Meus olhos se abriram aos poucos e eu me espreguicei na cama.

Boy, aconteceu mesmo! E que noite!

Como pude crer por tanto tempo que este homem era gay? Ele me deixou de pernas bambas ontem.

Um homem goza com qualquer mulher, mas uma mulher não goza com qualquer homem... Logo podemos concluir que se o cara faz a parceira gozar, ele é para casar! Reciprocidade é tudo.

Confesso que eu nunca havia experimentado um orgasmo. Caralho, como é bom!

Olhei para o lado e vi Sasuke apagado, dormindo profundamente. Fiquei olhando seu rosto... Tão lindo, nem parece que teve caganeira! Eu sou muito sortuda.

Ora, ele é filho de Mikoto, não havia como não ser um príncipe.

Bocejei, então fechei os olhos. Não sei que horas são, mas Sasuke não parece que vai acordar por agora, então acho que vou dormir novamente. A noite foi cansativa, com direito a segundo round inclusive.

Eu já estava quase cochilando quando senti um peso sobre mim, seguido de um miado raivoso. Um grito agudo escapou de minha garganta e eu acabei caindo da cama enrolada no lençol.

Biloto!

Olhei para a cama, para o local onde eu estava deitada, e vi o Mr. Black Label sentado ali, me olhando com ódio.

Sasuke acabou acordando com meu grito, e sentou meio sonolento e até mesmo confuso.

― Catwise, o que você faz aqui? ― Indaguei furiosa, segurando o lençol sobre meus seios. ― Sasuke, como esse demônio entrou aqui?

Sasuke esfregou os olhos e bocejou. Acho que ele é do tipo de pessoa que fica meio devagar quando acorda.

Levantei do chão, usando o lençol ao redor do meu corpo como se fosse uma toalha.

O gato miou para mim quando me aproximei da cama.

"Você não chegará perto do meu humano, sua depravada!", foi isso o que ele quis dizer com o miado feroz.

Esse gato quer me matar, certeza.

― Eu levantei pra ir beber água de madrugada, ele deve ter entrado.

É, com certeza entrou, e agora quer me assassinar! Custava ter um frigobar dentro desse quarto minúsculo?

Sasuke se levantou e foi para o banheiro, me deixando sozinha com o psicopata felino no quarto.

Ele miou de novo, ferozmente.

"Sua ladra de humanos!", ele me acusa.

Incrível como ele mostra seu lado mais obscuro quando Sasuke vira as costas. Perto do humano dele, ele é um santo.

― Seu humano não é mais só seu, Sméagol. ― Briguei. ― Acostume-se.

O gato pulou em mim. Juro, eu vi essa coisa pelada voando, a sorte é que eu desviei e ele caiu no chão.

Mas eu não me salvei. Não. Porque quando caiu no chão, o maldito gato pulou nas minhas pernas. O que eu fiz? Pulei em cima da cama.

Gente, eu estou correndo de um gato. Tem uma coisa muito errada aqui.

Se eu chutar com muita força ele morre. Vou fazer o que? Não posso agredi-lo, por mais que me dê vontade.

A porta do banheiro de Sasuke se abriu, e ele saiu só de toalha.

Sasuke ficou me encarando meio confuso ao me ver de pé em cima de sua cama.

Tem um psicopata no quarto!

― O que é isso, Sakura?

― O seu gato está me atacando!

Sasuke soltou um riso anasalado.

― Sério isso? ― Sorriu de canto. Como ele ousa zombar de mim? Já basta o gato fazendo isso.

― Pega esse elfo doméstico maligno logo, Sasuke, eu preciso fazer xixi! ― Resmunguei.

Sasuke caminhou até o pequeno felino que estava no chão, me encarando com sangue nos olhos.

Perto de Sasuke ele é um santo. Sonso!

Sasuke foi pegar o maldito gato para que eu pudesse ir segura para o banheiro, mas o demônio arranhou o próprio dono.

― Que porra... ― Sasuke resmungou, olhando o arranhão em seu braço. ― Esse gato amanheceu meio perturbado hoje.

Hoje? Ele é perturbado desde sempre.

Mesmo o gato estando “meio” perturbado, Sasuke conseguiu segurá-lo para que eu fosse até o banheiro.

― Sakura, tem uma escova de dentes nova na primeira gaveta. Pode usar. ― Sasuke falou assim que entrei no banheiro. Ah, ótima notícia.

Fui escovar os dentes após me aliviar ― eu estava apertada pra cacete ―, e depois coloquei a escova que usei ao lado da de Sasuke.

Se um dia formos realmente juntar as escovas de dentes, que seja na minha casa. Isso aqui é um cubículo, não sirvo para viver aqui.

Saí do banheiro e vi Sasuke encarando de forma estranha seu gato que parece estar rosnando para ele.

― Credo, que estranho. ― Ele falou. ― O Mr. Black Label nunca tinha sido agressivo comigo.

― O nome disso é ciúme. ― Afirmei. ― Ele não quer perder seu escravo.

Sasuke entortou os lábios. Ele não gosta de enxergar a realidade, não gosta que eu diga que quem manda na casa é o gato.

O Mr. Black Label me viu e mostrou os dentes para mim, miando de forma ameaçadora, dizendo: "Você corrompeu meu humano.".

Não sei o que vai ser mais complicado nesse relacionamento: Sobreviver a Crocs, ou ao Mr. Black Label.

Sasuke foi tentar pegá-lo, mas o gato agiu de forma arisca.

― Como eu ponho ele pra fora do quarto? ― Sasuke indagou.

― Chuta pra fora.

Meu namorado revirou os olhos.

Ele criou um monstro, agora que se vire.

Sasuke pegou um lençol sobre a cama, o que ele usou pra dormir, então rapidamente conseguiu enrolar o Mr. Black Label de forma que o maldito não o arranhasse.

Finalmente ele colocou esse gato para fora!

Sasuke fechou a porta e eu pude ouvir claramente as unhas do gato arranhando ela.

Bicho demoníaco.

― Não vai se vestir? ― Sasuke questionou, sentando sobre a cama.

Ele já se vestiu. Colocou uma calça de moletom verde musgo, enquanto isso eu ainda estou enrolada no lençol.

Não tenho nem roupa aqui.

― Agora eu posso fazer isso, seu gato já me deixou em paz. ― Falei enquanto catava minhas roupas que estavam jogadas no chão. Acho que vou passar a deixar algumas mudas aqui. ― Boy, cadê minha calcinha?

Ouvi Sasuke segurar um riso.

― Como é que eu vou saber?

Semicerrei os olhos.

― Sasuke, cadê minha calcinha?

― Tá jogada aí pelo chão. Como você espera que eu saiba onde está?

― Porque quem tirou foi você. ― Retruquei.

― Claro, e eu vou lembrar direitinho onde larguei. ― Ironizou.

Eu namoro um sonso!

Parei de discutir sobre o paradeiro da peça íntima e resolvi procurá-la... e achei. Sim, embaixo da cama!

― Como diabos isso foi parar embaixo da cama? ― Indaguei indignada, com a peça na mão.

Sasuke riu.

― Não me pergunte como. ― Respondeu.

Sonso!

― Eu não vou vestir isso.

― Não veste. ― Deu de ombros. ― Por mim, pode ficar assim... desse jeitinho.

