Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Lá embaixo!
Boa leitura!



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É passou voando, eu já estava entrando para o terceiro mês de gravidez. Já era bastante visível uma protuberância em minha barriga, durinha e arredondada. Eu passava parte do meu dia acariciando ela e quando dava eu fugia para o banheiro só para olhar meu reflexo no espelho.

Oliver estava se saindo um pai maravilhoso, fazia todas as minhas vontades, desde sair de madrugada pra comprar sorvete de melão – é horrível, vomitei tudo – até comprar vários tipos de roupinha de casal - Todos cismaram que era um casal, a aposta acabou e eu estava contando os dias para saber o sexo dos meus bebês.

Thea, Moira e Robert queriam que eu me mudasse para a mansão, Oliver queria que eu me mudasse pro seu grande apartamento no centro, vovó queria que eu fosse morar na sua casa que fica na rua do asilo. Neguei a todos. Eu queria me mudar para uma casa maior sim, mas algo que eu posso pagar, nunca dependi de ninguém não é agora que vou depender.

Oliver se alojou na minha casa mesmo sem minha autorização, aos poucos tinha roupas dele espalhadas por todo apartamento e ele já tinha conquistado duas gavetas da minha cômoda. No decorrer desses dois meses ele dormiu todas as noites comigo, Oliver se recusava a me deixar sozinha e eu me recusava a deixá-lo ir embora. Ele passava uma vez ou outra no apartamento dele pra buscar umas coisas e voltava para o meu.

Logo depois do jantar na Mansão Queen tratei de apresentar vovó a todos eles, e a frase que ela disse quando os viu foi “Lissy finalmente desencalhou”, todos gargalharam e eu corei desesperadamente procurando um buraco pra me enfiar. Moira e vovó se deram bem na hora. Se eu tinha medo de Moira pegar meus filhos de mim, hoje eu só queria ela por perto. A presença de Moira em minha vida supria a falta que a minha mãe fazia. Oliver fingia sentir ciúmes da nossa aproximação, mas dava pra ver em seus olhos o quanto ele estava bem com aquilo tudo.

Oliver e seu pai estavam em uma relação melhor, na verdade nesses últimos dois meses eu ainda não tinha presenciado nenhuma discussão dos dois, acho que Robert estava feliz com o rumo que vida do filho estava tomando.

Ainda não havíamos dito a frase que começa com “A”, aquela com 3 palavras e 7 letras. Eu sabia que amava Oliver, sabia que era ele o motivo de nenhum outro relacionamento ter dado certo. Como poderia ter dado certo se era Oliver quem eu tinha que encontrar pra ser feliz? E eu estava feliz, feliz era pouco para descrever. Eu só precisava do momento e da hora certa para de declarar. As vezes eu me sentia um pouco mal por Oliver ter perdido a liberdade que ele tinha antes de mim e dos bebês, mas no início eu não queria que ele ficasse, e se ele ficou foi porque sente algo por mim certo?

Ah! Tommy aceitou de bom grado ser padrinho de um dos bebês, agora que sabíamos que eram dois, precisaríamos de mais padrinhos. Curtis, Layla e John ficaram com o Baby 1,  Tommy, Thea e Roy com a Baby 2

A esposa do Tommy eu ainda não havia conhecido pois ela estava na casa dos pais na Itália, chegaria em duas semanas. Conheci Roy no dia seguinte ao jantar com os Queen, ele era um amor de pessoa, educado e gentil. Ele e Thea faziam um belo casal, e ele sempre colocava as rédeas nela. Minha cunhada tinha um parafuso a menos!

Ok! Lembram o quanto eu estava elogiando minha barriga? Dizendo o quanto ela estava linda? Pois é! Agora cá estou eu, de frente para o espelho, praguejando porque o zíper do meu vestido não fecha, e eu já estava atrasada.

