— Você está acompanhada, querida? — Esme perguntou, sem sequer perceber o casal desconfortável a sua frente.
— Ah não, eu acabei de chegar da Florida, vim sozinha atrás de boas lembranças. —Novamente Beatrice olhou sugestivamente para Edward, deixando Bella totalmente enciumada, o que será que ela queria dizer? Essas lembranças por acaso seriam com Edward? Ele esteve com ela naquela condição de acompanhante? E, por Deus, o que fizeram? Teria mesmo que descobrir tudo sobre aquela mulher.
Beatrice olhou para Bella percebendo o olha hostil de uma mulher com ciúmes, porem gostaria de ficar à mesa e estudar a bonita namorada de Edward, parece que seu paciente havia mesmo mudado bastante.
— Sente-se conosco, Beatrice. — A loira prontamente sentou-se a mesa
— O hospital sentiu sua falta, afinal perdemos uma excelente profissional. — Beatrice sorriu abertamente com a fala de Carlisle.
— Eu senti muito a falta de todos, senti saudades de Seattle e de algumas pessoas especiais. — Bella viu novamente Beatrice olhar para Edward, e, mais uma vez, seu sangue esquentou nas veias, seu Mestre estava gostando daquela situação? Por que então não falava nada? Bella respirou fundo e tentou manter a calma, não iria pedir explicações agora, mas Edward não iria escapar depois que saíssem dali.
— Beatrice, gostaríamos que se juntasse a família nas festa de fim de ano, como de costume, sempre organizamos eventos de caridade e você é sempre bem vinda. — Esme convidou animada, gostava daquela moça.
— Será um prazer, Esme.
— E, filho, queria pedir que liberasse Bella para me ajudar com alguns preparativos. —Esme ofereceu a mão em forma de carinho a Bella, que não conseguiu deixar de se emocionar com atitude da sogra, ela então segura a mão de Esme e sorriu a ela, seria mesmo ótimo ter a proximidade com a sogra.
— Bella, pode ajudá-la quando quiser, mãe. — Edward abraçou Bella pelos ombros, fazendo-a aconchegar-se ainda em seu corpo, a morena gostava daquela caricia, mas estava com raiva suficiente para não fazer o mesmo com ele.
— Ainda no controle de tudo, Edward — Beatrice comentou.
— Eu controlo tudo o que considero importante para mim, Beatrice, certas coisas não mudam nunca. — Edward deu um beijo carinhoso na testa de Bella, surpreendo a morena com o gesto, a atitude de certa forma a desarmou totalmente, seu Mestre havia dito que ela era importante, então a luz em seu coração acendeu novamente.
— E outras mudam completamente, Edward — ela falou, e Bella não entendeu do que ela falava, não importava, não agora depois dessa demonstração de carinho.
— Eles não são lindos juntos? — Esme perguntou orgulhosa pela paixão de seu filho.
— São perfeitos — Beatrice comentou, e Bella não conseguiu identificar se era mesmo uma verdade.
O restante do jantar foi calmo, e Beatrice não ousou mais dizer algo sugestivo ou lançar olhares, mas Bella não conseguiu relaxar diante aquela mulher. No entanto, Rosalie parecia estar gostando das provocações de Beatrice, pois sempre que podia lançava um olhar zombeteiro para Isabella.
Beatrice percebia o quanto Isabella estava deslocada, e o quanto Edward, que um dia lhe pertenceu, estava envolvido. Pelo que o conhecia, sabia que o sexo entre eles devia ser bom, e que Isabella se submetia às suas ordens, caso contrário não estariam juntos. Mas o que a intrigava era a presença dela numa reunião tão restrita.
Ao final do jantar todos se encaminharam para o lindo terraço da mansão Cullen’s.
Isabella então se distanciou para poder respirar um pouco mas não contava com a aproximação repentina de Beatrice, que bebericava um copo de champanhe.
Havia muitas mulheres naquele local, e Bella imaginou quantas delas já teriam experimentado o corpo do homem que lhe arrancava suspiros. Ao longe uma música ambiente tocava e alguns casais dançavam.