― Safado!

― Ah, eu sou safado? ― Indagou em tom divertido.

Devolvi um sorriso sacana, então fui me vestir.

Por sorte vim de vestido, com um pequeno short de malha por baixo, então não tive tanto problema em ficar sem calcinha.

Quando terminei de me vestir, sentei no colo de Sasuke e lhe beijei nos lábios. Um beijo bem demorado.

Ah, esse homem é tudo de bom!

― Não sabia que tinha tatuagem... ― Ele comentou.

― Ah... É, eu tenho só essa... ― Beijei sua testa.

Tenho uma tattoo no quadril, pequena e discreta.

― Por que tão escondida? Nem quando você tá de biquíni dá pra ver. ― Riu.

― Ora, fiz pra mim, não para os outros. ― Revirei os olhos.

― Grossa... ― Resmungou.

― Quem é grossa? ― Perguntei indignada... Ora, eu? Grossa? Quem ele pensa que é para dizer isso?

― De que é essa data? ― Ele mudou de assunto... Ele pensa que não notei?

― A data que fechei contrato com a M.U. ― Sorri.

Nossa, tenho tanto orgulho disso!

― Ah... Algo com muito significado para você, não é? ― Ele sorriu e me deu um selinho.

Concordei com a cabeça e o beijei.

― Quer que eu passe um hidratante nas suas costas? ― Perguntei depois de nos separarmos.

Sasuke arqueou uma sobrancelha.

― Eu não compro essas coisas... Pra que você quer passar hidratante nas minhas costas?

Sorri amarelo.

― É porque... tipo... suas costas... elas estão meio que... marcadas.

― E a culpa é de quem? ― Perguntou com bom humor. ― Corta essas unhas.

― Bobo! ― Bati de leve em seu ombro. ― Desculpa, eu não me contive.

Ele me deu um beijo na bochecha.

― Você não era virgem. ― Afirmou.

― Ora, não. Por quê?

― Eu tinha minhas dúvidas. ― Confessou.

― Oxe, é sério? ― Franzi o cenho.

― Sim. ― Assentiu, e ele não parece estar brincando. ― Por muitas vezes você me pareceu ingênua demais pra sua idade. Muito inocente. Cheguei a pensar sim que você ainda pudesse ser virgem, não descartei a hipótese até ontem.

Ele diz isso só porque eu não percebi o que de fato era aquela "crise alérgica" dele.

Eu achando que o Sasuke era gay, e ele de pau duro por me ver trocar de roupa. Tadinho... Por isso ele não quis levantar. Agora eu fico até com dó.

― So sorry, você não foi o meu primeiro. ― Dei um beijinho na ponta de seu nariz. ― Mas, posso te contar um segredo? ― Esbocei um sorriso sapeca. ― Foi a melhor noite da minha vida.

Sasuke sorriu de canto, então me beijou novamente.

Senhor, como este homem pode beijar tão bem? Ele me deixa sem fôlego.

― Vamos tomar café? ― Indagou logo que nossos lábios se separam.

― Tem alguma coisa pra comer nesse cubículo? ― Indaguei de modo divertido, fazendo ele rir também.

― Fome a gente não passa.

― Tá bom. Vamos comer.

Boy, que fome!

― O bolo, Sakura. ― Lembrou.

Ah, sim, ele guardou o resto.

Assim que vi aqueles doces ontem, tentei não demonstrar que aquilo me abalou... Falhei miseravelmente, afinal eram doces, meu estilo de vida.

Nossa, estava tudo ótimo. E aqueles brigadeiros... Coisa divina mesmo.

Hoje eu acabo com aquele bolo.

Assim que abrimos a porta do quarto para sair, eis que o enviado do inferno aparece e começa a rosnar pra mim.

― Sasuke, dá um jeito nisso. ― Me escondi atrás do meu namorado, e foi aí que o Mr. Black Label ficou ainda mais puto.

O gato está possuído!

Ele veio para cima de mim, mas Sasuke me defendeu. Com muita mestria, ele conseguiu empurrar o demônio pelado para dentro do quarto, então o trancou. Novamente o bichano começou a arranhar a porta, quase implorando para sair.

― Ele tem que aprender a lidar com esse ciúme possessivo. ― Suspirei.

― Ele vai aprender.

Ouvimos um barulho... Meu estômago roncando.

Sasuke riu.

― Vamos comer. ― Chamou.

Palavras belíssimas!

Sasuke não foi um cavalheiro e cozinhou para mim, claro que não. Eu que tive que fazer o café da manhã para ele, enquanto eu o sentia encarar meu traseiro...

Agora é oficial, tenho certeza que o Sasuke tem uma tara por meu bumbum. Ontem ele o apertou bastante, deve estar até marcado.

Fiz ovos, torradas, cortei algumas frutas, fiz suco e, claro, peguei o resto do bolo de ontem. Só não acabo com ele agora porque está muito cedo, não tão cedo, mas enfim... E, o mais importante, fiz o elixir de vida do Sasuke, conhecido por muitos como café.

Sasuke já foi se esticando para pegar uma torrada e eu bati em sua mão. Ele me encarou indignado, mas eu tinha que postar foto da mesa e marcar o magia. “Se tem uma coisa melhor que comer, é comer com quem a gente ama”, coloquei na legenda.

― Posso comer agora? ― Ele perguntou e eu balancei a cabeça afirmando. ― Obrigado.

Como a boa namorada que sou, o acompanhei... Talvez eu coma mais que ele, realmente, mas ele me apoia. Tem homem melhor no mundo?

― Acho que somos o casal mais amado do momento. Olha quantos comentários fofos. ― Mostrei o celular ao Sasuke.

― Você lê todos os comentários? ― Perguntou.

Ora, eu praticamente passo o dia sem nada para fazer, então eu leio, até respondo os melhores.

― Talvez...

― Se todos os famosos fossem como você, o mundo seria um lugar melhor. ― Ele riu. ― Ei, quer ir almoçar comigo?

― A gente nem terminou de tomar o café e você já está pensando em almoço? ― Fingi indignação. ― Depois eu que sou a esfomeada... ― Ele revirou os olhos. ― Mas eu vou sim, vou pra casa e na hora do almoço você vai me buscar.

― Ótimo, não precisa se arrumar tanto, mas se arrume. ― Ele sorriu.

Esse sorriso, ele vai aprontar algo.

― Espero que não me leve para um local ruim, senhor Uchiha! ― Falei entredentes.

― Você vai amar, Führer Haruno, garanto. ― E o sorriso continua.

― “Führer”, sério? ― Estreitei os olhos.

Ele sorriu amarelo.

― Ditadora de dietas...

Corei por saber que sou mesmo mandona, mas ri do apelido.

Não demoramos mais, me despedi dele com um beijo e fui para minha casa.

Quando abri a porta, vi a Cherry toda feliz abanando o rabo.

― Oi, filha, desculpa não ter dormido com você... ― Falei com a voz infantil. ― Eu dormi com o papai Sasuke.

Ela se animou mais ainda só com a menção do nome dele.

Fui para o meu quarto e peguei o celular, me jogando na cama.

Abri o WhatsApp e fiz chamada de vídeo com minha mãe. Finalmente ela aceitou instalar o aplicativo, depois que eu pelejei muito com o argumento que poderíamos nos falar todos os dias.

