Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Oliver, eu quero descer – choraminguei enquanto estávamos parados no ponto mais alto da roda gigante. Na verdade eu queria muito ir à montanha russa, mas Oliver não deixou. Eu estava fazendo de tudo pra não olhar para o chão, então fixava meus olhos nele. Descobri hoje que tinha medo de altura. Sentia meu estômago embrulhando. Tirando esse detalhe o parque no píer da praia era lindo. Coast City era uma cidade tranqüila, um ambiente bem “família”, diferente da loucura de Starling.

— Para de ser medrosa!

— Acabei de descobrir que tenho medo dessa coisa. Eu vou vomitar!

— Calma, Felicity, respira fundo. – fiz o que ele mandou sem tirar os olhos dele. - Eu realmente estava nervosa. Nervosa por dois motivos. 1- Eu estava odiando aquela roda gigante parada a tanto tempo no mesmo lugar, olhar para o chão estava me dando um frio na barriga. Parecia que ela ia despencar; 2- Oliver estava perto demais. Tão perto que o calor dele aquecia meu corpo do vento frio que vinha do horizonte. – Acho que eu sei como te acalmar – disse sorrindo.

— Como? - Suspirei

 Oliver me olhou nos olhos, mesmo na escuridão da noite aqueles olhos azuis me passavam uma calmaria que muito não sentia. Ele me olhava nos olhos de um jeito intenso, e então seu olhar desviou para a minha boca e sua mão foi subindo pelo meu braço até chegar à minha nuca me fazendo arrepiar. Fechei os olhos, eu sinta sua respiração próxima, eu sabia o que viria depois... Mas não veio. Sabem o que veio? O vômito. Me debrucei no banco morrendo me medo de cair  e vomitei todo almoço-lanche da tarde que tinha comido antes de vir . – A sorte era que o meu lado da roda gigante era só mar – Oliver segurou meus cabelos com uma mão e com a outra afagou minhas costas. Me recompus fazendo careta ao sentir aquele gosto horrível na boca.

— Já fiz sinal para descerem a gente – assenti e o brinquedo começou a girar mais rápido que o normal, e em segundos estávamos no chão. Oliver me ajudou a descer e pegou minha bolsa pendurando-a em seu ombro. Eu iria fazer piada se a minha cabeça não estivesse a mil, meu coração palpitando rápido demais, eu me sentia quente por dentro. O que o Oliver estava fazendo comigo? Que sensações eram aquelas que eu nunca tinha sentido antes? Eu sabia o que era, mas eu não queria acreditar e muito menos aceitar. – Vamos comer algo? Não, péssima ideia, você acabou de vomitar. Mas por isso mesmo precisa repor o que colocou para fora. Algo leve. Posso comprar algo para você beber também e...

— Você não precisa surtar – o interrompi. Ele estava falando rápido demais que eu nem conseguia acompanhar – Vamos para casa e farei uma sopa – sorri

— É que eu to me sentindo culpado. – coçou a barba – Você falou o tempo todo que não queria ir nesse brinquedo

— Bom que fica como experiência para eu nunca mais repetir – sorri tentando tranquilizá-lo 

— Felicity...

— Para, Oliver – disse segurando sua mão ao sentir aquele cheiro que eu tanto amava tomar conta do ar. Olhei ao redor e encontrei um food truck de hambúrguer artesanal, minha boca salivou.

— O que foi?

— Eu quero aquilo – apontei para o local e ele seguiu o dedo com o olhar

— Nem pensar, você acabou de passar mal. – meneou com a cabeça cruzando os braços

— Por favor, Oliver, eu quero – fiz minha melhor cara de pidona

— Não. Posso realizar todos os seus desejos de comida. Esse agora não, você pode se sentir pior depois

— Por favor!

— Não!

— Sim!

— Já disse que não!

— Mas o meu... O nosso bebê quer – acho que peguei no ponto fraco, porque quando ele me ouvir dizer “nosso bebê” ele alargou um sorriso. Um sorriso tão lindo que me fez sorrir de volta. Yes! Eu vou ganhar meu hambúrguer!

