Paixão escrita por anabfernandes8


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi meus queridos, como vocês estão? Bem, esta é a quarta fanfic da série intitulada Sentimentos. Hoje venho trazer Paixão, com Shikamaru e Ino. Vou falar um pouco dessa fanfic aqui, por que foi difícil escrever. Voltei novamente para a primeira pessoa, considerando que as duas últimas foram em terceira pessoa, toda hora eu confundia e tinha que acertar kkk bem, porque foi difícil? Eu já estava acostumada com fazer primeira narração da pessoa Ino, porque eu tenho outra fanfic que ela é protagonista. O problema é que eu sou totalmente team ShikaTema, então meu orgulho foi um pouco ferido escrevendo essa, principalmente pelo que acontece. Dai vocês se perguntam, então porque escrevi essa? Bem, eu acredito que todo mundo tem que sair um pouco da zona de conforto e se desafiar. Escrever sobre coisas que nunca escreveu sobre e principalmente testar coisas que não gosta pra realmente provar a si mesmo que não gosta. Apesar de tudo, achei super divertido escrever essa fanfic, mais ainda porque isso é algo que poderia ter acontecido (se o Shika não tivesse ficado com a Tema). Então, para os fãs de ShikaIno, aqui está. Foi escrita com todo amor e carinho, espero que gostem, boa leitura a todos.
(As primeira fanfics da série Sentimentos foram:
??” Frieza, Gaara e Neji, yaoi;
??” Surpresa, Temari e Tenten, yuri;
??” Raiva, Sakura e Sasuke, angst;
Se tiverem interesse em ler, estará disponível no meu perfil. Todas elas são independentes, a leitura de uma não interfere na outra.)
Essa fanfic também está postada no Spirit, com o nick anabfernandes8.



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“Mãe, tudo bem se eu dar uma volta? Preciso de descanso.” Gritei, sem saber exatamente onde minha mãe estava no meio daquela bagunça toda. A floricultura da minha família não era gigante, mas tínhamos conquistado um espaço razoável para receber nossas flores e nossos clientes. Havíamos recebido uma a entrega ontem, por isso a loja estava uma bagunça completa no dia de hoje. Meu pai havia nos ajudado a organizar, mas aparentemente ele havia sido convocado para uma reunião de emergência com a Hokage, com assuntos desconhecidos para nós, do resto da família.

“Tudo bem, querida. Vou organizar as coisas enquanto você está fora.” Levantei-me do banco que estava sentada, em frente ao caixa, e comecei a andar a passos lentos pela vila. Só estava saindo porque mamãe estava recebendo ajuda de uma de suas amigas, então minha presença não era realmente necessária. E também, depois de várias horas sentada, olhando para o nada, eu sentia que precisava de um pouco de ar fresco e movimentação.

As ruas estavam tranquilas, os comerciantes administrando seus negócios como normalmente ocorria. Avistei, ao longe, a barraquinha de comida que o time dez costumava frequentar constantemente. Principalmente por causa de Chouji, que comia bastante. Continuei andando, com um sorriso, lembrando-me dos meus amigos. Não estávamos exercendo nosso time atualmente, isso porque os dois tinham coisas mais importantes para fazer. Chouji estava indo em missões com seu pai, sobre coisas que diziam respeito ao seu clã e Shikamaru estava ajudando a Hokage com algumas questões da administração. Shikamaru.

“Vocês estão saindo, não estão? Podem dizer a verdade, não vou contar à ninguém.” Era a inconfundível voz de Naruto. O loiro, mesmo sem querer, era sempre escandaloso. Sua voz era grave e era como se ele não conseguisse falar baixo, mesmo que tentasse. Virei-me para trás, avistando-o, juntamente com Shikamaru e… Temari. Shikamaru junto com Temari. Meu sangue ferveu e acho que minha expressão ficou pesada e fechada.

Vi quando meu companheiro de time revirou os olhos. A mulher ao seu lado apenas continuou andando, como se ninguém tivesse falando nada, inabalável. Não era surpresa nenhuma para mim o sentimento de ciúme que se apossou de mim. Eu já havia percebido isso, há algum tempo. Toda vez que eu via o Nara junto com ela, bem, junto com qualquer outra mulher, eu ficava possessa. Até mesmo quando o vi conversando com Sakura, um dia desses. Foi aí que descobri minha recente paixão pelo idiota.