Quando ela atendeu vi que ela estava brigando com meu pai para ele vir me ver também.

― Oi, meu amor. ― Ela falou e meu pai acenou atrás. ― Como está o Sasuke?

Revirei os olhos. Desde que eu avisei que estava namorando com ele, ela se importa mais com o “genro delícia” do que comigo, a “filha desnaturada”.

― Está bem... Muito bem, inclusive, nossa noite foi ótima. ― Sorri me lembrando.

― Minha filha só me dá orgulho. – Os olhos dela brilharam e meu pai puxou o celular para perto dele.

― Mas já? Filhinha, não pode apressar assim... Ai meu Deus, ele te forçou? Vou dar uma surra nesse infeliz! ― Ele falava rápido.

― Kizashi! ― Minha mãe tomou o celular de volta e tampou o microfone, mas como ela estava gritando, deu para ouvir. ― Ela finalmente arranjou um namoro que preste, dê mais apoio... ― Passei a mão no rosto e revirei os olhos.

― Ele não me forçou, tá? Estamos muito bem... A Cherry também está bem. ― Troquei para a câmera traseira e filmei minha bebê deitada com a cabeça em minhas pernas. Depois voltei para a frontal. ― Cada dia mais linda, não é?

― Ela está maior que você... Abra os olhos, vai que ela te ataque. Um bicho desse tamanho faz um estrago que olha... ― Mainha fez seu drama básico, ela não é muito fã da neta canina.

― Ela é um amor, diferente do gato que meu namorado cria... Ele me odeia... ― Choraminguei.

― Seu namorado cria um gato? Você não está de rolo com outro gay, está? ― Meu pai perguntou.

Eu namorei um carinha que se assumiu gay quando terminamos... Fui apelidada de “cura hétero”.

― Ele é muito homem, testado e aprovado. Selo Sakura de qualidade! ― Sorri safada.

― Sakura! ― Ele reclamou.

― Ora, Kizashi, você viu as fotos que a Sakura mandou com ele... Só um louco pra pensar que um homão daquele é gay. ― Minha mãe deu um tapa na nuca do meu pai.

Claro que eu nunca vou contar para ela que achei que o genro dela era gay... Nem para ninguém, basta o Sasuke e a Ino saberem desse detalhe, já é constrangimento demais.

― Você já conheceu a Mikoto? ― Minha mãe estreitou os olhos.

Ela vive reclamando que eu fujo da mulher que admiro.

― Juro que até o final do ano eu irei conhecê-la... Estou namorando o filho dela, afinal, mas não vamos apressar nada. ― Dei de ombros.

― Apressar? Você trabalha pra ela há dois anos... ― Ela reclamou.

― Até o final do ano eu vou conhecer... Prometo! ― Falei. ― Oh, não, a internet está caindo... Amo vocês...

― Não fuja do assunto Sakura Haruno! – Ouvi minha mãe gritar antes de desligar.

Logo em seguida ela mandou uma mensagem dizendo que vai me dar uma surra na frente do Sasuke... E eu acredito mesmo que ela seja capaz disso.

Bom, como acordamos tarde, não está tão longe da hora do almoço... Hora de ligar para minha estilista favorita... Depois da Mikoto, lógico.

Disquei o número da Ino.

― Late... ― Ela me atendeu.

― Não falo sua língua... Ah, não, porca não late, né? ― Respondi.

― Eu iria te passar spoiler do seu local de almoço, mas não vou mais. ― Ino soltou uma risada cruel.

Me sentei de repente, não creio que perdi essa informação.

― Ah, vai, fala! ― Implorei.

― Não... Enfim, o que você quer? ― Ah, inferno!

― Ia pedir ajuda para escolher uma roupa, sabe que tenho déficit em me vestir pro Sasuke... ― Falei.

― Não se veste... Ele vai amar. ― Ela riu.

Dei um sorriso travesso.

― Não vai mais ser novidade...

― Ah é, você se trocou na frente dele. ― Ela riu.

Meu sorriso foi substituído por uma cara emburrada.

― Depois eu que sou a lerda... Eu quis dizer que rolou, Ino... ― Esbravejei.

― Rolou o quê? ― Ela está muito confusa para meu gosto.

― Ora... Eu e o Sasuke... fizemos... Você sabe...

― Não pode ser o que estou pensando...

Bufei irritada.

― Nós transamos! ― Gritei.

Ela começou a rir... Eita, acho que derrubou o celular.

― Era o que eu estava pensando... ― Ela falou entre as gargalhadas.

― Boy, por que tá rindo? ― Resmunguei.

― Você deve ter sonhado, não tem como dois lerdos feito vocês terem feito isso com menos de dez anos de relacionamento. ― Ela voltou a rir.

― Ah, vai se foder e vem me ajudar! ― Desliguei.

Vê se pode!

Tá que eu sou um pouquinho lenta, bem pouquinho mesmo, mas não é para tanto...

Fiquei aguardando a porquinha chegar, a casa dela é um pouquinho longe, fiquei dançando algumas músicas em meu quarto até ela chegar.

Finalmente quando ela chegou, fui abrir a porta, a loira entrou ainda rindo de mim.

― Eu falei sério... ― Murmurei.

― Amiga, vocês sabiam o que fazer?

Mostrei o dedo do meio e ela riu mais, me acompanhando para o quarto.

― Tá, tá... Parei. ― Ino pôs a mão na boca para tentar parar. ― Foi bom?

Não segurei meu sorriso safado e ela deu um gritinho empolgado.

― Agora me ajuda... Você sabe mesmo para onde ele vai me levar? ― Perguntei.

― Sasuke contou para a dupla dinâmica Uzumaki, a Karin me contou. ― Ela respondeu sem o menor sinal de quem vai me contar.

― Não vai me contar? ― Ergui uma sobrancelha.

― Não... Vai, me mostra os looks, vou te fazer se vestir de acordo. ― Ela já foi entrando em meu closet.

― Não tenho nenhum separado, mas tem uma que nunca usei.

Entrei e fui tirando as roupas das filas de roupas e mostrando a ela.

― Descarte as curtas, não vai ser informal... ― Ela falou.

― E onde vai ser? ― Perguntei.

― Em um ótimo lugar. ― Ela deu de ombros e me entregou de volta as roupas mais informais.

Ela não vai me falar mesmo...

― Será que vai ser em algum restaurante de frutos do mar? Depois que o deixei sem comer uma coisa que ele ama, pode ser que ele queira comer... Tenho que preparar tomates recheados com camarão para ele algum dia. ― Tentei adivinhar, de acordo com a reação dela eu sei se acerto.

Ino começou a rir...

― Para ter uma “crise alérgica”?

Não acertei.

― Não ria dele! ― Ri junto, sou péssima.

Depois de um tempo analisando, a Ino separou um vestido solto, na cor turquesa, um pouco acima do joelho. Nada muito formal, nem muito casual...

― Então, vocês estão bem mesmo? ― Ela me encarou.

 ― Ah, ele foi muito fofo pedindo desculpas... ― Sorri toda boba.

― Ouviram, Uzumakis? Vocês me devem uma garrafa de Absolut e uma de Chandon... Eu disse que ela não ia aguentar um dia. ― Ela mandava áudio me olhando divertida.

