You Only Live Twice escrita por Szin


Capítulo 2
What if U should decide that U don't want me there by your side?


Notas iniciais do capítulo

... Mais um!!!!
eu demorei? Se sim sorry ai
esse capitulo ia ser diferente mas eu apaguei pk n tava gostando... ent aqui tem.
De novo, Coldplay tá dominando aqui então escutem "Waht if"...
nos vemos lá em baixo? ATTTEEE

Liids ce ta me devendo continuação de 97,7% tah?



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Eu tinha acordado estupidamente feliz hoje.

Como eu sei? Thalia me falou que eu parecia estupidamente feliz hoje.

Então eu não vou discordar. Não dava pra esconder o que eu tava sentido depois de ontem. Eu me sentei num dos bancos do pátio, colocando minha mala em meu colo continuando a remexer em toda aquela confusão.

Eu havia perdido meu fone. Eu não estava conseguindo achar em lugar algum. Revistei de novo as bolsas da frente e de trás. Nada de nada. Abri todas as bolsas e revistei todos os estojos. Eu tinha  – oficialmente – perdido meu fone. Meu amado fone de 2 dólares.

Suspirei procurando sobre o casaco. Eu não queria passar minha terça feira sem meu fone.

— Annabeth – ouvi Nico di Angelo se aproximar de mim. Eu levantei meu rosto pra ele. Usava uma calça preta sem rasgões ou buracos, no entanto duas correntes prateados caíam sobre o seu bolso. A camiseta era do mesmo tom de negro sem qualquer estampa ou frase, enquanto que por cima, usava sua jaqueta que, adivinha só? Também preta como sempre. Ele sorriu pra mim apontando para a minha mala – Algum problema aí? Perdeu algo?

— Meu fone – eu resmunguei revirando de novo todos os zipérs – Eu perdi eles.

— Já procurou no casaco? Vai que tá nos bolsos.

— Já procurei – eu resmunguei – Não tão em lado nenhum.

Ele se sentou do meu lado. Os seus olhos escuros continuavam postos em minha mala. – Andam com isso tudo aí dentro que depois perdem a única coisa legal que têm.

Eu dei um sorriso, desistindo de procurar de novo.

— Você viu a Thália? – ele perguntou pra mim – Eu não a vi hoje ainda.

— É de manhã Nico, ela chega sempre atrasada.

Ele sorriu mais ainda.- Verdade. Esqueci.

Eu podia ver o porquê de todas as garotas gostarem de Nico Di Angelo. Os seus olhos eram escuros, tão escuros que mal dava pra ver sua pupila. Os seus cabelos eram negros e lisos cortados num topetão despenteado que mais o fazia parecer um fanático de rock dos anos 80 se não fosse pelas roupas que usava. No seu pulso estavam várias pulseiras de couro, assim como a pequena corrente que usava no pescoço.

Nico Di Angelo era um garoto sombrio. Era esse o adjetivo que o mais qualificava.

Ele continuava tão ou mais pálido que o Nico Di’Angelo de anos atrás. Os seus olhos eram marcados por suas pálpebras e olheiras negras que dava a sensação que o mesmo não dormia direito fazia semanas. Os seus lábios eram tão claros quase sem cor, que chegavam a fazer duvidar se ele teria alguma gota de sangue em seu corpo.

Ele me empurrou com o seu ombro.

— Não fique assim, logo você os encontra – ele sussurrou num tom gentil.

Era difícil não sorrir com ele por perto. Eu ouvi o primeiro toque da manhã.

— Vem – ele se levantou oferecendo sua mão pra mim – Inferno está chamando a gente.

Extramente difícil.

Ele se despediu de mim assim que cheguei no andar.

— Tchau loira – ele levantou a mão descendo as escadas para o andar de baixo – A gente se vê.

Eu devolvi o aceno andando até à minha sala. O corredor estava cheio enquanto todo o mundo esperava seu professor. Piper Mclean estava em frente a uma das portas, ela sorria enquanto conversava animadamente com sua irmã. Os seus olhos me alcançaram, me oferecendo um sorriso amigável. Junto dos cacifos estava Mayara, minha colega de Economia. Ela retirava seus livros do armário enquanto sorria pra uma menina desconhecida. Pouco mais na frente, Leo Valdez se abraçava a Reyna Ramirez, capitã do time de futebol feminino.