“Não estamos saindo, Naruto. Eu estou acompanhando-a a pedido da Hokage, já te disse isso milhares de vezes, tsk.” Continuavam andando em minha direção. Ainda nenhum deles havia reparado em minha presença. Tinha parado de andar, para esperá-los. Normalmente, iria embora, mas especificamente hoje, queria estar ali depois do que ouvira. Ele realmente estava saindo com Temari e estava inventando uma desculpa qualquer para despistar o Uzumaki? Todos na vila suspeitavam do envolvimento dos dois. Senti ainda mais raiva.

“Não sei porquê você continua respondendo esse baka.” Era a voz da mulher da Areia, que finalmente resolveu se pronunciar sobre a situação. Naruto deu um risadinha maliciosa, como se não acreditasse completamente na resposta. Ele olhou para frente e finalmente fui notada. “Ei, Ino-chan!” Ele acenava freneticamente para mim. Não pude deixar de rir, aliviando um pouco meu humor. Naruto era realmente uma piada.

“Oe, Ino” Era a voz do moreno, chamando minha atenção. Dei um sorriso simpático para todos, cumprimentando-os de forma simples. Haviam chegado até onde eu estava e agora estavam exatamente à minha frente. “O que está fazendo aqui?”

“Ah, eu saí para dar uma volta, estava bastante cansada da floricultura, recebemos entrega ontem e tudo está uma bagunça. E vocês?”

“Eu estava acompanhando o casal pela vila.” O loiro não perdeu a chance e novamente eu percebi que adquiri uma expressão que não era das melhores. Ele chegou mais perto, fazendo uma concha com as mãos enquanto sussurrava no meu ouvido. “Eles pareciam estar em uma espécie de encontro. Eu tentei tirar a informação deles de todas as formas, mas continuam negando, como se eu não tivesse visto eles andando enquanto conversavam e riam um para o outro de forma apaixonada.”

O amigo geralmente era bem estabanado e se enganava com a maioria das coisas que via, criando histórias tendenciosas. No entanto, dessa vez, eu não pude deixar de reparar que talvez, dessa vez, houvesse um fundo de verdade. Toda vez que a loira de Suna vinha para a vila, o companheiro não desgrudava dela. Passavam todos os dias juntos, todas as horas, até que ela fosse embora. Com certeza, havia algo para desconfiarem.

“Não estávamos olhando um para o outro e rindo de forma apaixonada. Não sei porquê ainda me dou o trabalho de discutir com você. Não estamos saindo e, mesmo se estivéssemos, não é da sua conta.”

“Ahá, eu sabia que estavam saindo.” O loiro rebateu a frase dela, mas não consegui mais ouvir. Estava ali, a resposta que todos queriam. Me senti triste. Nunca havia criado coragem o suficiente para entregar meus sentimentos para ele, e agora ele estava com outra mulher, vivendo feliz.

“Ah, bem, acho que vou voltar para a floricultura, minha mãe deve estar tendo dificuldades em organizar todas aquelas coisas sozinha.”

“Mas já? Você disse que tinha acabado de sair.” Era Shikamaru, seu cérebro afiado como sempre. Ele não perdia nada, nenhuma informação. Geralmente era uma coisa boa que ele fosse tão inteligente, mas, agora, era um saco.

“Sim, mas agora estou me sentindo culpada que a deixei sozinha com tudo. Me desculpem, nos vemos depois, tchau pessoal.”

“Ino” ele começou novamente, antes que eu tivesse a chance de ir saindo. Olhei-o, querendo sair correndo, mas ainda compostura perto das pessoas. “Churrasco amanhã, com Chouji. Você ainda vai, né?!”

“É claro que sim.” disse, com um sorriso grande e nostálgico, enquanto saía, meu braço acenando como o de Naruto quando havia me visto. Havia muito tempo que o time de Asuma não se encontrava e se sentava, com calma, para conversar. Sem terceiros, apenas nós.