— Oliver, nada fecha em mim – falei saindo de dentro do closet só de calcinha e sutiã e jogando o quarto vestido que eu tentava entrar em cima dele. Oliver estava sentado na cama me olhando com uma expressão indecifrável. – Vou ir de casaco. – parei em sua frente com as mãos na cintura

— Não da, princesa, é um evento importante – sorriu me olhando – Você está linda! – colocou uma das mãos em minha barriga

— Para, Oliver – empurrei sua mão. Eu já estava estressada e ele esbanjando bom humor. Lógico! Ele já estava impecável no seu terno preto – Eu estou uma baleia e nada cabe em mim.

— Tenta esse aqui de novo – me estendeu um vestido preto, o primeiro que eu provei – Eu te ajudo a fechar - levantou

— Ta! Vou tentar encolher a barriga – falei entrando no vestido e prendendo a respiração. Oliver fazia muita força e nada do zíper subir, fez tanta que acabou arrebentando o feixe e com o impulso caiu sentado na cama

— Talvez se você for com ele assim e por uma jaqueta...

— Sai daqui, Oliver!

— Mas, Feli...

— Sai daqui

— Okay! – levantou as mãos em rendição – Te espero no carro  - Suspirei e voltei para o closet, alguma coisa tinha que entrar em mim!

Oliver estava me arrastando para o jantar de aniversário de um dos investidores do hospital, Walter Steele. O homem havia fechado um dos restaurantes mais renomados de Starling.

Por fim coloquei um vestido rosa bebê que ficou tão apertado que eu não conseguia respirar, se eu soltasse todo o ar, ou me mexesse sem pensar o feixe com certeza iria “explodir”.

Desci as escadas com certa dificuldade e mergulhei no banco de trás do carro.

— Porque não senta aqui do meu lado? – Oliver perguntou franzindo o cenho

— Aqui atrás é mais confortável.

— Mas...

— Anda logo, Oliver!

— Sim, senhora! – suspirou e deu a partida no carro. Eu estava me sentindo insuportável, um mau humor fora do normal. Como Oliver estava me aguentando se nem eu estava? – Chegamos! – saiu do carro e abriu a porta e esticou a mão para mim.

Como eu vou sair desse carro agora?, pensei

Peguei sua mão esticada e sai do carro sem jeito e acabei tropeçando na calçada.

— Ai!

— Te peguei!

— A gente vai demorar aqui? – falei choramingando

— Prometo ser rápido – suspirou e beijou a minha testa.

Assenti e ele pegou minha mão indo até a entrada do restaurante.

Estava tudo deslumbrante, uma típica festa de ricos. Gente bonita, lustres e muita comida que nem iria ser tocada. Olhei para o enorme Buffet de frutos do mar e meu estomago embrulho. Alem de ser extremamente alérgica a frutos do mar, peguei um nojo daquilo depois da gravidez.

— Vou vomitar, Oliver – sussurrei em seu ouvido

— O que?

Antes que eu pudesse responder Walter Steele apareceu na nossa frente sorridente.

— Oliver! – apertaram as mãos – Obrigado por vir!

— Walter!

— Essa é a famosa Felicity? - Apenas sorri assentindo, se eu abrisse a boca eu vomitaria em cima do homem sorridente. – Você conseguiu dar jeito no...

— Com licença! – um garçom apareceu – Ouriços? 

Olhei para a bandeja, aquilo fedia e tinha um aspecto que me lembrava a cabelo embolado no ralo do banheiro. Senti o vomito subindo pela garganta e sai correndo e cambaleando a procura do banheiro.

Entrei na pequena cabine e despejei todo o meu almoço lá. Vomitei tanto que fiquei tonta e com falta de ar. Dei descarga e fui limpar a minha boca. Abri a minha bolsa que tinha um pequeno enxaguaste bucal e comecei minha higiene. Quando terminei deixei meu batom cair e sem demora me abaixei para pegar.  E então o barulho de tecido rasgando tomou conta do banheiro vazio. Eu rasguei o meu vestido! Tateei minha mão pelo meu corpo procurando o rasgo para verificar o estrago. Eu rasguei o meu vestido na bunda!

