As ondas batiam intensamente na areia e o vento balançava o cabelo do semideus sentado na praia. Percy estava no local em que mais se sentia bem, mesmo com todas as preocupações que a vida de semideus trazia, ele estava confortável naquele momento. Porém, tudo o que é bom dura pouco, logo a lembrança na qual esteja tentando afastar, veio em sua mente como um outdoor – enorme – na rua. Annabeth, sua linda e loira namorada. Após enfrentar Cronos e Gaia, o que os dois mais queriam era uma vida normal, sem monstros, deuses e qualquer outra coisa que envolvia a vida na qual eram obrigados a viver.

Entretanto, o que mais incomodava Percy no momento era que mesmo com tudo o que tinha acontecido em sua vida, ele não achava que estava fazendo o suficiente para a sua amada. Ele se matou de estudar para passar na APIS* (Avaliação de Poderes Incríveis dos Semideuses, na Universidade de Nova Roma) só para estar junto a Annabeth e viver a tão sonhada vida “normal” de adolescente.

Os dois se amavam muito, disso ele tinha certeza, mas ele queria fazer mais, ele precisava que Annie entendesse que apesar de deuses ou monstros, ele daria sua vida para salvar a dela.

Percy começou a pensar em milhões de formas para fazer uma surpresa merecedora à Annabeth indo de flores até fugir do acampamento com ela, mas nada de concreto vinha à mente e ele pela primeira vez quis pediu ajuda para a deusa do amor, Afrodite. “Sei que você gosta da gente, poderia mandar uma ajudinha né?!” Ele pensou e riu logo depois, sempre fora um cara romântico – ao menos tentava ser – estar suplicando à deusa não parecia o melhor a fazer, já que queria tanto se livrar de deuses intrometidos em sua vida.

Desistindo já da ideia de fazer uma surpresa a sabidinha, Percy se levantou e começou a caminhar de volta ao acampamento, já estava chegando a hora do almoço e ele não queria perder. Saindo da areia sentiu um cheiro forte de perfume importado e o vento parou nervoso, já sabendo o que seria respirou fundo, virou e deu de cara com uma das mulheres mais lindas que já havia visto: alta, morena dos olhos azuis eletrizantes, com tantas curvas que se Percy não tivesse Annie, se perderia nelas e nem cansaria.

Afrodite pensou ele.

—Perseu Jackson, lindo como sempre – Disse a deusa com um divertido sorriso no rosto – Annabeth tem uma sorte! Por Zeus, não posso falar isso – Percy que antes estava paralisado com a beleza da deusa, se recompôs.

— O-oi Afrodite, o que você ta fazendo aqui? – Gaguejou ele.

—Ora, o que eu faço aqui? Eu vim te ajudar! Pediste minha ajuda e agora te dou a graça de minha presença – Esnobou, ainda com o sorriso no rosto – Bom, eu estive pensando e já está na hora de você e sua amada terem um jantar romântico, algo mais reservado, quem sabe até mais... quente – Percy corou imediatamente e Afrodite gargalhou alto – Você é tão lindinho filho de Poseidon!

— T-tá, tudo bem, mas o que você vai fazer? – Perguntou o semideus e a mulher em sua frente sorriu maliciosamente.

—Como eu tenho um coração enorme e bondoso, eu te ajudarei a conquistar ainda mais o coração de sua amada, afinal vocês são o meu casal preferido! Você não precisa se preocupar com nada, eu darei meu jeito, só esteja aqui, na praia, às 20:00 com Annabeth, eu usarei uma mágica para que não sintam a falta de vocês no acampamento e nem os vejam aqui. Será tão boa quanto a névoa para os mortais, mas dessa vez é para qualquer ser existente nesse planeta – os olhos azuis da deusa brilharam e o sorriso dela se tornava mais bonito a cada momento, Perseu precisava se segurar se não só sentiria o soco na cara que Annabeth o daria ao saber disso.

—Mas eu não sei o que fazer, não sei como mostrar que a amo! – disse Percy e abaixou a cabeça.