Sigo andando, um pé atrás do outro. Estava indo para um lugar para o qual não queria voltar tão cedo (esperava conseguir andar mais), mas a floricultura continuava sendo um lugar melhor do que estar ali, junto com o cara que eu gostava e com a mulher que ele gostava.

***

O dia seguinte havia chegado. Eu estava animada para me encontrar com os amigos. Aquele havia sido um convite de Chouji, que, triste, admitira que não tinha tempo atualmente para comer direito, visto que saía constantemente em viagens com seu pai. Ele tinha dito que a comida da estrada era ruim. Ri, porque esse tipo de coisa era a cara dele.

Me arrumei com a roupa de costume, roxa, que havia começado a usar quando a outra havia ficado pequena demais para mim. Não vou dizer que tinha crescido muito, mas tinha evoluído de maneira considerável, o meu corpo e também minha mente. Não era mais a menininha que tinha uma rixa com Sakura por causa do Sasuke. Eu havia crescido e agora outra pessoa tinha tomado meu coração.

É fim de tarde e saio para a rua com aquele ar gostoso de começo de noite. Meu pai está ajudando minha mãe com a loja hoje, então posso sair com meus amigos tranquilamente. Ando pelas ruas de Konoha, tranquila, em direção à churrascaria que sempre vamos. Asuma não vai, porque estava com Kurenai-sensei. Todos sabíamos, desde o início, que eles tinham um caso. Não foi nenhuma surpresa quando assumiram, de verdade.

Quando chego, os meninos já estão sentado. Os meninos e Temari. Toda a minha animação murcha. Não posso acreditar que ele a trouxe para a nossa reunião. Este devia ser um momento bom, em que nós nos encontraríamos, só nós! Estou cheia de raiva, tanto que meu sorriso morre. Chouji já está com as carnes na grelha, comendo uma e outra quando vou para a mesa deles.

“Ino!” Ele grita quando me vê. Abro um sorriso sincero, porque ele é um dos meus melhores amigos, desde o começo. Eu sempre implicava com ele, sim, por causa do excesso de comida, mas tudo porque gostava muito dele e queria só o melhor e não porque era uma garota chata que reclamava de tudo.

“Ei, Chouji.” Cumprimento-o de volta, sentando ao seu lado. Temari e Shikamaru estão lado a lado em um banco e tudo o que sobra é o lugar ao lado do outro. Aceno para os dois à frente, recebendo de volta os cumprimentos.

“Trouxe a Temari porque preciso acompanhá-la e ela estava com fome. Espero que não tenha problema.”

“Claro que não.” O garoto ao meu lado diz, a boca cheia de carne. Dou um sorriso amarelo, mas não digo nada. É óbvio que não está tudo bem. Mas também não posso ser rude e mandá-la embora. Dou um pequeno suspiro e coloco um sorriso simpático, mas falso, no rosto. Antes de dar um tapa nas costas de Chouji, fazendo-o botar para fora algumas das carnes que estão em sua boca.

“Quantas vezes eu já te disse que não é pra falar de boca cheia? Você come ou fala, as duas coisas não. Eu não acredito que tenho que estar aqui falando isso novamente. Nós já conversamos. Ou você se esqueceu enquanto estava saindo por aí com o seu pai?” Falo num tom mais alto, chamando a atenção dele. As pessoas já nem olham mais para a nossa mesa, assustados. Já é comum virmos aqui e também é bastante comum eu começar a brigar com ele dessa forma.

“Você é pior que a minha mãe, Ino.” Ele comenta, muxoxo, enquanto mexe as outras carnes para que não fiquem queimadas. Abro ainda mais o sorriso, vitoriosa, por conseguir agir como sempre. Não estou abalada. Totalmente não. “Por que você não pode ser igual à Temari? Ela não faz essas coisas.”