— Felicity? - Escutei Oliver chamar da porta do banheiro. – Princesa, está tudo bem? – Não respondi e comecei a passar meu batom. Afinal eu podia estar rasgada, mas pelo menos tinha que ter a dignidade de sair dali bonita – Felicity, eu vou arrombar essa porta! – bateu na porta

Suspirei. Eu sabia que ele arrombaria.

— Estou indo – gritei guardando o batom e indo para a porta. Respirei fundo antes de abri-la – Pronto! – sorri forçado. Eu rasguei o meu vestido! Como eu ia sair dali?

— Você está bem? – passou a mão em meu rosto

— Quero ir embora

— Acabamos de chegar – suspirou. Assenti e o abracei. Puxei Oliver para a parede mais próxima me encostando nela, ele retribuiu o abraço. – O que foi, Felicity?

— Você promete que vão vai rir – choraminguei

— Eu nunca riria de você

—  Eu rasguei meu vestido – olhei para ele avaliando sua reação – Na bunda - Oliver juntou os dois lábios segurando o riso – Você disse que não ia rir – cruzei os braços

Ele suspirou tentando se livrar da vontade de rir e disse:

— Não estou rindo, princesa! – beijou minha testa. Isso tinha virado um hábito – Vamos embora então.

— Não quero estragar sua noite, fica e eu vou. Nos vemos em casa.

— Lógico que não. – falou soltando o abraço e pegando a minha mão. –Eu vou com você.

— Mas, Oliver...

— Vamos nos despedir de Walter e dizer que você não se sente bem. Ele vai entender, ele é médico.

— Tudo bem, mas...

— O que?

— Eu vou sair com a calcinha de fora? – segurei meu riso – Eu posso prender um guardanapo, eles são de Ostras, vai ficar lindo.

Ele gargalhou e começou a tirar o paletó

— Amarra isso na cintura. – peguei e amarrei. – Agora vamos

Já no carro entreguei, joguei o paletó no banco de trás e me acomodei no meu banco. O caminho foi silencioso e calmo.

— Desculpa – falei quando ele parou na sua vaga do estacionamento

— Pelo que?

— Por ter estragado a sua noite

— Você não estragou nada. Nunca!

— Tudo bem – disse me inclinando para beija-lo. Era pra ser um beijo simples, um simples encostar de lábio, mas eu não entendia o que acontecia quando aquele homem me tocava um fogo tomava conta de todo o meu corpo, o beijo se tornou extremamente sensual, um beijo molhado e cheio de segundas intenções.

— Felicity... – ele falou baixinho entre o beijo. Eu entendi o que ele quis dizer, ele não iria se segurar até subirmos, eu também não iria me segurar.

Oliver enfiou a mão por dentro do meu vestido parando na minha coxa e apertando o local, a outra mão foi para a minha nuca e subindo para os meus cabelos. Meu corpo formigava em seu toque, o fogo que habitava em mim só se alastrava. Abri os botões do seu blusão e me livrei do mesmo, passei a unha pelo seu abdômen definido. A mão que estava na minha coxa me puxou para o seu colo fazendo o meu vestido rasgar mais ainda, não sei onde, mas escutei o barulho do tecido se rompendo. Oliver também ouviu, porque ele riu. Ele colocou as mãos parte de trás do vestido sem se preocupar em abrir o zíper, ele puxou rasgando tudo até que eu tivesse apenas de calcinha – aquele vestido não pedia um sutiã -, sem demoras Oliver abocanhou meu seio e massageou o outro. Comecei a rebolar em cima da sua visível ereção. Ele soltava gruídos e eu gemia. Sem tirar a boca do meu peito, ele procurou a alavanca que deitava o banco, Oliver me deitou junto com ele sem soltar meu peito. Ele me suspendeu para que eu tirasse a sua calça e eu prontamente fiz. Arranquei a cueca junto trazendo a vista o seu enorme e grosso volume. Oliver arrancou a minha calcinha e voltou a me beijar desesperadamente. Desceu a mão até a minha intimidade, mas o parei.