— Edward é um belo colírio para os olhos. Sem falar que deixa qualquer mulher babando por ele - comentou Beatrice de forma cínica. - Ele é lindo, inteligente, rico e sabe muito bem como fazer uma mulher feliz, se é que me entende! Edward sempre foi controverso a qualquer homem que conheci, ele adora se aventurar com mulheres, não fora a toa que muitas já estiveram em seu lugar, Isabella. - Beatrice deu um gole em sua bebida e continuou a provocar Bella, indo em direção a Edward, como se quisesse provar a Isabella o quão descartável ela era.
Voltou-se o corpo para direção do seu amado, e notou que a tal mulher a acompanhou. Apesar do pouco tempo que estavam juntos naquela relação sem nome e sem rótulos, Bella conseguia distinguir em outra mulher o olhar de desejo, pois via-se constantemente com eles estampados em sua face.
Para seu espanto e profunda tristeza, deparou-se com o homem que fazia seu coração bater mais forte conversando animadamente com aquela mulher.
— Se você não relaxar vão pensar que não está se divertindo – disse Beatrice se aproximando dele e colocando seu braço em volta de sua cintura, Edward ficou tenso na hora, pois pelo o que havia conversado com Bella, sua submissa não gostava de o ver perto de outra mulher, mas Beatrice era o mais próximo de uma amiga que ele tinha e antes de Isabella, era sempre para Beatrice que ele corria quando tinha algum problema, não era nada sexual, na verdade nunca foi, nem mesmo quando os dois tentaram ter uma relação.
— Eu estou relaxado e mesmo se não estivesse ninguém que aqui está se atreveria a falar nada, a não ser você, é claro – disse Edward se afastando um pouco de Beatrice e lhe dando um sorriso, ele gostava de Beatrice mas não queria problemas com Isabella. E por falar nela, não a estava vendo, começou a procura-la com o olhar, a encontrou em um outro canto do salão cercada por mulheres, inclusive Esme. Edward começou a se afastar de Beatrice, com o intuito de ir até Isabella, mas antes que conseguisse dar um passo sentiu dois braços enlaçarem sua cintura
— Já vai se afastar, Edward? – perguntou. – Tudo isso porque sua submissa está com ciúmes? Quem diria que o poderoso Edward Cullen iria ser comandado por uma mulher – Riu e foi se afastando, mas Edward a segurou pelos braços e a fez se voltar para ele.
— Eu jamais fui comandado por ninguém, e você melhor que qualquer pessoa deveria saber disso – disse ele, estava nervoso, pois nunca permitiria que alguém o dominasse de novo
— Então por que não dançamos? Faz muito tempo que não consigo um parceiro a altura. – Edward que neste momento estava perturbado, aceitou sem titubear. Foram para o meio do salão, ele sentiu que as conversas diminuíram ao seu redor, mas não deu importância a isso, ainda estava com pensamentos conflituosos. Enlaçou a cintura de Beatrice e começaram a dançar, tinha que admitir que Beatrice era muito sensual e dançava divinamente, mas ela não era sua Isabella, continuaram a dançar e ele estava até se divertindo um pouco, claro que preferiria que em seus braços fosse o seu cisne.
Isabella por sua vez fechou as mãos em punhos quando viu o homem que ama abraçando aquela mulher numa dança tão sensual. Por que Edward tinha que ser tão complicado? Ou melhor, por que não poderia ter se afastado daquela mulher que com certeza o desejava? Para ela, Beatrice poderia apenas estar tentando provoca-la, causar-lhe ciúmes, mas Bella sabia que era mais que aquilo, havia desejo nos olhos verdes da loira, que agora agarrava a cintura de seu homem e se esfregava despudoradamente nele, o que a fez indagar-se sobre que porcaria de dança era aquela que parecia que Edward estava fodendo com aquela vadia?
— Os homens são tão volúveis. — Rosalie passou por ela deixando o comentário ácido.
