UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Será agora que os caminhos de Antonio e Elisa se cruzarão? Vamos descobrir!



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Elisa se perguntava, mentalmente, se aquela noite poderia ficar pior... Chegara quase oito e dez na boate e como o trabalho na cozinha já estava completo, Paul dissera que ela deveria substituir uma das garçonetes que havia faltado.
—Esta não é minha função Paul! _disse Elisa visivelmente irritada.
—Tua função aqui na minha boate Elisa é a que eu lhe der! É isso ou pode voltar para tua casa agora mesmo!
Elisa pensou em responder que não iria aceitar e estava indo embora naquele momento, porém ela se lembrou de que não poderia se dar a esse luxo.
—Tudo bem Paul. _respondeu ela a contragosto.
—Ótimo! Sempre soube que você era uma moça inteligente Elisa. _disse ele com um sorriso cínico._ Vou pedir para a Shirley lhe arrumar um dos uniformes.
Aquilo só fez aumentar a irritação e a vergonha de Elisa; o uniforme a que Paul se referia era uma regata branca justa ao corpo com o nome da boate em vermelho e uma micro-saia preta que não chegava nem até os joelhos. Se imaginar em uma roupa daquelas já fez Elisa corar de vergonha.
—Vamos Elisa? Eu não tenho a noite toda!
—Claro Paul, vamos sim.
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Não havia uma hora que chegara à boate e Antonio já estava pensando em ir embora; não que a boate fosse ruim, o problema era com ele. Como Pieter dissera: o ambiente era descontraído, a comida era excelente, o atendimento era de primeira qualidade, nunca vira tantas beldades londrinas da alta sociedade reunidas em um só lugar como ali... Porém nada daquilo estava conseguindo melhorar seu humor. O melhor a fazer é ir embora e enfrentar os fantasmas daquela mansão... _pensou Antonio decidido a pedir a conta e ir embora.
—O senhor deseja alguma coisa para comer ou beber?_ perguntou alguém o tirando de seus pensamentos.
Antonio levantou os olhos e deparou-se com uma linda garçonete em sua frente com um cardápio em suas mãos; Antonio concluiu que ela trabalhava ali, pois ela estava usando a mesma regata branca com os dizeres Ilícita e uma provocante saia preta. Ela não deveria ter mais que vinte e poucos anos, se os tivesse _pensou Antonio; os cabelos da moça eram castanhos escuros presos em uma única trança, não dava definir a cor dos seus olhos, porém Antonio apostava que deveriam ser tão lindos como todo o rosto da moça.
—O senhor deseja alguma coisa? _tornou a perguntar Elisa incomodada com a insistência com que ele a olhava.
—Perdoe-me senhorita, estou um pouco distraído hoje. _respondeu Antonio vendo-a morder levemente os lábios rosados e pensando que beijá-los naquele momento seria a melhor opção para aquela noite.
Antonio afastou esses pensamentos da cabeça e pegou o cardápio que ela lhe oferecia; nesse momento os dedos dos dois se tocaram e Antonio sorriu ao vê-la recolher sua mão como se uma serpente a tocasse.
—Duvido que suas companheiras de trabalho fossem se in-comodar tanto com um simples toque como esse. _provocou-a Antonio se referindo às demais garçonetes que pareciam bem à vontade com os gracejos dos clientes.
—Caso prefira chamarei uma delas para atendê-lo. _respondeu Elisa irritada, desejando poder arrancar aquele lindo sorriso do rosto perfeito do homem que estava em sua frente.
—Não. Prefiro a senhorita. _respondeu ele parando de sorrir e olhando-a nos olhos.
Elisa sentiu sua pulsação acelerar, seu coração começou a bater mais forte, aquilo nunca acontecera com ela. Precisava sair dali imediatamente, olhar nos penetrantes olhos verdes daquele estranho estava impedindo-a de pensar com clareza. Elisa saiu do devaneio quando viu Paul chamando-a do balcão, Antonio também notou o gesto brusco do dono da boate e não gostou. Ele olhou novamente para Elisa e se perguntou como poderia uma moça tão jovem que parecia ser tão tímida trabalhar em um lugar como aquele; ela parecia um coelhinho assustado no meio de lobos.
