A Herdeira Stark - Livro I escrita por Jojs


Capítulo 9
Promessas de um guarda costas protetor




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As vésperas do ano novo Lila estava animada, Tony havia permitido que ela fosse visitar Phil em Seattle, onde ele estava residindo agora, passar alguns dias com o tio era algo que deixava a garotinha bastante animada, ela não via Phil a um bom tempo, com toda certeza ele estaria morrendo de saudades dela também, Happy só tinha que ir buscar algumas coisas, mas logo chegaria para leva-la até o avião de Tony que a levaria para outra cidade, ela já estava na escada que esperava por Happy todas as manhãs só esperando que ele chegasse, mas a pessoa que viu fora Tony, com a cara poucos amigos e com um café em mãos.

— Você já não deveria ter ido? — Ele arqueou a sobrancelha a vendo ali.

— E você não deveria tomar tipo de um adulto? — Lila era uma garotinha de sete anos com a língua afiadíssima. — Estamos quites, Tony.

— Agora sei porque deixo o Happy lidar com você. — Ele murmurou bebendo o seu café. — Insuportável. 

Lila iria responder ao pai quando a porta se abriu, mostrou Happy entrando com algumas sacolas e também o terno de Tony, Lila não se aguentava em perguntar a ele, mas a face de Happy ao olhar para a garota não revelou nada de bom, muito pelo contrário, a fez murchar aos poucos, ficar sem graça e sem cor, mesmo ainda sentada na escada, a face dele dizia que algo tinha dado errado, algo tinha dado muito, muito errado, ela tinha até medo de saber o que houve.

— Querida eu não tenho uma notícia muito boa. — Happy encheu e esvaziou os pulmões. — Phil teve que ir em uma missão, não vai poder estar com você. 

— Mas ele prometeu... — Lila começava a chorar e afundava o rosto nas mãos. — Agora eu vou ter que passar o ano novo sozinha. 

— Isso é karma, por ser chata com seu pai. — Tony ria de lado vendo a menina chorar. — Esse café ficaria melhor com whisky.

— Porque você não vem para Suíça com a gente? — Happy sorria se abaixando perto dela. 

— Ela ir? — Tony quase cuspiu o próprio café.

— Eu posso? — Ela limpava as lágrimas. — O idiota ali disse que não era coisa para criança.

— Primeiro, é pai e não idiota. Lembra o que a gente conversou? — Happy segurava as mãos dela. — Agora vá arrumar sua mala, vamos pra Suíça a noite. 

Tony revirou os olhos e nada disse, apenas pensou em como Happy seria uma babá muito melhor que ele, a virada do milênio não seria lugar para ficar vigiando crianças, mesmo que essa fosse a sua filha. A viagem foi calma, Tony bebendo algo e lendo alguns artigos, Happy repassando a agenda do Stark e Lila dormindo, ela sempre dormia em viagens muito longas. Eles chegaram em Genebra já era fim de tarde, apenas para a festa de ano novo, na noite do primeiro dia do novo milênio eles já estariam de volta para casa, Tony tinha reuniões, Happy tinha que acompanha-lo e Lila tinha algumas coisas para decidir, ela queria entrar em novos clubes. 

Lila tinha decidido que iria tentar ficar perto de Tony, começar o novo ano melhor do que já tinha terminado o anterior, ou o tempo em que passaram juntos. Ela estava sempre perto de Happy, o segurança ficava com um olho no pai e o outro na filha, talvez ele estivesse ficando velho para servir de babá da família Stark. Lila tomava um suco, quando Happy se abaixou e pediu para que ela ficasse um instante com Tony, ela forçou um sorriso, ela viu o segurança se afastando para conter umas pessoas que queriam se aproximar dela e de seu pai. 

— Papai ... — Ela chamou Tony uma vez, mas ele não deu atenção. — Papai! 

— Pensei que você fosse vir sozinho para Genebra, Anthony. — Um dos homens que conversavam com Tony falou. — Tem uma garotinha te chamando.