—Pare com isso! O que vocês tem é a-m-o-r – falou a deusa pausadamente – relaxe e seja você mesmo, eu cuidarei de tudo, mas lembre a magia só funcionará até o amanhecer, então se vocês resolverem fazer algo a mais, tratem de levantar cedo! Tchauzinho e beijos com gliter, Perseu, e cuide da sua amada, porém tenha precaução, afinal não acho que Atena ficará feliz ao saber que poderá ser avó – Com uma gargalhada alta, Afrodite desapareceu deixando Percy um pimentão e imaginando o que a deusa da sabedoria poderia fazer em saber o que o semideus queria com a sua filha em seus mais quentes sonhos.

Xxx

As mãos suando, o estômago parecia ter virado para todos os lados possíveis e mil coisas passavam na cabeça do filho de Poseidon. Havia falando com Annabeth logo depois do seu encontro com a deusa do amor e após minutos tentando explicar o ocorrido e enfrentar uma filha de Atena com raiva por seu namorado ter aceitado a ajuda de uma deusa intrometida, a sabidinha se rendeu as súplicas do amado. “Nós precisamos desse momento a sós, Annie, eu só fiz porque queria estar com você” Ele dissera fazendo beicinho, e ela não aguentando,cedeu aos persistentes encantos do cabeça-de-algas.

Perseu já havia ido ao tártaro e voltado, mas nada se comparava ao nervosismo que estava sentindo no momento ao estar em frente ao chalé de Atena, esperando a sabidinha. Ele usava a melhor calça jeans que possuía um presente de sua mãe que tanto reclamava de suas roupas, uma camisa branca casual e uma jaqueta preta por cima, o semideus sabia o quanto sua namorada gostava dele de camisa branca.

A porta se abriu e logo ele saiu dos seus devaneios e olhou para Annabeth que mais parecia com uma filha de Afrodite de tão bonita que ela estava. Annie usava um vestido rodado de alcinha florido, acima do joelho, as sapatilhas que usava eram delicadas que Perseu se encantou até com esse simples detalhe, o cabelo loiro caia em seus ombros, formavam pequenas ondas e pareciam mais macios do que normalmente, ela havia passado maquiagem e Percy se sentiu especial por isso, pois Annabeth não gostava. Não era nada exagerado, mas os olhos estavam em destaque e ele se apaixonou mais uma vez por aquele olhar indecifrável.

— Eu estava enganada quando pensei que você só babava enquanto dormia, cabeça-de-algas- Disse Annabeth rindo da cara do namorado que estava boquiaberto ao enxergar a loira.

— Você está muito linda, sabidinha – Falou ele enquanto chegava mais perto da namorada que corou com o comentário.

A puxou pela cintura para que ficassem corpo a corpo, mas sem tirar os olhos do outro. Percy sentiu seu corpo ferver e o coração bater forte, mas gostava dessa sensação que sua namorada lhe causava. De forma suave colocou sua mão no pescoço de Annie e os seus lábios se tocaram, a eletricidade e intensidade do beijo era visível, era doce e cheio de carinho, foi rápido já que não queriam perder tempo do maravilhoso encontro que Afrodite prometera.

Afastaram-se após o beijo, e o casal apaixonado seguiu até a praia, o caminho foi silencioso, os dois estavam nervosos, era o seu primeiro encontro sem se preocupar com monstros querendo mata-los. No trajeto encontram alguns semideuses que olhavam encantados para eles imaginando para onde estavam indo, mas logo que saiam do seu campo de visão esqueciam dos semideuses mais famosos do mundo. “Talvez a magia de Afrodite esteja dando certo” Pensou Percy e ficou aliviado quanto a esse pensamento.

Ao chegarem na praia de Long Island, o casal se surpreendeu ao olhar o ambiente que a deusa do amor havia preparado. Pétalas de rosas traçavam o caminho até o local onde seria o jantar dos dois: Uma mesa estava posta um pouco distante de onde as ondas chegavam e duas cadeiras, uma ao lado da outra se encontravam de frente ao mar. Velas em cima da mesa deixavam o clima mais romântico, havia uma cesta de comida ao lado para os dois se servirem, um pano com alguns travesseiros estavam postos na areia caso os dois quisessem se sentar após de comer.

Percy sorriu para Annabeth que ainda mantinha os olhos no local que seria seu primeiro encontro sério com o namorado. Segurando sua mão a puxou para mais perto, sentindo o cheiro de seu perfume de limão.

— Tudo por você, sabidinha- Beijou sua bochecha e puxou sua Annabeth para a mesa, agradecendo imensamente a deusa do amor que preparou tudo para os dois.