— Ok! – cedeu e alarguei meu sorriso. Ele pegou minha mão e levando até os pequenos carrinhos de comida – Boa noite! – ele cumprimentou uma garota que devia ter uns 18 anos e estava com a blusa escrita “Food Flash”

— Boa noite! – ela sorriu o olhando de cima abaixo. Franzi o cenho. Ela não via que ele estava acompanhado?  – Já sabem o que você vai querer? – Com certeza não é você, querida, pensei

— Cheddar, bastante cebola com shoyo – falei rápido e olhando para ela – Com pão australiano, por favor.

— Decidida a sua esposa – falou sem graça

Abri a boca para dizer que eu não era esposa dele. Mas eu estava grávida do filho dele. O que não fazia sentido nenhum já que estávamos juntos em uma casa só pra gente. O que éramos um do outro afinal? – Oliver foi mais rápido e sorriu dizendo:

— Minha esposa é sim – e olhou de mim para ela novamente – Vou querer o mesmo que ela. Coloca uma batata em cada hambúrguer e dois refrigerantes, por favor.

A senhora assentiu alegre e anotou as pedidos.

— Podem esperar ali – apontou para uma mesa vazia – Quando ficar pronto eu levo lá.

Oliver puxou a cadeira para mim – ele não nega as origens – e foi se sentar na minha frente.Engatamos em uma discussão sobre como seria  caso eu sentisse desejos de madrugada e não pudesse ir comprar sozinha. Eu disse que a minha ideia inicial era ligar para Curtis e gritar com ele até que ele aparecesse com a comida. Mas agora que meu bebê tem um pai, eu ligaria para esse pai e gritaria com ele até que ele aparecesse com a comida. Ele pareceu satisfeito com a minha resposta, pois ficou rindo atoa.

— Aqui está – a garota colocou uma bandeja na mesa e olhou para Oliver – Se você precisar de mais alguma coisa, é só chamar. Meu nome é Iris. – e saiu

Bufei e revirei os olhos. A Iris era bem atirada, não? Ela não via que ele estava acompanhado e que essa Cia estava grávida dele? Eu sei que quase não tinha barriga para constatar isso, na verdade não tinha barriga nenhuma ainda. Mas mesmo assim.

— Que cara é essa, Felicity? – gargalhou abrindo a embalagem dos nossos lanches

— Que cara?

— Essa de quem está se mordendo de ciúmes

— Eu não estou com ciúmes, eu só achei ela muito atirada.

— Sei – me estendeu o meu hambúrguer

— É sério, - falei roubando uma batata dele

Comemos em silêncio, mas era um silêncio agradável. Vira e mexe eu pegada Iris olhando para Oliver e ficava a encarando até ela desviar o olhar. Oliver comia tranquilamente alheio a isso.

— Fica aí, vou lá pagar. – olhei para Iris que se remexeu ao vê-lo se levantando

— Deixa que eu pago

— Felicity...

— Não, Oliver, eu pago. Você já gastou milhões demais comprando uma casa. Não me deixou pagar os bilhetes do parque. Acho que mereço ao menos pagar o lanche.

— Não precisa – levantei as sobrancelhas e ele suspirou se sentando – Tudo bem

Me levantei e fui até a garota

— A conta, por favor – dei meu melhor sorriso para ela que não se esforçou em esconder seu desagrado em me ver ali e não  Oliver

— Deu 50 dólares – falou de má vontade. Abri a minha bolsa e entreguei a nota para ela – Aqui está nosso cartãozinho, - estendeu a mão com um papelzinho e peguei. - Fazemos 24 horas delivery durante a semana. Eu quem entrego.

— Não precisa, queria – devolvi o papel

— Ah, não! Caso seu marido precise – esticou o papel novamente

Oi?

— Oh, não. Ele não come esse tipo de porcaria – sorri – Hoje foi uma exceção. – pisquei e virei as costas. Se olhar matasse com certeza eu estaria morta. – Vamos – falei quando cheguei perto de Oliver que me lançava um olhar questionador.

