Merlin, como Malfoy se odiava! Ele tinha apenas um trabalho: matar Potter e provar o lado o qual encontrava-se na guerra. Provar que estava do lado de sua família, de seu Lorde.

Ele tinha que matar Harry Potter, não transar com ele. Não o amar como se o mundo fosse acabar no dia seguinte (o que de fato iria acontecer, não que ele pudesse saber), por Morgana! Estava tudo pronto, seus amigos sonserinos deram um jeito de prendê-lo em uma maldita caverna com Potter e ele fez parecer que de nada sabia, fez-se de irritado e Merlin ele estava pronto para pôr o plano em ação, o plano original, que envolvia uma boa parcela de tortura e o tão esperado Avada Kedavra mas aí Harry Potter o beijou e, Deus, quando suas bocas se encontraram foi quase impossível de resistir (na verdade, foi de fato impossível).

Draco tentou resistir, todavia, ele nunca conseguira resistir a Harry e agora, com o Menino de Ouro dormindo nu ao seu lado, completamente indefeso ele não conseguia fazer nada além de olha-lo.

Ele não conseguia mata-lo.

Draco Malfoy não conseguia matar Harry Potter e aquilo mataria sua família, mataria a ele mesmo. Merlin! A única coisa que ele odiava mais que a si mesmo era esse amor que ele sentia por Harry Potter, ah isso nem se compara, o ódio era quase - não quase, ele provavelmente era - maior que o amor.

“Potter…” Draco chamou, a voz baixa e cuidadosa.

“Sim?” Harry sussurrou não se mexendo muito, seu corpo completamente dolorido por dormir no chão duro da caverna.

“Você está sangrando” o loiro disse, o que era verdade, apesar de ter preparado Harry para recebê - lo durante o ato sexual, Draco não havia levado em consideração que o chão (e a parede) de pedra podia vir a ferir o corpo de seu amado.

“Eu sei, consigo sentir” o grifinório diz virando - se finalmente para Malfoy, observando o parceiro completamente vestido “Não tem nada que possamos fazer quanto a isso, de qualquer forma, não podemos usar magia aqui, se lembra?”

“Eu sei, sinto muito” Draco sussurra, a vontade se confessar que sim, ele poderia usar magia estando cada vez mais forte.

“Você fala como se não quisesse me matar a apenas algumas horas atrás, como se não quisesse me matar agora” Harry Potter diz, a voz cheia de remorso e dor.

“Eu não queria lhe matar!”

“Não me trate como um idiota, Malfoy! É óbvio que queria, você é um comensal da morte lembra - se? Tudo o que quer é me matar! É seu maldito trabalho” o bruxo exclama enquanto se levanta, começando a vestir - se.

A acusação atinge Draco como um tapa, não que fosse mentira, mas Harry sabia melhor do que qualquer um o quanto lhe doía ser chamado de Comensal.

“Se sabe disso porque me beijou, Potter? Me deu seu corpo apenas para se livrar da morte? Foi isso? Se vendeu para mim como uma prostituta?” a voz de Draco escorria desprezo e veneno “Ainda estamos aqui, dentro desta caverna e, surpresa! O único que posso fazer magia, mata-lo seria fácil”

“Mate se quiser! Não transei com você para me livrar da morte, transei porque te amo! Então me mate, a morte deve ser melhor que amar um maldito seguidor de Voldemort” Harry Potter grita, seu olhos brilhando com lágrimas reprimidas.

Lágrimas essas que Draco pensou serem realmente de amor, não que ele pudesse saber, é claro.

O Malfoy fez exatamente o contrário do que Harry o pediu, ele o beijou, envolveu seu rosto com as mãos enquanto sentia lágrimas deixarem seus próprios olhos.

“Merlin, Harry, eu te amo tanto” ele diz, enquanto era empurrado para longe por Potter, aquela era a primeira vez que o chamava pelo nome.

“Ah Deus, não venha com essa, não minta para mim”

“Não estou mentindo… eu te amo” Draco diz, sua voz falha cheia de certeza, ele amava Harry Potter.

“Se me ama, me deixe sair” o Menino de Ouro pede, seus olhos implorando a Draco, implorando algo que prontamente lhe é dado.

Com um simples balançar de varinha Malfoy abre a caverna, Malfoy dá a liberdade a Potter, com um simples balançar de varinha Malfoy joga a si mesmo nos braços da morte, não que ele pudesse saber.

Não que ele pudesse saber que Potter quem à havia chamado assim que notou que iria para uma armadilha, não que ele pudesse saber que seus amigos estavam mortos. Não que ele pudesse saber que na verdade Harry Potter não o amava, que nunca o amara. Não que ele pudesse saber que havia sido traído. Mas ele saberia e, Deus, Draco Malfoy se vingaria.