Bella não conseguiu responder ao comentário, pois Rosalie se afastou rapidamente, com um sorriso zombeteiro nos lábios pintados de vermelho, Bella tomou toda a taça de champanhe, buscando coragem para assistir a cena a sua frente sem fazer nada, seu coração mais uma vez estava sendo pisoteado por Edward, o que a faz pensar no amor louco que sentia por ele, será que todo esse sofrimento valia a pena? Ela já não tinha certeza, apenas sabia de seu amor incondicional por ele, e tinha a certeza de que mesmo que um dia se separassem ou Edward nunca viesse a ama-la da mesma forma, ela o amaria, e desejaria a felicidade dele mesmo que nunca encontrasse a sua própria.
Bella viu a intimidade entre os dois e percebeu que não conhecia em nada aquele homem e não tinha autorização para tal. Sentiu-se excluída, pisoteada com aquela situação, mas foi a gota d’água para seus sentimentos a aproximação de outra mulher loira, uma mulher digna de um Oscar de tão linda e elegante! Isabella sentiu-se uma garotinha entrando na adolescência, em frente aquela furação de mulher. Só pelo vestido Prada que vestia e os lindos louboutins negros que cobriam seus pés, fizeram Bella se achar uma pobretona. Se não fosse sua melhor amiga, Alice, jamais teria sido capaz de se arrumar para aquele jantar, que até o momento estava sendo uma tortura.
— Olá, vi você mais cedo chegando com o Sr. Cullen, sou Lauren, e você deve ser Isabella.
— Sim, eu sou. — Isabella aproveitou para pegar mais uma taça de champanhe, precisava de bebida ou não suportaria. – Eu deveria conhecer você? —Isabella perguntou ironicamente, mesmo não sabendo se a intenção daquela garota era irrita-la.
— Todas nós do clube sabemos quem você é, e a invejamos por ter um contrato com mestre Cullen.
— Você já foi submissa dele? — Isabella perguntou, e de repente viu a possibilidade de saber mais.
— Não, ele não me quis — Lauren falou, mas não parecia magoada. – Ele me teve por uma noite para teste, mas eu confesso que adorei cada minuto, adoro cenas de punição e ele é o melhor nelas, ele já lhe castigou com os chicotes? — Isabella apenas negou com a cabeça e sentiu-se ainda pior, não era capaz de ser uma submissa como aquela garota.
—Eu adorava quando isso acontecia, sem falar nas roupas caras e nas joias, sinceramente, ele poderia me virar do avesso porque as recompensas serão sempre magníficas! – Lauren disse, e Bella não sabia o que dizer a ela, as informações que ela havia recebido foram mais que satisfatória para compreender que não conseguiria levar aquela situação a frente, muito menos alcançar o coração do seu mestre. E para completar ver Beatrice quase o beijando foi a cereja do bolo daquela noite.
— Eu preciso ir, Lauren, mas foi ótimo conhecê-la. — E Isabella afastou-se de Lauren, não podia negar que tinha ficado com ciúmes da loira afinal ela também já esteve com Edward, mas a raiva era bem diferente da que sentia pela tal Beatrice.
Desviando-se de Esme, que conversava com um casal de meia idade, Isabella encaminhou-se até o amplo lavado do térreo. Precisava de um tempo para pensar, e aproveitou para secar o suor que escorria em suas têmporas, mesmo com a temperatura outonal daquela época, sua sensação térmica estava a mil graus devido aos últimos acontecimentos.
— Aquelas insinuações durante todo o jantar — Edward perguntou em seu velho e habitual tom frio, não admitiria que Beatrice desse uma de mal entendida ou falasse através de enigmas como costumava fazer – O que pretende Beatrice?
— Eu só estava avaliando o tamanho do seu amor por Isabella — ela disse, e Edward a soltou rapidamente.
— Eu não sei do que fala, está completamente maluca, não existe amor entre eu e Isabella. — Edward negou assustado com aquela palavra, ele sequer percebeu o momento que Isabella saiu do jardim, completamente desorientada tamanho seu desgosto.
— Está tão cego que é incapaz de enxergar o que está bem a sua frente, você está completamente diferente daquele Edward que conheci, e está apaixonado por aquela moça, até um cego pode ver, assim como ela por você, ela quase me matou apenas com olhares enciumados — Beatrice disse divertida.
— Acho que é você quem precisa de terapia agora. —Edward começou a dançar novamente com Beatrice, não podia fazer uma cena ali.