— O que foi isso? – se levantou – Ela praticamente te matou com o olhar

Dei de ombros e continuei andando até o carro.

(...)

— Que tal um filme? – Oliver perguntou assim que entramos na casa. – Você escolhe

— Ta bem, vou apenas tomar um banho – falei indo em direção as escadas

Subi e fui direto ao banheiro tirei a roupa e entrei no chuveiro. Ri lembrando o episódio de mais cedo. Eu tinha ficado com ciúmes, só achei uma desavença ela dar em cima de um homem comprometido. Não que o Oliver fosse comprometido comigo. Mas ele estava lá comigo. Não que estar lá comigo signifique que tínhamos algo, porque não tínhamos nada. Mas ela achava que eu era a esposa dele, porque ele disse que eu era mesmo eu não sendo, e mesmo assim ela se insinuou. Lembrei também do quase beijo na roda gigante. Eu me deixei levar, eu queria aqui. Queria muito. Oliver me fazia sentir coisas até então desconhecidas por mim.

Eu estava extremamente confusa, essa gravidez estava me deixando maluca, e olha que eu só estava no primeiro mês da gestação.

Sai do chuveiro e tratei de escovar os dentes. Coloquei uma calça de moletom cinza e uma blusa de manga longa branca. Não me levem a mal, a casa era em frente a praia, de noite fazia um frio danado. Desci cantarolando uma música qualquer e encontrei Oliver já de banho tomado sentado no sofá. O observei bem. Lindo, pensei.

— Obrigado – ele disse se virando e me olhando. Corei.

— O que?

— Você me chamando de lindo.

— Não era você – falei e aproximando e me sentando no mesmo sofá, porém com uma distância segura. – Era desse maravilhoso sofá – passei a mão no sofá

— Sempre uma resposta pra tudo. – sorriu meneando com a cabeça

— Sempre – pisquei

— Qual filme?

— Não quero ver filme – me acomodei no sofá

— E o que a senhorita quer? – pegou o controle

— Terminar a minha série, ela já acabou e eu não assisti terminei a terceira temporada ainda.

— Mas eu não...

— Eu te atualizo – sorri amarelo

— Okay. Qual é?

— Reing

— Minha irmã adora essa porcaria.

— Hey, - taquei uma almofada dele – Coloca logo.

Ele riu e colocou, passamos o resto da noite assistindo a série. Estava chorando horrores com a Mary se despedindo da França e Oliver rindo da minha cara quando meus olhos começaram a pesar então eu os fechei. Eu tinha ciência do que estava acontecendo a minha volta, mas estava cansada demais para subir. Por mim eu dormiria naquele sofá mesmo. Então senti braços fortes me rodearem e me suspenderem. Ele subiu as escadas e abriu a porta do quarto com certa dificuldade. E me colocou na cama. Senti suas mãos tirarem meus chinelos e logo depois ele me cobriu.

— Eu vou cuidar de vocês duas. – ele sussurrou quase inaudível e beijou minha testa. Senti frio quando ele se afastou. Eu não queria que ele fosse. Lutei contra a escuridão que queria me tomar e abri os olhos

— Oliver – chamei sem saber se ele ainda estava ou não no quarto

— Hey, princesa – disse entrando no meu campo de visão – Eu achei que estava dormindo

— Estava – menti – Mas não quero que vá.

— Oi? – fez uma cara de surpreso.

— Deita aqui – afastei a coberta dando espaço para ele – Deita aqui com nós duas.

Ele me olhou mais surpreso ainda e deitou no espaço que abri, um pouco sem jeito, mas deitou. E logo me puxou para colocar a cabeça em seu peito. Me arrepiei quando ele beijou meus cabelos.

— Boa noite, Felicity – sussurrou

— Boa noite, Oliver

Ele fez carinho nas minhas costas e aos poucos a escuridão foi me tomando.

Eu nunca dormi tão bem em toda a minha vida.

(...)