— Some daqui Valdez – ela o chutou pra longe.

— Vai ficar chateada comigo meu amor? – ele ateimou beijando sua bochecha. Por mais que a garota tentasse esconder, seu rosto estava tão vermelho quanto os cabelos da garota ao lado, Rachel Elisabeth Dare, que dispensava apresentações.

Não que eu fosse fazer um parágrafo sobre ela mas enfim…

E lá estava ele encostado a um dos armários. Seus olhos verdes cor de água se mantinham presos em algo no seu caderno argolado. Ele saltava à vista de todo o mundo. Não apenas por ser alto, mas sim pela blusa sem mangas que vestia, e pela calça escura rasgada, presa pelo seu cinto de couro preto.

Eu o achei diferente hoje. Usava botas de combate no lugar de seus habituais ténis escuros. Numa das mãos, mais precisamente na esquerda, havia uma luva de cabedal cortada nos dedos, que pra variar, também era preta.

Negro da cabeça aos pés como se estivesse de luto.

 Eu continuei o encarando. Na sua orelha, um fone descia até ao bolso, onde supus que estaria seu celular. Ele passou as mãos no seu topete desarrumado.

Que traste mais lindo

Eu passei por ele indo até ao meu armário. Abri meu cadeado prateado retirando o livro de Química e Cálculo que teria na próxima aula. Continuei ouvindo os gritos das criaturas denominadas de adolescentes.

Jesus do céu, não sabem falar baixo não?

Eu olhei de novo pra Percy Jackson que estava a três portas de mim, notei seus olhos me observavam porém ele logo voltou a sua atenção para as suas anotações e rabiscos.

What if you should decide that you don't want me there in your life

Ele estaria estudando? Eu nunca o vi estudando, pelo menos não na escola.

Peguei no meu fichário e na apostilha branca. Despi meu casaco e o guardei junto dos livros. Eu vi de longe Senhorita Margaret se aproximando. Eu olhei de novo para Percy Jackson, mas agora ele já não estava entretido com em seus apontamentos, muito menos em seus rabiscos. Outra pessoa ocupava a sua atenção, sorrindo e conversando com ele.

Rachel Elisabeth Dare estava do seu lado lhe falando algo. Ela ajustava seus cabelos ruivos a cada 5 segundos, enquanto não parava de rir nem por um minuto. Parecia uma criança entrando pela primeira vez na ToysRus.

Eu olhei de novo pra Percy Jackson, ele parecia entretido em sua conversa sorrindo minimamente.

Sorrindo..

Bufei fechando meu armário com força, olhando de novo pra Senhorita Margaret que havia parado no corredor conversando com outra professora.

Entra logo desgraçada, eu não quero ficar aqui assistindo isso.

Eu olhei de novo pros dois. Rachel Dare dava seu chauzino irritante com o seu gestinho de mão e seu “bye bye” pessoal, entrando na sua sala.  Ele correu os olhos pelo corredor como se estivesse procurando alguém. Graças a Deus eu consegui desviar o olhar antes dele me notar.

Me fingi entretida com meu celular (já agora é belo truque anotem aí). Eu não queria que aquele traste lindo da porra me pegasse olhando pra ele.

Ele já era suficientemente nariz empinado e exibido. Eu não o queria tornar mais ainda.

— Bom dia – ele sussurrou pra mim monótono.

— Bom dia – eu respondi no mesmo tom.

—…

—…

—… dormiu bem? – ele olhou pra mim tentando botar assunto.

Pode parar! Tou sem condições pra dialogar com você traste.

— O suficiente.

Eu não entendia meu comportamento.

Porque eu estava desse jeito? Era por ele sorrir minimamente pra ruiva enquanto comigo ele fazia… bem fazia o que estava fazendo comigo agora?

"Sorrindo..."

Eu não entendia… não me entendia a mim, e principalmente não entendia Percy Jackson.

Eu não entendia como ele conseguia conversar comigo e sorrir pra mim num dia e hoje tar desse jeito aqui. Eu não entendia suas mudanças de humor.

