Abri e fechei meus olhos, e não foi por causa de alguma luz forte, simplesmente minhas pálpebras pareciam pesadas demais para manter abertas.

Respirei fundo e logo o cheiro de Noah estava por todo o quarto, eu podia sentir a presença dele ali ao lado da cama, podia sentir a mão dele segurando a minha, a sua respiração calma e seu coração acelerado.

Enfim pude mantê-los abertos, eu estava no meu quarto e pela pequena fresta  na janela puder ver que já era noite e uma leve garoa caia e a luz estava ligada.

Demorei pouco segundos até senti uma agulha presa em meu braço e logo em seguida som de gotas pingando sobre água.

Eu estava recebendo soro.

—Noah...

O nome dele saiu arrastado da minha garganta que parecia seca.

—Noah ... No...

—Leah... Você acordou.

A voz dele saiu baixa e sua mão apertou um pouco a minha.

—água...

—Certo você deve estar com sede.

Enquanto Noah se alevantava, observei cada pedacinho de seu corpo que estava coberto por uma calça jeans e por uma camiseta de mangas curtas, mas meus olhos logo estavam completamente fixos em seu rosto pálido e seus lábios machucados  e ressecados.

—Noah ?

—Eu já volto.

Ele saiu do quarto e eu pode acompanhar cada um dos seus passos ate ele parar na metade da escada e logo eu escutava seus soluços.

Noah tentava esconder seu choro.

Quase de imediato meu corpo reagiu.

Me sentei na cama e um dor percorreu todo meu braço, a agulha entrou ainda mais em minha veia.

Enquanto tirava meus pés para fora da cama, tratei de arrancar a agulha de mim. 

Então eu notei.

—Noah...Noah...como 

Cobri minha boca com as mãos, lagrimas logo escorriam apor meu rosto.

Eu estava usando uma calça moletom e uma das minhas velhas camisetas, mas estava justa demais, apertada demais.

Quando foi que meu abdômen cresceu ?

Com as pernas bambas e meus braços para alto, bem longe daquele volume estranho, finalmente caminhei para fora daquele quarto.

—Noah...

Noah estava parado no final da escada com um copo de água na mão.

—Leah... Você não deveria ter se alevantado.

Ele correu até mim, me segurando, tentando me pegar no colo com o copo ainda em sua mão.

—Noah calma eu to bem

—Não sente nem uma dor.

—Não... Só isso é estranho demais.

Pude notar os olhos dele percorrendo por meu corpo e logo focando em meu rosto, provavelmente procurando alguma expressão que representava dor, mas eu realmente naquele momento não sentia nada.

—Cada minha mãe ? 

Perguntei quando percebi que os únicos barulhos naquela casa eram feitos por mim e Noah.

—Esta no hospital com Charlie.

—Hospital ?

—Você se lembro que o Charlie passou mal ? .. Bem nessa terça finalmente vai ter alta.

Mentalmente fiz um pequena conta, como ainda era terça-feira ? 

—Que dia é hoje?

—Já se passou uma semana que você desmaiou Leah.

Com a ajuda de Noah, me sentei nos primeiros degraus da escada.

—O que aconteceu comigo?

Perguntei encarrando novamente o que devia ser minha barriga.

—Carlisle venho examinar você, quando cheguei ele já estava aqui... 

Noah se sentou ao meu lado e me deu o copo de água, que eu não demorei muito para esvaziar.

—Noah..

—Eu senti o cheiro de seu sangue assim que passei pela porta, poucos passos do seu quarto eu mal me aguentava em pé.

A cada palavra que sai de sua boca, sua voz ai baixando de tom, as ultimas palavras apenas ouvi por causa da minha audição lupina.

—Não consegui chegar até você.. Apaguei ali no chão a pouco passos.. Acordei algum tempo depois com a minha mãe me chamando... Eu e o meu pai conversamos logo depois... É perigo leah esse nosso imprinting... Mais forte.. sentimos a dor um do outro.

Eu demorei um pouco para entender suas falas que eram apressadas, mas quando compreendi, percebi que por minha causa Noah estava com aquela aparência de cansado.

—No...

—São raros, mas muito raro esse tipo de imprinting, já que não tem muitas lobas por ai sabe, então não sabem muita coisa.. 

Noah estava assustado e com medo, eu podia sentir apenas de olha—lo, mas eu não compreendia aquela magoa que ele me mostrava em seu olhar.

—Tem algo que você não ta me contando.

Eu já sabia do que se tratava, afinal minha barriga estava ali chamando a atenção.

—você esta gravida leah... E não é meu.

A felicidade que senti pela aquela palavra Gravida durou menos de um segundo, pois a conclusão da frase me atingiu como um soco certeiro.

—Como assim.. Noah eu to com você.. É impossível. 

Um sorriso estranho se mantia em meu rosto que aos poucos o pavor estava tomando conta.

—Olha para o Edward.. Não é impossível.

—Eu não posso engravidar Noah.. Acredite eu tentei.. Meu útero é seco.

Minhas mãos tremiam sobre meus joelhos e lágrimas já rolavam por meu rosto, meu corpo já tremia.

Uma onde gigantesca que era uma mistura de vários sentimentos me engoliu completamente, eu estava me sufocando.

Senti os braços de Noah envolverem meu corpo, naquele momento notei que já não chorava sozinha e que aqueles sentimentos nãos eram só meus.

—Noah meu deus.. Se acalma.

Ainda chorando, tentei acalma-lo, Noah estava apavorado, aparecendo o adolescente que ele realmente.

—Não consigo respirar.

Sua fala me deixou ainda mais alerta e me fazendo o puxar para mais perto de mim.

—Calma noah eu to aqui.. Não vou pra lugar nem um.

Eu alisei seus cabelos, enquanto escutava sua respiração se torna lenta, quase como se noah estivesse caindo no sono em meus braços.

Ficamos ali por algum tempo, a chuva lá fora já estava forte quando eu e ele caminhamos lentamente de volta par minha cama.

Noah se deitou todo encolhido como uma criança com frio.

—Esta com frio... Vou pegar uma coberta.

Fiz alguns movimento para me alevantar, mas logo Noah me segurou assim não deixando que eu saísse de seu lado.

—Não va...eu não tenho frio lembra.

—Você esta melhor.

—Leah eu realmente não quero te perder... Não me importo que vai ter um filho daquele idiota... Só não me deixei.

Toquei seu rosto com meus dedos, limpei os vestígios das lágrimas que por ali escorreram.

—olha...eu não pra lugar nem um.

Eu sabia que não era exatamente de um lugar que estávamos falando, e sim de uma possível separação causada por uma morte precoce.

—Esta sentindo... Você sentiu... Era uma dor horrível.. Eu tentava não pensar muito quando você estava dormindo.

Ali naquele momento me dei conta realmente da gravidade do nosso imprinting.

Sentíamos a dor um o outro, e não só a dor física como a dor sentimental também.

O imprinting que eu tanto queria que ele tivesse por mim, agora poderia ser um perigo.

Logo comecei a senti minha cabeça doer.

Eu não me importava em sentir dor.

Eu sempre quis ser mãe e agora eu seria, mas isso estava machucando Noah.

Noah é a pessoa mais importante para mim.

Aquele gravides tinha que parar.