Sentaram-se e começaram a comer o que tinha na cesta, parecia que ela não tinha fim, o quanto mais tiravam as comidas mais apareciam no local. “Aah magia! O quanto eu te amo” pensou Percy sorrindo. Após escolherem o que iriam comer, Jackson puxou a cadeira para Annie sentar e ela ficou feliz com o gesto.

Ele comia lasanha, enquanto Annabeth se deliciava com o strogonoff de carne que havia pegado da cesta. Tudo parecia suave e tranquilo, Percy fazia piadas e Annie ria mesmo sabendo que eram as mais bestas possíveis. O casal se divertia e jogava conversa fora, já haviam sentado no pano ao lado da mesa e o jovem dava algumas investidas com a sua namorada, enquanto ela corava a cada comentário.

— É sério, Annie, os seus beijos ficam melhores a cada dia que passa- Annabeth revirou os olhos soltando uma risada e Pery acho aquilo a coisa mais linda. – O do labirinto foi incrível, me deixou caidinho.

—Ah, fala sério, Jackson. Os meus beijos são os melhores sempre, perde é quem não beija- Ela deu de ombros, esnobando a sua capacidade de beijar bem

—É verdade – Percy se aproximou ainda mais dela, ficando a poucos centímetros de seu rosto. Annie já devia estar acostumada com isso, afinal eram namorados já havia um bom tempo, mas sempre o seu coração batia forte quando sentia o cheiro de maresia que Perseu exalava- Eu tenho muita sorte por poder te beijar.

Annabeth sentiu os pelos do braço se arrepiarem e em questão de segundos já entrelaçava os braços no pescoço de Percy na mesma intensidade que ele segurava a sua cintura. Era um beijo diferente dos outros que já haviam dado. Esse possuía uma necessidade e intensidade mais viva, uma luta incessante foi estabelecida entre suas línguas.

Percy colocou Annabeth em seu colo como algo instantâneo e ouviu alguns gemidos da loira, eles nunca haviam se tocado desse jeito, na maioria das vezes que começavam a se beijar eram interrompidos por semideuses, monstros e os deuses do Olimpo. Estar ali sozinhos, sabendo que não seriam atrapalhados era gratificante e se tornou confortável, mesmo fazendo coisas que não haviam feito antes.

Pararam o beijo devido a necessidade de respirarem, colaram as testas e sentiam a respiração ofegante do outro. Annabeth sorriu quando sentiu as mãos trêmulas de Percy em sua cintura, queria que passasse o nervosismo do namorado, mesmo sabendo que era algo normal, principalmente por ela estar no colo dele de vestido e apenas de calcinha por baixo.

Sem perder o contato visual a loira tirou o casaco que Percy vestia de forma suave, aproveitando e passando a mão em seus músculos definidos do braço. Sentia Percy se arrepiar a cada toque dela, e sorriu ao entender o que ela provocava nele. Desceu os beijos para o pescoço do semideus, deixando marcas que adoraria ver no dia seguinte.

Annabeth fazia tudo lentamente, só para torturar Percy e o ver estremecer a qualquer movimento da loira. Ela rebolou em seu colo para se ajeitar e Percy soltou um gemido alto, os dois coraram com a situação, mas Annie não parou o que estava fazendo. Quando encontraram de novo as bocas, Percy a beijou com ferocidade, mordendo o lábio de Annabeth quase o fazendo sangrar, não porque queria machucar, mas porque não estava mais se controlando.

“Minha vez de brincar com o seu pescoço, sabidinha” Pensou ele e levou a boca direto ao pescoço de Annabeth, que jogou a cabeça para trás satisfeita com essa atitude.

Annabeth pov

            Eu já estava quase me arrependendo quando sentia as mãos de Percy ultrapassando os limites do meu vestido, mas era uma das melhores sensações que eu poderia sentir. Enquanto sua boca se divertia em deixar beijos e roxos no meu pescoço, suas mãos apertavam minhas coxas e subiam para minha cintura por de baixo do vestido, Percy gemeu quando sentiu o tecido da minha calcinha.