Puxei o celular da mão dela e vi que eles tinham feito um grupo com o nome “Duração do gelo”. Eles apostaram quanto tempo ia durar o gelo que estava dando no Sasuke.

― Fala sério... ― A olhei indignada.

― O Naruto apostou que ia ser uma semana... Só por causa do seu mapa astral. ― Ino riu. ― Karin apostou em três dias... Nenhum deles te conhece, não sabem que você é um anjinho. ― Ela apertou minha bochecha.

― Tá... Para! ― Me afastei dela e fui escolher uma joia. ― Não deveria fazer aposta sobre meu relacionamento...

― Eu divido minha Vodka com você... ― Ela riu, dando de ombros.

Revirei os olhos... Ino, Naruto e Karin são horríveis, mas são os melhores amigos do mundo... Nossa, nem eu me entendi.

Escolhi um conjunto de joias de ouro e pedras de ônix para deixar o look mais elegante... Nem sabia que eu passei a amar essa pedra por conta dos olhos do Sasuke, agora compro bastante... Nossa, eu estou mesmo muito apaixonada.

Ino escolheu uma sandália preta simples de salto não muito alto para completar o look.

Amo a Ino. Só ela para me salvar assim.

A abracei e dei um beijo no topo da cabeça dela... Ela tem quase a mesma altura que eu, mas está sentada.

― Te amo, porquinha... Agora me diz onde vai ser o almoço. ― Pedi a olhando nos olhos.

― Não... ― Ela sorriu. ― Também te amo.

Suspirei derrotada e fui para o banheiro.

Durante o banho, refleti sobre os vários restaurantes não muito formais nem muito casuais da cidade... Sim, conheço grande parte dos restaurantes daqui, é meu hobby provar comidas de diferentes lugares.

Espero que seja nos que têm as melhores sobremesas... Nossa, tem um italiano que as sobremesas são um amor! Tem um de culinária árabe, com aquela mistura brasileira que dá toque especial em toda comida, criando a esfiha de brigadeiro... Gente, coisa de outro mundo!

Ah, claro, tem um de comida bem brasileira mesmo, cada sobremesa, Senhor!

Não podemos deixar de lado os de frutos do mar... Gente, sério, são muitas possibilidades!

Ah, por que ele tem que fazer surpresa quase sempre? Eu o amo por isso, mas agora estou curiosa porque a Ino disse aquilo.

Boy... Eu fico nervosa!

Saí do banho e me vesti, logo fiz minha make, resolvi destacar meus olhos. Já disse que amo delineado de gatinho?

Quando saí do closet vi a Cherry deitada em cima da Ino. É, minha filha está grandinha mesmo, e acho que já está precisando tosar...

― Cherry, deita aqui, é mais confortável... ― Ino bateu ao lado dela na cama e Cherry saiu de cima dela. ― Que mágica você faz pra ela ser tão obediente? Meus cachorros só obedecem a mim e olhe lá.

― Sei lá... ― Dei de ombros.

― Você está linda... ― Ela fez joinha.

― Me fala para onde eu vou... ― Choraminguei, vai que ela se comove com meu drama.

― Você vai comer com quem você ama... ― Ela respondeu. ― Vai ser feliz com o Sasuke.

― Como você consegue? Eu não suporto esconder nada de você, conto tudo... Parece que o que sinto não é recíproco. ― Fingi um drama.

― Até parece que você tem sentimentos... ― Ela revirou os olhos.

― Chata! Me chama de anjinho e agora diz isso? ― Dei um tapa na perna dela. ― Vamos, o Sasuke não deve demorar muito.

Assim que descemos as escadas, Ino foi embora sem me dizer onde íamos, mas pelo menos deixou a dica que não é casual nem formal.

Sasuke chegou pouco depois, com uma caixa de chocolates. Ah, que fofo!

― Perfeita... ― Ele sorriu, me olhando.

Desculpa, mundo, mas meu namorado é o melhor.

Dei um selinho nele e entrei para guardar a caixa. Ele ficou brincando com a Cherry.

― Vamos? ― Falei quando voltei para a sala.

Ele está usando uma calça creme, uma camisa social preta com as mangas dobradas, relógio de ouro e sapato social preto... Estamos no mesmo nível. Ino não me enganou, ótimo...

Se bem que ainda tenho um pouco de dúvida sobre a capacidade do meu namorado se vestir de acordo com a ocasião.

Mas ele está muito delícia... O Sasuke é muito lindo, como ele não tem uma legião de fãs enlouquecidas?

Ainda bem que não tem! Eu teria vontade de socá-las...

― Que foi? ― Ele me tirou do meu momento de admiração.

― O quê?

― Parecia que queria espancar alguém... ― Ele riu.

― Impressão sua... ― Sorri sem graça.

Eu viajei tanto nas ideias que estava cerrando os punhos e estava com o cenho franzido... Acontece...

Ele deu de ombros e saímos.

Sasuke abriu a porta do carro para mim e eu entrei. Olhei para a pequena tela do painel de mídia, vai que tem algo no GPS denunciando para onde vamos... Mas não tem. Está na rádio.

Suspirei derrotada, pelo menos agora iremos para onde vamos.

Logo ele entrou no carro dando a partida e saímos de minha casa.

― Alguma dica do local? ― Perguntei.

Ele deu um sorrisinho de lado.

― Acho que deve ser um dos poucos locais onde você nunca comeu. ― Ele riu.

Oba! Mais um para alimentar meu hobby!

Sorri animada e fiquei olhando o caminho.

Depois de um tempo chegamos a um bairro nobre, com algumas mansões.

Não tem restaurantes aqui, é um bairro residencial... O Sasuke quer comprar uma casa? Amém, Senhor! Ele vai sair do cubículo dele... O Mr. Black Label vai ficar menos arisco.

Acho que precisaremos castrá-lo... Daí poderemos ter a Lady Red Label!

Ah, os gatinhos se darão super bem com a Cherry, ela é um amor! Bem, talvez ela sofra um pouco nas garras dos gatinhos, mas com o tempo vão ser como irmãos unidos!

Ah, o que estou pensando? A casa não é para a gente, está muito cedo para isso...

Chegamos na frente de uma das mansões e o Sasuke passou pelo portão.

Caramba!

Essa é linda demais, parece com a...

Diva... que... o... pariu!

Segurei firme no banco do carro, comecei a tremer.

Não creio que o Sasuke está fazendo isso!

― S-Sasuke... Me d-diz que essa não é a casa que estou p-pensando! ― Falei tentando não gaguejar tanto.

Ele se virou sorrindo, estacionando o carro na frente da escadaria que dá para a porta principal...

Caramba, estou passando mal!

― S-Sasuke, eu acho que não consigo respirar! ― Comecei a me abanar.

― Sakura, estamos namorando... Uma hora ou outra você teria que passar por isso! ― Ele brigou.

Eu estou aqui numa crise de ansiedade e ele briga comigo?

― Precisava ser logo depois da primeira vez que transamos? ― O olhei indignada. ― Sasuke, está piscando em nossas testas que fizemos sexo ontem... Não pode ser outro dia?

Estou tão nervosa que minha voz está esganiçada.

― Não exagera! ― Ele saiu do carro.

Será que dá tempo eu pular para o banco do motorista, dar uma arrancada bem foda e deixar o Sasuke para trás? Talvez eu derrube os portões no processo...