— Não quero preliminares. – falei em seu ouvido

— Eu descobri recentemente que você gosta.

— No momento eu quero você logo dentro de mim

— Você quem manda – sorriu e abocanhou meus seios novamente e me penetrando no processo.

Ele colocou as mãos na minha cintura ditando o ritmo das minhas cavalgadas em cima dele. Ora era lento e delicado, ora era rápido e profundo. Meus gemidos se misturavam com os dele. Meu Deus! Aquele homem me deixava maluca. Tudo que eu queria era mais dele para mim.

O suor já tomava conta dos nossos corpos, os vidros estavam embaçados. Agora eu apoiava as minhas mãos no volante e rebolava em seu colo.

— Oliver...

— Oi.

— Oliver, eu vou... – gemi aumentando o ritmo da rebolada.

— Goza para mim, meu amor – se curvou e abocanhou meu seio. Sentir a língua de Oliver rodeando e chupando o meu bico foi o ápice para mim. Gemi alto e liberei todo meu prazer. Ele me ergueu e começou a estocar forte em mim.

— Oh, Oliv... – cravei minha unha em seu peito. Sabia que aquilo deixaria marca,

— Eu vou gozar, amor – ele estocava forte e rápido que estava me fazendo ver estrelas novamente. E então com um urro ele liberou todo seu líquido em mim. Ele soltou minha cintura e me puxou para que eu me deitasse em cima dele – Obrigado – falou beijando minha testa.

— Sempre a dispor! – sorri

— Não pelo sexo. Mas por ter me dado o que eu precisava e não sabia.

— Do que você ta falando?

— Obrigado por ter me dado o que eu me negava a aceitar que eu precisava, Felicity. – me olhou – Uma família. Estou construindo a minha família com você e por sua causa eu me reaproximei da família que já tinha. – ele se sentou me levando consigo – Eu sou apaixonado por esses bebês – acariciou meu rosto – E preciso dizer e admitir que sou apaixonado pela mãe deles também. Eu te amo, Felicity. - Não precisou de muito e meus olhos já transbordavam em lágrimas. Eu não esperava por isso, pelo menos não hoje. – Não chora, meu amor – limpou minhas lágrimas.

— Eu to chorando porque...- funguei – To chorando porque eu também te amo, muito – abracei-o – Você e nossos bebês.

— Estamos quites então – sorriu – Vamos?

— Eu não tenho mais roupa, Oliver – apontei para o resto de vestido jogado no banco de trás do carro. – Mas posso ir com o paletó e...

— Nem pensar! Vou buscar, - pulei para o banco do carona – Pelo amor de Deus, não sai daqui.

— Eu não vou pra lugar nenhum pelada. – sorri

Ele se vestiu e foi. Eu me cobri com o paletó e me acomodei no banco com um sorriso no rosto. Ele me amava! Ele realmente me amava e eu não poderia estar mais feliz com isso. Oliver era a pessoa certa, na hora certa. E por uma coincidência do destino – ou por armação do Tommy – o homem da minha vida era também pai dos meus filhos. Eu não poderia ser mais agradecida.

E com esse pensamento e um sorriso no rosto eu dormi.

POV OLIVER

Mas que inferno! Eu faço de tudo por ela, mimo, compro o que ela quer para comer, dou amor e carinho e quem ela agarra de madrugada é aquele bendito travesseiro minhocão. Bufei e cruzei os braços olhando para o meu inimigo e Felicity adormecida agarrada a ele. Ela ganhou isso da Layla a duas semanas atrás e eu já havia escutado o John reclamando de ser trocado por esse travesseiro e eu ficava zuando ele por isso. Estou pagando com a língua. Minha mulher preferia um minhocão a mim.  

Minha mulher... Quem me viu antes, se visse hoje não acreditaria que o mulherengo, cafajeste de Starling virou um homem de família, apaixonado.