— Negue o quanto quiser, mas sabe que falo a verdade — ela continuou a falar com convicção.
— Isabella é minha submissa, a mais perfeita que encontrei, e acho que isso está confundindo você, Isabella é a minha verdadeira cura Beatrice, é apenas isso, não há sentimentos envolvidos. — Edward tentou convencer a ela da verdade, ele sequer sabia o que era amor, como poderia senti-lo? Há muito tempo deixou de ser alguém digno de tal sentimento.
— E por que não seria amor, Edward? O que é amor para você? Você morreria por ela, não é? Pense nisso. — Edward apertou o maxilar e saiu do salão sem mais nada dizer, Beatrice estava completamente maluca, no entanto, ele precisava de uma bebida mais forte naquele momento, pois suas lembranças do passado começavam a atormenta-lo.
— Quem diria que Edward Cullen pararia algo para não magoar a quem ama, essa é a prova Edward, engane-se o quanto quiser — Beatrice sussurrou ao ouvido de Edward, depois seguiu até a mesa, Edward não entendia o que aquela mulher queria dizer com aquilo, pois o que o perturbava naquele instante era saber que Isabella realmente se tornou seu ponto fraco, aquela garota tinha o dom de fazê-lo perder o controle de tudo e de todos, pensando nisso ele resolveu ir até o escritório de seu pai e fumar um pouco enquanto bebia de seu uísque.
Isabella não sabia ao certo quantas vezes já havia se olhado no espelho e visto a imagem de quem não gostaria, desejava imensamente que aquela noite fosse apenas um pesadelo, mas ela não sabia que tudo poderia piorar com a entrada de Rosalie ali.
— Acha que por que conseguiu enganar a todos com essa carinha inocente, pode me enganar também, menina? — Rosalie perguntou, e Bella logo assustou-se.
— Do que está falando, Rosalie? — Bella olhou para a loira.
— Não se faça de sonsa, sei que só quer o dinheiro dos Cullens — Rosalie continuou a falar. – Conheço bem o seu tipo, saiu de um subúrbio e viu em Edward Cullen, o grande magnata de Seattle, a chance de ser rica, está mesmo achando que porque ele te fode vai te propor casamento e filhos? Pretende arrancar uma grande pensão? Vai dar com os burros n’água, Edward nunca se apaixonou por nenhuma das mulheres que fodeu, acha que foi a única que ele apresentou a família? Que foi a única para quem ele comprou vestidos caros como este que está vestindo? — Rosalie riu ironicamente, e os sonhos de Bella começam a se esvair, ela realmente pensara que também fora a primeira mulher a quem ele trouxe a eventos com a família, e também a primeira que ele não reclamou por ser confundida com uma namorada.
— Eu aguentei suas provocações durante todo o jantar, mas não permitirei que me trate desta forma, quem você pensa que é para me acusar de ser uma aproveitadora? Você nem me conhece. — Bella tentou ao máximo ser educada.
— Sou Rosalie Cullen, a cunhada do homem que deseja dar o golpe, a mulher que vai desmascará-la, sua impostora.
— Eu exijo que pare agora ou não responderei por mim — Bella falou alterada, paciência tinha limite e a sua havia esgotado-se.
— Vai fazer o que, caipira? Armar um barraco? Vai me bater como uma louca, isso é bem a sua cara, você é tão ralé, garota, que me dá até pena, mal sabe comer direito, não sabe portar-se em lugares como este, olhe ao seu redor, aqui só há pessoas de classe e isso não pertence ao seu mundo, Bella — Rosalie debochou, mas Bella não deu o gostinho para ela de responder.
— Você é quem não merece estar aqui, Rosalie, e quer saber por quê? Alguém azeda como você não merece partilhar de uma família tão boa quanto a de Edward, não merece alguém como Emmet, eu o conheço por poucas horas, mas sei o tamanho da bondade dele, assim como sinto o ódio vindo de você, sinto o seu veneno a quilômetros de distância, Rosalie Cullen, mas sabe o que é melhor nisso tudo? — Bella olhou com o mesmo desdém que Rosalie a olhou. – Ele não me afeta. —Rosalie sorriu irônica e se aproximou ainda mais de Isabella.
