Nothing Lasts Forever escrita por Tatá
Notas iniciais do capítulo
Mais participações especiais hoje...
Na manhã seguinte (após uma noite em claro, procurando pelo paradeiro de Tony), Pepper chegou sozinha à Torre dos Vingadores, de onde partiria o Quinjet, rumo à Seul. Com medo de Tony aparecer em casa enquanto ela estivesse no ar ou no outro lado do planeta, a mulher pediu que Happy ficasse em Nova York, só para garantir. Mas ela logo descobriu que aquilo não seria necessário, quando saiu do elevador e deu de cara com Natasha:
— Boas notícias: ele acabou de chegar. — ela informou, então Pepper suspirou aliviada. — Ele está bem. Inteiro. E não está cheirando a bebida, o que é ótimo.
— Onde ele está?
— Adivinha.
…
Para variar, Tony estava no laboratório.
Seu cabelo estava molhado,e embalagens abertas com o logo de uma cafeteria estavam em cima da mesa, provando que ao menos ele havia tomado um banho e se alimentado.
Ele assistia algo sobre helicópteros em um monitor, enquanto outras telas ao seu lado exibiam o andamento da atualização de Sexta-Feira e dados do Controle de Danos, que estava recolhendo todo o material exótico deixado por Ultron e os Vingadores nos locais de batalha.
— Bom dia pra você também. — o homem disse ao não ouvir uma palavra sequer sair da boca de Pepper, que caminhava até ele. E continuou sem receber resposta alguma, até que sentiu um abraço forte. Então finalmente tirou os olhos do monitor e olhou para a mulher, retribuindo o carinho de bom grado.
— Hey...
— Você está bem?
— Você está?
— Estou melhor agora que sei que você está vivo… — Pepper suavizou um pouco o aperto, não sabendo onde se localizavam, nem a gravidade em que estavam, os ferimentos de batalha no corpo do homem. — Onde você estava?
— Por aí.
— Por aí — ela repetiu. — Por que não atendeu minhas ligações? — silêncio. — Você está bem? — tentou novamente.
— Estou ótimo!
— Ok, você já pode parar. — Pepper o afastou de si, para poder olhar em seus olhos.
— Parar o que?
— Parar de fingir que está bem. — ela subiu as mãos até os ombros dele. — Você tem estado preocupado com todo mundo, e está deixando a si mesmo de lado...
— Eu já disse que estou bem.
— Por favor, pare de mentir pra mim. E pra si mesmo... — Pepper o pediu, triste. — Tony, ontem você chegou em casa rindo, como se nada tivesse acontecido. E eu tenho que dizer que esconder o que está sentindo atrás de sorrisos e piadas não vai te fazer se sentir melhor...
— Geralmente funciona.
— Não, não funciona. Sabemos que você não está bem. — então a mulher olhou no fundo dos olhos dele, que refletiam a verdade. — Conversa comigo… — ela implorou, fazendo carinho na bochecha dele. E Tony ficou uns segundos em silêncio, antes de responder:
— O que quer saber?
— Como você está. De verdade.
— Você sabe como eu estou.
— Quero que me diga.
— Ok, eu estou péssimo! — ele admitiu, elevando um pouco o tom de voz. — É claro que não estou bem! Todos na terra quase morreram, por minha causa!
— E o que pretende fazer com isso? — Pepper perguntou calmamente.
— Como assim?
— Você vai enfrentar a situação e tentar consertar as coisas ou vai se enfiar em um bar e ficar lá até entrar em coma alcoólico?
— Acha que eu estava bebendo?
— Você estava?
— Não seria nada mal ter um porre e esquecer os problemas, nem que seja por algumas horas. Mas não, eu não andei bebendo.
— Então onde você estava? Porque sumiu depois da coletiva e só apareceu agora?
— Eu só estava tentando consertar as coisas... — Tony explicou, exausto. Então foi a vez de Pepper fazer uma pausa.
— Ok… — ela suspirou após um tempo, acariciando os ombros dele. — Nós podemos fazer isso, nós vamos fazer isso. Vamos cuidar de todos. Juntos. Mas eu preciso que você se cuide também. — então Tony inclinou a cabeça para o lado em silêncio, tocando em uma mão dela. — Eu conversei com a Hill sobre tudo isso, e ela me deu uma lista de profissionais confiáveis, que…
— Terapia? Sério? Eu já faço terapia com o Banner, lembra?