—Preciso ir senhor. Com licença.
—Espere!_ disse Antonio sério segurando levemente a mão dela. _O que eu precisaria fazer para te tirar dessa boate agora e levá-la para sua casa?
—Como? _perguntou Elisa não acreditando no que ouvira.
—Responda-me, moça: teus pais sabem que você trabalha aqui? Porque se minha irmã tivesse sua idade eu nunca a deixaria trabalhar em um lugar como este.
—Ou talvez ela nunca precisasse trabalhar em um lugar como este, senhor. _respondeu Elisa soltando a mão que ele segurava. _Mas não se preocupe, tenho idade suficiente para cuidar de mim mesma.
Dizendo isso, Elisa afastou-se dele indo em direção ao balcão. Antonio notou que enquanto passava ela ignorava as piadas e gracejos dos clientes que já estavam começando a se embriagar. O príncipe pediu uma bebida e decidiu que só iria embora quando aquela boate fechasse, pois agora ele tinha um motivo para ficar ali: proteger aquela linda e teimosa moça.
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Eram quase onze horas e Elisa estava ansiosa para logo o relógio soar meia noite para que pudesse ir embora. A bebida estava em alta, a música estava quase insuportável e a maioria dos homens distintos de Londres pareciam ter se transformado em selvagens de uma hora para outra por causa do efeito do álcool. Tivera que ser rude com um homem que tentara agarrá-la quando ela foi entregar-lhe a bebida. E como se não bastasse, Elisa não conseguia esquecer os traços perfeitos e a voz envolvente de Antonio, cujos olhos não a perdiam de vista...
—Você está se sentindo bem Elisa? _perguntou uma moça ruiva e com sardas no rosto se aproximando dela.
—Tudo bem Shirley, só estou um pouco cansada. _respondeu Elisa estranhando, pois Shirley sempre demonstrara não gostar dela desde que começara trabalhar ali.
—Você está amarela, Elisa! Tenho certeza que você não está bem. _disse Shirley solícita._ Vamos fazer o seguinte: mim dê essa bandeja que eu termino de entregar os pedidos. Pode ir se trocar e ir embora se quiser, Elisa.
—Sem a autorização de Paul? _perguntou Elisa.
—Não se preocupe. Eu digo a ele que você não estava se sen-tindo bem.
Elisa pensou por um momento e decidiu aceitar o conselho de Shirley, pois não se alimentara bem durante o dia e sua cabeça estava a ponto de explodir.
—Então, obrigada Shirley! Estou precisando descansar mesmo.
—Por nada Elisa! Só mais uma coisinha: antes de ir se trocar deixe esta garrafa de uísque vazia no depósito para mim?
—Claro, Shirley! _respondeu Elisa caminhando feliz para os fundos da boate.

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Já eram quase onze horas e Antonio se perguntava se havia sentido naquilo tudo que estava fazendo: perdendo seu tempo para proteger uma irresponsável garota que ele nem mesmo sabia o nome. Com toda certeza Jácomo deveria estar mais que irritado sem saber onde ele estava. Antonio estava decidido a ir embora, quando Elisa se aproximou novamente para levar um drinque para um rapaz que estava sentado na mesa ao seu lado; aquela linda moça estava se tornando uma verdadeira obsessão para ele. Quando Elisa colocou a bebida na mesa, o rapaz disse-lhe um elogio grosseiro; Antonio irritou-se com aquilo, mas Elisa ignorou o cliente e se virou para continuar seu trabalho, porém o rapaz tentou segurar-lhe a cintura, ao que ela o cortou dizendo:
—Não ouse me tocar novamente, senhor! _dizendo isso ela se afastou sem olhar para trás.
“Ela é diferente sim!” _pensou Antonio sorrindo para si mesmo. Se aquele bêbado insolente ousasse tocá-la novamente, ele mesmo lhe ensinaria uma lição.
Passado um tempo o mesmo rapaz que tentara agarrar Elisa foi até uma das garçonetes e sussurrou-lhe algo ao ouvido, a moça sorriu sedutoramente para ele, ao contrário de Elisa. O rapaz tornou a sentar-se e Antonio viu quando a garçonete ruiva se dirigiu até Elisa lhe disse algo e logo depois Elisa desapareceu pela porta dos fundos da boate. Logo depois que Elisa entrou pela tal porta, a moça ruiva veio sentar-se junto com o rapaz novamente. Antonio achou aquilo estranho e decidiu ouvir o que eles falavam:
—Missão cumprida, senhor! _disse Shirley rindo ao rapaz loiro a sua frente.