A melhor coisa que eu fiz foi ter me aproximado de Felicity, sei que eu queria manter distância naquele início, mas é impossível se manter distante daquela luz e daquele amor que ela emanava. Até meus pais e minha irmã se apaixonaram. Eu estava a seus pés, eu não me via mais sem ela. Viver sem Felicity estava fora de cogitação. Ela era tudo para mim, ela e os bebês.

Esses últimos dois meses foram de aprendizado para mim. Eu não estava acostumado com essa vida calma, mas eu estava gostando e nem pensava em voltar para a vida antiga.

Layla havia me ensinado a trocar fraldas, John me ensinou a fazer mamadeira e dar banho. Estava aprendendo muito com o JJ, eu até que estava gostando disso tudo. Menos da vez em que ele fez xixi no meu terno Armani, aí eu fiquei bolado, mas no final dei gargalhada.

Me aproximei de Katy Smoak, ela havia me contado mais detalhes da infância difícil de Felicity, da mãe sofrendo no hospital e da morte precoce dos pais. Katy era apaixonada pela neta e queria que ela encontrasse alguém que a fizesse feliz, e eu moverei céus e terras para fazer.

Desisti de ser trocado pelo travesseiro e puxei Felicity para mim, que abriu os olhos apenas para ver o que estava acontecendo e me empurrou voltando para o travesseiro. Revirei os olhos e virei para o lado, pelo visto seria mais uma noite sem ela em meus braços.

(...)

Hoje era a minha folga na clínica e Felicity havia ido para a loja eram nove da manhã e eu estava sentado no sofá agoniado sem o que fazer. Antes, a essa hora, eu ainda estaria dormindo e cheio de ressaca. Mas agora eu estava tentado a ir naquela pracinha do centro encontrar Rene. Eu havia descoberto o nome dele quando ele apareceu para a consulta do seu filho mais novo que havia pegado catapora, o pediatra antigo havia se aposentado e ele apareceu com o pequeno no meu consultório. Desde então, em uma folga ou outra, nos encontrávamos na praça.

— Fala, meu mano – Rene falou quando me aproximei com John – Veio regado hoje – falou olhando para Sara no chão e JJ dormindo no carrinho.

— Rene, esse é John Diggle, John esse é Rene Ramirez

— E ai! – Rene falou e John sorriu

— Posso ir no escorrega, papai? – Sara falou apontando para a brinquedo.

— Vai lá! Cuidado. – a menina assentiu e saiu correndo.

— Esses dois são seus? – Rene perguntou quando nos sentamos ao seu lado no banco

— Sim! Sara e John Junior

— São a tua cara mesmo.

— Os meus são aqueles três ali brincando juntos – apontou para as únicas três crianças no cercado de areia. O que os filhos daquele cara tinha com cercados de areia? – Suquinho?

John assentiu e Rene jogou um para mim e para ele.

— Oliver me disse que está sofrendo, Felicity tem um amante. – John gargalhou e eu revirei os olhos

— Mas que porra...? Tem certeza que o filho é teu cara?

— A não ser que travesseiro engravide... Eu tenho!

— Aqueles malditos travesseiros minhoca! A mulher arrumou um em cada gestação.

— Porque ela não usou o mesmo? – John perguntou. Foi o que a Layla havia feito.

— Porque eu joguei todos fora, só cabe uma minhoca naquela cama, meu irmão. – meneou com a cabeça e eu e John rimos

— Tem duas semanas que ela só quer saber daquele travesseiro, transamos rapidinho, mas ela volta pro travesseiro. – bufei

— Lissy ta te substituindo, cara – John riu zombeteiro – Você ta pagando com a língua

— Minha mulher desenhou olhos naquela coisa.

— Mentira! – falei

— É a real, meu irmão – bebeu o suco – Se eu me mexia de madrugada, dava de cara com o travesseiro me secando.

— É tipo um “Desiste, bro, aqui você não vai conseguir nada” – John falou entendendo o que ele quis dizer

— Isso mesmo, eu me assustava

—  Layla não chegou a esse ponto não, mas também não me deixava encostar no travesseiro

— Agora esse travesseiro ta com a minha mulher – revirei os olhos

— A mulher de vocês se conhece? – assentimos – Estão fodidos

— Cara, a gente transava o tempo todo, agora é só o travesseiro. Eu mal encosto nela.