Sasuke abriu a porta do meu lado e estendeu a mão.

Droga, se eu fosse menos lerda, talvez tivesse dado tempo!

― Eu deveria ter me arrumado mais... O que ela vai pensar de mim? ― Murmurei ignorando a mão do Sasuke.

― Ela vai te achar maravilhosa, porque é isso que você é... ― Sasuke sorriu e me puxou para fora do carro.

Acho que corei até o último fio de cabelo.

O Sasuke é perfeito. O que ele falou até me deixou um pouco mais confiante.

Respirei fundo e encarei a porta que estava se abrindo.

Sasuke teve que me segurar para eu não cair, minhas pernas estão bambas.

Esperava que fosse algum empregado abrindo a porta... Mas não...

Quem estava à porta era Fugaku Uchiha... O criador da marca de quase todos os meus eletrônicos, dos jogos que o Sasuke tenta inutilmente me ensinar a jogar, uma das empresas de tecnologia mais famosas do mundo.

Ai, caramba, meu sogro não fica muito atrás da Mikoto no quesito inspiração em minha vida!

Sei nem o que fazer. Minha confiança baixou para níveis negativos.

― Olá! ― Ele sorriu quando chegamos à porta.

Ai meu Deus, Fugaku Uchiha está falando comigo, todo sorridente.

Será que ele sabe que eu achava que o Sasuke era gay?

O que eu faço?

Ele está com a mão estendida em minha direção, deve querer que eu aperte...

Segurei a mão dele para apertar, mas ele a ergueu e deu um beijinho.

Ai, Senhor, meu sogro é um amor!

Muito educado, que nem o Sasuke...

Ele não é lindo como os filhos, mas tem lá seu charme... O Itachi se parece mais com ele do que com a Mikoto.

― Um prazer finalmente conhecê-la... A garota que finalmente fisgou meu filho. ― Ele deu um abraço breve no Sasuke.

― É um prazer conhecê-lo também... ― Sorri. ― Estou um pouco nervosa.

Isso, Sakura, fala que você é uma idiota que tem medo de conhecer os pais do namorado!

Ele soltou uma gargalhada.

― Ora, não precisa ficar nervosa, a gente já gosta de você! ― Ele tocou meu ombro. ― Vamos, entrem.

Eles gostam de mim... Ai meu Deus, eles devem ter criado expectativas da nora perfeita e eu vou decepcioná-los lindamente.

Nós entramos finalmente e eu fiquei admirando aquela sala gigantesca. E o Sasuke ainda fala da minha casa...

Boy, ele cresceu aqui... Eu jamais me imaginaria numa casa tão grande quando era criança, minha realidade era outra. Morava num apartamento menor que o do Sasuke, junto aos meus pais.

Caramba, estar aqui na casa da família Uchiha é um sonho!

Queria fugir? Muito... Mas é um sonho estar aqui.

― Sakura! ― Ouvi a voz de Itachi e me virei. ― Finalmente o Sasuke te trouxe...

Ele me abraçou brevemente. Vi que a namorada dele estava com ele...

― Bom te ver de novo. ― Ela também me abraçou.

Ok... Ok... Eu consigo agir normalmente perto do Itachi e da Izumi, estou conseguindo sobreviver na frente do Fugaku... Respirei fundo.

Não vou desmaiar com a Mikoto... Não vou...

― A Mikoto está preparando a sobremesa, logo ela vem te cumprimentar... Sasuke disse que você gosta de doces, aí ela quis te agradar. ― Fugaku sorriu e nos chamou para sentar no enorme sofá que fica no meio da sala.

Ele sentou em uma poltrona, Itachi e Izumi sentaram no sofá menos gigante e Sasuke e eu sentamos no maior.

Meu coração até falhou. Mikoto quer me agradar! Minha sogra ainda não me odeia... E ela sabe fazer sobremesas. Não achei que ela podia ser mais perfeita do que já é!

― Ora... Não precisava... ― Sorri de volta.

Sasuke me olhou meio incrédulo.

― Vai negar doce? ― Ele perguntou baixinho.

― Posso até desmaiar por conhecer sua mãe, mas só depois da sobremesa. ― Sussurrei.

Ele riu.

― Como foi sua última viagem, pai? ― Sasuke perguntou.

― A palestra foi um sucesso... Os alunos tinham umas ideias bem inovadoras. Quem sabe não sejam nossos futuros empregados, quem sabe sócios... Alguns ali tem futuro promissor. ― Fugaku falou empolgado.

Isso tirou totalmente meu medo de meu sogro ser arrogante. Parece um ótimo líder. Essa família é mais maravilhosa a cada dia.

Sasuke falou que ele é sério, mas ele me parece bem simpático...

― Como anda a M.U.? A Mikoto está chateada porque você não contou o tema da festa de aniversário da empresa dela. ― Fugaku riu.

― Estamos todos curiosos. ― Itachi se empolgou e Izumi concordou.

― Em breve... ― Sasuke usou um tom misterioso.

― Ora... Sakura chegou e vocês nem me avisaram!

Fiquei tensa na hora!

Como não reconhecer a voz da pessoa que admirei a vida toda?

Perdi até o ar aqui.

Me virei para a dona da voz.

Porra, até cozinhando ela é elegante, usando um vestido simples e sapatilhas... Que mulherão!

― Oi, mãe... ― Sasuke levantou e eu fiz o mesmo.

Sasuke a abraçou, Mikoto é pouca coisa mais baixa que ele.

O mais novo deu um beijo na testa da mãe e ela retribuiu dando um na bochecha. Que fofos!

― Então, finalmente vou conhecer o rosto da empresa que criei! ― Mikoto soltou o Sasuke e veio em minha direção.

Sasuke me olhou receoso... Deve estar achando que vou desmaiar e ele não está errado em pensar isso.

― E-eu... ― Tentei falar.

― Acho que eu fui sua primeira fã... ― Mikoto riu. ― Estou até nervosa... Como eu nunca consegui te conhecer pessoalmente, menina?

Nervosa? Nervosa tô eu aqui!

Acho que estou transpirando demais...

Espera... Minha fã?

Mikoto Uchiha?

Prendi minha respiração, sem saber o que fazer.

― A Sakura é sua fã também, por isso está assim... ― Sasuke falou descontraído, me salvando do constrangimento.

É constrangedor demais ficar paradona, sem falar nada com ninguém. Vão pensar que eu sou uma criatura orgulhosa e antipática.

Reaja, Sakura!

Sua Deusa está aí na sua frente, faz alguma coisa, fala alguma coisa... Não, não fala, com certeza vai sair besteira da sua boca...

― Eu te amo! ― Não disse que ia sair besteira?

Sasuke segurou o riso.

Mikoto arregalou os olhos levemente e depois me abraçou.

― Ah, que linda! – Ela falou.

Ela está me abraçando!

Ela está me abraçando!

Mikoto Uchiha está me abraçando!

O que eu faço? O que eu faço? O que eu... Ela vai me soltar!

A abracei de volta, impedindo que ela me soltasse.

Meu Deus!

Eu estou abraçando Mikoto Uchiha! Eu sou a nora dela! Eu... A reles Sakura Haruno, abraçando essa deusa que é minha sogra!

Boy!