— Sim, mas você sabe onde ele está agora? — ela perguntou, então Tony se calou. — Eu só acho que...após todos esses acontecimentos, ter uma ajuda profissional seria bom. E eu não estou falando só de você.
— Vai fazer também?
— Sim… — Pepper subiu uma mão até o cabelo dele e o penteou para trás com os dedos.
— Ok. Terapia. Pode ajudar. Eu topo.
— Okay… — a mulher sorriu fraco, ainda sem interromper as carícias. — Tente não esconder o que se passa aí dentro. É normal ter sentimentos. O que não pode fazer é escondê-los atrás de um sorriso, ou um dia vai acabar explodindo.
— Ok.
— Certo… — ela disse, gentilmente empurrando a cabeça dele para trás. Então se inclinou até alcançar os lábios dele e os beijou, sentando em seu colo enquanto isso.
— Pep, não… — ele a afastou gentilmente, após um tempo. — Acredite, eu quero isso tanto quanto você. Mas eu não posso parar agora, tenho muito trabalho à fazer.
— Aquilo foi só um beijo.
— Sim; mas uma coisa leva à outra... E eu não posso me distrair no momento.
— Okay... Desculpe por interromper o seu trabalho. — Pepper se levantou e alisou o vestido.
— Ei. Não fica zangada comigo... Eu vou compensar por isso depois, eu prometo.
— Está tudo bem... — ela tentou tranquilizá-lo com um beijo na testa. — Tenha um bom trabalho. E lembre-se que nosso voo é em 5 horas. Tente não se atrasar. — pediu; então caminhou para fora do laboratório.
...
Eles chegaram em Seul no início da manhã do que seria o dia seguinte em relação à Nova York.
A residência de Helen Cho era nas montanhas, cercada pela mata local. Era um ótimo lugar para se viver. Fontes decorativas, sinos, e os sons do ambiente calmo traziam tranquilidade à quem passasse pelo jardim, e as esculturas feitas com plantas e arbustos eram de impressionar.
O jardim era incrível, e a mansão era inacreditável. Era o exato ponto de intersecção entre a natureza e a tecnologia. Cheias de curvas, parecia que o lugar fora moldado com massinha, ao invés de tijolos e vigas de metal. Enormes janelas deixavam a luz natural entrar à qualquer hora, e a escolha de móveis se encaixava perfeitamente ao ambiente. Troncos e galhos completavam a decoração, dando a impressão que toda a mansão era uma grande árvore.
Helen estava no quarto desde que saiu do hospital, e estava odiando aquilo. Havia usado sua própria tecnologia de regeneração em seu ferimento, ela estava 100% recuperada. Mas estava na cama, quando podia estar trabalhando, porque ninguém a deixava sequer se levantar sem ajuda. Então quando sua empregada disse que os Vingadores a aguardavam na sala de visitas, não poderia ter ficado mais contente.
…
— Aí está ela! — Barton se animou ao vê-la, e quase todos se levantaram para cumprimentá-la. Wanda e Visão observaram tudo em silêncio. — Como você está, doutora? Precisa de ajuda para se sentar? — perguntou oferecendo o braço como apoio.
— Eu usei a tecnologia do Berço para restaurar meu ferimento. Você, mais do que ninguém, sabe que estou completamente curada.
— Sei, e serei eternamente grato. — ele a olhou nos olhos, sincero.
— Então você está bem? — Steve perguntou.
— Sim! E vocês estão…
— Parecendo uma boyband? — perguntou Natasha, antes de abraçá-la. Todos os homens naquela sala vestiam ternos pretos, dando a impressão que, a qualquer momento, começariam a cantar e fazer uma coreografia ensaiada.
— Eu ia dizer que vocês parecem cansados, mas sim! — ela achou graça. — Onde está o Dr. Banner? — perguntou, e então desfez o sorriso ao notar a repentina mudança no clima da sala.
— Ele…sumiu. — Steve foi o primeiro a responder. — Não temos ideia de onde esteja.
— O Banner é assim mesmo. Desaparece, mas reaparece quando precisam dele. E então desaparece de novo. — Clint completou. — Tenho certeza que está bem. — olhou para Natasha ao dizer. — Mas o importante é que a guerra acabou. Nós conseguimos.
