I Still Believe escrita por Lily Duncan


Capítulo 2
Eu ainda acredito


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi ♥ Só tenho agradecer pelos comentários e o carinho das pessoas que apareceram aqui no capítulo anterior. De verdade, me deixou bem empolgada para continuar.
Agora trago outro capítulo fresquinho para vocês. Queria explicar algumas coisas primeiro: Eu vou colocar algumas referências da série, e adoraria que vocês comentassem sobre isso kkk Quem não viu a série e está acompanhando, não se preocupem, porque vai ter como entender da mesma maneira. Qualquer coisa é só perguntar nos comentários e eu responderei com amorzinho. Eu também vou, em alguns capítulos, dividir as partes em "antes da Maldição" e "atualmente", que farão ligação com a história e serão muito importantes para entender a trama em si. Então prestem atenção nessas passagens!
Por enquanto é só isso. APROVEITEM O CAPÍTULO!



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Emma abriu os olhos devagar com medo de novamente estar presa dentro daquela caverna, mas se surpreendeu ao perceber que estava em um quarto hospitalar. Remexeu-se na cama, tentando se levantar, mas uma mão a fez aquietar na mesma posição. Ela levantou os olhos, encontrando o amigo de infância, August, parado à sua frente com uma expressão confusa.

— August – ela falou acima de um sussurro, a voz trêmula por conta da confusão de antes. – O que… O que aconteceu?

— Eu te encontrei na floresta – August respondeu, olhando-a com muita atenção.

Ele estava diferente da última vez que ela o viu. O cabelo estava maior, a barba por fazer e o olhar muito cansado. Mas ele continuava com sua famosa jaqueta de couro, fazendo-a relembrar de bons momentos ao seu lado. Ela só não conseguia entender como tudo podia ser tão familiar, mas, ao mesmo tempo, desconhecido.

— F-Floresta? – ela estava perdida, mas um sorrisinho brotou no seu rosto. – De novo isso?

— Ironia do destino – ele suspirou pesadamente, mas também sorriu de volta. – Você se lembra de alguma coisa? Onde esteve todo esse tempo?

Ela o encarou, procurando as respostas dentro da sua mente. Embora lembrasse de boa parte da sua jornada naquele ambiente aterrorizador e solitário, não conseguia dizer com exatidão os detalhes. Estava cansada e desejava mais do que tudo poder rever a família, mas estava feliz por reencontrar August e olhar para um rosto conhecido depois de tanto tempo presa.

— Eu estive morando em uma caverna. Ou algo assim. Eu achei que morreria – ela mordeu os lábios, tomando conta dos momentos de aflito. – Eu estive sozinha. Todo esse tempo.

August a olhava com a confusão estampada no rosto, deixando evidente o quão surpreso estava ao ouvir aquilo.

— Isso é incrível – ele murmurou, os olhos arregalados. – Terrível, mas incrível, porque você está viva.

— Sim, estou – ela concordou, sem entender o tom dele. – Cadê a Regina? Meus pais?

Ela o viu hesitar.

— Eles ainda não sabem que você está aqui – ele tentou explicar. Imediatamente ela ficou ainda mais tensa, porque pensava que a família logo apareceria. – Dr. Whale pediu para eu ficar de olho até você acordar e contar o que passou. Antes eu precisava te explicar algumas coisas. Não nos entenda mal, Emma, mas pensamos que você estaria diferente se voltasse. Sabe, por ter passado tanto tempo fora.

— Do que você está falando? – ela se adiantou para dizer, trincando os dentes de pavor. – “Se eu voltasse”? Eu passei uma semana fora, August.

August recuou no mesmo instante, olhando-a ainda mais com preocupação. A hesitação do homem a fez se balançar na cama outra vez, levantando o corpo devagar para se sentar. Ela ficou dolorida com a falta de resposta, porque algo estava errado.

Ou tudo estava errado.

Ele suspirou novamente, aproximando-se da melhor amiga. Tomou ambas mãos nas dele.

— Você passou dez anos fora, Emma. Muita coisa mudou desde o dia que você partiu.