— Ela está aqui só porque o Happy quis. — Tony riu se virando para a garota em seguida. — É difícil pra você me deixar em paz? 

— Eu quero ir ao banheiro. — Lila pediu com cara de choro.

— Então vai! — Tony sorria de lado olhando de relance para os homens com ela. — Ou o titio James Rhodes pode levar você.

— Anthony ... — Rhodes riu olhando a cena. — Você é um péssimo pai, mas eu faço isso, vamos lá querida?

— Não! — Ela fazia cara de choro. — Eu quero o meu papai!

— Lizandra isso não é hora nem lugar de fazer birra! — Tony falou entre os dentes ainda a encarando. — Segure sua vontade e espere o Happy voltar então, quando chegarmos em casa nós vamos ter um particular.

Lila sai correndo, deixando Tony, Rhodes e os outros para trás, tudo que ela queria era que seu pai fosse atrás dela, nem que fosse para brigar com ela, mas Lila queria sentir que ele se preocupava, o que nunca parecia acontecer, Tony não era o tipo de cara que nasceu para ser pai de alguém, e se tivesse nascido não se comportava como tal, pelo menos ela sentia. Em seu coração ela só procurava por uma pessoa, Phil, queria estar com seu tio naquele momento, mas ele também parecia muito ocupado para estar com ela.

Quando Happy voltou ele percebeu a falta de uma pessoa, Lila não estava com Tony e nem perto dele, o Stark só disse que ela foi ao banheiro, mas haviam milhares de banheiros no lugar, nenhum que ela estava, ninguém tinha visto Lizandra, ela poderia ter simplesmente sumido, Happy já sentia o seu coração fugir pela boca quando um segurança falou sobre uma garotinha sentada em um dos bancos no jardim, era ela. Foi como se um peso nas costas de Happy fosse retirado, um peso muito grande e seu corpo voltasse a órbita, quando ele sentou ao lado dela, Lila nem mesmo olhou pra ele, só continuava a chorar baixinho.

— Ele brigou comigo, como se eu não fosse importante. — Ela falava entre soluços. — E nem veio atrás de mim, o papai não me ama.

— Não fale assim, querida. — Happy a puxou para perto. — Ele te ama sim. 

— Não minta pra mim, tio. — Ela puxava o ar, mas seu corpo tremia um pouco. — Ele não se importa e eu estou sozinha. 

— Lila, você nunca vai estar sozinha. — Happy se levantou e depois abaixou-se a frente dela. — Pois eu vou estar aqui pra sempre e nós vamos ir ver o tio Phil assim que voltarmos para os Estados Unidos. 

— O tio Phil é outro que não em ama. — O lábio inferior dela tremia e a cena quase fazia Happy chorar também. — Ele não se importa mais.

— Liz, você sabe que não é assim. — O segurança ainda a encarava nos olhos. — Phil tem um trabalho especial, lembra? Ele investiga pessoas más, elas aparecem a toda hora, ele tem que estar lá para salvar o mundo, ele é um herói. 

— Heróis são chatos. — Ela cruzou os braços. 

— Então não quer ir vê-lo?

— Bom ... — Quero sim. — Ela secou as lágrimas em seu rosto.

Os dois passaram a virada de ano juntos, Lila logo dormiu, por mais inteligente que as outras crianças, ainda era só uma menina de oito anos e nada mais do que isso, ela queria ser feliz, tinha seus sonhos e acabava dormindo mais cedo do que o previsto. Happy a levou para a suíte que estava reservada para os Stark e deixou um segurança na porta, para o caso de Lila acordar sozinha e não se sentir com medo. Ele até pensou em falar com Tony, mas aquele não era o lugar e nem a hora mais propícia para ter uma conversa sobre como ele era um péssimo pai.

Era quase manhã do dia 2 de Janeiro de 2000 quando eles voltaram para os EUA, era para terem pousado ainda na noite anterior, mas Tony atrasou toda a viagem deles com suas festinhas, o que irritou tanto Happy quanto Lila. O segurança deixou o patrão em casa, Tony tinha assuntos muito mais importantes a cuidar, os quais Happy não compartilhava a ideia, mas ele tinha, então o segurança tratou de levar Lila para ver a única pessoa que ela sentia falta naquele momento, Phil Coulson.