“Tsk, não se engane por esse rostinho bonito aqui.” Shikamaru dá um pequeno bufo e, sim, estou bastante abalada agora. O sorriso morre em meu rosto e então eu mesma começo a mexer a carne, para me distrair. Sei que não precisa, mas preciso fazer alguma coisa para impedir que as lágrimas escorram dos meus olhos. Primeiro que magoou bastante ser comparada com Temari, como se ela fosse melhor do que eu. Ok, ela provavelmente era. Mas eu gostaria de pensar que tinha alguma chance com Shikamaru, mesmo competindo com ela. A segunda coisa, que doeu ainda mais, foi ele ter chamado ela de bonita. Nunca, em nenhuma vez durante esses diversos anos que convivemos juntos, ele nunca havia dito nenhum elogio desses para mim. Não disse nem que sou agradável aos olhos. E dizer isso, assim, para ela, como se dissesse todos os dias… Não vou mentir, foi como se tivessem apertado meu coração bem forte.

“O que disse?” A garota de Suna se virou para ele, um olhar mortal. Ele gaguejou, dizendo que não havia dito nada, que era só uma comparação, um exemplo. Não tinha tido a intenção de ofendê-la.

O resto do jantar se passou normal. Consegui me distrair com as conversas de todos, e até mesmo a loira à minha frente conseguiu se enturmar no que dizíamos sem tomar a atenção completa para si. Eu não sentia ódio ou raiva de Temari. Um pouco de inveja, talvez, mas fora isso eu não tinha absolutamente nada contra ela. O que eu tinha contra era ela com Shikamaru, o cara que eu gostava.

“Vocês estão namorando ou o quê?” E então meu amigo do clã Akimichi resolveu acabar com toda a minha noite com apenas uma frase. Eu não estava com medo da pergunta e sim da resposta. Eles já haviam negado diversas vezes, mas não conseguia sair da minha cabeça o fato de que eles estavam mentindo; eu estava encucada totalmente com isso.

“Por que todo mundo tá perguntando isso o tempo todo? Vocês não conseguem cuidar das suas próprias vidas?”A irmã do Kazekage respondeu, ela mesma revirando os olhos. Não havia sido nem um sim nem um não, o que me deixou ainda mais aflita. E ainda mais cansada. Cansada de toda essa situação, estressada com o fato de que eu provavelmente estava perdendo o cara da minha vida e não estava fazendo nada para impedir. Ele estava sendo tirado das minhas mãos sem que eu ao menos tentasse mudar isso.

Levantei-me. Eu sei, sim, que havia sido repentino. Mas não queria mais ficar ali, com todo o meu humor indo para o espaço. Só queria ir pra minha casa e deitar na cama como se nada tivesse acontecido, esperando ela ir embora para novamente eu tentar me aproximar mais dele. Mas, talvez, até aí, já fosse tarde demais.

“Estou cansada, pessoal. Vou pra casa. Aqui está a minha parte.” Entreguei o dinheiro para meu amigo do lado e saí, sem esperar a resposta de ninguém. Não havia parado para observar suas reações, mas quando estava saindo pensei ter ouvido Shikamaru dar um gemido de dor, como se alguém tivesse batido nele ou algo assim.

Respirei o ar da noite enquanto andava, dando um suspiro profundo. As lágrimas voltaram, novamente, aos meus olhos e dessa vez não tive força para pará-las. Chorei enquanto caminhava para casa, pensando em tudo o que poderia ter sido. Sei que não era o final, mas talvez, mesmo quando ela fosse embora, ele poderia continuar pensando e falando só nela. Então eu constataria que era amor, realmente. Amor dele, por ela.

Paro, contra a minha vontade. Alguma coisa me faz parar, de forma que eu não consiga mais me mover. Olho para baixo, com dificuldade, percebendo que há uma sombra sob meus pés. Sou obrigada a me virar, porque a pessoa atrás de mim faz a mesma coisa. É Shikamaru, um sorriso de canto nos seus lábios por causa da exatidão de seu jutsu possessão pela sombra. Não sei o que ele está fazendo aqui e muito menos porque usou seu jutsu. Por isso o encaro em busca de respostas.

“O que houve?” Ele me questiona e arregalo os olhos diante de sua pergunta. Dou um sorriso sem graça, novamente falso, pela décima vez na noite.

“Não foi nada. Eu só estou cansada e quero ir pra casa.” Tinha algo de errado em eu estar cansada e querer ir pra casa? Não, mas provavelmente dito isso como eu disse, me levantando do nada, provocou suspeitas.

