Nothing Lasts Forever escrita por Tatá


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Referências, referências...



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— Stark! Bem vindo de volta. — Tony foi recebido com um aperto de mãos do Secretário de Estado, quando chegou às instalações do Departamento Antiterrorismo de Berlim.

— Obrigado, senhor. Alguma notícia sobre o paradeiro de Barnes e Rogers?

— Eu esperava que fosse você quem as trouxesse.

— Estou fazendo o que posso. Onde está Zemo?

— Lá em baixo, sem chances de fuga.

— E T'Challa? Ele foi o último a vê-los.

— Ele foi interrogado enquanto você estava vegetando. Carter!

— Sim, senhor? — a agente 13 se pôs ao lado dos homens, com a postura impecável.

— Mostre os interrogatórios de Zemo e Vossa Majestade ao Stark. E atualize-o com o que ele perdeu enquanto estava no hospital.

— Sim, senhor. — ela assentiu, e então os dois foram em direção à sala de reuniões.

— E Stark! — Ross o chamou e ele virou o rosto em sua direção. — Encontre-os.

 

Então Tony olhou para frente novamente e seguiu seu caminho em silêncio.

...

— Aqui estão os relatórios. — disse a agente, entregando os papeis assim que Stark se sentou em uma das cadeiras da sala de reuniões.

— Não gosto que me entreguem coisas. — ele a avisou. Sharon então suspirou e pôs os papéis na mesa. Em seguida clicou em um botão nos controles da mesa e a televisão começou a transmitir a gravação do primeiro interrogatório:

 

“— Pode declarar exatamente o que aconteceu? — perguntou Everett Ross; e T'Challa respondeu calmamente:

— Eu estava prendendo o Sr. Zemo, quando avistei o Sr. Rogers e o Sr. Barnes correndo em direção ao quinjet. Não haviam sinais da presença do Sr. Stark. Então após garantir que o Sr. Zemo não tivesse chances de escapar, entrei em meu veículo e seguí o quinjet, até que o perdi, quando o mesmo entrou em modo furtivo. Então voltei à Berlim para dar esse depoimento.

— Por que não atacou o quinjet?

— Porque ele entrou em modo furtivo antes que eu tivesse chance. E eu só atacaria como última opção. Violência só gera mais violência. E no final, pessoas inocentes acabam sofrendo as consequências.

— Você não teria dito isso três dias atrás.

— Três dias atrás, eu estava possuído pelo ódio. Graças à isso, fui à busca de vingança em cima de alguém inocente, enquanto o verdadeiro culpado pela morte de meu pai estava livre.

— Então não há a menor chance de você ter ajudado Barnes a escapar como um pedido de desculpas?

— Negativo.”

 

Ele os ajudou. Tony tinha certeza disso. Chegou até a pensar em voar até Wakanda naquele exato momento, e fazer com que T'Challa cedesse a localização de Barnes e Steve; mas sua mente foi possuída pelas palavras de Pepper, Rhodes e Natasha, que lhe foram dirigidas horas atrás. Eles estavam certos. Caso se deixasse levar pelo ódio e fizesse o que pensou em fazer segundos atrás, teria se arrependido futuramente, assim como T'Challa havia se arrependido.

 

Se o Pantera Negra ajudou Barnes e Steve, era porque já sabia de algo que Tony até então se recusava a aceitar: Barnes não matou seus pais, os políticos, ou todas aquelas pessoas em inúmeros ataques terroristas ao longo dos anos. Zemo era o culpado do ataque em Viena há poucos dias, mas em cada um dos casos envolvendo o Soldado Invernal, a Hydra estava por trás, dominando a mente de Barnes e fazendo com que ele fizesse tudo aquilo.

James Barnes era inocente, Tony teve que admitir. E até se sentiu mais leve por um instante, até que transferiu todo o ódio à Hydra. Então prometeu a si mesmo que não descansaria até acabar de vez com ela.

 

— ...ao depósito.