— Tio Phil! — Lila correu pelo corredor e abraçou a perna do homem que era muito maior que ela. — Você está aqui mesmo.

— Como assim achou que eu não vinha? — Ele abaixou ficando na altura dela. — Eu sempre vou vir.

— Mas você não foi me ver no natal nem no ano novo. — Ela cruzou os braços. — Eu tive que passar os dois com o Anthony.

— Liz, o que a gente falou sobre chamar o Tony de certos nomes? — Happy se aproximou dos dois. — É muito bom que você tenha conseguido nos ver, ela estava sentindo sua falta.

— Eu chamei ele de Anthony, não é o nome dele? — Lila estreitou os olhos encarando Happy. — Ele não é meu pai.

— Querida, você não pode falar isso. — Phil arqueava a sobrancelha a olhando. — Ele é seu pai.

— Não, não é. — Ela balançou a cabeça. — Pai é quem cria, não quem faz. Vocês dois são meus pais, meu papai Phil e meu papai Happy. 

Os dois se olharam por alguns instantes, Lizandra era muito inteligente para sua idade, o que ela falava costumava assustar um pouco, ela era uma criança de 7 anos, era muito mais inteligente do que qualquer outra na sua idade, Happy sempre soube disso e Tony não levava muita consideração com essa questão, ele apenas a achava uma sabe tudo chata, eles eram mais parecidos do que queriam, mesmo que o Stark não assumisse isso. 

Lizandra lia um livro que Phil havia dado a ela, enquanto isso o agente a olhava de rabo de olho, ela estava sentada dentro do laboratório, ele precisava conversar com Happy, já que era o segurança quem cuidava dela, Phil tinha muito medo do tipo de criança que ela estava virando e o tipo de adulto que ela seria perante a negligência de Anthony Stark, a promessa que havia feito a Samantha ainda batia em sua cabeça forte, tudo que pudesse fazer para protege-la, ele iria fazer, afastar-se dela foi uma dessas coisas.

— Como está sendo para ela? — Phil encarou o segurança dessa vez. — Ela está se adaptando bem.

— Ela é uma criança muito inteligente, eu já fui na escola umas duas vezes para os professores elogiarem ela. — Happy sorriu lembrando como ela era promissora. — Eles ofereceram uma turma mais avançada pra ela estar, mas eu não deixei que ela fosse. 

— Uma ótima decisão, ela tem que crescer como uma criança, não como um mini gênio que pode ser a substituta de Tony no mercado bélico. — Phil suspirou. — Ela não merece essa pressão. Mas falando no Stark, como está a relação deles? 

— Tony não é o tipo de pessoa que pensa em outro além de si mesmo. — Happy balançou a cabeça. — Os dois vivem em pequenos atritos, claramente ela não gosta muito dele. 

— E quem gosta. — Phil olhava para o seu relógio piscando, ele deveria ir. — Obrigado por cuidar dela por mim. 

— Phil, a responsabilidade não é sua ou minha, você sabe. 

— Eu sei, eu sei. Mas ela tem razão, ele não é o pai dela. — Phil olhou para Lila pelo vidro. — Preciso sumir por um tempo, estou em uma missão, cuide dela. 

— Sempre meu caro, sempre. 

Phil não se despediu e Lila, sabia que a probabilidade dele chorar era muito grande, ela era uma garotinha espetacular e mesmo pouco tempo longe o faria sentir muita falta dela, mas eram ossos do ofício. No carro de volta para casa, Lila e Happy iam cantando músicas infantis que passavam em uma estação de rádio, Lila tinha muito mais malemolência que Happy para aquilo e isso o fazia rir bastante, na verdade era divertido vê-la sendo o que deveria ser, apenas uma criança, o motorista se arrependia de às vezes não ter tido filhos, seria interessante se eles fossem como ela, mas Happy sabia que não aconteceria, Lila era especial. 