Acordei sentindo um frio na cama que não estava ali quando eu peguei no sono. Senti falta do corpo quente que afagou as minhas costas até que eu caísse no nosso. Abri os olhos assustada com a possibilidade de ter sido tudo um sonho, um maravilhoso sonho. Mas o cheiro dele estava em mim, e o outro travesseiro da cama estava amassado. Talvez não tenha sido um sonho. Olhei para o relógio. 7:30 da manhã. Porque diabos eu acordei tão cedo? Será que Oliver tinha ido para o quanto dele? Coloquei meus óculos e sem mais demoras fui atrás dele pela casa. A porta do seu quarto estava aberta, enfiei a cabeça ali e estava tudo vazio. Então eu desci.

— Para, Ollie – parei no último degrau quando escutei a voz enjoada de uma mulher vindo da porta de entrada.  A porta estava entreaberta, Oliver devia estar lá fora com ela.

— Como você me achou aqui? – Oliver disse

— Você não me atendeu o dia todo ontem, fiquei preocupada, dei uma olhada nas suas últimas compras e vi essa casa, então eu vim até aqui

— Veio aqui só por preocupação? Fuxicou minhas finanças? – falou. Eu estava me sentindo uma Maria Fofoqueira escutando atrás da porta. Algo me dizia que era para eu sair dali, mas eu não conseguia. Queria saber quem era que seguiu Oliver até aqui.

— Eu te amo, meu amor. Você sabe. – comecei a tremer. Oliver tinha alguém? – Você não é de sumir assim. Você sabe que eu não posso recorrer a sua família. Eu fiquei com medo de ter acontecido algo. Então agi sozinha.

— Já viu que estou bem, não é?

— Essa casa é linda, meu amor – meu amor, aquela conversa cheia de amor estava me deixando de coração apertado – Vamos entrar. Te faço companhia

— Laurel, vai embora!

Laurel? Como Laurel Lance? A Laurel ex futura noiva? A Laurel que apareceu na minha loja semana passada e disse que tinha um compromisso com ele? Oliver havia me dito que eles não tinham nada. Então era isso, ele ainda mantinha uma relação com ela. Então porque se aproximou de mim? Meu bebê. Era só isso que interessava a ele, o bebê que também é dele. Mas ele não ia pegar minha filha de mim. Não ia mesmo. Eu fui uma tola em achar que por nós duas ele estaria diferente do que os outros falavam. Eu achei que ele realmente estava interessado. Mas não, ele queria minha filha. E eu não ia dar pra ele assim da mão beijada.

Para essa Laurel ter vindo aqui, ela devia estar sendo tão enganada quanto eu. Eu precisava ir embora dessa casa. Mas como? Olhei ao redor tentando achar uma solução para o meu desespero. Encontrei na estante da sala as chaves do carro de Oliver e os documentos. Era isso, eu iria sair pela porta dos fundos.

— Você está com alguma vagabunda ai, Oliver? – a ouvia gritar e aporta abriu, corri para a cozinha.

— Você está maluca? Para com isso! – a voz dele se aproximou junto com passos de salto

— Eu já sei que você vai ser pai. Tommy me disse quando fui te procurar na casa dele. Eu quero ficar junto com você nessa! Eu te ajudo. Eu não sabia que queria ser pai. Eu podia te dar um filho, Ollie.

— Eu não quero, nunca quis e você sabe – falou duro – Laurel, vá embora! – e então a porta bateu

Fui até a sala rezando para que estivesse tudo limpo. E realmente não tinha nenhum sinal deles.

Eu não quero, nunca quis ele havia dito. Ele não queria o bebê? Então por que me arrastou até  aqui. E os chaveirinhos? Olhei para a coroa rosa presa nas chaves do carro. Era tudo mentira afinal. Devia ser coisa da mãe dele, ela deve ter pedido pra ele se aproximar e me conquistar. Quando o bebê nascesse, iriam tomá-lo de mim. Mas isso não vai acontecer ninguém vai tirar minha filha de mim, ninguém! Meus olhos encheram de lágrimas e sai correndo para o quarto, Peguei umas coisas que estavam espalhadas por lá e enfiei na mala de qualquer jeito. Escovei os dentes e troquei a calça por um short jeans. Puxei a mala sem fazer barulho e sai pela porta dos fundos que dava para a garagem. Joguei a mala no bando traseiro e entrei no carro.