― Muito brilho em um abraço só... ― Ouvi Itachi falando.

Mikoto me soltou e acariciou meu cabelo.

― Você é um amor. ― Ela sorriu.

Sorri de volta, corada.

― A senhora é minha maior inspiração... ― Palmas para mim, falei sem gaguejar!

― Own! Me sinto honrada... ― Mikoto segurou em minhas mãos. ― Você com certeza também é inspiração para muitas pessoas.

― Mãe, a Izumi vai ficar com ciúmes. ― Itachi nos interrompeu.

Izumi bateu no ombro do Itachi e a gente riu.

― Vamos comer, sim? ― Mikoto ignorou o filho mais velho.

Todos levantaram para ir para a sala de jantar.

Eu ainda estava estática, claro...

Sasuke segurou a minha mão e passou a me conduzir até lá.

― Minha mãe sempre sonhou com você como nora. ― Ele riu.

― Boy... ― Murmurei, mas estou sem palavras.

― Estou começando a achar que vai me trocar por ela...

― Se ela me quiser... ― Dei de ombros

Sasuke fez um gesto como se esfaqueasse o coração.

Ri e beijei o rosto dele.

A sala de jantar dá umas três da minha!

A mesa é gigante... Tudo muito lindo... e, muito importante, organizado!

A mesa já estava toda pronta.

Sasuke fez questão de me fazer sentar ao lado de Mikoto... Ele sentou do meu outro lado.

Uns empregados trouxeram os pratos a serem servidos.

― Sasuke me disse que você cozinha muito bem, Sakura... ― Mikoto falou.

― Ah, eu me viro... ― Sorri sem graça.

― Ela supera a senhora, mãe. ― Sasuke sorriu.

― Ora, podemos fazer algo juntas qualquer dia. ― Ela sorriu.

― C-claro! ― Concordei.

E eu lá ia discordar... Imagina fazer algo com Mikoto Uchiha e ser humilhada por ela! Boy, meu sonho!

― Isso vai ser melhor que Master Chef! ― Itachi exclamou.

― Se sua comida é melhor que a da dona Mikoto... Não sei nem o que dizer, só sentir. ― Izumi me olhou maravilhada.

― Mas lembre-se do resto da família... ― Fugaku se pronunciou. ― Mikoto tem favoritismo pelo Sasuke, só faz os pratos preferidos dele.

― Fugaku! ― Mikoto deu um tapinha no marido. ― Não tenho favoritismo pelo Sasuke!

― É porque eu sou o filho mais bonito, fazer o que? ― Sasuke deu de ombros.

― Nisso eu tenho que concordar. ― Falei.

― Ah lá, a mamãe concorda... ― Itachi apontou e recebeu um olhar mortal maravilhoso da Mikoto.

Mas ela realmente tinha balançado a cabeça concordando.

Minha sogra tem um gosto maravilhosamente refinado, pois Sasuke é sim o mais bonito, mais gostoso, mais sexy, mais fofo... Ah, que homem!

― Então, Sakura, faz muito tempo que mora aqui? ― Fugaku mudou de assunto.

― Vim pouco antes de começar a trabalhar na M.U. ― Respondi.

― Podem conversar, eu mesma vou servir vocês... ― Mikoto falou finalmente levantando e se pondo a nos servir.

Que belas palavras. Eu já estava babando aqui...

Como toda e qualquer mãe, ela colocou uma quantia enorme em meu prato.

Será que o Sasuke disse que como muito? Ai que vergonha...

― Primeiro para minha norinha mais nova... ― Ela falou animada.

Olhei nervosa para a quantia que tinha no prato e olhei para o Sasuke.

― Você tem potencial para comer isso umas três vezes ou mais... ― Ele murmurou. ― Vai fundo!

Ai que vergonha!

Se eu comer tudo, vai ser vergonhoso, pois vão achar que como demais... Por outro lado, se eu não comer tudo, vão achar que não gostei...

Seja o que Deus quiser!

Comecei a comer... Essa porra está muito deliciosa!

É camarão ao molho pesto e risoto de tomate seco... Logo o que comi no dia que Sasuke me levou ao Susano’o!

Tem uma carne ao molho também... Mas não comi dela. Estou morrendo de vontade também, mas não vou parecer um animal na frente deles... Deixa eu criar mais intimidade...

― Esse é seu prato favorito? ― Perguntei ao Sasuke.

Ele fez que sim enquanto mastigava.

Ótimo, irei preparar qualquer dia!

Não foi sacrifício algum terminar de comer... Mas fingi que foi. Usei meus dotes de atriz para fingir que estava satisfeita.

Por dentro estou chorando, querendo provar da carne e comer mais desse camarão...

Por fora plena, por dentro faminta...

― Quer mais? ― Mikoto ofereceu, já se preparando para servir.

E como quero!

― N-não... Estou satisfeita. ― Sorri.

― Ora, como você come pouquinho.

― Eu que o diga... ― Sasuke falou baixinho.

― Sabem como é, tenho que manter... ― Apontei para meu corpo.

― Querida, uma vez perdida não faz diferença. ― Mikoto riu.

― É o costume, sempre como pouco, então já estou satisfeita. ― Sorri.

Meu Deus, eu sou muito hipócrita!

― Muito pouco, mãe... ― Sasuke riu. ― Ela está se guardando pra sobremesa. Como disse, ela ama doces. Não é, amor?

Concordei acenando com a cabeça.

― Tudo bem, eu entendo. ― Ela riu.

Entende nada... Estou quase atacando essa mesa!

Quando terminamos os empregados retiraram as bandejas e trouxeram a sobremesa.

Uma bela de uma torta. Quase babei, admito...

― Torta de leite Ninho, espero que goste. ― Ela sorriu e serviu quase metade da torta só para mim.

Peguei o garfo, pronta para destruir essa belezinha.

― Ela nem vai comer tudo, ela já está cheia... ― Olhei irritada para meu namorado.

Tive vontade de afundar a carinha linda e zombeteira dele, mas me contive.

― Deixa ela, Sasuke, fique à vontade, Sakura. ― Fugaku falou.

― Não liga pra ele, ele é um estranho que não gosta de doces. ― Mikoto balançou a cabeça em negação.

― Era o que mais me impedia de me relacionar com ele... ― Ri.

Cada vez mais hipócrita...

Espero muito, de verdade, que Sasuke não tenha falado que eu achava que ele era gay.

Provei a torta, tem um pouco de chocolate meio amargo pelo meio, equilibrando o doce... Que porra gostosa!

― A senhora precisa me passar essa receita! ― Alarmei.

― Claro! ― Ela respondeu.

Devorei bem devagar, para aproveitar mais o sabor...

Voltei a me fingir de satisfeita, mas eu queria mais, de verdade.

Depois que tristemente a comida acabou, voltamos para a sala.

Como uma mãe normal, Mikoto pegou um álbum de fotos, o primeiro aninho do Sasuke.

― Já vai começar por essa parte, mãe? ― Sasuke ficou corado.

― Ora, coisas lindas devem ser admiradas. ― Ela abriu o álbum e sentou ao meu lado.

Na primeira página tinha algumas informações do Sasuke, data e hora de nascimento ― Ino faria o mapa astral dele ―, tamanho, peso... E tinha uma tabela dessas coisas ao longo do primeiro ano de vida dele.