— Oliver, ela está grávida, agora só quem vai se dar bem... – John começou

— É o travesseiro – falamos os três juntos e bebericamos o suco.

— Aquele travesseiro que se foda.

— Joga ele fora cara, eu joguei – Rene falou

— Se eu jogasse Layla viraria um bicho.

— Felicity é mais tranqüila.

— Então joga – John falou

— Eu e ela vamos ficar bem, vamos superar essa traição e ficarmos bem. Daqui a um ano isso será um lembrança engraçada. – bebi meu suco.

— Oliver, logo as crianças vão pra escola, e você vai sentir falta é da dor de cabeça do travesseiro. – Rene falou

— Porque ele ta falando isso, Dig?

Jonh sorriu

— Sara falou que tem um namorado. Disse que ele quer ir lá em casa me conhecer. Ela ainda não entende que o pai dela é um aposentado das forças armadas.

— É o que? – perguntei assustado. Como assim a Sara tinha um namorado?

— Lizzie também chegou com essa, a minha sorte é que de menina eu só tenho ela, os meus garotos a defendem. Meu mano, quero ver se tua mulher parir duas meninas, você vai ficar doido com três mulheres pra tomar conta.

— Vai mesmo, Oliver – John concordou

— Calem a boca!

POV FELICITY

— Escolhe logo, Lissy. – disse Thea enquanto olhávamos todos os tipos de mamadeiras existentes na sessão de bebê da loja.

— Não coloca pressão, por favor.

— Esse aqui diz “Bico mais natural” – pegou o pacote e me mostrou – Porque não trouxe Layla?

— Ela disse que ia aproveitar que os meninos saíram com as crianças para arrumar a casa

— E o “Bico mais natural”?

— Isso não lembra o meu mamilo, Thea – olhei para a estante – Esse aqui diz “ Sem BPA”

— O que é BPA?

— Eu sei lá

— É Bisfenol A. Você não vai quere. – falou uma voz russa por trás de mim. Olhei e vi Isabel empurrando um carrinho com uma Talia com o barrigão do lado.

— É melhor você nem usar mamadeira – Talia falou – Amamente

— To com medo de não dar conta dor gêmeos. – Sorri

— Então use vidro – Isabel falou pegando uma mamadeira e me entregando – Como vai, querida? – veio me abraçar – Olha só essa barriguinha linda – Alisou minha barriga

— Vou bem! Isabel, Talia, essa aqui é Thea Quenn, minha cunhada – apresentei as três – Elas são do curso de mães solteiras que te falei, Thea.

— Ah! Sim! Prazer, meninas – Thea sorriu

— Você faz falta nas reuniões – Isabel falou sorrindo

— Eu não soube da votação e achei que tivesse sido excluída.

— Não, foi unânime, ninguém te ligou? – Isabel falou olhando para Talia,acho que teria uma DR mais tarde.

— Ta tudo bem – sorri

— Felicity, posso incluir você nos meus contatos então? – Talia disse alisando a barriga.

— De que?

— Quero todo o grupo lá quando chegar a hora do parto.

— Claro, obrigada!

— Então vamos lá! – Isabel falou – Boas compras meninas! – se distanciou

— Obrigada! – Thea falou animada e eu em desespero porque eu não entendia nada do que eu tinha que comprar.

— Vamos às roupinhas? -  Thea falou

— Nem sabemos o sexo dos bebês ainda.

— Podemos comprar amarelinho, verdinho, laranja.

— Não vou ter pra onde escapar não é?

— Não... Porque Custis não veio? – perguntou andando para a sessão de roupas, a segui

— Você não se contenta só comigo? Layla... Agora Curtis. Não vai perguntar sobre seu irmão?

— Para de ser chata, Felicity – revirou os olhos

— Curtis começou a namorar e hoje foi conhecer a família de David.