— Felicity! – olhei pelo retrovisor e vi ele correndo até mim – O que você está fazendo?

— Me deixa ir embora – soltei segurando o choro – Entregarei seu carro ao Dig, pode ficar tranquilo.

— O que? – segurou na porta – Porque... Laurel!

— Pode ir lá pra ela, pelo jeito que ela falava com você, vocês ainda tem algo. – suspirei – Não quero estragar seus planos, então não estrague os meus.

— E quais são os seus?

— Não dar um pai a esse bebê. – ele me olhou incrédulo – E eu vou lutar com quem quiser tirar ela de mim.

— Felicity...

Não o deixei terminar e dei a partida no carro

— Felicity! – ouvi ele gritar mas ignorei

Eu não entendi porque isso tudo tinha mexido tanto comigo. Eu não podia me importar tanto assim. Meu coração queria que eu desse meia volta com o carro e escutasse as explicações dele, mas minha mente dizia que isso era o certo a se fazer, melhor quebrar a cara agora, do que sofrer depois, sofrer por tirarem minha filha de mim.

Não sei de onde eu tirei que o bebê era menina. Não sei se foi por escutar tanto Oliver se referindo ao bebê como “a filha”.

É... a filha dele. Eu não me sentia egoísta indo embora assim. Eu estava me auto preservando. Sonhei demais com esse bebê para um pai surgir do nada e tira-la de mim.

Quando eu chegasse em casa, eu iria focar nas coisas importantes. Iria fazer meu pré natal, iria começar a procurar uma casa maior. Meu apartamento tinha dois quartos, mas era um cubículo e não tinha nem um playground. Crianças precisam de espaço. Pensar isso me acalmava. Daqui a um tempo teria um bebê bagunçando a casa, rabiscando a parede. E Deus! Como essa criança seria mimada.

Cheguei em casa e me tranquei La dentro, passei o dia todo deitada. Acordei na segunda-feira com o pensamento em outra pessoa, em outro lugar. Levantei atrasada, eu queimei meu café da manhã falhei em consertar um notebook – passei o trabalho para o Curtis -, derramei café na minha roupa e perdi uma reunião que seria muito importante para a Helix. Definitivamente eu não devia estar aqui nessa segunda-feira, era para eu estar em outro lugar. Eu sabia bem onde e com quem. Mas eu não podia me permitir em pensar isso. Acabou. Oliver fez a escolha dele.

(...)

— Não, Lissy, Oliver não fez escolha alguma. Você quem escolheu por ele. – disse Curtis pela milésima vez colocando uma pipoca na boca. Ele sempre arrumava um jeito de trazer esse assunto de volta.

Já fazia uma semana desde que sai de Coast City. Hoje eu havia passado mal o dia todo e liguei para ele ficar comigo, eu não me aguentava em pé. Estávamos sentados na minha cama assistindo um filme, os dois encostados na cabeceira e com pernas de chinês.

— Ele disse aquelas coisas para ela, Curtis. Que não queria um filho - suspirei

— Ele não queria um filho com ela, Felicity. – colocou a mão na minha barriga – Mas minha afilhada é diferente. Pelo que você me contou, ele já está encantado demais.

— Eu não acredito que ele queria tanto esse bebê assim.

— Não só encantado com o bebê, mas com você também

— Ele vai tirar...

— Ele não vai tirar essa criança de você. Ele nunca faria isso.

— Para de ficar do lado do Oliver. – emburrei a cara – Eu devia te odiar porque isso tudo é culpa sua.

— E eu já te pedi desculpas centenas de vezes e você me perdoou na centésima primeira. – sorriu – Felicity, ele é o bofe escândalo. Para de arrumar um pretexto pra afastar as pessoas.