— O quê? – ela se apavorou, sentindo a tensão aumentando dentro de seu peito. – Eu não estou brincando, August. Eu passei uma semana presa, talvez alguns dias a mais, mas não dez anos — as lágrimas despencaram de seus olhos. – Eu quero ver alguém. Por favor! Regina, meus pais, qualquer um. Eu quero vê-los!

— Você não se lembra de como desapareceu? – ele começou a ficar afobado com a reação da outra.

— Eu não me lembro de nada daquele dia! Eu só me lembro de ficar presa naquele lugar, afundar em alguma coisa e sair pela árvore – ela iniciou o choro descontrolado. O corpo doía verdadeiramente, mas ela queria saltar daquele lugar e correr para longe atrás de seus familiares. – Eu não sei quem me prende, porque me prendeu, mas eu vou descobrir! Eu só quero ver alguém.

— Você precisa se acalmar, porque tudo vai se resolver. Você vai precisar ter paciência para ouvir a história toda – ele se levantou para acalmá-la na cama. – Você só precisa acreditar em mim!

— Não, August! Eu quero sair daqui. Por favor.

Ela não sabia o que pensar naquele momento, mas tinha uma certeza: ninguém a impediria de ver a família e entender o que estava acontecendo. Tentou se levantar da cama, mas estava fraca demais para lutar contra August, que a prendia com firmeza contra o colchão.

Uma enfermeira desconhecida adentrou apressada no quarto, ajudando-o a imobilizá-la. Ela se debateu um pouco mais, despejando toda sua raiva contra eles, porque tudo estava tão confuso e ela não queria aceitar o que tinha ouvido. Era inacreditável que tinha perdido tanto tempo da vida das pessoas que amava, ainda mais por ter parecido que tinha ficado presa apenas por alguns dias.

Sentiu uma agulha fincando com força contra sua pele, e, aos poucos, suas forças foram desaparecendo de seu corpo. Ela parou de se mexer, os olhos vidrados no teto esbranquiçado do quarto. Ouviu alguma conversa ao longe, mas não conseguia decifrar o que diziam.

— Desculpa – August a beijou na testa. – Quando você se acalmar, saberá de tudo.

Ela preferiu não encará-lo, fechando os olhos e deixando ser invadida pela exaustão. Perdeu a consciência pouco tempo depois, enchendo novamente a realidade de desgraças.

 

•✚•

 

Quando tornou a abrir os olhos pela segunda vez naquele dia, ninguém se encontrava no quarto. Ela estava sozinha de novo e o desespero parecia ainda mais tocável. Olhou a volta a procura de alguma roupa decente, mas não encontrou nada além de equipamentos médicos.

Ela não podia acreditar nas palavras do melhor amigo, embora sentisse que uma ponta de verdade perambulava naquelas palavras. August jamais mentiria para ela, e eles sempre estiveram juntos durante a vida. Eram inseparáveis, e o seu “superpoder” funcionava ainda melhor com o homem. Por isso sabia que não era mentira.

Mas era difícil simplesmente aceitar aquela tragédia. Ela pensou que tinha se livrado de tensões, principalmente por ter passado muito tempo dentro delas, mas o pior parecia estar por vir.

Por que não a deixava ver a família? Quanto tempo tinha se passado desde que esteve dormindo? Nada fazia sentido na sua cabeça. O tempo tampouco era o mesmo. O relógio marcava seis horas da tarde, mas ela sentia tão sonolenta e fraca como se estivesse na madrugada.

A porta de vidro do seu quarto se abriu e um garotinho de cabelos castanhos parecendo muito apreensivo entrou. Ele carregava um livro enorme em mãos, e, observando-o naquele instante, ele parecia muito familiar como a maioria das coisas naquele lugar.

O garoto se aproximou da cama, aqueles profundos olhos escuros a penetrando com força.

— Você é a Emma?

Ela, por instinto, recuou um pouco. Outra confusão mental tomou posse dela.

— Sim – falou, baixinho.