Será que ele havia se arrependido de ontem?

Era por isso que ele tava agindo desse jeito? Era por isso que estava tendo essa atitude de “foi só você e eu assistindo filme, apenas isso”?

Senhorita Margaret se aproximou abrindo finalmente a porta.

Ele olhou pra mim de novo, como se estivesse esperando alguma reação minha.

Mas o problema? Nenhum de nós queria tomar iniciativa. E nenhum de nós sabia porquê.

Ooh that's right, how can you know it when you don't even try?

— Vamos ficar desse jeito agora? – ele perguntou pra mim.

Eu queria responder não. Queria pegar em sua mão e completar a promessa que havia feito pra ele.

“Eu posso tentar consertar você”

Mas eu não podia fazer isso sozinha, e mesmo que pudesse eu nem sabia o que fazer direito. Eu estava no escuro em relação a Percy Jackson.

Every step that you take, could be your biggest mistake

— Vamos? – ele perguntou novamente. Eu desviei o rosto, eu não queria nem olhar pra ele. Suas mãos se fecharam em punho e a testa franziu. Ele bufou sem paciência sussurrando num tom ríspido – Então tá.

What if you should decide that you don't want me there by your side?

Eu suspirei… era tão mais fácil quando eu não pertencia ao mundo de Percy Jackson.

Era tão mais fácil quando eu era só a vizinha da rua acima.

Era tão mais fácil mas tão mais sem graça também.

It could bend or it could break that's the risk that you take

***

— Você está bem? – Thália perguntou se abaixando e pegando seu suco da maquina.

— Tou ótima – eu respondi.

Mas eu não tava.

Graças aquele traste, eu não tava.

— Nico me falou que você estava feliz hoje de manhã – ela arqueou a sobrancelha pra mim – Me pergunto se ele é cego ou é se aconteceu alguma coisa com você.

— Tou normal – fingi um sorriso

Eu era boa fazendo isso.

— Você é uma péssima mentirosa Annabeth – ela parou na minha frente cruzando os braços.

Okay não tão boa assim...

— Já falei tou normal – eu a ignorei continuando meu caminho.

Ela se postou na minha frente. Seu braço rodeou meus ombros enquanto um sorriso gentil brotava em seus lábios.

— Ei – ela chamou baixinho – O que quer que tenha dado em você, eu tou aqui viu?

— Eu sei – eu suspirei dando um sorriso sincero. Thália Grace era das poucas pessoas na qual eu partilhava segredos… acho que era a única pessoa aliás. – Amo você.

— Eu também… - ela me olhou com carinho - Annabeth?

— Sim?

— Me chupa

— Aff – resmunguei a empurrando. Ela ria da minha cara – Você não tem remedio.

— Você nem aguenta brincadeira – ela continuava rindo brincando com o suco que tinha em mãos – Talvez aquela ruiva tenha razão. Você é baixa astral mesmo.

— Eu tenho é baixa paciência – abri a porta da minha frente que dava para o Thália segiu atrás de mim – Agora pare de encher o saco.

— Esquentada.

— Metida!

— Hey – ela agarrou eu braço apontando para uma das mesas – Tá ali o Nico.

— Pode ir mas vai sozinha se quiser – eu resmunguei. Nico não estava sozinho nas mesas. O traste estava com ele.

Aquele lindo e rude traste.  

Thália olhou pra mim ajustando sua jaqueta cor de vinho. – Ué que deu em você agora.

— Não me deu nada só não quero ir ali – dei de ombros, eu não queria contar pra ela o que havia se passado entre mim e Percy.

Nem eu sabia direito mesmo. ´

Eu não sabia direito o porquê da discussão.

Não sabia direito o porquê das atitudes de Percy Jackson e mais importante, eu nem sabia direito o que sentia por ele.

Durante anos Percy foi “a pessoa”.  Vocês sabem né? Aquela pessoa que você não fala, não conversa ou muito menos discute, mas que por mais que tente, você não consegue deixar de olhar, admirar ou fantasiar.

