ela não queria ser ajudada! – concordei.

Trocamos sorrisos fracos.

— O importante é que ele tem seu apoio agora, e ele precisava muito disso, de uma mulher que estivesse do lado dele de verdade e que o apoiasse em tudo que ele precisasse! – Molly falou ainda sorrindo. – Fico muito feliz que ele tenha encontrado você! – ela então colocou três saquinhos de chá dentro da caneca e depois voltou a me olhar.

— Você acha mesmo que eu apareci na vida dele num momento bom? – perguntei.

— Acho que sim, tudo aconteceu da forma que tinha que acontecer Katniss, você foi como a esperança que Peeta precisava para acreditar novamente no amor, para acreditar novamente na vida, para finalmente conhecer o que é a felicidade de verdade... – ela disse e continuei sorrindo para ela. Ouvir aquilo me deixava mais calma. Era bom saber que mais alguém acreditava que Peeta e eu nos reencontramos no momento certo, ás vezes mesmo não querendo eu duvidava disso.

+++

Depois de tomar o chá com Molly decidi voltar para o quarto, eu não queria que Peeta acordasse e notasse que eu não estava ao lado dele, Molly disse que daqui alguns minutos também iria para o seu quarto. Então me apressei e subi as escadas  e comecei a caminhar pelo corredor, já estava perto do meu quarto, quando ao passar pela porta do quarto de um dos meninos, ouvi um barulho que chamou minha atenção. Era choro.

Parei de andar e voltei até a porta, olhei pela brecha, já que ela estava entreaberta, então avistei Logan, deitado na cama, abraçando seu travesseiro, parecia que ele chorava.

No mesmo momento senti um nó formar-se por minha garganta, abri a porta rapidamente, Logan logo notou minha presença, pois sentou rapidamente na cama, ele me olhou e então notei o quanto o seu rostinho estava vermelho, enquanto lágrimas continuavam descendo por sua face.

— Logan! – eu disse, aproximando-se dele, ele passou a mão rapidamente no seu rosto, para limpar as lágrimas. Eu sentei ao lado dele e peguei uma de suas mãos. – Está com saudades da sua mãe? – perguntei, ele rapidamente discordou com a cabeça. – Você não está chorando por causa dela? – ele confirmou com a cabeça.

— Eu não gostava dela, mas eu não queria que ela morresse, agora eu não tenho mais mãe... – ele falou, e mais lágrimas caíram dos olhos dele.

Meu coração apertou-se ainda mais, apertei a mão do pequeno um pouco mais forte.

— Se você quiser, eu posso ser sua mãe! – eu falei. – Você pode não ter saído da minha barriga, mas pode ser meu filho de coração, se você permitir eu vou te amar igual aos meus futuros filhos...

— O meu papai também é meu pai de coração... – ele falou.

— E agora você também tem uma mãe de coração! – eu disse, e então passei a mão nos cabelos loiros dele, ele sorriu e então me deu um forte abraço, continuei acariciando os seus cabelos.

— E você não vai nos abandonar nunca? – ele perguntou, ao ouvir aquilo meu coração disparou e disparou muito forte.

— Não, nunca vou abandonar vocês, somos uma família agora... – eu falei, e sem poder evitar uma lágrima caiu dos meus olhos, enquanto eu permanecia abraçado com ele, depois de alguns segundos chegou um momento em que ele deitou no meu colo, e eu fiquei ali, o olhando e passando a mão em seu cabelo, eu me sentia melhor em ver que ele não chorava mais.

— Você sabe alguma musica? – ele perguntou para mim, comecei a pensar até eu me lembrar de uma musica que minha mãe cantava para mim quando eu era pequena, então comecei a cantá-la para ele.

— Dorme, dorme, filho de Deus, Dorme, dorme, raio de luz, dorme, dorme, flor do céu... Descansa, Jesus, que suave o seu suspirar, que sereno o seu ressonar, anjos descem, vindos do azul, descansa, Jesus... Podes dormir que estou a velar, podes dormir em paz, e enquanto dormes, cuidas de mim, sonha em silêncio, sereno assim...

E depois de alguns minutos cantando, Logan acabou dormindo no meu colo.

+++

Depois de arrumar Logan em sua cama, acabei indo para o meu quarto, assim que entrei nele encontrei Peeta levantando-se de sua cama, ao me ver ele olhou-me com os lábios entreabertos.

— Katniss, amor, tá tudo bem? – ele me perguntou. – Eu já ia atrás de você...

— Está tudo bem, eu só fui tomar um chá, eu estava sem sono... – eu disse, indo em direção á cama, sentei nela e então Peeta sentou-se ao meu lado.

Enquanto eu vinha em direção ao quarto, fiquei pensando na promessa que fiz a Logan, lembrei-me de tudo que pensei durante o dia inteiro, sobre a morte de Glimmer, sobre a forma em que ela viveu suas ultimas semanas e também a forma em que ela morreu. Glimmer viveu seus últimos dias num mundo que não existia, deixou-se perder no prazer da ilusão, até ela cair e cair, no profundo abismo da morte. E pensando por esse lado, por um momento eu não pude deixar de pensar, eu estaria vivendo o mesmo? Eu não poderia estar me iludindo com essa família encantadora? Sonhando em ser feliz ao lado de um homem perfeito e duas crianças adoráveis? Tudo parecia um sonho lindo, um sonho que eu não queria acordar, tudo parecia perfeito, mágico, como os belos cristais de gelo. E esse, esse era o grande problema. Será que eu poderia mesmo cumprir a promessa que fiz a Logan?

— Katniss, você está bem mesmo? Você parece tão... Aérea... – ouvi Peeta dizer, encarei-o nos olhos, e coloquei minha mão no seu rosto, notando que ele estava levemente frio.

Eu o amava, eu amava aquelas crianças, eu amava tê-los como minha família, tanto, que eu daria minha vida por eles.

Eu tinha medo, muito medo, de Cato destruir tudo isso, de eu simplesmente acordar e ver que eu não tinha mais nada, e isso eu não podia permitir, eu não poderia deixar ele me tirar mais do que ele já me tirou.

— Peeta, eu estou pronta! – eu disse a ele, e então ele olhou-me com as sobrancelhas franzidas, parecia não entender.

— Pronta? Para o que? – ele perguntou.

Engoli em seco antes de respondê-lo.

— Para enfrentar minha família... – suspirei antes de continuar. – E para enfrentar Cato... – eu acrescentei, agora num tom mais baixo, Peeta sorriu, confirmou com a cabeça e então me abraçou. E enquanto eu apoiava minha cabeça em seu peitoral, eu senti uma lágrima cair dos meus olhos, e rolar por toda a minha face.

Continua...


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