Quando a casa dos Stark ia se aproximando, Lila foi ficando calada, séria, Happy sabia que ela não gostava de morar lá, de estar com seu pai, ela sabia que a vida com Tony não era interessante em vários motivos, mantê-la animada também fazia parte do seu emprego, mas não estava conseguindo em muitos momentos. Quando ele estacionou o carro pensou que ela iria sair, mas ela continuou lá sentada, olhando pro nada, como se esperasse algo inédito acontecer.

— Não fique triste por causa do Phil, nós o veremos em breve. — Happy tentou animá-la. 

— Não é sobre ele que eu estou pensando. — Ela tinha uma cara realmente triste, se notava claramente. — Talvez seja melhor eu ir embora, morar com a família da mamãe, podemos encontrar alguém, não é? Já que o tio Phil anda muito ocupado. 

— Liz ... — Happy não tinha muito o que falar. — Eu sei como você se sente, Tony não é o tipo de pessoa que estava preparado para ser pai de alguém, mas você não será melhor que ele se não tentar.

— Eu não quero ser melhor que ele. — Ela levou as mãos ao rosto. — Eu só quero ser feliz com minha família.

— Nós todos somos sua família e amaremos você sempre. — Happy abraçou a criança. — Não importa o que o Tony diga, eu vou estar sempre aqui, seja chuva, seja sol, dia, noite, quando você precisar de mim ou quando crescer tanto que não vai precisar mais, eu SEMPRE vou estar com você minha pequena Lila. 

— Promete? — Lila tirou a mão do rosto estendendo o dedinho para Happy. 

— Prometo. — Ela sorriu pegando o dedinho dela com o seu.

Depois de deixar Lila em seu quarto e ver o quanto ela ficou triste com todo o ocorrido desde a Suíça até ali, Happy foi procurar pro Tony, ele sabia que o Stark estava em casa, mas que viajaria para França em dois dias para uma reunião sobre as Indústrias Stark, eles deveriam começar a procurar uma secretária que aturasse Tony, nenhuma parava por tempo o suficiente e o trabalho de Happy só aumentava por isso. Quando ele transpôs a porta Tony bebia alguma coisa enquanto lia alguns relatórios. 

— Você poderia parar de trabalhar um pouco e dar atenção a sua filha? 

— De novo isso. — Tony revirou os olhos. — Você não pode fazer isso?

— Sim, eu posso. — Happy tinha um semblante cansado. — Mas eu não sou o pai dela.

— Mas eu te pago, então faça isso. — Tony não estava nenhum pouco interessado na menina. — Entretenha ela. 

— Você uma vez me falou sobre o tipo de pessoa que era o seu pai. — Happy encostou-se na porta. — Que Howard era preocupado com o trabalho, que não dava você a atenção e não te deu nem irmãos, que você cresceu numa bolha, sempre querendo que ele olhasse para você, mas ele nunca olhava. 

— Não me comparte a ele, eu não sou Howard Stark. — Tony falou entre os dentes. — Ele era um idiota que não se importava comigo, eu era só o futuro do império dele, mais nada, eu não poderia fracassar, pois era a única alternativa. Essa menina de longe tem a pressão que eu tinha. 

— Aí que você se engana. — Happy balançou a cabeça negativamente. — Você planeja outros filhos? Pois o modo que a trata, a resposta é não. Você não consegue parar nem com uma secretária, quanto mais com uma esposa ou mãe para seus filhos, ela é o seu único futuro, se amanhã você morrer é a ela que todos vão cobrar, eles não vão se importar se ela tem 7 ou 30 anos, ela é a sua sucessora.

— Que idiotice. — Tony revirou os olhos. — Minha vida era muito diferente da dela nessa idade.

— Realmente. — Happy balançou a cabeça positivamente. — Você tinha a sua mãe, ela não tem ninguém. — O segurança completou saindo dali e deixando Tony sozinho e boquiaberto com o que ele falara.


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