—Onde está a moça? _perguntou ele.
—Mandei-a ir até o depósito de bebidas; siga aquele corredor e irá encontrá-la.
—Bom trabalho! _respondeu ele rindo e entregando algumas notas a Shirley. _Aqui está sua recompensa!
—Elisa não vale tanto!_ gracejou ela rindo.
—Porém o meu orgulho vale! Respondeu o rapaz loiro_ Quem tua amiguinha pensa que é para me rejeitar? Não quero interrupções; ok?
—Certo. Vá logo... Colocarei um segurança na porta. _disse Shirley.
Os dois se levantaram e Antonio ainda não acreditava no que acabara de ouvir. Elisa... Era esse seu nome. O que eles estavam pensando em fazer com ela? Aquele canalha não encostaria um dedo sequer nela, não enquanto ele estivesse ali.
Antonio se levantou e se dirigiu até a porta dos fundos da boate, mas tinha um segurança bloqueando a passagem.
—Por favor, preciso entrar aí! _disse Antonio.
—Lamento senhor, mas apenas com autorização._ respondeu o segurança com firmeza.
Antonio pensou em usar a força, não seria difícil derrubar aquele segurança bem mais baixo que ele, porém seria um escân-dalo desnecessário. Então ele teve uma ideia, tirando algumas notas do bolso da jaqueta, enquanto o segurança as olhava com um disfarçado interesse.
—Façamos um acordo Edgar..._ começou Antonio lendo o nome no crachá do segurança. _Pagarei dez vezes o que você ganha aqui por hora para você fingir que não me viu entrar aqui.
—O senhor é quem manda!_ disse o segurança pegando o dinheiro e deixando o caminho livre.
Antonio entrou pelo corredor, torcendo para não chegar tarde demais.

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Elisa tinha acabado de colocar a garrafa vazia no depósito, quando ouviu passos no corredor, ela se virou e deparou-se com o rapaz que tentara agarrá-la, sorrindo para ela.
—Surpresa em me ver querida?_ perguntou ele sarcástico.
—O que o senhor faz aqui? _perguntou Elisa assustada.
—Não adivinha? _perguntou ele se aproximando dela._ Vim terminar o que mal começamos.
—Se o senhor der mais um passo eu irei gritar!_ ameaçou ela.
—Grite... Isso só me dará mais prazer.
Dizendo isso ele a abraçou e tentou beijá-la, porém Elisa chutou-o e conseguiu se soltar.
—Garçonete insolente!_ rosnou ele curvado pela dor._ Vou fazê-la se arrepender por isto!
Elisa estava quase chegando à porta que levava ao corredor, quando tropeçou em uma caixa de bebidas e caiu; iria se levantar quando o rapaz se colocou na frente dela.
—Lhe darei uma lição que nunca se esquecerá, garçonete es-túpida!_ disse ele levantando o punho fechado para ela.
Elisa apenas fechou os olhos e esperou o soco que com certeza a deixaria cheia de hematomas no dia seguinte.
—Ouse encostar um dedo sequer nela e será a última coisa que você fará nesta vida!_ disse uma voz raivosa e pausada.
Elisa abriu os olhos a tempo de ver Antonio segurando o punho fechado do rapaz e dando-lhe um soco que o fez cair sobre algumas caixas de garrafas vazias.
—Você está bem? _perguntou Antonio preocupado se ajoelhando perto de Elisa. _Eu não lhe disse que esse não era lugar para você?
Elisa iria respondendo, porém congelou ao ver o rapaz se levantar com uma garrafa na mão para acertar a nuca de Antonio.
—Cuidado!_ gritou ela.
Antonio se virou a tempo de amparar a garrafada, mas não conseguiu se desviar de um soco no canto de sua boca.
—Ah, rapaz agora você passou dos limites! _disse Antonio avançando contra ele e os dois caindo sobre algumas caixas.