— Não se engane mais, Isabella, Edward gosta de putas, e putas não vão a lugar nenhum, você mesma viu durante o jantar, o modo como ele gosta de mulheres diferentes esquentando a sua cama, Beatrice foi uma delas. — E Isabella sentiu seu coração afundar-se no peito, mais uma vez, como imaginava ele teve algo com a loira que dançava tão satisfeito. - Esme pode sonhar com esse acontecimento, mas garanto que daqui a alguns dias você só vai ser mais uma, como tantas outras que já passaram pela vida dele, e tiraram a Ang do caminho – declarou Rosalie, deixando Isabella a sós naquele cômodo.
Aquelas declarações foram como um soco no estômago de Bella. Já tinha visto e ouvido o bastante. Queria sair daquele lugar o mais rápido que pudesse. Mandou mensagens pra Adam e pra Alice, mas não obteve resposta. Tentou várias ligações e todas caiam na caixa postal. Chorou, não sabia como encararia seu mestre depois de todos aqueles episódios. Seu coração estava em frangalhos. Entrou numa cabine e trancou-se, evitando um espetáculo a quem entrasse naquele local. Por mais algum tempo tentou falar com seus amigos, queria sumir dali, se isolar epensar. Mas mesmo assim continuou sem resposta. Com lágrimas escorrendo pelo rosto foi surpreendida pelo toque do celular que soava irritante. Não conseguiu ver o número no visor, pois a intensidade das lágrimas e seu total desespero cegaram-na.
— Bella, você tá bem?- perguntou Liam do outro lado da linha. Aos poucos foi notando o choro da garota que tentava reconquistar - Aconteceu alguma coisa? – questionou Liam . Assustou-se com o desespero da mulher que ocupava sua mente
— Bella, você está me assustando! O que aconteceu? – perguntou aflito. Não sabia o que tinha acontecido com sua garota, e isso o deixou em pânico.
— Você pode vim me buscar, por favor? – pediu Isabella, fragilizada pelos acontecimentos da noite.
— Estou chegando – declarou Liam, que mesmo antes de saber o endereço havia dado partida no carro.
Liam parecia piloto de fórmula um, tal como dirigia. Tinha que atravessar toda cidade até chegar à baía Elliot de Olimpic. Pela região em que Bella se encontrava, Liam imaginou com quem Bella estivesse. Sabia que estava se envolvendo com alguém, mas por ela enfrentaria qualquer um por ela. Não demorou muito a encontrar a grande mansão Cullen’s. Estacionou quase em frente à mansão e aguardou Isabella vim ao seu encontro. Retirou o smartphone do bolso da calça e discou os números do telefone da mulher que aguardava. No terceiro toque ouviu uma voz angustiada que partiu seu coração.
—Bella, estou estacionado aqui fora do endereço que você me enviou – falou Liam preocupado. Passaram mil coisas em sua cabeça que fizeram se enfurecer. Queria saber o que fizeram com sua garota pra deixá-la tão arrasada.
— Estou saindo – respondeu Isabella com uma voz tristonha. Aquele jantar a tinha envelhecido cem anos. Cogitou numa das conversas com sua amiga Alice que não seria fácil, mas jamais imaginou que passaria por todo aquele tormento.
Isabella queria fugir o quanto antes daquele lugar, mas sabia que os homens de Edward estariam a sua espera. Não sabia do porque eles ainda não terem a chamado devido a sua demora naquele cômodo. Pensou em sair do banheiro e, em seguida, correr, mas sabia que chamaria muita atenção, e isso era o que ela menos queria. Então parou e refletiu sobre suas opções, em seguida lavou o rosto e secou com uma toalha macia que havia encima da bancada chique do banheiro. Em seguida encaminhou para porta e abriu, tentou fazer a melhor cara possível. Queria esconder que havia chorado.