“Ino, eu não vou te liberar até que você me diga o que há de errado. Podemos ficar aqui a noite toda.” Ele cruza os braços, me obrigando a cruzar os meus também. Nos encaramos, daquela distância, uma luta em nossos olhares. Não posso dizer a ele o que há de errado.

“Shikamaru, não tem nada de errado. Só quero ir embora. Pode me soltar.” Insisto, mas ele nem pisca diante de meu pedido. Comprimo os olhos, fúria crescendo dentro de mim. Não está parecendo que ele estava brincando sobre ficar aqui a noite toda, posso ver em sua expressão determinada.

“Temari disse que tinha algo de errado, que era para eu vir atrás de você. É problemático, mas estou aqui, então vamos resolver logo essa situação.” Temari, Temari, Temari. O tempo todo Temari, com tudo que se relaciona com ele. Sua frase me deixa ainda mais irritada, tanto que começo a falar coisas das quais não tenho o menor controle.

“Eu gosto de você, seu idiota, mas você é tão cego que não percebe e só fica correndo atrás da garota da Areia. É isso, é isso que tem de errado.” Berro, um segundo depois percebendo o que acabei de falar. Começo a ficar com vergonha e tento me mexer, para sair dali o mais rápido que posso antes que ele processe a informação. Mas não consigo, seu domínio sobre a sombra está mais aperfeiçoado de forma que não posso escapar tão facilmente.

Ao contrário do que acho que ele vai fazer, como arregalar os olhos, me livrar e sair correndo como se nada tivesse acontecido, dizendo que é problemático, começo a andar. Não andar porque quero, mas sim porque ele começa a andar em minha direção, forçando-me a imitá-lo. Damos passos o suficiente para ficarmos um à frente do outro, seus olhos colados aos meus. Tão de perto, ele consegue ver que andei chorando, porque meus olhos ainda estão marejados e minha face está molhada.

“Você é que é a idiota aqui.” Shikamaru abre um sorriso, um sorriso sincero e grande, que ele não abre com frequência; só o vi fazer isso raras vezes. Sinto a sombra sob meus pés se esvair, enquanto ele se aproxima ainda mais e levanta sua mão para secar o resto das minha lágrimas. “Eu também gosto de você, sua boba.” E então, por mais incrível que pareça dizer isso, ele se aproxima e encosta seus lábios nos meus. Estou tão surpresa, tão chocada que não consigo fazer nada além de ficar estática recebendo seu beijo. É um encostar de lábios, um selinho demorado, em que ele se afasta mais rápido do que eu gostaria, agora que estou consciente de suas palavras.

O sentimento é recíproco. Ele não gosta de Temari, eles não estão namorando. Ele gosta de mim.

“Isso é sério?” Não estou caindo nessa tão fácil, como se tudo fosse lindo e de repente ele gostasse de mim. “Você não gosta da Temari?”

“Tsk, Temari, por que todo mundo acha que eu tenho algo com ela?” Ele bufa, como se a ideia fosse absurda demais. “Ela é problemática demais pra mim, não quero namorar com uma mulher que é exatamente igual à minha mãe. E também, somos só amigos. Muito amigos. As pessoas confundem as coisas.”

“Desde quando gosta de mim?” Deem um murro em mim, mas ainda estou duvidosa. O mundo estava realmente sendo bonzinho comigo uma vez na vida? Inacreditável.

“Bem, não sei dizer exatamente quando. Eu comecei a reparar mais em você em alguma época e desde então você não saía da minha cabeça. Era problemático, relacionamentos são problemáticos, se declarar ainda mais, então eu meio que deixei isso de lado. E também não tinha percebido que você estava com ciúmes até a Temari chamar a minha atenção e me mandar vir atrás de você.”

“Eu não estava com ciúmes.” Cruzo os braços, ofendida. Suas sobrancelhas se erguem, como se ele estivesse dizendo “Ah, não?”, mas continuo na minha postura. Não vou dar o braço a torcer e dizer que estava realmente com ciúmes. Isso não parece importar, porque ele dá uma risada baixa e se aproxima novamente para me beijar.