— Não quero mais falar disso. – bufei

Cortei o assunto porque sabia que Curtis tinha razão. As vezes aquilo tudo não era nada demais, e eu com medo de arriscar acabei estragando tudo. Mas também estava feito e era melhor assim.

O filme estava no final quando a campainha tocou.

— Deixa que eu atendo, - falei quando Curtis fez menção de se levantar – Passei o dia nessa cama, quero esticar as pernas - Ele assentiu e voltou para o seu lugar. E a campainha voltou a tocar desesperada. – Tô indo – falei abrindo a porta e estagnei olhando para quem estava ali parado.

— Felicity...

— Oliver...

— Não fala nada, me escuta!

— Vai embora, por favor – falei com a voz fraca

— O que houve com você? – perguntou entrando sem a minha permissão, fechei a porta – Você está bem?

— Felicity... Oh, meu Deus! – curtis apareceu na sala – Então você é o famoso pai – sorriu

— E você é o famoso padrinho – Oliver sorriu

— Você é gay e ele é hétero! – Custis disse para si mesmo, ri daquilo - Você é gay e ele é hétero!

— Curtis, não pira! – falei rindo

— Eu já vou indo! – Curtis disse se recuperando. Olhei para ele com suplica e ele me ignorou. Filho da mãe! – Lissy, se passar mal de novo, não me liga porque o Oliver esta aqui. Tchau casal! – deu um beijo na minha testa e saiu. Traira!

— Você passou mal? – Oliver perguntou se aproximando. Dei passos para trás para me distanciar dele.

— Vai embora, Oliver!

— Não, você vai me ouvir agora – falou cruzando os braços

— Não, você vai me ouvir agora – falou cruzando os braços – Eu dei uma semana pra você se acalmar.

— Seja breve! – apontei para o sofá. Ele se sentou no mesmo e eu também

— Entenda uma coisa! Laurel é uma dependente química, isso por culpa minha – suspirou – Ela começou a beber depois que me pegou na cama com Sara, irmã dela. Depois do ocorrido Sara se encontrou e se casou com outra mulher, Nyssa, e foi embora para Tibet. Laurel não conseguiu seguir, ela se afundou na bebida e não tida da cabeça a ideia de que um dia poderemos ser um casal. Ela me chama de meu amor, mas chama por chamar, eu não sou nada dela. Não sou duro com ela porque me sinto muito culpado por sua decadência. Eu não a amo, se a amasse não teria a traído.

— Oliver... Você não precisa... – ia dizer que ele não precisava se sentir culpado por escolhas que Laurel fez, mas fui interrompida.

— Não, escuta – levantou um dedo pedindo meu silencio – Eu queria com todas as minhas forças enxotar ela dali. E eu disse que não queria um filho, não me referia ao nosso filho. Referia-me a ela, não quero um filho com ela, nunca quis. Eu não a amo, nunca amei. Entenda isso, por favor. Quando Tommy me deu a confirmação que eu seria pai, no inicio eu neguei, eu nunca tinha sequer pensado nessa possibilidade. Mas então eu vi naquele jantar o jeito que você acariciou sua barriga e o jeito que defendia o bebê de qualquer ameaça, da ameaça que eu representava. Então eu me vi no seu lugar, me vi defendendo esse bebê de qualquer ameaça. – sorriu com o olhar distante – Eu quero defende-lo de qualquer ameaça. É uma parte de mim crescendo aí, Felicity. Não tem um minuto do meu dia que eu não pense nessa criança – ele me olhou ainda sorrindo – Ou em você. Vocês duas ocupam meu pensamento dia e noite. Por favor, não me afasta. Eu quero ser pai, e também quero tentar ser um companheiro. Isso tudo é novo para mim. Se você disser que me ajuda, vamos encarar isso de cabeça erguida. Mas se você não quiser, eu vou embora e não te importunarei mais. - Ele queria, ele realmente queria. Eu conseguia ver a verdade em seus olhos azuis. – E Falicity, eu não vou tirar essa criança de você, nunca. Entenda isso também. Nem a minha mãe.