—Por favor, parem!_ gritava Elisa em desespero.
—O que está acontecendo aqui? _perguntou Paul entrando no depósito acompanhado por três homens. Dois eram jovens e o terceiro já aparentava ter mais de cinquenta anos.
—Antonio! _gritou o mais velho.
Em fração de segundos os dois estavam separados. O mais velho dos homens segurava o príncipe e os outros dois imobilizaram o rapaz no chão.
—O que está acontecendo aqui Elisa?_ tornou a trovejar Paul para a moça.
—A culpa não foi dela! _respondeu Antonio irritado pela forma como aquele homem tratava Elisa. Será que ele não percebia que ela estava quase em choque pelo que passara?
—De quem foi a culpa então, senhor? _perguntou Paul se dirigindo a Antonio, já de uma forma educada.
—A culpa foi desse verme que tentou violentá-la! _respondeu ele, logo depois se dirigindo ao ministro: _Por favor, solte-me Jácomo!
Então o homem mais velho o soltou contrariado, olhando para Elisa com reprovação.
—E por esse motivo o senhor arriscou tua vida, meu príncipe para proteger uma garçonete qualquer?
—Modere as palavras, por favor, Jácomo. _disse Antonio sério._ O nome dela é Elisa.
—Que seja... _murmurou Jácomo deixando claro que inde-pendente de quem fosse Elisa, nada justificava o fato da vida de seu querido príncipe ter sido colocada em risco para defendê-la.
—Me soltem! _exigiu o rapaz pressionado no chão por Estevan e outro segurança.
—O que fazemos com ele, alteza? _perguntou Estevan.
— Podem soltá-lo Estevan. _respondeu Antonio procurando os olhos de Elisa, que ainda estavam apavorados; por um momento teve vontade de matar aquele idiota por fazê-la passar por aquilo.
—Isso não vai ficar assim! _ameaçou o rapaz quando os segu-ranças o soltaram.
—Por que você não vai embora calado, antes que eu me arre-penda e não permita que você saia daqui andando com as próprias pernas? _perguntou Antonio olhando ameaçadoramente para o rapaz.
O rapaz iria respondendo, mas desistiu quando percebeu que estava em um menor número; então apenas lançou um olhar tam-bém ameaçador a todos e saiu do depósito.
—E com isso eu fiquei apenas com o prejuízo. _exclamou Paul se referindo a algumas garrafas de bebidas quebradas no chão do depósito.
—Não se preocupe. _respondeu Antonio. _Arcarei com o seu prejuízo.
Nesse momento, Paul relaxou e passou a se dirigir a Antonio em um tom amigável:
—Não me leve a mal, senhor, mas o senhor entende a minha situação...
—Tudo bem; vamos acertar, então. _o interrompeu Antonio. _Venha, Elisa. Irei deixá-la em sua casa.
Então Antonio pegou a mão de Elisa entre a sua, ignorando o olhar reprovador de Jácomo, enquanto saiam do depósito.
Elisa tentou ignorar o calor que a invadia de acordo que se-guiam em direção ao salão da boate de mãos dadas.
—O que foi?_ perguntou Antonio quando ela parou antes de entrarem no salão.
—É que eu posso ir para minha casa de táxi.
—Não. _respondeu ele sério._ Já disse que irei deixá-la em sua casa.
—Eu posso sozinha me manter segura até minha casa.
—Foi o que me disse há algumas horas atrás; se lembra? _perguntou ele sorrindo para ela.
—Escute uma coisa... _começou Elisa, mas estava tão nervosa que não conseguiu terminar a frase.
Antonio se segurou para não rir da irritação dela. Ela fica ainda mais linda quando está irritada._ pensou ele.
—Tudo bem, senhorita; tenho certeza que você sabe se cuidar sozinha, porém eu não conseguiria dormir sem saber que chegou em segurança a sua casa. _argumentou ele. _Vamos?
Elisa não teve como recusar, além do mais ela também não estava com a mínima vontade de se afastar dele, pois a mão de Antonio segurando a sua, transmitia-lhe uma sensação inimaginável de segurança, como nunca sentira perto de alguém. Quando chegaram ao salão da boate, Jácomo já os aguardava junto aos dois jovens seguranças, a boate já estava praticamente vazia.