— Oh! Mentira! Fico feliz por ele.

— To me sentindo mal por não ter aberto a loja hoje, mas como você disse que não teria aula na faculdade, tratei de vir pra cá com você

— E você e meu irmão? Já disseram aquelas palavras?

— Sim, ele me disse que duas semanas atrás. – sorri abobalhada

— E porque você não me contou, malvada?

— Porque você ainda não tinha aparecido para atazanar o meu juízo.

— Eu também te amo, Lissy! – me deu língua – Como foi que ele disse?

— Depois do sexo no carro – falei olhando as araras com as roupinhas

— Eu nunca mais entro naquele carro. Que nojo!

— Falou a virgem!

— Para de falar barbaridades, meus sobrinhos vão ouvir. – falou puxando uma roupinha – Vamos levar

— Muito original, Thea! – olhei para o pequeno body cor de rosa com uma coroa no meio dela e embaixo escrito “Queen” era lindo, e eu queria levar, se não fosse por um porém – Não sabemos o sexo.

— Se não tiver nenhuma menina aí, nós doamos.

— Ta bem! – puxei o body da mão dela

— Tava na sua cara que você tinha gostado.

Dei a língua e coloquei a roupinha na cestinha.

— Temos que levar outro então, para o outro bebê não ficar com ciúmes.

— Tem esse verdinho escrito Queen – pegou depois de um tempo procurando – Vamos levar! – bateu palmas. – Eu estou tão feliz e animada com isso tudo! – sorriu abobalhada – Nem acredito que meu irmão se declarou, Ollie é tão idiota às vezes.

— Não fala assim dele!

— Que boba apaixonada, gente! - gargalhou - Helene chega amanhã, Tommy quer fazer um jantar de boas vindas, vocês vão se dar bem, são duas chatas.

— Oliver comentou, para de me chamar de chata, sou a mãe dos seus sobrinhos.

— Te agradeço pelos sobrinhos, - piscou - mas continua sendo chata.

— Vamos comer? Queria um cheddar. - falei umedecendo os lábios 

— Novidade né, Felicity, só come isso! - revirou os olhos

Fomos para a lanchonete e fizemos nosso pedido. Comemos conversando e Thea queria me persuadir a escolher o nome dos bebês caso fosse duas meninas. Claro que não deixarei minha bebê se chamar Theodora ó porque começa com "The" igual de Thea. 

Passamos o dia comprando, foram horas de indecisão, e Thea queria levar toda a loja. Eu amava ver sua animação, eu sabia que meus bebês eram muitos amados e esperados por todos. Isso me fazia eu me sentir abençoada. Eu só não sabia que eu teria que passar por algum tipo de provação antes da felicidade pela.

Eu e Thea estávamos indo para o carro quando aconteceu, foi tudo muito rápido e quando vi estava sendo jogada para frente e bati na parede do estacionamento caindo no chão. Eu senti uma pancada forte na cabeça e minhas pernas um pouco úmidas, eu gritava de dor. Eu só conseguia pensar no quanto aquilo podia afetar os meus filhos, e eu só pensava no quanto eu queria que Oliver tivesse ali para me ajudar a protegê-los. Eu não entendia o que havia acontecido, eu não sabia o que tinha batido em mim. E então tudo foi ficando turvo, eu gritava por Oliver, gritava pra ele não me deixar, não me deixar ser tomada pela escuridão. Mas foi tarde demais, Oliver não ia parecer. Eu tinha consciência dos gritos de Thea, mas aos poucos ele ficou ficando longe demais, eu queria me agarrar naqueles gritos, mas não consegui e a escuridão me tomou.


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Notas finais do capítulo

Queria começar pedindo mil perdões pela demora!
Gente, deu pra perceber que ela foi atropelada... Mas quem atropelou? Será que foi proposital ou acidental?
Comenteeeeeeeem!
Deem opiniões!
Comenteeeeeeeem!

AAAAAAH! Quero trocar a capa, alguém tem sugestões de fotos?