— Desculpe, o que? — ele perguntou, saindo de seus devaneios.

— O braço mecânico de Barnes e o escudo do Capitão foram catalogados e enviados ao depósito. Os trajes de Wilson e dos outros prisioneiros seguirão o mesmo caminho.

— Já descobriram quem roubou os trajes de Wilson e Rogers na última vez?

— Chegamos à conclusão que foram os mesmos, até que se prove o contrário. — ela respondeu, ainda não revelando que ela era a culpada.

— Ok, hmm... — Tony estalava os dedos tentando lembrar o nome da agente.

— Carter, senhor.

— Carter. — ele apontou para a mulher ao se lembrar, e ela se retirou quando um agente a chamou no lado de fora da sala. — Carter. — ele repetiu, reconhecendo o sobrenome de algum lugar. Então folheou rapidamente os relatórios, até que ouviu uma voz conhecida:

 

— Fazendo o dever de casa do Garoto Aranha?

— Não. — Tony jogou os relatórios na mesa, enquanto olhava rapidamente para a Viúva Negra. — E é Homem Aranha.

— Ah, claro, ele já é um homenzinho... — ela se sentou na mesa e acariciou o ombro dele. — Você está bem?

— Sempre. — ele respondeu automaticamente.

— Ross te mandou continuar procurando por Steve e Bucky?

— Ele não te mandou?

— Ainda não. Mas eu fui carinhosamente intimada a estar aqui... — Tony sibilou com a ironia dela. — Então devo ser convocada. Só estou esperando que ele termine de falar com Ross...

— Eles realmente não têm nenhum parentesco? — ele perguntou, e ela fez um movimento de negação com a cabeça.

— Não próximo o suficiente para ser significante.

 

— Agente Romanoff, Ross está te chamando. — informou a agente 13, ao retornar à sala.

— O do cabelo branco ou o do cabelo ainda mais branco? — Tony brincou, e Natasha segurou o riso. — Bom, eu vou nessa. Tenho uma caçada pela frente. — disse se levantando, então Romanoff segurou em sua mão.

— Não faça nada que vá se arrepender.

 

Eles trocaram olhares por 2 segundos.

 

— Boa noite madames. — ele se soltou e pegou o paletó pendurado na cadeira. Então parou na porta e piscou para Romanoff, sem que Carter percebesse, antes de sair do local.

...

Tony enviou mensagens a Peter Parker e Happy, fazendo pedidos e convocações. Então fez uma breve parada antes de ir para a Torre dos Vingadores, onde os dois já o aguardavam.

 

Eles estavam na sala de estar. Peter jogava uma partida de xadrez contra Happy, e Visão (que estava lá por alguma razão desconhecida a Tony) os observava.

 

— Olá, pessoas. Visão. — ele os saudou ao entrar no local, após deixar o helicóptero no heliporto.

— Chefe.

— E aí, Sr. Stark?

— Sr. Stark, como se sente? — Visão o olhou preocupado.

— Ótimo como sempre, filho. Hap, você trouxe o que eu pedi?

— Aham. Estão no laboratório.

— Ótimo. Trouxe um presentinho! — então jogou um saco de papel na direção do tabuleiro, mas Peter o pegou antes que bagunçasse todo o jogo. — Boa pegada, garoto.

— Shawarma! — Happy se animou, tomando o saco para si.

— Sr. Stark! — Peter se levantou imediatamente. — Eu trouxe o traje, como o senhor pediu! Está limpinho e inteiro, do jeito que o senhor me...

— Garoto, relaxa. Pegue um Shawarma e me encontre lá em cima, ok? — então deu-lhe as costas e foi em direção às escadas para o laboratório.

— Tony! — Happy o chamou e correu até ele. — Posso ter uma conversinha contigo?

— O que você quer?

— Sabe...eu até que tô gostando disso de levar e buscar coisas para você. Digo, o garoto? Foi estressante. Mas não tanto quanto meu atual trabalho é. Sério, você viu meu eletrocardiograma. Aquilo ali não foi só comendo frango empanado.