—Vamos, meu príncipe? _chamou-o Jácomo. _Já regularizei tudo com o dono da boate.
Elisa percebeu que o homem agia como se ela nem mesmo existisse.
—Certo Jácomo; então vamos.
—Não seria melhor chamarmos um táxi para deixar a moça em casa? _perguntou o ministro.
—Eu ficaria agradecida!_ disse Elisa tentando soltar sua mão da de Antonio.
Antonio sorriu para ela e segurou sua mão com mais força. Não sabia explicar, mas nunca sentira tanta necessidade de estar com alguém como queria estar perto daquela moça.
—Eu já disse que eu irei deixá-la em casa. _respondeu ele se dirigindo ao ministro. _Podem ir para mansão, se quiserem. En-contrarei vocês lá em alguns minutos.
Dizendo isso, Antonio se dirigiu para fora da boate com Elisa; Jácomo os alcançou na calçada.
—Iremos acompanhá-lo, meu príncipe.
—Ótimo Jácomo. Vamos, então!
Os três homens seguiram até um conversível cinza metálico, enquanto Antonio conduzia Elisa até um luxuoso e lindo carro preto, estacionado diante da boate. Elisa até aquele momento ainda estava tão chocada com tudo o que acontecera que não estava ligando as coisas umas com as outras... Aquele sorriso sedutor, os traços perfeitos e marcantes, os lindos olhos cor de esmeraldas... Onde vira aquele rosto antes? Então de repente ela se lembrou: fora na capa da revista que Felícia lhe mostrara durante quase toda a semana que passara; Elisa se lembrava de que a amiga suspirava todas as vezes que olhava para a foto do príncipe Antonio Braga de Castelamontes, novo soberano do reino de Monsália! O pequeno e longínquo, porém rico reino tornara-se notícia após o trágico e inesperado acidente que causou a morte de seu então príncipe regente Enrico de Castelamontes. Além do mais Felícia não lhe dissera que o príncipe estava em Londres a negócios?
—Tem certeza que está tudo bem com você, Elisa? _perguntou Antonio preocupado com o silêncio da moça depois que entraram no carro. _Aquele miserável te machucou? Se preferir posso te levar ao hospital ou a uma delegacia para você apresentar uma acusação formal contra ele.
—Não se preocupe, não é isso... Estou realmente bem, graças a Deus e ao senhor.
—O que a preocupa então?
—Se incomodaria se eu lhe fizesse uma pergunta? _perguntou ela sem jeito.
—Claro que não! Fique a vontade.
—O senhor é mesmo o príncipe Antonio de Castelamontes, do reino de Monsália?
—Ah; era isso? _perguntou ele sorrindo. _Sim, o próprio. Já me conhecia?
—Claro que não... Quero dizer, vi recentemente uma foto do senhor em uma revista.
—Por favor, não me chame de senhor; acho que não sou tão velho assim. _gracejou ele ainda sorrindo, fazendo o coração de Elisa acelerar novamente. _E sobre o que a revista falava?
—Eu não li a reportagem. _mentiu Elisa enquanto ele dirigia para o endereço que ela lhe dera. Não iria dizer a ele que Felícia comprara uma revista que o colocava como o solteiro mais sexy e cobiçado do continente naquele mês.
—Será a revista Summers? _perguntou ele. _Pois foi a última revista para qual concedi uma entrevista.
Antonio teve certeza que fora essa a revista quando a viu desviar o olhar para os carros que passavam pela rua.
—Acho que eles exageraram um pouco na reportagem. Você concorda com o que eles escreveram sobre mim? _provocou ele, fazendo-a se sentir mais envergonhada ainda.
—Como eu disse, não li a reportagem. A revista era de minha amiga Felícia; ela que adora tudo sobre o mundo das celebridades, eu não tenho tempo para essas coisas.
—Não sonha com um príncipe encantado, Elisa, como a maioria das moças de sua idade? _perguntou ele ainda a provocando.
—Eu não sonho, príncipe Antonio; a realidade é bem mais se-gura. _respondeu ela. _Pode parar ali, moro naquele edifício.
Antonio parou o carro sem desviar os olhos do rosto de Elisa. Aquela moça era mesmo um enigma que ele teria todo o prazer de desvendar.