Ele abriu um sorriso enorme e muito doce. Ela não conseguiu deixar de retribuir o ato.

— Oi! Eu sou Henry, seu filho.

No mesmo instante ela sentiu a cabeça tombar para o lado. Ela estremeceu sob o cobertor fino, tomando impulso para sentar outra vez. Ambos ficaram em silêncio, ele ainda sorrindo abertamente para a mulher, enquanto ela, por sua vez, tinha uma expressão de incredulidade pintada na face. Com o coração descontrolado, ela levou suas mãos em direção ao rosto dele, segurando-o com delicadeza. Ela o fitou com todo amor que continha no seu coração, sabendo naquele momento que o menininho definitivamente era o seu filho.

— Henry? – ela chamou, deixando o corpo ser consumido pelo choro. – Meu bebê Henry?

Ele subiu na cama sem nenhuma permissão e a agarrou com força. Eles se abraçaram em um carinho mútuo, e ela chorou de soluçar nos braços dele. Embora fosse pequeno e aparentemente frágil, o garoto a segurou com firmeza. Eles não tombaram.

— Sou eu, mamãe. Eu mesmo. De verdade – ele falou, a voz carregada de emoção.

A realidade, aos poucos, estava sendo consolidada. Mas aceitá-la estava longe de acontecer. Ela sentiu um ódio súbito, porque tinha perdido toda infância do seu pequeno Henry, momentos de alegria ao lado da esposa e novamente tinha ficado distante dos pais.

A pergunta que se perpetuava em sua mente era: o que tinha mudado naqueles dez anos? Ela tinha medo de descobrir, mas sabia que as respostas logo apareciam, ela querendo ou não.

Emma não conseguia soltá-lo, prendendo-o com força nos seus braços. Ela tinha medo de quebrar o contato e o menino ser levado para longe, como tinha acontecido.

— Como você conseguiu me encontrar? – ela perguntou, finalmente o afastando para olhá-lo melhor. Ele era lindo, o rosto angelical e o sorriso doce dando esperanças para avançar naquela jornada escura.

— August acabou de falar para minha mãe. Regina – ele explicou, um pouco aflito com aquilo. – Eles conversavam baixinho, mas eu ouvi. Eu quis vir primeiro. Eles não me viram sair. Eu vim escondido.

Ela abriu um sorriso entre lágrimas.

— Eu sinto muito, meu amor. Eu sinto muito por te deixar.

— Não foi sua culpa – ele disse no mesmo instante. Segurou as mãos de sua mãe com cautela. – Deve estar sendo confuso para você agora, não? Você lembra de mim bebê…

Ela assentiria, soltando um soluço e lamento alto.

— Eu nem pude te conhecer.

— Você pode conhecer agora – ele lembrou, voltando a abraçá-la. – Eu sempre estarei com você. Não importa o que aconteça. Você sempre esteve, mesmo quando eu pensava que estava…

Henry se calou e ela ficou curiosa para saber o final da frase. Precisou afastá-lo novamente, usando daquela pausa na conversa para respirar profundamente a fim de ouvir com clareza as palavras dele sem surtar.

— Estava o quê?

— Nós pensamos que você estava morta, mamãe – ele sussurrou, notando que era algo muito difícil de falar em voz alta.

Emma engoliu em seco, sem saber o que poderia responder. Ela sentia uma terrível dor de cabeça, extremamente confusa para se acalmar tão cedo. As informações eram demasiadamente doloridas.

— Você sabe o que me aconteceu?

— Por cima. Ninguém nunca me contou com detalhes. Me disseram que você salvou a cidade inteira de uma maldição que acabou levando você para outro lugar. Talvez outra dimensão, eu não sei. Todos de Storybook se juntaram por todo esse tempo, até hoje, para conseguir trazê-la de volta.

— August disse que eu podia voltar diferente – ela resolveu perguntar rapidamente, porque temia que alguém chegasse e interrompesse a maratona de informações necessárias. – Diferente como?