Tenho vergonha, claro, não sei quem está nos vendo, já que estamos no meio da rua e não sou muito de demonstrações públicas de afeto, mas desta vez correspondo, porque é o que quero. Esse é o cara que eu gosto, que por sorte, também gosta de mim. Só tenho a aproveitar antes que algo dê errado. Sim, sou bem pessimista.

“Ei” Nos separamos ao ouvir uma voz ao longe. Começo a ficar vermelha, imaginando que alguma pessoa da vila havia visto e amanhã todos estarão comentando sobre nós e lançando olhares maliciosos em nossa direção. Não que eu não queira assumir, mas ainda precisamos acertar o que somos e qual a nossa relação. Não é porque nos beijamos e nos declaramos que magicamente estamos namorando. Temos que definir o que queremos ser um para o outro.

Ambos olhamos para ver quem fala conosco, minha pele gelada com o suposto conhecido. A mão de Shikamaru está na minha cintura, em um gesto claro de defesa. Entretanto, nós dois, nos surpreendemos com quem estamos vendo. Com um sorriso debochado, o seu típico, e o olhar cheio de malícia, está Temari, nos olhando de forma bastante sugestiva.

“Finalmente se acertaram, hein?” Ela ri, sua voz estrondosa. Em algum momento da minha vida, cheguei a pensar que ela pudesse gostar de Shikamaru, por mais que sempre houvessem dito que eram apenas amigos, que não havia nada entre eles. Nesse momento, no entanto, acho que estava errada. Não só porque ela estava aqui à nossa frente, nenhum pouco incomodada que estávamos juntos, mas também porque ela sorri, de forma que parece verdadeira. Ou isso, ou ela é tão forte que toma uma atitude dessas mesmo que seu coração esteja quebrado por dentro por ver o cara que ela gosta com outra. Prefiro acreditar com a primeira opção, mas apenas porque não quero lidar com a culpa. “Eu mandei Chouji para casa, por vocês. Acho que ele comeu demais, quando claramente não estava acostumado. Disse que sentia umas dores na barriga e eu o levei para seus pais.”

“Obrigada.” Dissemos nós dois, juntos. Ao perceber isso, olhamos um para o outro, com sorrisos apaixonados. Estamos até mesmo dizendo coisas juntas, como aquelas coisas que casais fazem.

“Eca, vocês são nojentos.” Nossa atenção é voltada novamente para a outra, que faz uma careta de desgosto, igual a de seu irmãos Kankuro. Não o conheço bem o suficiente, mas sei que ela o imita quando diz isso, até mesmo fazendo a mesma careta que ele faz. Para logo depois abrir um novo sorriso, grande e orgulhoso. “Do jeito que estão se olhando, o casamento sairá em breve. Espero ser convidada.”

Casamento? Shikamaru coça a garganta, desviando os olhos com vergonha. Dou um sorriso sem graça, mas apenas porque nunca tinha pensado na possibilidade. Realmente nossa paixão duraria tempo o suficiente para nos casarmos? Será se ela evoluiria para um amor que nos faria querer ficar para sempre juntos?

“Bom, eu preciso ir para o hotel, já que amanhã acordo cedo para ir ao escritório da Hokage. Não, não precisa se incomodar em me acompanhar.” Diz, quando ele faz menção em andar até ela. “Pode ficar com a sua garota, sei o caminho. Boa noite, bebê chorão e Ino, até amanhã.” Ela sai, piscando os olhos para nós dois, da mesma forma sugestiva com que havia chegado, um sorriso arrogante em seus lábios.

Olho para o garoto ao meu lado, que também me olha. Quando eu poderia imaginar, quando começamos a ser amigos, que seríamos algo a mais no futuro? Bem, como dizem, não controlamos por quem nos apaixonamos.


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Notas finais do capítulo

Aqui estamos! Espero de coração que tenham gostado, se você chegou até aqui já significa muito pra mim!
Gostaram? Qualquer comentário será aceito, críticas, elogios, sugestões, aceitarei e responderei a todos com todo o carinho. Obrigada a todos que leram, meu muitíssimo obrigada. Até a próxima fanfic, um grande beijo.



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