—Posso te perguntar mais uma coisa? _perguntou Elisa
—Claro, o que você quiser _respondeu ele.
—Como você sabia que eu estaria no depósito naquele mo-mento?
—Eu ouvi aquele rapaz conversando com uma das garçonetes sobre o que ele estava pensando em fazer.
Então Antonio contou para Elisa toda a conversa que ouvira entre Shirley e o rapaz que tentara violenta-la.
—Eu não acredito! Como ela pôde fazer isso comigo? _perguntou Elisa ainda sem conseguir acreditar que Shirley fora capaz de algo tão baixo.
—Não fique assim, já passou. O importante é que você está bem.
—Graças ao senhor, quero dizer, a você. Obrigada por tudo, príncipe Antonio! _disse ela se preparando para abrir a porta do carro.
—Espere... _começou Antonio antes de destravar a porta do carro. _Eu posso te pedir uma coisa?
—O quê? _perguntou ela confusa.
Porém ao invés de responder, Antonio levou sua mão até os cabelos de Elisa, que estremeceu ao toque; aquilo fez Antonio de-sejar poder explorar cada parte do corpo de Elisa, para saber se ela seria tão receptiva assim ao seu toque.
O que faria se ele quisesse beijá-la?_ pensou Elisa, em um misto de pânico e ansiedade, quando Antonio acariciou seu rosto até seus lábios entreabertos.
—Me prometa que ficará longe de confusões. Tudo bem? _disse ele retirando a mão de seu rosto e segurando o volante novamente, com força, como se para resistir à vontade de tocá-la novamente.
Elisa se endireitou no banco, tentando entender melhor o que ele lhe pedira.
—O que você quer dizer com isso?
—Ora, Elisa, infelizmente eu não poderei estar ao seu lado sempre que você precisar de ajuda, e me sinto mal apenas de imaginá-la envolvida em uma situação como a de hoje a noite. Além do mais, este bairro não é o mais seguro de Londres.
—Não se preocupe. _disse ela sorrindo. _Concordo que não sou uma pessoa de grande sorte, mas prometo me cuidar. Tudo bem? Boa noite!
—Apenas mais uma coisa: Você se incomodaria de vestir minha jaqueta?_ perguntou ele.
—Por quê? Não está frio lá fora.
—Eu sei; porém eu preferiria que você não saísse do carro apenas com esta roupa que você está usando, pois há um bar ao lado do seu edifício lotado de homens embriagados.
Só então, Elisa se lembrou de que não havia trocado o uni-forme da boate. Não era de se admirar que o príncipe acariciara seu rosto daquela forma. Com uma roupa daquelas, que tipo de mulher ele deveria estar pensando que ela era?_ se perguntava Elisa.
—Eu deveria ter trocado esta roupa horrível. _murmurou ela pegando a jaqueta que ele lhe oferecia.
—Eu concordo plenamente._ provocou Antonio olhando-a dos pés a cabeça. _ Usar uma roupa dessas , no seu caso, deveria ser considerado um crime Elisa, pois você por si só já é uma tentação quase irresistível.
Elisa ficou tão ofendida que atirou a jaqueta sobre ele sem pensar duas vezes e abriu a porta do carro, saindo para a calçada.
—Fique com sua jaqueta alteza! _disse ela irritada. _Não quero nada seu e muito menos seus elogios!
Elisa bateu a porta do carro e entrou no edifício sem olhar para trás. Ao chegar em seu apartamento, Elisa se livrou daquela roupa horrível e se enfiou embaixo do chuveiro. Em dado momento a água da ducha se misturou com suas lágrimas por tudo pelo que passara àquela noite.
Quem aquele príncipe pensava que ela era?_ se perguntava Elisa enquanto se encolhia debaixo do edredom na cama de casal que fora de seu pai.
—Nunca mais quero vê-lo na minha frente! _disse ela em voz alta.
Porém foi a voz envolvente de Antonio e os lindos olhos verdes que povoaram seus sonhos durante toda a noite.
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Notas finais do capítulo

Este capitulo foi um pouco mais extenso, mas espero que tenha valido a pena. Comentem.. Caso estejam gostando postarei o resto da historia. #AmandoANTONIO&ELISA



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