Ele era esse cara. Mas agora eu queria mais… Eu não queria ficar olhando ele à distância… não. Eu queria conhecer ele, saber seus gostos, seu medos, seus sonhos…  eu queria conversar com ele e ver ele sorrir.

E eu não sabia o porquê disso. Eu não sabia nada.

— Tá na cara que aconteceu alguma coisa - ela uniu as sobrancelhas desconfiada enquanto cruzava seus braços – Se não foi com Nico só resta uma pessoa né?

— Não queria ir ter com o Nico?

— Nico é importante pra mim Annabeth, mas você também é – ela se aproximou de mim com um sorriso de lado – Então pare logo com isso… ou vamos as duas ou não vai nenhuma.

Eu não queria ir. Eu não tava com disposição pra isso. Mas sabia que Thália estava falando verdade eu não queria ser a empata relacionamentos. Eu não queria ser aquela que fica afastando eles direta ou indiretamente.

E eu sabia o quanto Thália Grace estava afim de Nico Di’Angelo.

— Vai na frente – eu murmurei.

Ela deu um sorriso pegando em minha mão. Nico e Percy sorriam animados e conversavam sem parar.  - Oi – ela sorriu se sentando ao lado de Nico. O mesmo não pôde evitar sorrir colocando o braço em volta dos seus ombros.  

— Hey

— Oi – eu falei me sentado numa das cadeiras.

Percy desviou o olhar se levantando enquanto pegava em sua mochila – Bem, eu preciso ir.

— Ué cara – Nico arqueou a sobrancelha para ele – Que deu em você?

— Nada – ele encolheu os ombros, e os seus olhos se fixaram em mim por leves segundos – Eu lembrei que preciso imprimir uns trabalhos.

— Uns trabalhos?

— È… tchau aí – ele acenou se afastando.

Maldito.

— Maldito – sussurrei.

— Tenha calma com ele – Nico olhou pra mim.

Ele sabia... com certeza que sabia.

— Eu? Sou a paciência em pessoa Nico.

— Percy é… difícil – Nico sussurrou como se fosse um segredo. – Até agora você foi a única que conseguiu chegar perto dele. Foi a única pessoa que ele deixou chegar perto.

— Não perto o suficiente.

— Percy não confia fácil nas pessoas Annabeth – ele continuou – Ele tem problemas nesse quesito aí.

— Só nesse? – resmunguei.

Ele conteu o sorriso.

— Ele tem receio em se apegar nas pessoas Annabeth – ele apoiou o rosto sobre o os cotovelos – Você não devia julgar ele. Você não conhece a história dele. As pessoas são muito mais do aquilo que mostram ser.

Eu o olhei.

Eu odiava isso em Nico Di’Angelo. Eu odiava a capacidade que ele tinha em nos fazer mostrar quando estamos errados. Eu odiava sua capacidade de nos fazer refletir, culpar e odiar… tudo isso ao mesmo tempo.

Esse menino devia ser psicólogo. Devia mesmo.

Ele não adiantou mais. Seus dedos pegaram e algo do seu casaco na qual reconheci ser sua maço de tabaco. Ele olhou para Thália sugestivo, porém a mesma negou com a cabeça.

— Você devia parar com isso Nico – ela sussurrou preocupada.

— Devia – ele concordou voltando a guarda-los em seu bolso.

— Você vai?

— Você sabe que não – ele gargalhou beijando seu rosto. Ele voltou a olhar pra mim porém um sorrisinho malicioso dançava nos seus lábios descoloridos – Ele falou bastante de você ontem.

Desviei os olhos não evitando sorrir…

— Percy é complicado, muito complicados mesmo – ele sussurrou. Seus olhos negros se mantiveram presos nos meus analisando cada movimento – Mas talvez ele só precise que alguém o descomplique.

— Ele é teimoso – acusei.

— Ele é – ele mordeu o lábio num sorriso divertido – Mas você só precisa ser mais teimosa que ele.

***

— A gente se vê depois – Nico sorriu saindo da sala assim que o toque soou. Eu arrumei meus cadernos e minha bolsa na mala, segurando o fichário enquanto me juntava na multidão pra pegar o ónibus. Passei pelas portas tentando não tropeçar enquanto avançava até à minha paragem.