— É, eu assisti a coletiva na tv. — Helen então olhou para Wanda. — Sinto muito pelo seu irmão.
— E eu sinto muito pelo o que te fiz passar. A culpa é minha. Se eu não tivesse feito com que você interrompesse o upload de Ultron, você não...
— Se você tivesse permitido que o upload fosse concluído, todos estaríamos mortos. Você agiu certo, Wanda. — Steve tentou consolá-la.
— Se tem um culpado aqui, sou eu. — Tony disse sério, ainda sentado em uma poltrona. — Se eu não tivesse criado o Ultron, nada disso teria acontecido.
Todos então o encararam, mas nenhuma palavra saiu de suas bocas. Pepper e Rhodes o dirigiram olhares tristes, mas acolhedores, que foram retribuídos com um sorrisinho rápido.
— Bom, mas ganhamos algo com isso! — ele se levantou, afastando a nuvem cinza em seu humor. — Olha só quem veio te ver! — sorriu e pôs as mãos nos ombros do Visão, que estava calado até então.
— Eu soube como conseguiram terminar o que comecei… — Helen olhou para sua criatura com admiração. — O que disseram na coletiva é totalmente verdade? — perguntou olhando para Stark, que concordou. — Nesse caso, sinto muito por J.A.R.V.I.S. — ela voltou a olhar para o sujeito vermelho. — É um prazer vê-lo acordado, Visão. Ainda mais não sendo da forma para a qual foi projetado.
— É um prazer conhecer minha criadora. — ele inclinou a cabeça, em sinal de gratidão.
— Impressionante… — a cientista começou a circular em volta do humanoide. — O Berço conseguiu, com as moléculas de Vibranium, criar um corpo novo, totalmente funcional… E com a matriz operacional de J.A.R.V.I.S., mais a joia da mente, imagine a dimensão de seus conhecimentos…teria sido horrível se caísse em mãos erradas.
— A joia da mente é poderosa. O ser que a possuir tem que ser poderoso, e digno de recebê-la. — Thor discursou. — Ela o escolheu, como prova de que ele é forte, e digno de coração e mente. Caso não fosse, teria explodido como uma lata de sardinha que ficou tempo demais no fogo.
— Foi você! — Hill e Natasha se irritaram, lembrando da semana em que a Torre dos Vingadores ficou fedendo a peixe, assim como todos que passaram por lá.
— Eu posso? — a doutora perguntou, prestes a tocar a mão de Visão.
— Fique à vontade. — ele respondeu. Então ela explorou suas mãos, pescoço e cabeça (as únicas parte de seu corpo que não estavam protegidas por roupas), com intensa admiração.
— Conte-me sobre seus poderes. O que mais você faz, além de voar e ser extremamente inteligente?
...
— …Então qualquer coisa, você sabe onde nos encontrar. — Tony se despedia de Helen, enquanto botava os óculos de sol.
— A torre com um “A” gigante, em Nova York. Bem discreto. — ela caçoou.
— E pensa na oferta com carinho, ta? Direito à moradia, transporte, laboratórios com tecnologia de ponta, altas verbas para pesquisas… Ligue para a Pepper quando decidir. Vocês duas podem chegar a um acordo.
— Vou pensar no seu caso, Tony. — ela respondeu e o observou se afastar. Então foi a vez de Pepper se despedir, e a mesma a convenceu a aceitar a oferta com simples palavras:
— Eu soube que Thor estará lá enquanto estiver na Terra...
— Fechado. — Helen se rendeu, então a ruiva sorriu.
— Bem vinda a nossa equipe. — ela ergueu a mão, e Cho a apertou. — Quando podemos falar da sua contratação?
— Eu te procuro quando conseguir convencer a todos de que estou bem e posso viajar.
— Estarei aguardando. — elas se despediram. Então Pepper caminhou até Tony, que a puxou para si e depositou um beijo em sua têmpora enquanto caminhavam até o Quinjet, ignorando a presença das câmeras e jornalistas que os encontraram. Os outros Vingadores desapareceram no ar ou caminharam em silêncio logo atrás.
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E com isso completamos um mês desde a postagem do primeiro capítulo! Como o tempo voa...