― Mas o Sasuke não era lindo, mãe. ― Itachi riu.

― Meu cunhado não era o bebê mais bonito do mundo... ― Izumi me olhou.

― Sasuke foi uma grande alegria em nossas vidas. ― Fugaku falou. ― Mas não era bonito.

― Risco de você me deixar. ― Sasuke comentou.

Já vi uma foto do Sasuke bebê, passava longe de ser lindo, mas acho que não era tão ruim assim... Talvez estejam exagerando.

― Como são exagerados... ― Mikoto lançou um olhar mortal para todo mundo. ― Sasuke era e é até hoje a coisa mais linda! Olha só... ― Ela mostrou a primeira parte do álbum, Sasuke recém-nascido.

Estreitei os olhos... Mas depois ergui a cabeça sorrindo e concordando que ele era lindo.

Olha, não vou julgar pelas fotos de recém-nascido... Todo recém-nascido tem cara de joelho. Não são bonitos.

― Ah, mas ele só foi ficando mais lindo! ― Mikoto falou toda sorridente.

Assim espero!

Ela passou para as fotos do primeiro mês... Prendi meus lábios entre os dentes para não rir.

Juro que lembrei da Maz Kanata do Episódio VII de Star Wars.

Mas é só o primeiro mês, não quero julgar por isso...

― Se olhar com vontade, lembra um bebê... ― Sasuke comentou e eu ri.

― E lindo! ― Mikoto sorriu.

― Muito lindo, amor... ― Zombei.

Mikoto passou para o segundo mês... Agora sim, realmente lembra a Maz Kanata!

Quando isso melhora?

Com o passar das páginas, o Sasuke foi ficando mais parecido com um bebê... Passou por uma transição de Maz Kanata, Dobby e Sméagol, até chegar no décimo mês, que era algo que lembra um bebê humano, mas a Mikoto dizia que era lindo e eu só concordava.

Mas quando chegou em um ano, ele realmente era um bebê fofo... Não lindo, mas apresentável. Ainda bem que ele cresceu e se tornou esse homão da porra!

― Tem mais? ― Perguntei.

― Tenho de todos os anos de vida dele! ― Mikoto se levantou e foi pegar mais.

― Você gosta de sofrer... ― Itachi riu.

― Depois desse show de horror, quero limpar a vista... Depois do décimo mês até parecia humano. ― Entrei na brincadeira.

― E você nem o viu com cara de choro... ― Fugaku falou e eu ri.

― Amor, não quer ir pra casa? ― Sasuke perguntou.

― Não mesmo...

― Aqui... ― Mikoto voltou com mais dois álbuns.

Ela abriu o do segundo aninho de vida do Sasuke.

Realmente ele melhorou e se tornou um bebê lindo... Muito lindo, apaixonante!

Quero um bebê assim... Tirando aquele primeiro ano, claro!

Logo passei para o do terceiro ano.

― Aaaah! ― Exclamei maravilhada. ― Olha seu bilotinho, amor! Mais fofo que o do Sméagol!

― Sméagol? ― Itachi perguntou.

― Sim, o gatinho do Sasuke! O bilotinho dele é a coisa mais linda! ― Falei animada.

― Bilotinho seria o pênis? ― Fugaku perguntou e eu afirmei.

― Posso tirar foto? ― Perguntei e Mikoto deixou.

― Sakura... ― Sasuke tomou o álbum de minhas mãos. ― Vamos continuar vendo, sim? ― Ele passou a página. ― Olha que lindo eu com a roupinha da seleção brasileira de 94, o ano do tetra!

Sim, é lindo mesmo, mas a do bilotinho estava mais fofa! Mas tirei foto da com a roupinha do Brasil mesmo e postei em meu story. Lindo demais!

Com o passar das horas, eu estava mais confortável perto da Mikoto... Tipo, eu tinha medo de ela me achar horrível, mas estou me sentindo super amada e bem-vinda aqui.

Fui me soltando mais a cada novo assunto. Negócios, eventos, moda, assuntos relevantes, histórias constrangedoras sobre o Sasuke e o Itachi... E por aí vai.

Mikoto parecia meio enciumada por eu ter ido posar para a Louboutin, mas me deu bastante apoio e falou que queria ver logo as fotos... Fiquei toda boba, ela parece ter orgulho de mim como se eu fosse filha dela ou algo assim.

Fugaku tem cara de ser super sério, fala pouco, mas é muito gente boa. Um amor de sogro, Sasuke tem a personalidade parecida com a dele.

Itachi tem um jeito mais solto, ele é divertido. Fiquei um pouco desconfiada sobre o relacionamento dele com o tal Deidara que ele fala bastante. Depois eu pergunto ao Sasuke, mas meu cunhado parece cortar para os dois lados.

Izumi também é um amor. Me senti um pouco mal por Mikoto estar me dando mais atenção, mas deve ser porque sou a mais nova na família.

E a Mikoto... Boy, só fiquei mais encantada por essa mulher! Ela parece tão comum, supersimples e gentil. Realmente uma mãe maravilhosa, principalmente para o Sasuke, algumas horas e já deu para notar que ele é o favorito da Mikoto.

Foram todos calorosos, senti que fazia parte da família há anos!

O único problema foi que a Mikoto não passou spoiler do fim de Amaterasu... Sinto que sofrerei ainda mais com essa série...

― A tarde foi ótima, venham mais vezes! ― Ela falou quando já estávamos de saída.

Caramba, o tempo passou rápido, já estava se aproximando do fim da tarde.

― Com certeza viremos. ― Sorri e a abracei, sendo abraçada de volta. ― Estou realmente encantada com a senhora!

― Viremos depois que eu queimar esses álbuns... ― Sasuke murmurou e deu um beijo na testa da mãe.

― Nem pensar! ― Mikoto e eu respondemos em uníssono.

― Até mais, foi um prazer conhecê-los. ― Me despedi dos demais.

― Igualmente. ― Fugaku respondeu.

Sasuke abriu a porta do carro para mim e eu entrei. Ele deu a volta e entrou também, dando a partida.

― Viu? Não tinha pra que aquele medo todo... ― Sasuke sorriu quando estávamos saindo pelos portões.

― Sua mãe é incrível! ― Sorri anda boba por ter finalmente conhecido Mikoto Uchiha.

― Sabe quem mais é incrível? ― Ele perguntou.

― Você... ― Sorri olhando para o Sasuke, que corou e sorriu.

― Obrigado... Mas estou falando de você. Eu te admiro muito.

Sorri e corei com o elogio.

― Eu te amo. ― Falei.

― Eu sei...

Ri com a referência a Star Wars. Eu também sei que o Sasuke por algum motivo me ama.

Ainda é difícil de acreditar que alguém tão perfeito como ele me ama.

Chegamos a minha casa, deixei ele guardar o carro em uma das vagas da garagem mesmo, não fora.

Daqui a pouco anoitece e lógico que eu vou fazê-lo jantar e dormir aqui... Ah, boy, era para ter trazido o bolo que ficou na casa dele!

― Quer conhecer meus pais? ― Perguntei quando entramos.

― Adoraria, viajamos quando? ― Ele perguntou. ― Nunca fui em Natal.

― Por chamada de vídeo, bobo... ― Ri. ― Mas podemos ir se você tirar umas férias.