Eu estava disposta a tentar de novo. Mas não sozinha, eu iria puxar por ele… Ser mais teimosa que ele. Mas para isso eu precisava saber mais sobre ele.

Segurei meu celular deslizando os dedos sobre a página da tela.

“O homem de Leão é muitas vezes atraído por uma companheira dos signos de Terra…”

Olha só, primeiro paragrafo e as coisas já estão ficando difíceis…

Que foi? Eu precisava começar por algum lado, e olha que o horoscopo até agora tem dado certo todas as semanas.

Rolei a página até onde eu queria chegar.

“Homem de Leão na amizade: O homem do signo de leão é o amigo mais leal que você pode ter, mesmo que o ego dele fale mais alto algumas vezes

Finalmente uma verdade! Progresso minha gente, estamos fazendo progresso.

Para conquistar sua amizade é preciso saber que a confiança é a coisa mais importante para a vida dele. Ele não costuma fazer amizade com todos, mesmo sendo uma pessoa muito divertida. O leonino seleciona muito bem suas amizades.

Tá mas aí? Só isso? Ah qual é! nem tem tutorial?

Eu me sentia uma idiota lendo isso? Até que sim. Mas eu precisava conhecer ele, e como perguntar pra ele tá fora de questão então essa é a única opção que me resta.

Leoninos gostam de se envolver com pessoas inteligentes e interessantes”

Opa ponto pra mim.

“Nunca prive o Leão de estar com seus amigos ou seu momentos. Ele gosta de sua liberdade e espaço. Procure ganhar sua confiança e faça ele se sentir seguro perante você. No Sexo os leoninos procura-“

Okay tá bom. Chega, informação a mais. Agora como vou aplicar tudo isso?

...

...

...

… Fala sério quem eu queria enganar? Isso não vai certo. Nada do que eu penso vai dar certo.

Resmunguei mais alto guardando meu celular no bolso.

Porque esse ser tinha quer ser tão difícil, complicado e nariz empinado? Porquê? E mais importante, porque eu perdia tempo pensando nele?

Eu só esperava que quando Jesus voltasse, ele me desse duas tapas por eu estar me sujeitando a isso. Uma de casa da lado. 

Me aproximei da paragem. Eu só queria sentar e-…

Ah não… Não, não e não… por favor agora não.

Percy Jackson estava sentando sobre o banco mexendo em seu celular. Uma das mãos segurava a mochila sobre os seus pés enquanto a outra segurava o smartphone.

Sozinho e misterioso como sempre.

Ele levantou o rosto quando me ouviu chegar. Automaticamente seu rosto travou e ele bufou contrariado.

Respire… respire fundo.

Suspirei… eu não queria mais confusão com ele.

… Mas não ia ser eu a pedir desculpa anota aí.

Fechei mais o ziper do casaco. Tava frio hoje. Não geladamente frio mas ainda assim era frio o suficiente pra puxar o ziper até acima.

Eu o olhei de novo. Seus olhos verdes ainda estavam fixos na tela do seu celular. Seu rosto estava inclinado pra frente fazendo seu topete negro descair também.

— Droga – ele resmungou guardando seu celular no bolso. Seu celular havia descarregado. Obrigado Universo!

Ele suspirou passando a mão no cabelo.

Pare de ser lindo seu leonino desgraçado.

Ele se levantou me encarando.

Me fingi entretida com o meu fichário.

— E aí? – eu escutei ele se aproximar.

Eu resisti à vontade de olhá-lo. Por mais lindo que ele fosse, eu não havia esquecido a ruiva sorrindo e conversando com ele, e mais, ele dando aquele sorriso de lado para ela. Eu não havia esquecido sua indiferença pra comigo.

Shiu. Não é ciúme.

— E aí? – eu respondi dedilhando as folhas do meu fichário sem nem o olhar.

Ele suspirou baixinho. Seus olhos brilhantes correram a rua. Observou a calçada, os carros, até a estrada.

Ele respirou fundo.

— Tudo bem com você? – ele perguntou gentil, se inclinando e baixando seu rosto ao mesmo nível que o meu.

Pare de ser fofo seu desgraçado!… Mas continue que tá indo bem…

— Tudo e com você? – eu respondi vagamente.