Assim que saiu do lavabo deparou-se com um dos capangas de Edward, sabia por alto que aquele homem estava responsável pela segurança aquela noite. Assim que se aproximou o suficiente para que só o homem ouvisse argumentou. – Stefan, você poderia chamar a senhora Cullen, por favor? É que eu não estou me sentindo bem, gostaria de descansar um pouco e como não conheço a casa, não sei onde ficam os quartos – falou Isabella arriscando todas as suas fichas nessa mentira para que pudesse fugir. Com relutância, o gigante de terno preto alinhado encaminhou-se a multidão em que Edward se encontrava. Isabella aproveitando a brecha deixada pelo segurança encaminhou-se para saída, deparou-se com alguns olhares em sua direção, mas mesmo assim seguiu andando. Assim que ultrapassou os portões de ferro trabalhado, avistou a Ranger azul marinho que já conhecia. Sabia o quanto Liam havia aprontado com ela, mas nesse momento não queria mais pensar no passado, a única coisa que queria era partir daquele local.
Assim que se aproximou do homem louro, que veio correndo ao seu encontro, foi recebida com um abraço caloroso. Na sua cabeça queria que aquele abraço tivesse partido do homem que ela tanto amava, mas mesmo assim acolheu aquele gesto com todo carinho que conseguiu. Assim que entraram no veiculo, Liam deu partida no carro e seguiram rumo ao centro de Seattle.
— Você está linda, Isabella — ele comentou, e Isabella agradeceu baixinho.
Lian tentou conversar com a garota que estava sentada ao seu lado, mas não conseguiu arrancar nada do que havia acontecido. Colocou no rádio do carro as músicas que sabia que Bella gostava. Aos poucos, conseguiu ver seus lábios recitando a letra das canções, e seu coração se encheu de alegria por ter conseguido, nem que seja um pouco, romper com aquela tristeza latente estampada em seu rosto. Rompendo o silencio de diálogos presente no carro, Liam informou sobre os avanços no tratamento das crianças com câncer do hospital que trabalhava. Isabella também era voluntária daquela mesma ala do hospital, aquele trabalho era uma das coisas boas do seu relacionamento com Liam.
— Sabia que a Ágatha foi liberada pelo Dr. Peterson pra ir pra casa? – Informou Liam, vendo a alegria estampada na face de Bella – E tiramos a sonda do Kelvin. Ele já está conseguindo ingerir alimentos sólidos. Mantivemos a dieta, mas agora ele tá mastigando. – A alegria ficou estampada nos olhos de Bella, e Liam vibrou mentalmente por ter dado outro foco aos pensamentos da sua menina.
— Ah, e tenho uma novidade que você vai adorar, um grande empresário doou uma grana legal e conseguimos fazer aquela reforma da ala de oncologia infantil que estava faltando, e agora podemos atender o dobro de crianças que atendemos hoje! – sacramentou fazendo com que Bella pulasse do banco do carona.
— Aí meu Deus, não estou acreditando que vocês vão conseguir diminuir a fila de espera pro atendimento às crianças! Caramba, essa a melhor notícia dessa noite! Eu sei que estou um tempo sem aparecer, mas aquelas crianças moram no meu coração, estou me organizando pra voltar com meu trabalho voluntário – falou Isabella.
Ao chegarem em frente a livraria, Bella não soube o que fazer. Estava agradecida por Liam ter lhe ajudado naquele momento, mas ela queria ficar a sós e pensar sobre os últimos acontecimentos.
— Obrigada por ter me trazido, Lian. — Isabella não sabia o que fazer ou como agir diante a seu ex-namorado, então deu um pequeno beijo na bochecha de Lian.
— Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, Isabella, e eu sinto muito pelo que aconteceu com o tal Brad, eu fiquei tão nervoso quando Adam me contou. —Bella se surpreendeu com aquilo, desde quando Adam contava algo sobre ela?
— Está tudo bem agora, Lian, e obrigada mais uma vez. — Isabella então saiu do carro despedindo-se do rapaz que um dia já fez parte de sua história.
Ficou contente com as novidades que Liam havia contado e se programou mentalmente em voltar para o hospital, estava cheia de novidade e queria muito ajudar as crianças. Assim que alcançou as escadas e o portão de entrada, Liam arrastou o carro.