— Você foi atingida com a maldição antes de passar pelo portal aberto que deveria levar todos para longe. O seu corpo foi um receptáculo. Minha mãe disse que você podia ter sido despedaçada naquela hora, mas você se manteve intacta. Mas… Não era você. Entende?

— Não era eu? – ela continuava chorando.

— Toda magia negra da maldição entrou em você, mamãe. E seus olhos mudaram. Mas está tudo bem agora. Depois de todo esse tempo, acredito que a magia se dissipou.

Ela viu uma leve oscilação nos olhos dele. Talvez o garoto duvidasse daquelas palavras, mas não queria soar tão pessimista. Ela sentia que não podia ouvir mais nenhuma palavra. Apenas assentiu, fechando os olhos por alguns segundos e tentando filtrar o que tinha acabado de ouvir.

Maldição. Magia negra. Receptáculo. Portal.

Prometeu a si mesma que encontraria as respostas devidas para suas inquietações, e faria o culpado pagar, caso ainda não tivesse acontecido. Mas ela não podia forçar as lembranças, tampouco se machucar com algo que não podia fazer nada para resolver.

— Sim, agora está tudo bem – ela apertou suavemente os ombros dele. – Você disse que a Regina está vindo? – Ela não conseguia segurar a ansiedade dentro de si.

— Sim – ele sorriu. – Ela está vindo. Você está preparada?

— Eu devo estar ainda mais do que ela, considerando que eu estou há uma semana sem vê-la, enquanto ela está há dez anos – tentou brincar, mas as lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto.

— Vai dar tudo certo – ele apertou a mão dela.

Novamente a porta do quarto abriu com força. Emma subiu os olhos acima dos ombros de seu filho e viu a esposa completamente chorosa e soluçante parada na entrada. Elas se tocaram com o olhar por alguns segundos, ambas compartilhando a mesma dor e saudade.

— Emma – Regina pronunciou o seu nome com vontade, correndo em direção a cama.

Emma deixou ser possuída pelos braços oscilantes dela, envolvendo-a com o mesmo desespero plausível. Voltou a chorar desesperadamente e enfiou a cabeça no ombro dela. Fechou os olhos e deixou o perfume da esposa invadir suas narinas. O coração parecia tão fraco naquele instante, e ela teve medo do órgão falhar. Mas a felicidade era grande demais e ela não se importava de morrer naquele instante no abraço dela.

— Você está a-aqui! – Regina voltou a falar sobre o soluço, mas não conseguia quebrar o contato. – Depois de todo esse tempo. Você está viva!

Emma levantou uma mão para afastá-la delicadamente, entrelaçando os dedos nos seus curtos cabelos negros. Elas estavam próximas o suficiente para as respirações conversarem. Tocou com as pontas dos dedos os lábios molhados dela, cujo maior pedido era para selar com os seus. Absorveu a imagem o máximo que conseguia, sendo tomada pelo impulso de finalmente beijá-la.

Esqueceu o filho no quarto, esqueceu as pessoas, esqueceu o universo: apenas as duas coexistiam na Terra. Regina retribuiu o carinho com vigor, abrindo a boca e deixando as línguas se encontrarem em um ritmo ensaiado. Elas colaram o corpo de novo, mas sem quebrar o beijo.

Naquela altura, elas queriam poder ficar daquele jeito para sempre, sem interrupções de dez anos para atrapalhar.

— Eu amo você – confidenciou em um sussurro contra os seus lábios.

— Eu amo você. Eu amo você – Regina beijou o seu rosto inteiro, segurando-a com paixão. – Eu tentei encontrá-la todo esse t-tempo… Me perdoa.

— Não há o que perdoar – ela precisou dizer rapidamente. – Eu acredito. Eu ainda acredito, Regina.

Elas se abraçaram de novo, embora o choro continuasse presente. Emma percebeu, dentro de seus braços, que agora estava em casa.

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu super me pego apaixonada por cenas assim kkkk Henry e Regina ♥ Meus amorzinhos. Não tem como não amar, né? E o August também vai ser ultra importante. Prestem atenção nele.

♚ Não deixem de comentar, favoritar e acompanhar.

Até mais!