Eu olhei para a estrada…

Porra do Onibus que não chega nunca…

Ele arqueou sua sobrancelha pra mim. Eu senti meu rosto esquentar na hora.

Continuei dedilhando as folhas do meu fichário.

Que foi? Ele precisa se esforçar mais.

Ele voltou a suspirar. Eu senti ele revirar seus olhos de novo.

— Pode parar de me tratar desse jeito? – ele resmungou um pouco mais alto. Seu rosto se aproximou mais ainda. Eu já sentia seu perfume se impregnando em mim. Era bom demais. –  E pare de fingir que está lendo isso

Dei costas para ele.

— Mas eu estou lendo isso – eu respondi me esforçando pra não sorrir. Eu já sentia toda a minha raiva de antes se desfazendo em pedaços ao sentir as respirações de Percy Jackson contra os meus cabelos.

— Ah ham claro. – Ironizou. Foi minha vez de suspirar. Ele colocou seu rosto no meu ombro observando os papeis em minhas mãos – olha só “Destilação fracionada de uma mistura de três componentes”— ele leu baixinho dando uma risada sarcástica e carregada de ironia – Boa tentativa Chase mas a gente nem deu essa matéria ainda.

Péssima atriz.

— Que você quer?

— Que você tem? – perguntou.

— Quem quer saber não pergunta…

Percy conteu o sorriso, cruzando seus braços.

Continue, continue… não pare.

— Você tá parecendo uma criança de tão fofa que tá – ele riu.

Revirei os olhos.

— Ei – ele segurou meu pulso – não quero ficar desse jeito com você…

— A gente não tá de jeito nenhum.

— Tá sim. – ele sussurrou. Eu pude ver de novo os músculos do seu maxilar contrairem– Não faça isso.

— Não faço oque?

— Não se afaste… não quero isso, não depois do que falei pra você ontem – ele sussurrou baixinho. Eu não entendia o por quê dele falar naquele tom. Era como se tivesse medo que mais alguém escutasse nossa conversa.  Não vou mentir… era uma característica que estava começando em gostar em Percy Jackson.

Ele se aproximou baixando o rosto fazendo com que seu olhar se cruzasse com o meu. Eu tive que me segurar pra não ficar encarando aqueles olhos e sorriso perfeito.

Sorriso lindo do demónio.

Eu já podia ver o ónibus se aproximar da gente.

— A gente precisa ir...

— Nós não vamos a lugar nenhum sem você me dar um sorriso de bom dia – ele sussurrou pra mim. - Você não deu um pra mim hoje. 

Dei o meu melhor sorriso forçado. Vai que pegava.

— Isso não pega comigo Annabeth.

Ou não.

Thália tinha razão mesmo… mentir não era pra mim. Eu sou uma senhora.

— Eu não quero você brava comigo – ele murmurou ainda baixinho– Vamos, me dê aquele seu sorrisinho bonito. Aquele que só você tem.

Socorro que menino fofo... 

Suspirei… Eu sentia todo o meu ser derretendo perante ele. Todo ele.

Maldito.

Eu cedi, sorrindo pra ele.

Sua mão soltou meu pulso.

Ele deitou novamente aquele olhar pra mim. O mesmo olhar de quando estávamos sentados naquele puff na tarde de ontem.

— Viu? - Os seus lábios desenharam um sorriso enquanto seu dedo indicador tocou na ponta do meu nariz Ele agarrou minha mão entrelaçando seus dedos nos meus. Eu corei. Era a primeira vez que sentia a mão de Percy Jackson segurando a minha. Era fria e macia… tal como ele.  – Muito melhor.

O olhei de novo. O traste piscou pra mim enquanto me puxava em direção ao bus ainda com o sorriso no rosto.

Muito melhor mesmo…

Ooh that's right, let's take a breath and jump over the side

Ooh that's right, how can you know it when you don't even try?


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Notas finais do capítulo

So lembrando de novo: Liids ce ta me devendo continuação.
Eu amo demais essa musica ♥ de vdd ♥
Nico eh eu, e eu sou nico ♥ Amando Nico ♥

Atte ♥



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