— Vá direto ao ponto, Hap. Eu não tenho o dia todo.

— Ok, foi mal. É que eu queria que você...tentasse convencer a Pepper a me promover a...sei lá...gestor de ativos?

— O que?

— É só uma sugestão. Qual é, você viu meu trabalho, eu tô mandando bem...

— Deixa eu ver se entendi. — Tony pôs a mão no ombro de Happy. — Você quer que eu convença a Pepper a te promover?

— Ou você mesmo me promove; pode ser também.

— Não posso fazer isso. Não sou seu chefe, lembra? É claro que lembra, até pouco tempo você fazia questão de jogar isso na minha cara!

— Foi mal.

— E por que você mesmo não pede isso para a sua chefe? Tá com medo?

— Apavorado. — ele admitiu, e Tony riu. — Por favor, cara… Você deve ter algum truque pra amolecê-la ou sei lá...

— Ok... — Tony cedeu, ainda parecendo se divertir. Mas por dentro sofria ao pensar na mulher. — Eu enfrento a fera, seu covarde.

— Ei!

— Mas o que pretende fazer com ela?

— Com a Pepper? Gente de confiança vai tomar conta dela. Gente que tá fazendo isso agora mesmo, enquanto estou aqui com você. Ela vai ficar bem.

— Ok. Vou ver o que posso fazer por você.

— Valeu.

— Mas não pense que isso vai sair de graça. — ele completou, e Happy suspirou.

 

— O que você quer?

— Eu soube que você estava torcendo pro Rogers se dar bem, ao invés de torcer para o seu melhor amigo...

— Quem te contou isso: Sexta-Feira ou Pepper?

— Rhodey. — Tony respondeu sério. — Então por ficar contra seu amigo, eu estou te penalizando a deixar crescer um cavanhaque igual ao meu.

— Tony...

— Nah! Não quero palavras, quero um cavanhaque nessa sua cara! — ele o interrompeu. Então Happy foi obrigado a se render:

— Ok...feito.

— Ótimo. E lembre-se disso na próxima vez que pensar em trair seus amigos. O Capitão América não vai te dar uma promoção. Garoto! — Tony encerrou o assunto e chamou por Peter, ao se afastar do amigo. Então o menino pegou um shawarma e sua maleta, antes de correr atrás dele.

 

— Então é isso? Eu venci por desistência? — Happy se alegrou ao voltar a se sentar em frente ao tabuleiro, mas se preocupou ao olhar para o Visão. — Você não vai jogar no lugar dele, vai? — então só recebeu um balanço da cabeça em resposta. — Então eu venci. — ele repetiu sorridente e mordeu seu Shawarma.

...

— Sr. Stark, eu queria te agradecer de novo por isso, digo, esse traje é incrível e...

— Garoto, como você fala! As vezes é bom; falar demais já salvou meu pescoço várias vezes. Mas eu não tenho paciência para quem fala demais, então se possível, fecha um pouco esse bico, ok?

— Sim, senhor.

— Você já deve ter ouvido falar dos meus filhos.

— Espera, você tem filhos? — então Tony parou na porta do laboratório e girou o corpo para encará-lo.

— Não no sentido em que está pensando. Que eu saiba. — ele respondeu e entrou na sala. — Aí estão vocês! — sorriu erguendo o braço. — Garoto, esses são U e...

— Dum-E! — Peter se animou, chegando mais perto para que pudesse examiná-los. Um de cada vez, eles seguraram a mão do garoto com suas garras e a balançaram, em gesto de cumprimento. — Você o criou na faculdade, quando tinha a minha idade!

— Alguém andou fazendo o dever de casa.

— Então ele ganhou um irmão? Irado!

