Velhas Emoções escrita por Ginty Mcfeatherfluffy


Capítulo 5
Capítulo 4




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Mal terminou a interrogação e já disparava-se para a Ala Oeste, ignorando os objetos que a seguiam. “Ah Mademoiselle, sobre isto, deixe-me dizer...” Lumière tentou argumentar quanto a decisão de sua hóspede, porém, sem sucesso; Cerise estava determinada a encontrar seu amigo, não importa como esteja e assim foi aproximando-se dos aposentos dele. Adentrando o recinto, ela pôde ver que, antes tão iluminado, encontrava-se mergulhado em escuridão, como o restante do castelo. Um vulto moveu-se na penumbra, como se fosse parte dela; o coração da jovem mulher por pouco não saltava do peito enquanto ela dava alguns passos para frente. “Eu amaldiçoo você por respirar.” Aquela voz pertencia a Adam, mas... era um grunhido monstruoso proferindo palavras monstruosas. “Majestade, sou eu, Cerise...” A jovem pronunciou-se ofega e tartamudeante “Queria saber se está bem...” A Fera, num instante estava a centímetros da garota e estava demasiado claro para ela que ele já não era humano “Eu sou um monstro, como posso estar bem?” Rosnou ele, entretanto, isso não fez com que a aldeã recuasse; Respirando fundo, ela implorou ao Príncipe para que a deixasse ajudá-lo. “Não há nada que uma garota como você possa fazer, eu mesmo já não tenho esperanças. Sai daqui.” Com uma pausa, ele mergulhou seu rosto nas mãos e aguardou até que a garota o obedecesse, porém, ela estava determinada a conseguir uma maneira de vê-lo e ajudá-lo. “Não, eu...” E não estava preparava para o que viria. “Sai daqui!” Vociferou ele, seu rosnado ecoou por todo o palácio; ela correu, correu o mais rápido que pôde, queria – precisava – estar o mais longe possível daquela criatura execrável. Descendo até o hall, ela encostou-se em uma pilastra e assim tomou fôlego, enquanto isso o grupo de objetos a cercava, suas expressões eram de atenção, pela velocidade com que Cerise saiu do quarto do monarca. “Ele... ele é impossível, é completamente o oposto do que era...” A moça suspirava, levando uma mão ao peito. “Eu avisei...” Murmurou Lumière, abaixando os estreitos ombros. Todos viram que a aldeã dirigia-se a porta principal. “Onde vai, Mademoiselle?” Ela respondeu, obviamente, que iria embora para nunca mais voltar, entretanto, lhe foi revelado algo que a deixou ainda mais destruída. “A senhorita não pode sair do castelo, pois estava aqui quando a maldição se abateu sobre nós... Sentimos muito, Mademoiselle.” Uma voz vinda de cima manifestou-se, tratava-se de um lustre e Cerise reconheceu a voz, era de Emmanuelle, a donzela que momentos atrás – momentos que dolorosamente pareciam anos, séculos – fora buscar o Príncipe e lhe cumprimentara tão calorosamente. “Oh Emmy... Eu sinto muito, mon ami! Não merecia passar por isso, ninguém aqui merecia. Ah, se ao menos eu pudesse fazer algo...”

“Não deve preocupar-se, querida. Afinal, não foi por tua culpa que ficamos assim.” Consolou-a Madame Samovar, no entanto, em vão.

“Mas isto não importa! Vocês são meus amigos!”

Neste ínterim, pancadas na grande porta foram ouvidas, e os habitantes iniciaram uma corrida afim de saírem de vista. Algo que jamais passaria pela cabeça de todos ali, era a possibilidade de uma visita; entretanto, o viajante não podia mais esperar e com esforço, abriu a porta do castelo.

Tratava-se de um senhor, de cabelos e bigode grisalhos, de estatura mediana e aparência tão simpática e franca que era impossível não afeiçoar-se a ele.

“Olá! Tem alguém... Mademoiselle Cerise? Em nome de Deus, o que faz aqui?”

A dama fez seu caminho para perto do visitador, tomando-lhe as mãos frias. “Monsieur Maurice! Não sei se quedo-me aliviada ou aflita pela tua presença...”

Os residentes do edifício, por fim, receberam Maurice muito bem, acomodou-se em uma poltrona deveras confortável, até Cerise bebeu duas xícaras de chá, e a ela foi dada uma manta, cortesia de Plumette. No entanto, um ruído animalesco e estarrecedor fez-se ouvir, ao mesmo tempo que o fogo da lareira dissipou-se.

“Há um estranho aqui...”


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