            Não podia e nem queria deixar ele se divertir sozinho. Com certa brutalidade o empurrei e tirei sua camisa, corei ao olhar seu abdômen definido, Perseu iria me levar a loucura antes da hora. Comecei a fazer uma trilha de beijos por toda a sua barriga sentindo todos os gominhos definidos que o meu namorado possuía, enquanto ele fazia carinhos no meu cabelo. Já irritado com a minha demora a voltar a beijar sua boca, puxou-me para cima de virou nossos corpos ficando em cima de mim.

            Senti meu rosto queimar ao perceber a intensidade do olhar do Percy. Diferente das outras vezes, ele mostrava desejo, querer, luxúria, era o próprio pecado me desejando.

— Você acha que devemos fazer isso? – Perguntou ele sereno, sem tirar os olhos dos meus.

— Eu te amo você sabe disso, eu te quero pra mim das formas mais loucas que poderiam imaginar, mas eu não sei se devemos fazer agora... Isso— A razão simplesmente resolveu sair nesse momento da minha boca.

            Tudo bem, eu deixo vocês me julgarem, não é que eu não queira que o Percy seja a minha primeira vez, mas nós somos semideuses, se formos imprudentes e não nos protegermos da forma correta (se é que vocês me entendem), eu não estou preparada para ser mãe, ainda penso em fazer faculdade.

—Eu sei o que estás pensando – Ele disse e respirou fundo – Mas, Afrodite é bem mais esperta do que achava e... – Levou as mãos ao bolso e tirou uma... Oh deuses, pensei – eu achei isso no bolso da minha calça assim que chegamos aqui na praia.

Coramos ao olhar a camisinha, Percy voltou a olhar nos meus olhos e devagar saiu de cima de mim, fazendo com que eu sentasse ao seu lado sem tirar os olhos dos meus. Ele parecia tentar me decifrar e decorar todos os traços em meu rosto. Puxou-me para perto e segurou minhas mãos, subitamente senti arrepios se instaurarem no meu corpo, só ele poderia me fazer sentir assim.

—Escuta Annie, eu fiz tudo isso e continuo fazendo por você – Os seus olhos marejavam e eu já sentia as lágrimas querendo sair – Eu sei que nos amamos e espero que um dia eu seja o seu primeiro e você a minha, mas eu sei também o quanto precisamos e temos que ter cuidado com tudo que essa vida nos traz, e eu te juro com todo o meu coração que eu vou te proteger e se precisar doar a minha vida em troca da tua vida – Nesse momento nós já compartilhamos lágrimas – Eu quero te fazer feliz, eu quero ser o motivo dos teus sorrisos, quero ir pra faculdade contigo, construir uma vida, uma família, mas acima de tudo eu não quero que a nossa primeira vez seja porque uma deusa quis ou criou o ambiente favorável para que aconteça – Ele respirou fundo e me abraçou, eu pude sentir todas as minhas dores e sofrimentos sendo lavados.

— E-eu – Funguei me desvencilhando de seus braços e olhando seus olhos cheios de lágrimas- Eu não poderia ser mais grata por te ter na minha vida, já és o motivo dos meus sorrisos, o que não faz desistir, o que me faz querer segurar o mundo nos ombros – Sorri ao lembrar que nós já fizemos isso – Eu quero e preciso de uma calma e feliz vida, porém eu só consigo se tiveres ao meu lado, eu já sou sua Perseu Jackson e nada vai mudar.

      Ele sorriu da forma mais linda que eu já havia visto e isso me fez derreter toda. Beijamos-nos, um beijo apaixonado, cheio de carinho e amor, nós sorrimos e ele me abraçou.

— Annabeth Chase, tu és a calma dos meus mares. – Disse ele e sorri logo em seguida.

—Percy Jackson, tu és a calma da minha tempestade.

            Naquele momento mais nada importou, deitamos e eu sentia sua respiração nos meus cabelos enquanto ele fazia carinho em meus braços. Eu já não ligava para quem éramos, para o que poderíamos enfrentar no dia seguinte, eu só tinha a certeza que queria que aquele momento perdurasse para sempre e para sempre o cabeça-de-algas seria o meu mar, minha calmaria, meu amor.

            Que eu seja sua, que você seja meu e que o nosso amor preencha os nossos corações. Que a gente seja completo, verdadeiro e finito, mesmo que o finito aparentemente não exista, pensei e me permitir fechar os olhos do lado de Percy e fazer daquele momento o nosso para sempre.