— É, claro. Tem outros deles espalhados por aí. Esses vieram de Los Angeles, para me darem uma mãozinha. — Tony explicava enquanto digitava em uma tela, já começando a trabalhar. — Ok, Butterfingers! Eu quero que você ajude os outros com os reparos físicos do traje do Sr. Parker. Cabeçudo, você vai me ajudar com a prótese do Rhodey. Todo mundo trabalhando, a folga acabou! — ele estalou os dedos, e então todas as máquinas do laboratório se acenderam, começando a operar. U abriu e fechou as garras antes de dar meia volta, e Dum-E seguiu seu criador.

— Espera! — Peter exclamou, enquanto corria atrás de Tony. — Sabe, Sr. Stark...hoje no avião eu ouvi o Happy falando com alguém e pensei que fosse com o senhor...então fui lá pra agradecer pelo traje, pela viagem, pela oportunidade e tudo...mas quando olhei para o starkpad, não era o senhor, mas sim uma moça ruiva. Aquela era Pepper Potts, certo? — perguntou entusiasmado.

— Provavelmente. — ele respondeu, abrindo a maleta e pegando o traje.

— Ela é sua namorada, certo?

— Yep.

— Então por que deu em cima da minha tia?

— Nós estamos dando um tempo. — Tony explicou, pegando o garoto de surpresa. — Então você a conhece?

— É claro que eu a conheço! Tem uns caras que sentam atrás de mim na aula de história que estão sempre folheando alguma revista nova e dizendo que ela é muito gostosa.

— O que você disse? — Tony o encarou furioso.

— Nada não! Quero dizer, ela é uma empresária e tanto. As Indústrias Stark deram um salto positivo surpreendente desde sua entrada no cargo de CEO. E a Fundação Stark? A Fundação Setembro? Geniais! Ela é uma grande...filantropa...também... — Peter logo mudou o assunto, nervoso.

— Bom. — Tony disse, e deixou o traje na mesa computadorizada em que U e seus parceiros esperavam para trabalhar.

— Então vocês estão dando um tempo? Que chato...

— É.

— Então foi por isso que... — Tony percebeu que Peter não iria encerrar o assunto tão cedo, então foi direto:

— Ok, já chega! Isso não é da sua conta, okay?  — disse firme, assustando um pouco o garoto. Então ele sorriu e seu tom de voz ficou mais agradável.  — Coma seu Shawarma!

...

— Seu laboratório é incrível! Toda essa torre é incrível!

— É, você já disse isso. Umas 100 vezes. — Tony comentou, já sem paciência, enquanto pegava dois copos com seu suco verde especial recém preparado.

— Os outros Vingadores estão aqui?

— Não. Eles quase não vêm aqui desde a inauguração do complexo, no norte do estado. Segredinho, ok?

— Sim, senhor.

— Muito bem. Toma. — ele o entregou um copo de plástico com um canudo torcido e colorido ao se aproximar.

— O que é isso?

— Clorofila. Eu basicamente sobrevivi à base disso quando o Paládio do reator arc estava me matando.  

— O senhor devia urinar verde naquela época...

— O upgrade no traje do Sr. Parker foi concluído. — Sexta-Feira informou, impedindo a resposta de Tony.  

— Ok, mande o Happy preparar o carro. Vamos lá, garoto. Vou te levar para casa.


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Notas finais do capítulo

Uma pequena observação: no filme do aranha, o Tony e o Happy levam o Peter pra casa no meio da noite.
Mas na cena pós credito de Guerra Civil, o Peter chega em casa no meio da tarde, e a tia May pergunta quem bateu nele e tal... e no final da cena aparece aquele holograma com o símbolo do Homem-Aranha. Se vocês derem pausa no filme e aproximarem a imagem, dá pra ver uma mensagem do Tony, pedindo que ele vá até à Torre.
Muita gente não reparou nisso, então ficou a sensação de que as duas cenas não batem. Por isso escrevi esse capítulo. E ainda fiz a ligação entre elas do meu jeitinho. Espero que tenham gostado.
Até quinta!