― Vou tentar, quem sabe depois que passar o aniversário da M.U.

Cherry logo deu o ar da graça para receber o Sasuke.

― Vou fazer a chamada, pode ser? ― Peguei meu celular e sentei no sofá.

― Tudo bem... ― Ele sentou ao meu lado e me beijou no ombro.

Fiz a chamada e minha mãe atendeu.

― Duas vezes em um dia... Estou impressionada! ― Ela já foi dando patada. ― Tudo bem com meu genro delícia? Não fez nada de ruim dessa vez, não é?

Começo a me arrepender de ter ligado.

― Olá, senhora Haruno. ― Sasuke se pronunciou, aparecendo no vídeo.

― Ah... ― Minha mãe corou. ― Olá, senhor Uchiha... Tudo bem?

― Tudo, e com a senhora? ― Ele perguntou.

― Ah, está tudo ótimo, querido. ― Ela se virou para trás. ― Kizashi, nosso genro está falando aqui.

Papai se aproximou com uma cara séria, nem parece meu pai.

― Olá, rapaz... Espero que esteja cuidando direitinho da minha princesinha. ― Ele falou e eu ri.

― Claro que estou. Sua filha é perfeita, os senhores estão de parabéns! ― Sasuke deu um beijo em minha testa.

― Ela é mesmo, não é? ― Meu pai voltou ao normal. ― Venham passar uns dias aqui, tomar um cafezinho, conversar um pouco.

― Cafezinho? Gosto... ― Sasuke sorriu.

― Mainha, conheci a Mikoto. ― Me pronunciei.

― Finalmente, achei que vocês iam ter netos e você não iria conhecer a Mikoto! ― Ela resmungou. ― E aí?

― Ela é incrível... ― Sorri ainda encantada.

― Ela gostou de você? ― Meu pai perguntou.

― Claro que sim, senhor Haruno. ― Sasuke quem respondeu. ― Impossível não amar a Sakura.

― Foi o que eu disse, impossível não amar minha filhinha... Mas acha que ela me ouve? ― Minha mãe quem falou dessa vez.

Fico toda sem jeito quando eles me elogiam assim.

― A gente tem que ir agora, precisamos fazer compras. ― Meu pai falou. ― Cuide de minha princesinha, eu tenho uma espingarda em casa!

Sasuke engoliu em seco, mas sorriu e acenou.

― Vocês são muito lindos juntos, estou tão feliz que você finalmente arranjou um namorado que não é maluco. ― Mainha falou. ― Tchauzinho, liguem mais vezes.

Eles desligaram.

― Ignore a parte sobre meus ex-namorados malucos... ― Murmurei.

― Vou pegar o contato deles e perguntar mais dessas histórias. ― Ele realmente abriu a conversa com ele em meu celular e mandou o contato dos meus pais.

― Sasuke! ― Briguei.

Ele começou a rir e me beijou.

― Então conta você...

― Nem pensar! ― Peguei meu celular de volta e fui para a cozinha.

― Você deve estar morrendo de fome... ― Ele falou, me seguindo. ― Só comeu aquele prato.

Meu namorado acha que eu sou o que, um elefante?

― Real, preciso logo pegar intimidade para eles saberem que eu amo comer! ― Choraminguei. ― Eu fiquei salivando, querendo comer mais. ― Abri a geladeira pensativa. ― Acha que eles notaram que a gente fez... você sabe o quê?

― Não acho que eles pensaram sobre isso... ― Sasuke franziu o cenho e sentou-se à bancada.

― Você... bem... você contou sobre eu achar que você era...

― Gay? Não... Nunca... Basta você sabendo disso, pelo amor de Deus, não compartilhe com ninguém! ― Ele me olhou desesperado e eu ri.

Depois parei de rir e fiquei meio nervosa.

― Talvez eu tenha contado pra Ino... Assim, só talvez, nada confirmado... ― Comentei, pegando a carne moída, vou fazer lasanha à bolonhesa.

― Ela não contaria à Karin, que contaria ao Naruto, que contaria ao Itachi, que soltaria piadinha na frente de meus pais, né? ― Nossa, ele já fez todo o trajeto da fofoca.

― Ino é confiável. ― Respondi.

― Ainda bem... ― Ele suspirou aliviado. ― Vai, conta pelo menos um de seus “Date ruins”. ― Ele fez aspas.

Suspirei enquanto temperava a carne.

― Uma vez fui ao cinema com um boy. Quando acabou o filme, ele saiu, não lembrava que eu tava com ele. ― Dei de ombros.

― Fala sério! ― Sasuke me olhou incrédulo. ― Como alguém esquece uma garota linda como você?

― Faz um tempinho, sabe que eu sou muito magra... ― Respondi. ― E meu cabelo ainda não era rosa, então nem tinha como chamar atenção.

― Conta mais... ― Ele riu.

― Conte-me das suas. ― Olhei para ele por cima de meu ombro.

― Nunca passei por algo muito constrangedor. ― Respondeu pensativo.

Coloquei a carne na panela, lavei as mãos e me sentei ao lado do Sasuke.

― Já tive muitos “Date ruins”... ― Comentei. ― Tantos que eu nem saberia qual mandar nas páginas do Instagram e do Facebook.

― O único que tive foi um que a garota achou que eu fosse gay. ― Sasuke deu de ombros.

― Engraçadinho... ― Murmurei. ― Teve um que o gato endemoniado e sem pelos do boy me atacou... Mais de uma vez!

― Um dia o Mr. Black Label te aceita... Não tem como não te amar. ― Ele me puxou para perto e deu um selinho.

― Só falta ele... Já me acertei com a sua família, você já se acertou com a minha... ― Comentei sorrindo contra os lábios dele.

― Quando ele te aceitar, a gente marca o casamento. ― Ele riu.

― Ah, não! Quero casar antes dos 30, Sasuke! ― Dei um tapinha no ombro dele.

Ficamos conversando um pouco enquanto eu preparava o jantar. Recebi elogios do Sasuke, como sempre... Mesmo que seja uma reles lasanha ele faz eu me sentir a Master Chef profissional mundial.

Fomos ver filme no meu mini cinema... Nos beijamos mais do que assistimos o filme, na verdade.

Quando já estava mais tarde, fomos para meu quarto... Eu comprei alguns jogos que o Sasuke curte e o console mais recente da UC, então ficamos jogando um pouco.

― Eu te amo! ― Ele me abraçou por trás e deu um beijo em minha nuca. ― Não é toda garota que aceita ficar jogando com o namorado nerd.

Tá que eu perdi todas as partidas, mas ver o Sasuke feliz me faz amar jogar essas coisas.

Ele começou a subir a mão por dentro da minha blusa, acariciando meu abdômen. Até os toques dele são perfeitos!

Me virei para ele, sentando em seu colo.

Eu posso não ser a pessoa mais sentimental do mundo, mas com o Sasuke é diferente. Tenho vontade de passar o dia inteiro aos beijos com ele, falando que o amo.

É tão natural, simples. Eu me sinto tão completa ao lado dele.

Ele é a Nutella que preenche meu doce de leite Ninho...

A bola de sorvete que acompanha meu petit gateau...

A goiabada que adoça o meu queijo...

Sei lá mais que combinação perfeita ele é... Só sei que sinto que é com ele que quero estar sempre.