Logo que entrou no apartamento, que ficava em cima da livraria, Bella tirou os sapatos e os largou displicentemente ao lado da porta, caminhou para o banheiro, ligou a torneira da pia e molhou o rosto. A essa altura sua maquiagem tinha ido pro espaço,. Viu seu reflexo no espelho e percebeu o quanto aquela produção não havia adiantado de nada. Pensou no que as pessoas naquele local estavam pensando dela e chegou a conclusão que parecia realmente uma acompanhante de luxo, mesmo que negasse todos os presentes caros que Edward lhe dava, uma garota simples acompanhada de um magnata só dava essa impressão, quando não era tachada de golpista e aproveitadora. Sabia que por muitos naquela noite aqueles adjetivos passaram inúmeras vezes em suas cabeças, mas não levaram em conta que tudo que Isabella queria era somente o amor de Edward. Com esses pensamentos, todas as emoções que Liam por um momento tentou apaziguar voltaram a tona. Foi invadida por sentimentos tão profundos que nem percebeu que estava sentada em posição fetal no box do banheiro. Queria se sentir limpa, mesmo com a água do chuveiro escorrendo pelo seu corpo, ainda se sentia suja. Lembrou do que Rosalie havia lhe falado e da imagem que a esposa de Emmet tinha dela, das declarações nada inocentes sobre ela, e do flerte descarado de Beatrice com Edward, mas o que mais entristeceu Isabella foi Edward não ter notado em momento algum seu desconforto entre aquelas pessoas. Ela sabia que, por muitas vezes, ele só queria dela o sexo, mas por uma fração de segundos pensou que pudesse se tornar alguém especial para ele.
Assim que saiu do banheiro usando um dos seus pijamas velho foi para o quarto, a essa altura imaginou que Edward estivesse louco a sua procura, mas não se importou com os sentimentos que tivesse. Deitou-se em sua cama com um colchão surrado e apagou as luzes, queria esquecer aquele dia. Apagar de sua memória, mas foi impossível. Vez ou outra ouvia o som do seu celular vibrando encima da cômoda, não queria ver nem ouvir ninguém naquele momento. Com muito custo e depois de esgotar todas as suas lagrimas, caiu no sono.
Logo de manhã, assim que acordou sentiu todo o peso da noite anterior, seu coração ainda estava em pedaços. Pegou o celular e deparou-se com inúmeras ligações de Edward. Naquele momento queria se manter distante do homem que havia, mesmo que indiretamente, machucado seu coração. Sabia com todas as suas forças que não demoraria até ele aparecer em sua porta. Mas resistiria o quanto pudesse. Queria esse momento pra pensar no que estava acontecendo entre eles, precisava avaliar os prós e contra daquilo tudo.
Antes de sair do quarto, deparou-se com algum estardalhaço e gritaria vindos do rol do apartamento que morava. Demorou para cair em si que aquela voz era de sua amiga Alice. A baixinha, mesmo não sabendo do acontecido, conhecia sua amiga o suficiente pra saber que algo havia transcorrido entre Isabella e Edward. Naquele momento o seu mestre era uma das últimas pessoas que Bella gostaria ver. Estava mexida pelos últimos acontecimentos e seu coração ainda estava cheio de tristeza. Do jeito que conhecia aquela baixinha, sabia que seria difícil passar por ela, mas mesmo assim não ousou arriscar. Voltou na ponta dos pés para seu quarto e trancou a porta. Era difícil Isabella fazer uso daquele objeto, ainda mais para ter algum tipo de privacidade. No seu íntimo sabia que em algum momento teria que falar com seu senhor, mas não agora. Não estava preparada emocionalmente para encontrá-lo, precisava organizar em sua cabeça o que realmente valia à pena, e o quanto de Edward ela conhecia. Saia colhendo o máximo de informações das pessoas que o cercavam, mas mesmo assim ainda não era o suficiente para conhecê-lo. Talvez se tivesse básico de informação e conhecimento sobre Edward, Isabella não tivesse passado por maus lençóis no jantar dos Cullen’s. Deitou em sua cama de solteiro, fechou os olhos e ninou seu próprio corpo em busca de acalanto, e com esse movimento cochilou novamente.