— Ela já sabe? – foi tudo que consegui dizer

— Sim. Contei assim que cheguei de viagem e ela está doida para te conhecer, porém quer que você se acostume com a ideia primeiro – assenti – E de tudo o que falei... O que me diz? – sorriu torto

A verdade era que eu não sabia o que dizer. Pedir desculpas talvez fosse a melhor opção. Mas tomara por uma coragem que eu não sei de onde veio, eu pulei em seu colo e selei nossos lábios em um beijo cheio de respostas. Um beijo cheio de “Sim, eu quero que você fique”. E ele entendeu essa resposta, ele riu e aprofundou o beijou. Me acomodei em seu colo, colocando uma perna em cada lado do seu corpo. Eu sentia uma ardência no meu corpo que só poderia ser abafado pelo toque dele. Pressionei meu corpo contra ele, e Oliver colocou as mãos na minha nuca e a outro rodeou minha cintura. Desci minhas mãos que estavam em seus ombros para seu peito e comecei a desabotoar a sua camisa azul. Ele parou de me beijar e segurou as minhas mãos que agora iam desabotoar a calça.

— Felicity...

— Não, eu quero – olhei em seus olhos – Faça-me sua. – ele rosnou e voltou a me beijar com certa voracidade. Tirei sua camisa e passei minhas mãos por todo o seu peitoral nu. Ele apertava minha cintura e pressionava a minha intimidade contra a sua. – última porta do corredor – falei me referindo ao meu quarto

Ele entendeu a mensagem e me ergueu em seu colo, prendi minhas pernas em sua cintura e ele me apoiou apertando a minha bunda. Eu abri a porta do quarto, já que suas mãos estavam ocupadas me segurando. Oliver se sentou na cama comigo ainda em seu colo.

Levantei os braços para que ele tirasse a minha blusa, eu estava sem sutiã o que facilitou muito o processo. Oliver admirou meus seus com o tomar cheio de luxúria e logo depois abocanhou meu seio direito, massageando o esquerdo. Puta merda! Aquilo era uma delícia! Gemi fechando os olhos e rebolando em cima dele. Oliver estava duro, muito duro. Ele subiu a boca pelo meu pescoço e marcou seu território ali, e logo depois selou nossos lábios novamente. Sai de seu colo e fiquei em pé. Ele entendeu o que eu queria e colocou as mãos na barra do meu moletom e se livrou da peça, fazendo o mesmo com o seu jeans. Ele me olhou com luxuria antes de me deitar na cama e subir em mim com cuidado.

— Você é perfeita – sussurra em meu ouvido me fazendo arrepiar – Valeu a pena todo esse tempo de espera. - Sorri com isso e voltamos a nos beijar. Desci minhas mãos até a barra da sua cueca e ele me parou – Eu faço as honras – E então desceu as suas mãos até a minha calcinha rasgando a peça e penetrando dois dedos na minha intimidade. Gemi alto quando ele começou a estocar e com a outra mão estimular meu clitóris. Ele estocava com força e eu gemia descompassada, não demorou muito para que eu atingisse meu ápice. Ele sorriu vitorioso e me beijou. Livrou-se da cueca e fixei meu olhar em seu membro grande e grosso. Subiu em mim e voltou a me beijar.

— Vamos logo, Oliver.

Ele gargalhou.

— Calma, amor. Teremos a noite inteira.


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Notas finais do capítulo

Eu estou apaixonada por esse Oliver fazendo tudo que ela quer kkkkkkk
Falem-me o que vocês querem... DR de Moira e Felicity ou amor de sogra e nora? Me digam o que mais querem ver por aquiiiiii. Barraco de Laurel talvez? Ou uma coisa mais light? Vou avançar uns meses. Vocês têm ideias de nome para bebê? Pensei em Connor ou Melissa. O que acham? Dêem opiniões
Comenteeeeeeeeem! Beijos!