Aquaman.-Herdeiro do Mar. REESCRITA escrita por G V Gomes


Capítulo 1
O filho das ondas.




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Ele não devia sobreviver. Quando os Atlantes o condenaram expondo-o ao ar no Coral da Clemência a maré baixa, todos esperavam que o sol por sí só o matasse. Em vez disso, o suave calor emitido pelo astro solar a mais de 149.600.000 km da Terra o embalou em um doce sono, quando despertou estava à mercê da crueldade da mãe natureza. E essa foi a sua salvação.
Se tivessem deixado o garoto viver em Atlântida, ele teria sido criado como uma aberração, um aborto da natureza; tudo por causa de sua pele pálida e cabelos dourados, que acabariam sendo cortados e lançados fora, por ordem do Grande Rei. No entanto o fato mais diferente, não foi percebido pelos Atlantes... Podia respirar oxigênio, o nosso ar atmosférico. Podia suportar a radiação solar sem se ferir; e foi essa habilidade de deixar os oceanos que feria dele o Rei de Atlântida.
O pequeno bebê ficou encima dos Corais por dias, que se transformaram em semanas e que por fim viraram meses; começou a tentar se levantar, virando-se para um lado após o outro, até que rola recife abaixo, chorando assustado, desejava sua mãe, ou seu pai, mas quem atende se chamado é uma enorme e faminto por qualquer criatura que pudesse abocanhar.
— Vá embora! -Essa foi a primeira ordem do futuro rei ao perceber que a criatura aquática não era sua mãe. A ordem viajou telepaticamente ate os mesencéfalos do peixe, que é induzido a ir para outro lugar procurar alimento. 
Uma vaga lembrança do rosto de sua mãe foi preservada em sua memoria, tornou-se 5% humano e 95% mar, nadava entre tubarões e cardumes; frequentemente sentia fome, por se alimentar só do que conseguia pegar, os peixes obedeciam seus comandos mentais, mas não era certo cobrar deles o auto sacrifício. Por doze anos tornou-se parte do mar, parte da forca imutável da natureza; costumava subir ate a superfície e em uma rocha tomar um banho de sol, contemplar as gaivotas soberanas no céu, certa vez viu uma garotinha humana pescando, ficou pensando como uma criatura tão pequena poderia causar tanta dor nos seres marinhos. Sua sobrevivência no mundo se tornou solitária. 
Em um farol antigo, um zelador esperava ter algum sucesso em suas armadilhas, estava com fome, conseguiu um caranguejo, mas quando foi verificar a outra, foi puxado para o fundo da agua, o pequena menino lutou com o homem de baixo d`agua, mas o homem era mais forte e em um soco o nocauteou e o levou para dentro de sua casa.
—Pode grasnar o quanto quiser! Não vou te soltar desgraçado. -O garoto estava amarrado sentado em uma cadeira de madeira, que foi feita pelo próprio homem, o menino gritava, mas como não sabia falar só grasnava como as gaivotas que tanto admirava. Dez minutos depois o silencio invade a casa. -O que foi? Quer beber agua? -O zelador de trinta e cinco anos bebia agua fresca e gelada, o garoto funga e desmaia. -Você deve precisar mesmo de agua. Seria impossível um ser humano comum nadar até aqui. Já havia escutado historias sobre criaturas como você.... Só não imaginava que.... Vocês parecessem tanto.... Comigo. -Arrependido de te-lo amarado, ele o pega no colo e o leva para fora. -Mas se for que aguas que você precisa.... -O zelador o lança nas aguas serenas do mar. Atordoado ele se contorce e nada rumo o alto mar, mas algo lhe faz retornar para a praia onde o zelador o capturou.
Na manhã seguinte o homem abre a porta; três enormes peixes cuidadosamente amarrados foram deixados na porta, prontos para serem preparados para consumo, ao lado sentado em uma pedra o garoto loiro de treze anos.
— Você! Foi você quem colocou esses peixes aqui!? Responda! -O garoto o encarou cerca de cinco minutos e depois saltou na água. -O que é isso? Isso é algum tipo de truque? Esta pensando em sabotar o farol, saiba que eu sei me defender! -O zelador grita para que o garoto escute debaixo d`agua. -Desgraçado! -O homem berra e joga os peixes na agua. -Da próxima vez, grasno igual gaivota.
No dia seguinte o garoto sobe na rocha, perto do zelador; mas ele vestia um calção de algas marinhas, diferente das ouras vezes nas quais ele surgia sem roupas. 
— Eu já vi você aí. -O homem carregava gaiolas usadas para capturar crustáceos. -Vejo que minhas armadilhas estão cheias... O engraçado é que ela nem foram armadas ainda. -Ele tira cinco caranguejos de cada gaiola. -Por acaso não passou pela sua cabeça que eu pudesse gostar de preparar minhas armadilhas? - Ele limpa as armadilhas e as leva para a praia. -Pois eu gosto! -O garoto estava na agua, o observando. -Desgraça! Não sebe que não tem graça quando te tão a pesca e não te ensinam a pescar? -O homem sai da agua, sua calca estava encharcada, o menino se levanta e o imita no modo de andar. -Quero conseguir minha própria comida, entendeu garoto? 
— Desgraça! -O garoto grita sorrindo, isso fez o homem olha-lo de outro modo, não como um problema, mas como um antigo desejo que compartilhou quando sua esposa era viva; a mulher falecera dois dias após o trabalho de parto, Mary e o pequenino Arthur morrera junto, não por um erro médico, mas por um fator natural.
— Venha garoto. Vamos cuidar de arrumar roupas para você. -Ele leva o garoto loiro, filho do mar para dentro de sua casa; o novo morador entrou tentando pronunciar as novas palavras que o homem pronunciou. 
A partir de então se tornaram inseparáveis, professor e aluno, pai e filho; o garoto ganhou um nome Arthur e o zelador ganhou aquilo que perdeu;  uma família. Ele ensinou a ler e a escrever...


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